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História Sky Forest - A Deeply Love - CHAPTER 29 - THE DAY AFTER


Escrita por: bcosta03

Notas do Autor


Hey Clexinhas,

VOLTEEEEEIIII!

Amores esse capítulo traz uma um POV com uma narrativa em 1ª pessoa. Espero que gostem. Ele é um capítulo importante também e a partir do próximo teremos velhos conhecidos de Arkadia em Polis. Preparem-se.

Nos vemos no final ok?

Boa leitura :)

Capítulo 30 - CHAPTER 29 - THE DAY AFTER


Fanfic / Fanfiction Sky Forest - A Deeply Love - CHAPTER 29 - THE DAY AFTER

POV NARRADOR

            Naquela manhã, inúmeras frechas de luz atravessavam o quarto da Comandante, tocando a pele alva de Clarke. O calor que vinha do sol, ainda brando e calmo, apenas acariciava a pele já quente. Na enorme cama no centro do quarto, os corpos nus ainda extasiados da noite de amor que tiveram estavam emaranhados e adormecidos. Tão unidos que pareciam ser um. As almas se tocavam, demonstrando que o céu e a terra podem se tornar um mesmo parecendo tão inalcançáveis aos olhos do homem.

            Clarke suspirou com a boa sensação. Aos poucos seu corpo foi despertando e quando finalmente sua consciência lembrou-a de onde estava e da noite que tivera, o sorriso brotou em seus lábios tão naturalmente quanto um grão de areia no chão da floresta. Ela estava onde deveria estar. Estava em casa. Nos braços da mulher que amava e que agora ela sabia que também a amava. Os braços fortes de Lexa abraçavam-na pela cintura, puxando-a tão para si que não havia nenhum espaço entre os dois corpos nus. Elas estavam deitadas de lado no centro da cama, as pernas entrelaçadas, os corações batendo em um só compasso.

            As mãos de Clarke arrastaram-se delicadamente até seu ventre e ela permaneceu de olhos fechados. Seu abdômen formigava e as borboletas voavam em seu interior tão vivas quanto cada célula do seu corpo. O calor e a eletricidade que emanavam dos longos dedos de Lexa contra sua pele demonstravam que ela estava em seu enlace. Que pertencia a ela. Ainda assim, Clarke precisava tocá-la. Seus dedos precisavam sentir a pele quente para que ela tivesse certeza que não era um sonho. Que aconteceu. Que elas trocaram juras de amor e se amaram por longas horas até adormecerem de exaustão.

            Que ela estava finalmente feliz.

            Mesmo com todos os problemas ao redor, com os medos e anseios, ela estava feliz como nunca pensou ser, como nunca esperou ser desde que seu pai havia falecido.

            Os dedos de Clarke escorregaram por entre os de Lexa e ainda com os olhos fechados a loira sorriu. Um sorriso largo tomou toda sua face ao passo que seu coração abandonou o ritmo brando e começou a bater ferozmente em seu peito. Institivamente, ao sentir aquele tão familiar toque, Lexa entrelaçou seus dedos nos dela e aproximou mais seus corpos. O toque e a eletricidade entre as mãos, aos poucos, foram despertando a comandante.

            Os longos cílios piscaram algumas vezes lentamente. A claridade que vinha da varanda embaçando o ambiente ao seu redor. O cheiro natural de Clarke invadindo seu ser enquanto seu coração acelerava na medida em que a consciência a trazia de volta ao mundo que era só delas. Os olhos verdes, claros e calmos, aos poucos foram vendo os longos cabelos loiros de sua amada a sua frente. Os ombros nus, a pele alva e quente. Lexa sorriu. E agora era tão fácil sorrir. Ela que passou toda vida aprendendo a ser forte e rígida nunca pensou que se sentiria tão leve apenas sorrindo. A felicidade esvaindo por seus poros enquanto seus lábios beijavam delicadamente o ombro nu de Clarke.

