1. Spirit Fanfics >
  2. Sky Ascending >
  3. Capítulo 13: Vingança

História Sky Ascending - Capítulo 13: Vingança


Escrita por: suzannaclimaco9

Capítulo 13 - Capítulo 13: Vingança


A tensão se dissipa de meu cérebro imediatamente ao fim das palavras de Lexa. Ela está viva! Nada mais que um orgulho palpável me preenche as feições. Nunca pensei que depois de tudo ainda pudesse vir a ter sentimentos positivos em relação a ela.

A multidão começa a se dispersar de volta a seus afazeres e meus olhos estão na figura da comandante. Ela está chamando alguns de seus homens para segurarem a rainha que muito provavelmente estava tentando escapar pelos fundos. Em poucos segundos eu os perco de vista. Pensando em voltar ao edifício onde estive, eu olho ao redor procurando por uma rota menos trafegada.

 Um grupo entre a multidão começa a se afastar para o lado para dar passagem a algumas pessoas. Quando elas emergem e se destacam na beira da arena é com o coração apertado que eu os reconheço. Kane e Octavia. Então, eles receberam minha mensagem, aquela que eu deixei nos destroços da nossa queda a dias atrás. Faz tanto tempo que eu havia me esquecido disso completamente, engolfada pelos acontecimentos que se sucederam.

Eles não conseguem me ver do outro lado, mas suas cabeças disparam de um lado ao outro e tenho certeza de que estão me procurando.

- Octavia! Kane! - eu grito.

Octavia é a primeira a me detectar e ela segura o braço de Kane e ele me percebe também. Eles começam a caminhar em minha direção e para que não tenham que cruzar todo o caminho até mim sigo em direção a eles. Não antes de ver a poça de sangue negro deixada por Ontari e aquilo me causa arrepios. 

- Clarke, você está bem? 

Octavia enlaça os braços em meu pescoço e me sinto sufocar enquanto nos abraçamos desajeitadamente.

- Completamente. Vocês acabam de chegar?

Kane sorri para mim e bate afetuosamente em meu ombro. Ele parece um tanto mais magro, mas fora isto ele parece tão normal para mim como antes de eu deixar Arkadia.

- Nesse instante. - responde Kane. Sua expressão é de quem está confuso. - O que houve aqui?

- Lexa estava lutando com Ontari, uma garota da Nação do Gelo. - como eles ainda parecem confusos, continuo. - Um dos 12 clãs. Digamos que ela vinha enfrentando repressão da parte deles e não sei de quantos mais e essa atitude só pareceu razoável. È o jeito deles de consertar as coisas.

- Falando no jeito deles, Clarke, o que você está fazendo aqui depois de tudo? Nós não entendemos nada do seu bilhete. - diz Octavia, um tanto alterada. - Se Lexa está viva devo presumir que seu plano de matá-la falhou?

Posiciono-me entre os dois e mantenho uma mão nas costas de cada um e lhes dou um leve empurrão para indicar que devemos andar e nos levo por um beco menos movimentado agora que a maioria das pessoas se dispersou para longe.

- Nada saiu como deveria. Apenas vamos deixar essa conversa para daqui a pouco. Não quero que ouvidos errados escutem e isso acabe saindo do controle.

Eles se mantêm em silêncio depois disso.

Continuamos a caminhada para o prédio meio tombado onde Lexa vive e eu vou lhes contando sobre como eu havia sido capturada nos arredores de Arkadia. Com certa surpresa, eles me acompanham nos lances de escada, enquanto subimos cada vez mais para o alto. As vezes, Kane me interrompe para perguntar alguma coisa referente a quem vive aqui, como se abastecem ou sobre a Nação do Gelo. Octavia se restringe a olhar de soslaio alguns terra-firmes que passaram por nós.

Por fim, chegamos em meu quarto e sem ver ainda nenhum sinal de Lexa ou Titus, entramos e eu fecho as portas. Eles olham ao redor, depois Octavia encontra um banco para se sentar e Kane continua de pé aguardando que eu contasse todo o resto.

- Então, é isso. Nia me coagiu a matar Lexa para deixar todos vocês em paz e eu apenas não disse isso na carta e quando cheguei aqui estava totalmente focada em executar essa tarefa.

