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História Sky Ascending - Capítulo 11: Motivações


Escrita por: suzannaclimaco9

Capítulo 11 - Capítulo 11: Motivações


Eu não saberia dizer quem de nós duas afastou-se primeiro. Só consigo me dar conta da minha vergonha como se ela fosse um abismo em que estivesse caindo continuamente sem encontrar o fundo. Ainda com tudo isso, eu não afasto meus olhos de Lexa. Vejo quando ela leva a mão onde a pouco eu estava com uma faca pressionada em sua pele, observo quando ela olha para seus dedos emplastrados de seu próprio sangue e distingui aquilo como se visse através deles, antes de limpar a mão nas vestes. Ela não diz nada enquanto afasta os cabelos para longe do seu ombro para que possam voltar a cobrir a ferida que eu deixei.

Tento em vão ver uma denúncia em sua expressão, qualquer coisa que me diga se ela irá me perdoar ou não, se estou enrascada ou não, mas ela está com aquela cobertura de sobriedade, dona de si mesma, sobre controle. Eu estou tremendo feito uma vara solitária ao vento.

- Por que você apenas não acabou com tudo isso, Clarke?! - sua voz é agressiva como se ela estivesse se segurando, como se de repente nós tivéssemos invertido os papéis e fosse eu a deixá-la em Monte Wheater. Quero me explicar, mas minha garganta parece um deserto. Depois ela balança a cabeça como se não fosse isso que ela desejava dizer. - Eu não acredito que isso vêm de você. È muito baixo pegar alguém dessa maneira, pelas costas. Você sabe, não é?

Eu não sei se fico feliz e grata por ela supor que eu não tive a ideia de matá-la ou se fico ofendida por saber que eu me visualizei fazendo exatamente o que estava prestes a fazer antes de sequer me encontrar perto dela.

- Foi a rainha Nia, não foi?! - ela questiona com uma sabedoria que não sei de onde vêm.

Lexa não me deixa responder. Ela passa voando por mim e quase arrebenta as portas ao abri-las. Ela grita o nome de Titus, uma, duas e mais algumas vezes antes de eu presumir que ele está vindo pelo corredor. A comandante se volta novamente para o quarto, andando até o meio dele, apenas fúria em seu semblante. Eu nunca vi Lexa tão sem controle.

- Lexa... - eu começo, querendo mais do que qualquer coisa falar sobre minhas razões.

- Cale a boca , Clarke! - ela grita em um estouro. - Você perdeu o direito de falar comigo quando não me contou a verdade assim que chegou aqui.

Nesse momento, Titus entra no quarto. Imediatamente, ele percebe que há algo de muito errado acontecendo entre nós.

- Heda. - ele diz, olhando dela para minha figura pálida fazendo sombra as costas de sua comandante.

- Clarke acaba de tentar me matar. - Lexa expóe como se isso acontecesse todo dia, como se as pessoas fizessem fila para assassiná-la. - A adaga que ela usaria para isso caiu do edifício. Peça que alguém a encontre e traga até mim.

Choque cruza o rosto do conselheiro da comandante. Em segundos, nossos olhares se esbarram e o dele parece dizer "eu sabia que ela faria isso um dia, não podemos confiar nessas pessoas que caíram do céu".

- A Rainha Nia ainda se encontra em Pólis? - Lexa questiona, sucintamente

Titus balança a cabeça, concordando. E eu percebo tarde de mais o que Lexa pretende fazer.

- Não, Lex...

Ela só precisa erguer a mão para me silenciar.

- Diga para ela as mesmas palavras que irei lhe dizer agora. Exatamente iguais, Titus. - eu não posso ver o rosto de Lexa, mas eu a imagino plácida, centrada, sem nenhum resquício ou ruga de medo. - Rainha Nia, você está sendo convocada para um embate até a morte com a sua comandante ao amanhecer para que seja provada daqui em diante sua inocência ou a sua culpa.

Os lábios de Titus se abrem ligeiramente e ele tenta puxar o ar para dentro dos seus pulmões numa imitação muito boa de mim mesma.

- Minha Heda, você tem certeza de que a rainha Nia tem parte nisso? Por que do contrário poderá levantar uma disputa por nad...

- Clarke ainda não me contou sua versão dos fatos, mas tenho certeza que ela me confirmará o que eu lhe digo.

- Então, eu devo esperar?

- Não, Titus. Claro que não. Pretende dar tempo para que ela fuja de nós?

Parecendo captar o sentido, Titus deixa o quarto com pressa. Eu tento fazer como Titus, abro a boca e sugo todo o ar que eu posso. Lexa se vira para mim e retira as espadas compridas de suas costas que eu não percebi antes que estavam lá. Ela poderia ter me cortado em dois.

- Agora você tem alguns minutos antes que eu saia para me preparar, Clarke.

A voz indiferente de Lexa chega a me machucar e eu quase sufoco no meu orgulho, mas eu não tenho razões para não contar a ela o que está acontecendo.