            A loira estremeceu quando sentiu os lábios quentes traçarem com carinho a linha de seus ombros, até subirem pela curva de seu pescoço. Sua pele arrepiou. Cada pelo de seu corpo eriçando lentamente, reagindo ao desejo quase que incontrolável que aqueles lábios lhe proporcionavam. O cheiro de ambas se misturando. Os dedos se apertando sobre o ventre de Clarke. O sexo de Lexa tocando as nádegas alvas de sua amada delicadamente, a cada vez em que a Comandante mordiscava a curva de seu pescoço. Um gemido baixo saiu dos lábios da loira quando a língua quente de Lexa sugou o lóbulo de sua orelha.

            As mãos de Clarke soltaram-se das de Lexa e seus braços penderam para trás, agarrando os cabelos castanhos da mulher pela nuca ao passo que sua cabeça pendia nos ombros dela. As mãos firmes de Lexa que já trataram inúmeras batalhas, já lançaram incontáveis adagas e empunharam diversas espadas deslizaram pelo ventre alvo tão sutilmente, que parecia acariciar a pele como quem acaricia uma pétala de flor. Não havia força. Havia apenas amor. Havia desejo causando arrepios em Clarke conforme a ponta dos dedos de Lexa traçavam linhas imaginárias em seu abdômen e subiam lentamente até seus seios fartos.

            Clarke sentiu o bico de seu seio enrijecer enquanto seu sexo umedeceu, na medida em que os dedos da Comandante contornaram sua auréola e as mãos fortes fecharam juntas em seus seios, apertando-os enquanto a boca da comandante sugava o pescoço da loira e seu corpo remexia-se na cama. A carne de sua nádega sentindo o líquido quente da morena tocar nela, sempre que seu sexo pressionava-a. Lexa apertou os bicos dos seios de Clarke. A loira gemeu, sentindo seu ventre contrair de desejo. Todo seu corpo implorava por Lexa. Pertencia a Lexa. Cada minúscula célula explodindo em tesão por ela.

            - Lexa...

Sussurrou quando a mão da Comandante desceu sem aviso e os longos dedos começaram a massagear o nervo rígido e inchado de Clarke. Lexa podia sentir o clitóris da loira pulsando enquanto o massageava e o líquido quente umedecia o ato, tornando-o mais prazeroso. A morena roçava seu sexo nas nádegas da loira e quando Clarke apertou seus cabelos com força, ela deixou dois dedos escorregarem por entre os lábios úmidos de seu sexo, penetrando sua entrada quente e convidativa.

O desejo percorria ambos os corpos como ondas avassaladoras que limitam o tempo e o espaço. Os corações batiam descompassados e acelerados, a respiração ofegante e os gemidos sôfregos que escapavam pelos lábios entreabertos davam o tom de luxúria necessário para inebriar o mundo delas.

- Você é tão gostosa Clarke... Seu gosto é tão bom.

A voz rouca de Lexa sussurrou no ouvido de Clarke, que gemeu com mais força enquanto suas nádegas chocavam-se intensamente contra o sexo quente da morena, cada vez mais úmido. Os pés das mulheres começaram a formigar, o ventre de Clarke latejando cada vez que os dedos da Comandante penetravam-se forte e fundo. O som da penetração preenchendo o quarto. O fogo das velas já extinto parecia queimar no interior de seus corpos. Lexa gemeu quando sentiu as paredes vaginais de Clarke mastigar seus dedos rapidamente. Algum tempo depois, os corpos explodiram juntos em um intenso orgasmo. Lexa empurrou seu sexo uma última vez contra as nádegas de Clarke, sentindo aquela última onda de prazer esvair suas forças. A cabeça da morena relaxou na curva do pescoço da loira, cujo corpo estava mole e praticamente desfalecido sobre a cama.