- Mas você não conseguiu. - murmura Octavia com um grau de ódio em suas palavras. Ela odeia Lexa por ter nos abandonado muito mais do que eu. Talvez ela ache que a rainha havia pedido que eu fizesse uma tarefa fácil e boa de mais para ser verdade.

- A verdade é que eu não posso matar alguém dessa maneira. Apenas por matar. 

- Não é muito diferente do que você fez em Monte Whater. - rebate Octavia. - Se você visse o estado em que ficou o pobre Jasper...

- Vamos parar com isso, garotas? Sim?! - intervém Kane. - Entendi que você achou que não houvesse outra opção e, bem, isso é passado agora. O importante é como Lexa se comportou diante disto.

- Obvio que ela não levou isso muito bem, mas também acho que não posso dizer que ela me odeia. Não quando disse que mantém a oferta.

- Oferta? - questiona Kane.

- De nós nos tornarmos o 13° clã.

As palavras parecem pairar visíveis pelo ar. Kane demora para pesca-las, passando a mão pela barba chapiscada de branco e ele parece... mais velho do que me recordo. Então eu lembro da minha mãe, Abby, e me repreendo por não ter perguntando por ela em primeiro lugar.

- Onde está minha mãe? 

- Em Arkádia. Ela está bem, Clarke. - me informa Octavia enquanto brinca com uma faca pequena entre os dedos e é então que eu reparo que ela ainda está trajando as roupas de terra-firme que ela havia adotado desde Lincoln. - Só vamos dizer que ela está de olho nas coisas.

Quero perguntar do que isso se trata, mas Kane parece recobrar os sentidos.

- 13° clã? - pergunta ele, chocado.

- Sim, eu não sei muito sobre isso por que eu só pensava nos meus planos e não cheguei a sentar com Lexa para debatermos isso. Ela apenas me disse que isso nos protegeria dos outros clãs. Isso é o máximo que eu sei.

- Só isso? - ele ainda parece chocado.

- E que nós precisamos nos curvar diante dela e do conselho para homologar o acordo.

Ao ouvir isso, Octavia se encrespa e dá um salto do seu banquinho apontando a faca para mim.

- Eu não vou fazer isso! Nem considere isso possível, Clarke. - ela deve ver o susto em meu olhos por que as sobrancelhas dela unem-se e ela parece muito brava. - Não diga que você aceitou esse acordo. Pelo amor de Deus, Clarke! Eu não vou me ajoelhar para aquela... imunda.

- Eu não aceitei nada. Ela disse que eu poderia ir para casa para falar com todos.

- Ah, agora ela manda em você?! Bem do seu feitio querer tomar as decisões pelos outros, Clarke! - ela parece querer se lançar contra mim, pois Kane entra no caminho dela impedindo sua passagem. - Depois de tudo que ela nos fez, aquela traidora, e você aqui aconchegada nesse antro.

- Chega, Octavia! - ralha Kane.

- Ela precisa ouvir, essa princesinha. Por que você não teve coragem de acabar com ela? Umas palavrinhas no ouvido e o quê mais?! Diga, Clarke!

- Chega, Octavia. - peço calmamente. Ela está fora de controle na tentativa de me deixar envergonhada por uma coisa que eu não fiz. - Eu sei que você não está contente com o modo como Lexa levou as coisas, nem eu tampouco esqueci o que ela fez, mas nós precisamos de apoio nesse momento. Talvez devamos considerar o conselho dela.

- Quer saber?! Eu achei que estava vindo aqui levar você de volta para o nosso povo. Mas vejo que você já criou raízes por aqui. - ela se vira para Kane. - Estou indo embora, Marcus. Não sou obrigada a ver Clarke se enrabichando para o lado de Lexa.

- Octavia, sente um pouco e esfrie a cabeça... - ele começa, mas ela o corta com um balançar de cabeça.

- È minha última palavra. - sentencia Octavia.

Colocado em um impasse, Kane olha para mim em busca de ajuda, embora eu não possa fornecê-la. Apenas continuo fitando os dois. 

- Ela não pode ir sozinha, Clarke. Não com todos aqueles homens rondando o acampamento...

- Quem são esses homens? - pergunto.

- Não sabíamos até você falar da rainha Nia. Agora sei que são homens dela.

Oh não, penso. Ela deve ter deixado seus homens em alerta para o caso de as coisas darem errado. Quero me punir por não ter pensado nisso, por não ter confiado em Lexa antes que fosse tarde. Talvez a única maneira que eu tenha para consertar meus erros é ficando e me comprometendo de alguma maneira.