- Eu fui capturada pelo irmão de Nia nos terrenos próximos de Arkadia. - eu espero que ela pergunte o que eu estive fazendo na floresta sozinha, mas ela apenas continua limpando com o seu manto a lâmina de uma das espadas. - Ele me levou para a Nação do Gelo onde estive com a rainha. Ela me coagiu a matar você em troca de que ela não avançasse contra meu povo que está muito debilitado no momento.

- Eu acho que quem está debilitada é você, Clarke.

Mesmo que o tom de Lexa não tenha soado repreensivo, mas mais como um aviso, inspiro profundamente como se tivesse levado uma joelhada no estômago.

- E o que eu deveria fazer além de tentar proteger o meu povo, Lexa?

- Não passou pela sua cabeça que eu poderia lhe ajudar? Que eu tenho ao meu lado homens e mulheres mais do que suficientes para investir contra Nia?!

- Na realidade, se você não se lembra, eu fui deixada para morrer em Monte Wheater com milhares de pessoas. E se eu me recordo bem era você aquela mulher ido embora com essa força de homens e mulheres.

Lexa passa as mãos pelos cabelos e deixa uma delas em sua testa. Ela parece prestes a explodir.

- Tudo isso por que você não é capaz de engolir seu orgulho. Isso me parece egoísmo. Agora eu tenho que lutar uma luta que não é minha por sua causa.

- Eu não pedi a você qualquer coisa!

De repente me senti com aquele velho ódio que me fez aceitar os planos de Nia.

- Eu também fiz tudo isso por sua causa, Lexa!

- Por minha culpa?! È isso mesmo que você está dizendo, Clarke? Eu posso assumir qualquer culpa por Monte Wheater, mas não por você andar por aí desprotegida.

- Pois isso tem muito a ver com aquele dia.

Lexa parece confusa, então eu preciso continuar.

- Eu te odeio, Lexa. Eu não posso perdoar você por aquele dia. Essa é que é a verdade.

- Não era com isso que seus beijos pareciam.

Senti o meu rosto queimar enquanto eu corava.

- Você não abaixaria a guarda de outra maneira.

Se Lexa corasse, ela deveria estar que nem um tomate selvagem diante de mim.

- Esse bate e rebate não vai nos levar a nada, Clarke. Já estou com meus preparativos em curso para dar a Nia o que ela merece. - Lexa moveu-se alguns passos para mais perto de mim e quando eu pensava que estaríamos novamente de frente uma para outra, ela sentou-se a beira da cama. - Sabe o que me magoa em tudo isso? Você ter pensado em levar isso adiante enquanto eu estava propondo fazer do seu povo, meu povo.

Eu odeio ver Lexa vulnerável. Não estou preparada para ver o seu lado humano. Tendo que conviver tanto com seu lado prático de líder, eu nunca tive tempo para me sentar e me questionar sobre os sentimentos dela. E de repente lá está ela, me dizendo que eu a magoei. È muito duro ter que lidar com isso.

- Eu já lhe disse. Foi pelo meu povo. - sussurro, ainda de pé ao lado das janelas.

- Eu faria qualquer coisa pelo meu povo, Clarke, menos algo que envolvesse afligir você.

- Mas você já fez.

- Não, não fiz. Diferente de você, naquele momento, eu lhe deixei por confiar em você. Quando você confiou que eu faria a coisa certa?

Naquele dia, eu achava que a coisa certa era você estar ao meu lado, penso, mas não digo por que cansei de brigar com Lexa.

- Você não precisa lutar uma batalha que não é sua, como você diz. - assinalo, interessada em tomar as rédeas da situação que criei. - Deixe que eu vá.

- Eu me comprometi, Clarke. Não posso simplesmente fugir do meu dever agora com todos achando que eu sou uma fraca que sucumbi diante do primeiro obstáculo. Além do mais, Nia me provoca a muito tempo.

Relembro aquele dia em que Lexa me contara que Nia havia matado a sua namorada, por falta de palavra melhor. E eu sei que ela quer se vingar por um assunto muito mais profundo do que eu e nada do que eu diga fará com que ela volte atrás. Dentro de mim, eu me resoluto ao fato de que nada me impedirá de estar com ela amanhã, durante sua luta com Nia.

- Apesar disso que aconteceu hoje, tudo que eu lhe prometi ainda está de pé. Depois do que acontecer amanhã, se eu viver e Nia cair, você vai para Arkadia falar com seu povo sobre o acordo.

Quase pergunto "e se isso não acontecer?", mas não desejo ser uma fonte de pessimismo a essa altura. As coisas vão se resolver de uma maneira ou de outra.

A comandante se ergue, coloca a espada de volta no alforje, e olha para mim por trás de seus olhos mascarados com tinta negra. Ela parece decidida, feroz, uma guerreira. E ainda assim cansada de todo esse fardo. Quero lhe dizer qualquer coisa, alguma coisa que faça essa cruz em seus ombros parecer menor, mas não encontro nada bom o bastante, então continuo em silêncio. Com seus olhos nos meus olhos, sem nada daquele significado que parecia nos mover uma para a outra, ela se vira e vai embora mais uma vez.

( Palavras da autora: as bichinhas só deixam uma a outra todas as vezes :( )



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