A Comandante puxu os ombros de Wanheda com cuidado, fazendo-a virar levemente para ela. Lexa sorriu assim que contemplou o rosto de Clarke. O amor crescendo no peito dela, consumindo-a inteiramente. Ela pensou que Clarke era a criatura mais linda da face da terra. As bochechas rosadas e os cabelos bagunçados. Os lábios ainda entreabertos e os olhos azuis perdendo a cor escura aos poucos, para ganhar um tom claro que lembrava o céu da manhã.

Quando os olhares se encontraram pela primeira vez naquela manhã, os tons claro de azul e verde misturaram-se como se fosse um. Lexa sorriu para Clarke e Clarke sorriu para Lexa. Os corpos leves e as almas flutuando juntas num mundo paralelo onde não existia nada além de amor. Lexa acariciou o rosto de Clarke com a ponta dos dedos e viu quando sua Wanheda fechou os olhos curtindo o toque. Ela analisou cada ponto conhecido do rosto dela. As memórias da noite anterior aparecendo em sua mente, uma após uma. Seu corpo falou por si só e quando ela deu por si, seus lábios já estavam unidos ao da loira. As bocas reconheceram-se. A textura e o sabor viciante inebriando ambas. As línguas quentes acariciando-se lentamente, com enorme carinho e cuidado. O beijo era perfeito. Era moldado para elas. Ele durou alguns segundos, minutos, horas... Elas não saberiam dizer. O tempo já não tinha a menor importância.

Quando finalmente os lábios se afastaram, as testas colaram uma na outra e os hálitos quentes se tocaram no espaço entre seus rostos.

- Eu te amo ainda mais Clarke dos que vieram do céu. Lexa disse com a voz baixa e rouca, mas para Clarke soou como a mais linda das melodias.

- Eu te amo também Lexa Kom Triku. Eu acho que sempre amei.

- Você gostaria de caçar comigo hoje? Nós duas e Trimani como quando te encontrei?

Clarke riu. Um riso gostoso e leve. Lexa não entendeu o porquê do riso, mas a expressão feliz de sua amada era contagiante. Ela apenas riu junto, incapaz de fazer qualquer outra coisa.

- Do que está rindo?  

- É que nos livros que meu pai lia para mim, os casais faziam outros tipos de coisa depois que o aconteceu entre nós, acontecia com eles.

- Como o quê?

- Coisas que não são mais possíveis fazer nesse mundo. Como dançar em um baile ou ir ao cinema. Eu vi apenas fotos e ouvi histórias. Mas certamente meu pai iria achar engraçado se quando eu contasse nossa história pra ele dissesse que nós caçamos juntas depois de fazer amor.

Lexa arqueou uma das sobrancelhas. Ela sabia que a cultura de Clarke era muito distinta da sua. Que seus ensinamentos foram baseados em histórias antigas enquanto que seu povo escreveu a própria história. Ainda assim, ela não tinha a menor ideia do que seria cinema, mas pensou que se Clarke ficasse feliz ela podia pedir aos seus guerreiros que fizessem isso para ela.

- Eu posso fazer cinema para você se quiser.

Clarke riu ainda mais. Ela beijou inúmeras vezes a boca rosada e carnuda de sua Heda. A inocência da mulher fazendo-a fofa, mesmo sendo tão mortal em sua veste de guerreira. O coração de Clarke se apaixonou ainda mais por ela, como se fosse possível.

- Você não pode amor.

A palavra saiu naturalmente de seus lábios e Clarke corou ao perceber o que havia dito. No entanto, Lexa nem percebeu. Ela tencionou a mandíbula ao ouvir que não podia fazer algo que agradava sua mulher. Uma expressão de tristeza e inconformidade em seu rosto.

- Eu sou a Heda dos trezes clãs, Clarke. Diga-me como fazer e farei. Farei tudo para você.

- Lexa... – Beijou-lhe novamente os lábios com carinho – Você sabe o que é um cinema?