- Vocês devem voltar. Precisam de toda gente possível. Não posso ir embora sabendo que talvez a nossa única esperança resida aqui, entre os terra-firmes. Kane, por favor, fale disso com os outros e volte para me dar uma resposta.

Kane assenti com a cabeça.

- È o que farei, Clarke. Eu vejo seu ponto. E mesmo que Octavia não diga, ela sabe que as coisas estão realmente se encaminhando para algo feio.

Minha curiosidade se aguça. Quão feia as coisas podem estar? Mas eu não quero saber por que o conhecimento pode acabar me levando antes da hora de volta a Arkadia.

- Vão logo. - oriento.

Tudo que eu quero é que eles saiam para eu ir até Lexa. Kane vem até mim e me abraça brevemente e seus olhos pedem desculpas por Octavia que deixa imediatamente a minha presença. Eu assisto eles irem com o coração na mão. A saudade de Arkadia é maior do que eu pensava. O que eu não daria pelo conforto de um abraço de Abby.

Depois que tenho certeza que eles foram embora e me sinto menos abatida, eu saio do meu quarto em direção ao de Lexa. Chegando lá o encontro completamente vazio. Onde ela poderia estar? Quando volto ao corredor, sou capaz de ouvir murmúrios abafados em uma sala não muito distante que me atrevo a presumir que é o salão do trono. Indo até lá, eu penso brevemente no que estou me metendo. Quando eu vou poder confiar em uma aliança com Lexa? E se em algum ponto ela combinar outra coisa com os líderes dos outros clãs e decidir que o meu povo é descartável como ela fez em Monte Wheater?

Se ela fizer isso, eu nunca serei capaz de não ter um ódio profundo por ela.

No entanto, eu já decidi. Kane vai avisar os outros e juntos vamos decidir se ela merece nossa confiança ou se vamos levar os problemas da nossa maneira. Embora antes disto eu tenha que conversar com Lexa para avaliar melhor as opções. As portas da sala estão fechadas quando eu finalmente chego. Paro um momento para ouvir se há mais gente com ela, como os outros líderes, que não vão gostar muito da minha intromissão.

Mas distinguo apenas a voz cortante de Titus e um pouco da de Lexa.

Me atrevo a empurrar as portas e elas se abrem com um ranger de metal e madeira. Os olhos de ambos estão em mim e sinto-me um pouco instável. Lexa ainda está no traje de combate, a maquiagem de guerra e vergões avermelhados no rosto, mas apenas isso. Continua tão insondável como de costume. Ela parece apenas um pouco chateada com a minha presença.

- Clarke, fico feliz que se junte a nós. - ela me saúda.

- Eu gostaria de falar com você a sós. - peço, consciente da negatividade no semblante de Titus.

- Saia, Titus.

O mentor da comandante balança a cabeça e passa por mim em direção a saída, não antes de me lançar um olhar carregado de ameaças veladas. Suspiro. Vejo Lexa se remexer no trono após as portas serem fechadas.

- Clarke, você irá participar do julgamento de Nia amanhã.

- O quê?! - exclamo, bestificada.

- Sim. Você tirou sangue de mim a pedido de Nia e agora você vai tirar a vida dela por afrontar sua comandante. Jus drein Jus daun. 

Sangue se paga com sangue. Os olhos de Lexa me ferroam, me desafiam a dizer qualquer coisa contrária e ela deseja ver se serei capaz de desacatá-la. Mas estou ciente de quanta negatividade paira sobre nós e eu não quero aumentar isso quando já temos a Nação do Gelo em nosso encalço. Embora eu suponha que isso subjugaria meu suposto poder de Wanheda.

- Eu entendo. - digo, resoluta, por que eu me coloquei nessa situação. - Como vai ser?

- Uma espada bem afiada. - é tudo que ela ousa dizer. - Você veio me dizer alguma coisa, Clarke, então diga.

- Claramente você não me falou muito sobre o meu povo se tornar o 13° clã.

- O que você quer saber?

- Quem está a favor disso além de você? Quão seguro isso será? Se você me trair novamente... - as palavras escapam de uma parte escura dentro de mim.

Lexa eleva um pouco mais o seu queixo e seus lábios se apertam como se eu a tivesse ofendido.

