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História Skins - New Generation - S08E02 - Chad


Escrita por: VOFLucas

Capítulo 2 - S08E02 - Chad


Fanfic / Fanfiction Skins - New Generation - S08E02 - Chad

- Puxa o meu cabelo! Puxa!

- Hein?

- Puxa!

- Tá bom, tá bom...

Eu não podia acreditar no que estava acontecendo... Cara, que loucura! Eu estava comendo a nova diretora, no primeiro dia letivo! E, meu Deus, que delícia de mulher... Com certeza, melhor do que muitas mocinhas que eu já peguei nessas paradas da vida.

De qualquer maneira, acho que devo explicar como foi que consegui tal proeza...

Estávamos todos reunidos no ginásio, como era de costume todo início de ano letivo, no Roundview College. E eu ainda estava meio abobado com o que houve... Você sabe, o vídeo que vazou. Estava meio que dividido entre perplexidade e orgulho. Se bem que o orgulho estava meio que ofuscando o constrangimento, porque a maioria das meninas me olhava, agora, com um sorriso sugestivo de quem me pegaria no fim da aula. Se eu soubesse que meu pau me daria tantas oportunidades assim, teria, eu mesmo, postado um vídeo na internet.

Então, apareceu Madeline Armstrong, a nova diretora, com um decote de fazer os mortos ressuscitarem. Todo mundo pirou quando soube que ela seria a nova diretora... Principalmente os rapazes. E com razão, porque, cara, ela é muito gostosa... Por mais que fosse mais velha, que se foda. Ela era gostosa mesmo assim.

Daí ela começou a falar sobre as “novas” regras e, a cada dez palavras que ela dizia, apertava os próprios peitos, como que para acomodá-los melhor dentro do macacão. Aquilo fazia minha boca encher d’água.

-... e nada de sexo nas salas vazias – dizia ela.

- Nem mesmo na diretoria? – não me contive. E, ao mesmo tempo em que eu dizia isso, vários garotos começaram a urrar e me dar empurrões.

Madeline desviou os olhos para mim, caminhando em minha direção com uma sensualidade cruel.

- Qual é o seu nome?

Liam me cutucou, com o cotovelo, já que eu não respondi de imediato. Então, levantei-me, num ímpeto de coragem e ousadia, e abri os braços.

- Chad Cooper, ao seu dispor.

- Oh – fez ela, como se me reconhecesse. – O garoto do... – ela engoliu em seco, olhando diretamente para minhas partes baixas. – Bem, Sr. Cooper, pela sua insolência, terá detenção na minha sala, assim que terminarmos aqui.

Deixei meu queixo cair, enquanto que alguns alunos começavam a soltar exclamações, estupefatos. Liam puxou o meu braço, forçando-me a me sentar.

- Seu cuzão, se deu bem com a diretora – sussurrou ele, enquanto a diretora continuava seu discurso. Ao seu lado, Emma parecia estar em choque.

Arregalei os olhos, o riso borbulhando dentro de mim.

- Porra – foi o que eu disse.

E era aquilo que, agora, era arrancado de mim.

Madeline soltou um gritinho, as unhas pintadas de vermelho riscando o tampão de vidro da mesa. Eu suspirei, sentindo-me estranhamente exausto. Então, ela virou-se para mim, com uma expressão mortal.

- Se isso chegar aos ouvidos de alguém – disse ela, ofegante. – Vou cortar fora seus colhões. Quero que faça um trabalho de 100 linhas sobre ética, para depois de amanhã. E nada de copiar e colar... – enquanto falava, Madeline vestia de volta o macacão vermelho. – E traga uma camisinha, quando for entregar o trabalho... Essas pílulas não são confiáveis, você sabe, e não quero ter um filho a essa idade.

Eu a olhava boquiaberto, ainda abobado demais para acreditar no que estava acontecendo.

- O que está esperando? – quis saber ela, ajeitando os cabelos. – Saia logo daqui... Eu tenho mais o que fazer.

E, sem dizer nada, me vesti apressadamente e saí da sala. Do lado de fora, uma garota caloura me olhou com uma expressão de extremo horror. Dei o meu melhor sorriso carismático, me afastei pelo corredor, seguindo para a minha primeira aula, me sentindo o cara mais feliz do mundo.

 

...

 

- Trabalho sobre ética? – riu Liam, quando eu contei qual era a detenção.

Estávamos na aula de inglês, com o professor Carlson. Tivemos aula com ele nos dois anos anteriores, e sabíamos que o cara era um completo chapado, até lecionando. Tanto é que, naquele momento, ele exibia um vídeo sem nexo algum, enquanto balançava a cabeça de um lado para outro, perdido em seus próprios pensamentos de professor de inglês doidão.