Lexa negou com a cabeça. Os olhos verdes atentos em Clarke querendo saber sobre o assunto para fazer um cinema para ela.

- Cinema era um local que existia na terra antigamente. Meu pai me mostrou algumas coisas e tínhamos alguns filmes na Arca. Era um prédio grande. Uma construção como essa de Polis. E lá as pessoas se reuniam para ver filmes. Elas comiam e assistiam. Os casais faziam muito isso. Era um programa considerado romântico.

- E o que é filme?

- É uma história contada por imagens. Você não ouve apenas, você vê. Você sente.

- Acho que entendo. Desculpe Clarke. Não posso construir um prédio, mas posso pedir a Naim que conte histórias para você. Ele imita Pauna muito bem. Ou melhor, me imita.

Lexa fez uma expressão convencida referindo-se ao fato de que Naim a comparava com Pauna. Clarke sorriu empurrando o ombro da mulher de leve em protesto. O senso de humor de Lexa sendo algo novo e totalmente cativante para ela.

- Vou adorar ver Naim, mas o que eu quero mesmo é caçar com você.

- Você quer? Lexa sentiu o coração pulsar freneticamente com o largo sorriso no rosto de Clarke.

- Quero. Eu, você e Trimani. É tudo que eu quero.

- Acha que seu pai aprovaria?

Clarke assentiu com a cabeça beijando os lábios da morena novamente.

- Nunca fui tão feliz. Então, sim, ele aprovaria qualquer coisa que fizéssemos juntas. Mas claro que se fossemos caçar Pauna eu ocultaria isso dele.

- Pensei em caçarmos nosso almoço na verdade. Mas, e se antes de caçarmos eu quiser repetir o que aconteceu agora pouco? Os braços fortes da comandante puxaram o corpo nu de Clarke contra o dela.

- Ele também não precisa saber. De qualquer forma eu não deixaria você sair dessa cama sem fazer isso novamente Comandante.

O sorriso rasgou a face de Lexa e tudo que ela pensou em fazer foi beijar Clarke.

Recomeçar e recomeçar.

Amar uma vez mais.

 

POV CLARKE

                       

            A água cristalina e fria imergia meus pés até a altura do tornozelo. As rochas massageavam meu calcanhar conforme eu caminhava no rio. A bela paisagem ao redor me hipnotizou por um momento. O cheiro de água fresca com terra molhada e a essência da floresta ao redor perfumando o ar que pairava sobre mim me fizeram lembrar meu tempo com Lexa na Floresta do Comandante. Havíamos caminhado algum tempo mata adentro até achar o lindo riacho que tinha uma espécie de piscina onde uma cascata calma caía. Por um momento, enquanto observava a bela paisagem pensei em quantos segredos e lugares desconhecidos ao meu povo a terra possuía. Em quanto ainda havia para se ver e sentir.

            A temperatura fria da água em minha pele fazia contraste com o calor da mão de Lexa entrelaçada a minha enquanto caminhávamos. Lexa segurava uma lança em sua outra mão para pescar nossa refeição e tudo em que eu pensava era que esse momento parecia um sonho. Ela havia abdicado de um dia no trono apenas para ficar comigo. Um fim de manhã e uma tarde inteira sendo apenas a minha Lexa. E eu sendo apenas sua Clarke.

            Seus ombros estavam mais relaxados, os cabelos soltos caiam em cachos por suas costas. A tatuagem do braço exposta graças à blusa de alça branca que ela vestia. As calças suspensas até o joelho, assim como as minhas, e os pés descalços. Enquanto observava-a de perfil enxerguei outra pessoa. Aquela que apenas eu conhecia nos nossos momentos noturnos juntas estando agora exposta a luz do dia. Uma mulher como eu, com sonhos e expectativas. Feliz e livre. Sentido a natureza e os batimentos do próprio coração como sua prova de vida.

            Vivendo.

            Nós estávamos vivendo.

            Juntas.