- Eu não vou. - seus olhos parecem culpados por um breve suspiro. - Ninguém além da comandante precisa aprovar nada. Eu sempre tive a última palavra.

- Se fosse assim não existiria um conselho.

- Um conselho existe para que eu saiba o que meu povo precisa e lhes dê isso. Não para que eles tomem decisões que cabem a mim.

- Tudo bem. - respondo, derrotada, antes que isso se  torne outra briga de farpas. - Mas ainda assim eu quero saber o que isso vai nos assegurar.

- Eu pensei que você fosse mais inteligente, Clarke. Bem, estamos falando de segurança, direito de ir e vir, ou seja, paz. Seu povo será o meu povo e ninguém, exceto eu, pode determinar que vocês são perigosos e dignos de sentença.

- Você tem a última palavra. Entendi. Meu povo ficará sabendo da sua oferta. Kane e Octavia estiveram aqui e eles levaram a mensagem.

Uma das mãos de Lexa abana o ar como se ela não quisesse mais falar sobre isso.

- Clarke, você tem de saber que após a sentença de Nia não sabemos como a Nação do Gelo irá se comportar. Por isso, eu sugiro que hoje nós tomemos o primeiro passo para nossa aliança.

A comandante se eleva do trono e desce os pequenos degraus até o patamar onde estou. Ela caminha até mim, sem deixar os meus olhos, misteriosa. De repente, quando está muito perto de mim, sua expressão se abranda como quando eu vi a mulher por trás da fachada e seus pés parecem deslizar e quando estou achando que ela vai tombar para frente, Lexa se ajoelha diante de mim. Ela me observa de baixo e isso parece tremendamente errado. Meus lábios continuam contidos em uma linha, mas por dentro estou bem próxima de fazer alguma coisa como se eu estivesse prestes a fazer uma pergunta importante, mas a mulher diante de mim toma todas as palavras para si.

- Clarke dos Skykru, a poderosa e temida Wanheda, eu prometo a você fazer do seu povo meu povo e levar em consideração o seu bem estar como se fosse o meu. E quando nos tornarmos apenas um clã em volta de uma comandante, eu espero que você possa confiar em mim novamente.

Não sei o que dizer, um tanto considerável de vergonha me assalta.

- Pare com isso, Lexa. - peço.

Estendo as mãos para que ela se erga e ela as recebe para que eu possa alça-la. Quando está de pé, ela passa um segundo de olhos baixos antes de estarmos novamente olho no olho.

- Diga que aceita, Clarke.

Eu penso em todas as vezes que eu tomei decisões sozinha quando deveria ter sido em conjunto, nas palavras de Octavia, sondando meu próprio intimo. Noto culpa em cada entrelinha.

- Não é uma decisão que eu deva tomar sozinha.

Em seguida, eu vejo um muro que tornou-se quase invisível se levantar entre nós novamente.
 

- Eu preciso lhe dizer mais alguma coisa antes de sair. - informo, me lembrando de algo fundamental em nossa discussão.

 

- Estou ouvindo, Clarke.

- Kane me disse que homens da rainha Nia estão circulando perto de Arkadia. Eu não sei exatamente o que eles estão fazendo, se é apenas andando ao redor ou se estão atacando, mas recordo de ele ter dito que as coisas estão para ficar feias.

Lexa olha bem para mim, sem dar pistas em seu semblante, mas algo me diz que nada entre nós vai sair de forma pacífica.

- Agora você deseja minha ajuda?

- Nós não estamos tentando ficar em paz uma com a outra pelo bem dos nossos povos?

A comandante se ergue de seu trono, caminha até meu lado direito e para paralelamente a mim, ao alcance do meu ouvido.

- Vou mandar alguém dar uma olhada. Agora que Nia está presa, eles podem tentar alguma investida. Mas isso não vai durar muito, o meu poder sobre eles, se eu não pensar em uma maneira de trazê-los de volta as minhas graças.

- Eu acredito que você vai encontrar uma maneira, Lexa. Pelo seu povo.

Lexa dá alguns passos para trás para poder olhar em meus olhos e seus lábios estão tão juntos que ela parece a ponto de perder a paciência comigo, mas eu não a culpo. Não tenho conseguido perder uma oportunidade de infernizá-la.

Nosso povo. - ela diz, enfatizando com posse letra por letra. - Isso me lembra que eu e você precisamos participar de uma cerimônia diante do conselho para apresentar minha intenção de nos unir em um acordo. Hoje a noite.