- Tô falando, cara.

- E esse fio de cabelo ruivo?

- O quê? Onde?

Virei-me para ver do que se tratava, apenas para deparar-me com Liam e Ben rindo de mim. Não consegui me conter e ri também, balançando a cabeça. Os caras eram fodas.

- Eu não disse nada – retruquei.

- Shh – fez o professor Carlson, olhando-nos com censura. Acenei com os dedos, como que pedindo desculpas. Então, ele voltou-se mais uma vez para suas alucinações, num ritmo lento.

Liam e Ben são meus melhores parceiros. Tipo, amigões mesmo. Desde que éramos pirralhos e dormíamos um na casa do outro, para jogar Play Station. Eu sempre fui o mais pobre, então, era o que mais me divertia com aquela amizade. Crescemos juntos, aqui em Bristol, e eu sei que posso contar com eles para qualquer coisa. Quero dizer, Ben é meio vacalhado, mas sabe quando deve ser... Então, não vi problema algum em deixá-los saber que fodi a nova diretora. É claro que eu tava com vontade de gritar isso pra qualquer um que tivesse ouvidos naquela cidade, mas amo demais as minhas bolas e o meu precioso para arriscar. Afinal, Madeline pareceu bem convincente quando me alertou.

- Não contem a ninguém – sussurrei, por fim.

- Seu filho da mãe! – exclamou Ben, dando-me um empurrão. Ele e Liam caíram na gargalhada mais uma vez, despertando a atenção do professor Carlson, que olhou-nos com seus olhinhos vidrados e urgentes. Sorri para ele, para acalmá-lo. E funcionou. Desviei os olhos para a tela que exibia o vídeo, e percebi o quanto as cores e as imagens surreais eram hipnotizantes... E entendi porque o professor Carlson parecia tão chapado. Aquilo era como uma droga visual.

Seu viciado.

...

 

Antes do fim das aulas, eu ainda fui assediado uma dezena de vezes por pessoas que viram o vídeo. E já não me importava mais. Estava achando o máximo. Duas garotas do segundo ano fizeram sexo oral em mim, no banheiro, e algumas outras me passaram o telefone. Nunca fui tão popular em toda minha vida, por mais que andasse com a turma do “topo da cadeia alimentar”. Geralmente eram Ben e Liam que chamavam atenção. Tanto é que tinham as namoradas mais gatas do Roundview.

Eu sempre fiquei com as garotas que eles dispensavam, e raramente as levava para a cama. E olha que eu sou um negão carismático, estiloso, e tal... Mas agora eu sentia que as coisas iriam mudar.

- Acho que devo agradecer à Rose Pussy, afinal – eu disse, quando estávamos do lado de fora da escola, após o fim das aulas.

- Engraçado, ele não parece tão grande assim, no vestiário – comentou Liam, com uma careta. Eu o olhei com os olhos semicerrados, e não fui o único. Emma, que estava ao seu lado, fumando um baseado, também o olhou assim.

- Os homens ficam reparando essas coisas, no chuveiro? – perguntou ela.

- Não – Liam apressou-se em dizer. – É só zoeira...

- Hmm – Emma ergueu as sobrancelhas, soprando fumaça pela boca. – Acho que já deu, né? Chega disso por hoje... As meninas não tem outro assunto agora, e pelo visto, nem os rapazes.

- O que posso fazer, se sou famoso?

- Chegar um pouquinho para a esquerda e bloquear o sol – respondeu ela, acenando com a mão. – Minha pele está ardendo.

Emma Dreschler é uma garota geniosa.

- Desculpe, mas eu preciso ir agora – eu disse. – Pede pro seu lacaio branco fazer isso.

- Amor – gemeu ela, desviando os olhos para o namorado.

- Nos vemos hoje à noite, parça – eu e Liam trocamos um toque de mãos, e procurei por Ben com os olhos. Mas ele estava um pouco mais afastado, envolvido no que parecia uma DR com Felicia. Aqueles dois... Então, meus olhos cruzaram com os de Gwen, que me observava com um ar estranho.

- Até mais, docinho – eu disse, tocando-lhe o rosto.

Ela corou. E eu dei-lhes as costas para ir embora.

...

 

Eu pegava um ônibus, para chegar em casa todos os dias. Morava em um bairro distante do colégio, numa casa pequena com meus pais e meus três irmãos mais novos, Julia, Charlene e o pequeno Ed. Não posso dizer que éramos infelizes, mas seria uma mentira se eu afirmasse o contrário.