            Apertei meus dedos contra os dela e Lexa virou o rosto em minha direção. Observei o sorriso formando-se em seu rosto lentamente. Ela puxou meu corpo para si e concentrei-me para não tropeçar em uma pedra e cair no rio frio. Meu quadril chocou-se contra o dela e nossos rostos ficaram próximos o bastante para misturar o tom de nossos olhos. Sorri de volta e fechei os olhos para sentir os lábios de Lexa tocarem os meus com um pouco de força e ao mesmo tempo com muita suavidade. Era aquela sensação de deitar em nuvens de veludo. De flutuar. De não pensar no tempo ou em nada que não fosse ela. O selinho longo terminou em seguida e nós sorrimos uma para a outra novamente. A água se partindo e se reconectando entre nossos pés num fluxo tão inquebrável quanto às raízes que nos uniam agora.

            - Você me olha demais Clarke dos que vieram do céu. Lexa sussurrou passando o dedo indicador com suavidade por minha bochecha com a mão livre. A outra ainda segurando a lança de madeira.

            - Você é uma linda pintura. Como posso não te olhar?

Respondi vendo os olhos verdes cristalinos brilharem intensamente. Aquele tom de adoração ali presente. Mas dessa vez suas bochechas coraram num tom rosa bem claro, quase imperceptível e eu me apaixonei de novo por ela. Pela mulher.

- Não mais que você Clarke. Nossos lábios se tocaram novamente e nossas bocas se acariciaram por um tempo. Foi um beijo delicado e cheio de carinho – Venha, vamos caçar. Você lembra como faz?

- Sentir o fluxo do rio aos meus pés e tornar-me um com um rio. Deixar que meu corpo se projete junto com a lança num movimento suave e firme. Bem, acho que lembro sim...

Lexa riu e estendeu-me a lança em silêncio. Peguei-a e andei mais para o fundo do rio sentindo sua presença logo atrás de mim. Fechei meus olhos com as lanças nas mãos. Ouvi os peixes cortarem a água e esbararem em meus pés. A pele escamosa arrastando em minha pele constantemente. Fiquei assim por um tempo até que abri os olhos e observando os movimentos deles projetei a lança junto ao meu corpo. Ela passou perto o bastante para arranhar as barbatanas, mas não o suficiente para perfura-lo. Repeti o movimento algumas vezes e continuei passando apenas perto de caça-los. Suspirei frustrada e senti quase que imediatamente as mãos de Lexa tomando minha cintura por trás de mim. Meu corpo aqueceu de imediato e estremeceu sobre seu toque. Ela pressionou minha cintura com um pouco mais de força. Sua boca colada ao meu ouvido esquerdo. A respiração quente me causando arrepios. Apertei a lança em minhas mãos tentando controlar as inúmeras sensações de estar tão perto dela.

- Você precisa antecipar seu movimento Clarke. Observe-os.

Esforcei-me para olhar para os peixes e esquecer o hálito quente de Lexa em meu ouvido. Respirei fundo e fixei meu olhar no rio.

- Está vendo a correnteza do rio? – Assenti – Veja como eles nadam com ela. Os peixes não vão contra a correnteza eles apenas a seguem. Agora memorize os caminhos do rio Clarke. Eles são iguais em cada ponto. Lexa apontou para frente onde a água batia em uma rocha maior e desviava para a esquerda. Os peixes acompanham o fluxo batendo levemente na rocha e seguindo.

- O caminho não se altera... Murmurei para mim mesma, mais vi quando Lexa assentiu e beijou de leve a cabeça de meu ombro. Meu corpo arrepiou, mas continuei concentrando-me no ponto que ela havia mencionado.

- Agora veja o trajeto do peixe. É um pouco mais lento. Consegue perceber?

Então, após alguns minutos entendi o que Lexa quis dizer. O curso do rio não se alterava. Sempre vindo em ondas fracas, batendo na rocha e seguindo adiante. Os peixes que seguiam aquela correnteza faziam exatamente a mesma coisa, no entanto, a água sempre batia na pedra primeiro e alguns segundos depois o peixe.