- Eu devo me preparar de forma especial? - questiono com alguma porção de insatisfação e desdém em minha voz.

- Eu gostaria que sim. - ela me provoca. - Vou pedir a alguém para lhe ajudar com isso.

Finalmente, ela se afasta de mim, ouço as portas chacoalharem e abrirem para depois fecharem-se, me selando dentro do salão do trono. Deixo escapar o ar dos meus pulmões e não sei até quando vou suportar esses encontrões irritantes com Lexa. Me relembro que isso é por Abby, Marcus, Bellamy, Raven, Jasper e todo o meu povo. A família vale o esforço. Então, eu deixo a sala para me preparar para a procissão de regras do mundo dos terra-firmes.

°°°

Estou totalmente consciente de cada passo que dou, um nervosismo no pé da barriga, que parece que eu não andei exatamente esta tarde até a sala do trono. Também fico a par de outras pequenas coisas como as tranças disparando do coque na parte detrás da minha cabeça, da maquiagem em tons de preto e verde em minhas pálpebras e em forma de garras em minha bochecha ou do vestido mais longo que eu já usei em toda minha vida.

Há uma música de fundo, de uma melodia profunda, surgindo por trás das paredes como um raio de luz adentrando u  recinto através de uma brecha.

Quando as portas se abrem a minha frente e vejo várias pessoas de cada lado da passagem que abriram para mim, eu me lembro de uma outra cerimônia que raramente era feita na Ark e senti cada um dos meus dedos vazios me trazer de volta a realidade. Era um pensamento estranho para uma hora dessas. Eu definitivamente não estava ali para me unir a Lexa em matrimônio. Estava ali vestida como a poderosa Wanheda que todos falavam, para celebrar uma união de paz, deveres e submissão do meu povo perante a comandante de 12 clãs. Isso estava um pouco longe de ser uma noite de felicidade visto que eu estava prestes a depositar minhas esperanças em uma traidora.

Passei por todas aquelas pessoas, algo em torno de 35 ou 40 delas, e parei de frente para Lexa que estava sobre o patamar da escada. Ela estava absolutamente perfeita em um vestido muito parecido com sua camisola de dormir, com quase nada de maquiagem, apenas suas garras escuras em volta dos olhos como se ela tivesse chorado sobre o corpo de um inimigo. Aquele ser deslumbrante olhou para mim e me senti pequena, ínfima, descartável.

Por alguma razão que eu desconheço, sei que agora é a hora de devolver o gesto que Lexa fez mais cedo comigo quando estávamos a sós, então eu ajoelho sobre uma perna e me ergo para encontrá-la com uma expressão quase contente.  Mas meu deslumbre não dura muito mais depois que eu viro as costas a ela para olhar a nossa plateia.

- Estamos reunidos nesta noite para que eu pudesse lhes informar o meu desejo e o da Wanheda, Clarke, de manter nossos povos unidos em torno de um acordo. Eu propus a ela que os Skykru se tornem o 13° clã e assim possam gozar dos mesmos direitos e deveres do nosso povo. - ela interrompe seu discurso apenas para erguer uma mão em minha direção e me convidar a ficar ao seu lado. Aceitando, eu subo os degraus até estar ao seu lado. - Nós estamos esperando a resposta do restante dos Skykru, mas Clarke está totalmente aberta a possibilidade de que eles venh...

- Nós não aceitamos isso! - alguém grita do meio da plateia.

- Você que está se impondo, mostre-se diante de sua comandante. - comanda Lexa com sua voz naturalmente autoritária.

Um homem surge a nossa frente, vestido em um traje inconfundível da Nação do Gelo.

- Nós da Nação do Gelo, somos contrários a este ato! Os Skykru não são confiáveis e desafiam a nossa ordem. Não aceitamos nos unir e dividir nossas terras com eles! - ele cospe acertando o chão a centímetros dos meus pés.

- Você não tem nenhum direito de atacá-los com seus atos baixos e argumentos não sólidos. Eles tem tanto direito a terras e paz quanto qualquer um de nós. Qualquer um que for contrário a minha decisão siga este homem para fora!  

Um punhado de pessoas se arrasta em direção as portas, murmurando e sussurrando insultos em sua língua nativa. Mas muito mais são os que ficam, então minhas esperanças disso se encaminhar a diante é muito mais forte.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...