Meu pai é um homem trabalhador, com uma cultura rígida no sangue. Intolerante a qualquer coisa que saísse dos princípios que aprendera com meus avós, quando ainda era criança. Odiava política, achava que rap marginalizava os negros, nos fazia jantar juntos na mesa todas as noites, e não aceitava as opiniões de ninguém sobre quase nada. Já mamãe vivia à sua sombra, sem opinar, sem questionar, apenas fazendo seu papel de esposa submissa. Meu pai não a maltratava... Não é o que estou dizendo. Mas não era, nem de longe, um bom marido.

Enquanto ouvia rap nos fones de ouvido, sentado na poltrona do ônibus, eu torcia para que o vídeo não tivesse ido para além de Roundview. Torcia para que nenhum de meus irmãos tivesse visto. Por mais que fosse algo para se gabar para com as outras pessoas, família é bem diferente. Principalmente a minha.

Desci no ponto de sempre, e caminhei com passos decididos pelas calçadas do meu bairro. Deixei que a música me acalmasse. Cumprimentei o velho Lewis, que varria a porta de seu armazém. Cumprimentei também a Sra. Mason, por quem eu tinha um carinho desde a infância, por causa dos bolos que ela fazia e levava para minha mãe... E, quando pude avistar minha casa, vi que meu pai estava do lado de fora, observando-me de longe.

Quase parei de caminhar e dei meia volta. Antes que ele dissesse qualquer coisa, eu já tinha certeza: algum dos meus irmãos viu o vídeo e mostrou para o meu pai. Eu estava ferrado. Ferrado pra caralho. Aumentei o volume da música e forcei minhas pernas a continuarem caminhando.

Passei pelo portãozinho da frente, tentando parecer natural. Olhei para o meu pai, e senti medo. Seus olhos estavam vermelhos e parecia prestes a romper.

- Boa tarde – eu disse, passando por ele casualmente.

Só que sua mão voou para minha nuca e apertou-a com força, me fazendo entrar em casa como se fosse um gato ou cachorro. Comecei a reclamar de dor, mas ele não afrouxou o aperto.

- Seu pervertido vergonhoso! – gritou ele, batendo a porta ao passar. – Achou que eu não ficaria sabendo, hein? – com brusquidão, me jogou sala adentro. Caí de cara no sofá, desequilibrado.

- Eu não tive culpa, pai...!

- Não? – ele me deu um tapa forte na cabeça. – Não? Quem foi, então? Quem foi que te filmou, seu maldito?! Porque você parecia bem à vontade, hein? – me deu outro tapa, que estalou e ardeu. – Suas irmãs viram sua vergonha! Acha isso bonito?

- Mas...!

Veio outro tapa, esse no pescoço. Eu tentava me proteger com os braços, mas ele continuou berrando feito louco, me estapeando e me empurrando.

- Não sei onde foi que errei com você, Chad! Olha só onde você foi parar! Sinto tanto desgosto!

- O senhor deveria era se orgulhar! – deixei escapulir.

Houve um breve momento de silêncio. E, durante esse tempo, me arrependi amargamente do que disse. Entrevi mamãe e minhas duas irmãs me observando, da mesa da cozinha, antes de punho cerrado de meu pai acertar minha boca em cheio.

Estrelas explodiam diante de meus olhos, nos instantes seguintes. Lembro-me de ouvir meu pai berrar, ainda mais furioso, e de suas pancadas ficarem mais fortes. Tentei me proteger como pude, mas a mão dele é bem pesada. E, quando finalmente consegui desvencilhar-me da surra, corri para meu quarto e fechei a porta – já que não podia trancá-la, pois não tínhamos chave, porque eu e meus irmãos dormíamos no mesmo quarto.

Verifiquei se meus fones estavam funcionando. Estavam. Mais aliviado, verifiquei se havia sangue em meus lábios... Mas apenas a parte interior estava cortada. Eu estava bem.

Nunca havia visto papai ficar tão bravo assim, desde que o tio Harold arriscou uma discussão com ele sobre as maneiras como ele conduzia a família. Foi um pé de guerra só... De qualquer forma, eu não sentia raiva dele. Por mais que ele tivesse atitudes extremistas. Eu não conseguia odiá-lo, nem guardar mágoas. As pancadas doíam, sim, mas ele ainda era o meu pai, e eu sabia que ele tinha lá seus motivos... Mesmo que eu não tivesse totalmente culpa pelo vídeo ter vazado.

E, pra falar a verdade, eu estava mesmo era envergonhado por Julia e Charlene o terem visto. Se você tiver irmãs, e já tiver passado por algo parecido, vai entender.

Lá embaixo, meu pai continuava berrando coisas. Eu estava de castigo. Não ia sair de casa. Não ia comer à mesa. Não ia assistir TV. Sorte a minha que ele não lembrou do meu celular!

...

 

A tarde se arrastou vagarosamente. Papai saiu pra trabalhar e deixou ordens claras para que minha mãe não me deixasse desobedecê-lo. Julia e Charlene ficaram na sala, assistindo TV, e o pequeno Ed veio até mim com uma expressão de assombro.

- Papai está bravo com você – disse ele.

Como se eu não soubesse.

- É, ele está.

- Você quer ver algo legal?

- Bem... – eu suspirei, tirando os fones do ouvido. – Manda a ver, carinha...

Ed levou as duas mãozinhas até a própria boca e fez algo parecido com um beat box, só que com uma quantidade maior de cuspe voando pelos ares. Eu sorri, e comecei a me mexer no ritmo que ele mandava. Fiz algumas caras e bocas, e ele disparou a rir. Esfreguei a mão em sua cabeça, como costumava fazer desde sempre e disse:

- Não cometa os mesmo erros que eu, maninho. É melhor nunca contrariar o papai... E não se meter em problemas, okay? Ele ama muito a gente.

- Eu sei – disse ele, com a sinceridade de uma criança de seis anos.

...

 

Antes que anoitecesse, eu havia recebido mais seis arquivos com o mesmo vídeo, e aquilo indicava que as pessoas não pararam de compartilhar... Meu nome estava estourando nas redes sociais, e recebi várias mensagens de números estranhos e conhecidos, com os mais diversos conteúdos. Alguns até bem excitantes. Recebi, também, vídeos de garotas que se ofereceram para me conhecer melhor... E, afinal, isso se tornou um bom passatempo. Descabelei o palhaço umas três vezes – a última com os pensamentos voltados para Madeline Armstrong – e recebi a mensagem de Ben dizendo que passaria em minha casa às nove, com o carro de Felicia, para irmos até a festa do Liam.

Estou de castigo, cara, respondi.

Deixa de ser marica.

Se eu sair de casa, nem preciso voltar mais.

E você precisa voltar?

É a minha casa.

Liam diz que você pode ficar na casa dele por um tempo. Nove horas estamos passando aí. Estou com umas paradas boas, não vai querer perder.

E não ia perder mesmo.

Sou facilmente convencido.

Às nove horas, eu me aproximei da janela do meu quarto, que dava para a rua. Vi o carro de Felicia virar a esquina e se aproximar lentamente da minha casa. Olhei por cima do ombro, e vi Ed roncando. As meninas estavam assistindo TV com os meus pais, na sala, então, a hora era aquela.

Não era a primeira vez que eu saía pela janela do quarto. Estava até muito habituado àquilo, mas de madrugada, quando todos estavam dormindo. Fazer isso com eles na sala era bem arriscado, já que eles podiam me ver descer pelo cano da calha.

Eu estava quase passando despercebido, quando a buzina aguda do carro de Felicia fodeu com tudo. Ouvi Ben gargalhar, e, pela janela da sala, que ficava ao lado do cano, meu pai me viu. Praguejando e odiando Ben Wilkinson, eu me alvorocei todo e minha jaqueta prendeu-se a algum parafuso. Meu pai estava vindo em direção à janela. Ben buzinou mais uma vez, às gargalhadas. Puxei a jaqueta com força e a ouvi rasgar. Mas pelo menos estava livre.

- Chad!

Corri desabalado pelo jardim, saltando o portão baixo com uma destreza que me surpreendeu. Às minhas costas, papai gritava em plenos pulmões. Não olhei para trás. Continuei correndo até entrar no carro de Felicia, o coração saltando em meu peito.

- Anda logo, seu imbecil! – eu gritei, vendo meu pai sair de casa pela porta da frente.

- Boa noite, Sr. Cooper! – exclamou Ben, antes de pisar no acelerador e fazer o carro disparar pela rua, cantando pneu. Em seguida, nós dois caímos na gargalhada, ao observar meu pai pelo retrovisor. Até Felicia, que estava no banco do carona, deu um risinho, embora sua carranca estivesse evidente. E, assim, partimos para a casa de Liam.

...

 

Eu já havia tomado duas pílulas daquela droga nova que Ben comprara da japa do cabelo cor de rosa, quando chegamos à festa. De longe pude ouvir a música alta e as vozes. Minha visão já modificava as cores, deixando-as mais vibrantes e alegres...

- Essa é boa, cara – eu disse.

- Essa o que? - quis saber Felicia, enquanto rumávamos para a porta da casa de Liam. Ben pisou em meu pé sutilmente.

- Essa festa – eu disse. E logo a porta foi aberta para nós, e eu não tive de argumentar mais nada. A música eletrônica encheu meus ouvidos, e me deixei ser levado por ela, espremendo-me em meio à multidão de jovens que dançavam e roçavam um no outro. Berrei como um louco, e fui recebido calorosamente por todo mundo. Em pouco tempo, estava com um copo de bebida numa mão, e a outra entre as pernas de uma garota. Beijei, bebi, dancei, e me perdi em meio às cores e sons e sensações que aquelas droga me proporcionava. Era como se tudo fosse feito de luz...

Ri pateticamente. Enfiei a cara em alguns peitos molhados de cerveja. Encontrei-me com Liam e Emma, que estavam enroscados em uma dança sexual. Meu nome foi bradado por várias bocas, como o Sr. Penca, e baixei as calças, de pé em cima do sofá, e gritei que tinha pra todas as garotas da festa. Algumas me tocaram sem qualquer pudor, e fiz sexo com duas ao mesmo tempo, na sala de estar. Foi delirante.

Depois, aquele garoto loiro, Dual, me ofereceu mais drogas, e eu comprei. Nem vi quanto era... Apenas quis ficar mais doidão.

- O que é isso? – eu berrei.

- Ecstasy!

- Aooooo!

Me droguei mais um pouco, e me juntei aos meus amigos, numa dança esquisita que, na verdade, foi bem divertida. Parecíamos frenéticos demais. Irreais. Uma garota agarrou-me, enfiando a língua em minha boca, e eu a mordi. Ela gritou, me deu um tapa, e eu só sabia rir bobamente, com Ben e Liam.

Ali, eu não tinha preocupações. As pancadas de meu pai não doíam. Eu não precisava bancar o bom garoto... Eu podia ser eu mesmo e me divertir.

Vi quando Liam sumiu por um tempo, deixando Emma sozinha na dança. Alguns rapazes se aproximaram dela, com segundas intenções, mas ela parecia não se importar. Rebolava como nunca, o cabelo loiro e suado grudando no rosto.

Ben também desapareceu de vista, com Felicia.

Passando por um bando de garotos que gritava “Vira, vira, vira!”, fui até a cozinha, buscar mais bebida. A japa do cabelo cor de rosa tentou me vender drogas, e eu a mandei sentar no meu pau. Ela me ignorou e desapareceu na aglomeração de jovens. Na cozinha, peguei duas garrafas de cerveja, e estava prestes a voltar, quando vi aquele tal de Dual empurrar o peito de Liam, que estava ali, bruscamente.

- Ou, ou, ou – exclamei. – Que que tá pegando?

Liam desviou os olhos pra mim, e eles pareceram arregalados demais. Dual, no entanto, apenas afastou-se, sem dizer nada. Aproximei-me de Liam, em meio a tropeços.

- Tá tudo ok?

- Tá, sim – ele respondeu. – É só um otário, querendo bancar o dono da festa...

- Filho da mãe – resmunguei, indignado. Peguei as garrafas de volta, e comecei a me afastar, bebendo mais um pouco, enquanto tentava acompanhar a batida da música. Estava mais uma vez no ponto mais movimentado da festa. Estava doido demais para distinguir as coisas... No entanto, uma garota aproximou-se de mim e me puxou pela mão. Eu a segui prontamente.

- Quer me dar uma chupada, docinho? – eu disse, com a voz arrastada.

- Mais que isso – a voz soou um tanto familiar... Mas a música estava alta, e talvez fosse apenas efeito das drogas e da bebida. Deixei-me ser conduzido até um cômodo apertado, que parecia a área de serviço. E então, aquela garota que meu estado de lucidez não me permitia enxergar com clareza, estava nua sob o meu corpo, e eu estava dentro dela. Ela grunhia... E parecia chorar... E eu só sabia rir. Talvez fosse demais pra ela. Mas não parei, até terminar. Rolei para o lado e suspirei, quase inconsciente. O cheiro da garota também me era familiar.

- O que foi que eu fiz? – choramingou ela, alvoroçada. – Meu Deus, o que eu fiz?

E só então reconheci a voz. E, mesmo estando chapado, senti uma sensação horrível na boca do estômago. 

Aquela voz era de Felicia Griffiths... 



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