- Sim, percebo.

- Tudo que você precisa fazer é antecipar-se ao peixe. Como o rio faz. Torne-se um com o rio. Não observe a velocidade do peixe e sim a da água Clarke. Tente acertar a rocha junto com o rio e quando a lança chegar ao ponto o peixe estará passando lá naquele momento. Antecipe-se ao caminho deles e você caçará facilmente.

Assenti e Lexa se afastou de mim novamente. Fiquei algum tempo observando aquele ponto e então projetei meu corpo e lancei a lança na rocha no exato momento em que água bateu nela. A lança cortou o ar com firmeza e quando atingiu a rocha chocou-se contra o peixe que estava passando. Ouvi o som da madeira perfurando sua carne e caindo na água em seguida. Levei as mãos para o alto e gritei em comemoração. A risada gostosa de Lexa misturou-se ao som da natureza e virei-me para ela ainda com os braços para o alto.

- Você conseguiu Clarke.

Corri por entre a água que estava pouco abaixo dos meus joelhos e joguei meu corpo contra o dela, abraçando-a pelo pescoço. Lexa envolveu minha cintura com seus braços e elevou meu corpo do chão de rochas girando-me com energia. Nós ríamos enquanto o som das ondas e do vento nos cercava.

- Eu consegui! Obrigada! Falei próximo ao seu ouvido.

- Você sempre consegue.

            Meu corpo ainda estava fora do chão quando inclinei minha cabeça para Lexa.

            - Porque você sempre me ensina.

            - O instrutor pode ter a sabedoria, mas é o aprendiz quem a converte em aprendizado. Eu ensino, mas é você quem realiza Clarke. O mérito é todo seu.

            Meus pés tocaram o chão novamente e nossos rostos estavam próximos outra vez.

            - E se eu esquecer alguma coisa?

            - Eu lembro você. - Arrastei meu dedo indicador pela linha da sua mandíbula – Eu bem, me esqueci de algo instrutora.

            - Do que? Lexa sorriu.

            - Do gosto do seu beijo.

            - Você não deveria esquecer-se disso.

            - Deveria se isso significar que você vai me lembrar.

            - Lembrarei você pela eternidade disso Clarke dos que vieram do céu.

            - Gosto quando me chama assim.

            - Chamo porque gosto de lembrar que você veio de lá e que agora ilumina minha vida.

            Então, meu coração disparou tão forte, mais tão forte, que achei que ele pararia a qualquer instante. O verde claro cristalino fitou-me de perto, invadindo minha alma sem pedir licença.

            - Eu amo você.

Foi tudo que consegui dizer, mas que ao mesmo tempo representava tudo que eu sentia no momento. Eu a amava.

- Eu também te amo Clarke.

Lexa tomou meu corpo e minhas pernas entrelaçaram em sua cintura. Ela me beijou profundamente, explorando cada canto da minha boca com sua língua quente. A água cristalina criando um novo fluxo abaixo de nós. Nossos corpos tornando-se um com o rio e com Trimani. Meu coração batia forte enquanto meus dedos entrelaçados entre os cachos castanhos de Lexa faziam um carinho em sua nuca. Ela quebrou o beijo depois de um tempo e ficamos nos olhando em silêncio. Criando nossa própria cor.

- Está com fome? Assenti beijando seu queixo - Eu também. Acho que deveria caçar mais alguns enquanto ascendo a fogueira.

- Como quiser Comandante.

Lexa riu e colocou-me delicadamente ao chão. Deu um selinho carinhoso em meus lábios e saiu do rio para ascender à fogueira. Fiquei observando-a se afastar sabendo que jamais permitiria que partisse outra vez. Meus amigos chegariam na manhã seguinte em Polis com Indra e talvez momentos como esse, em que éramos apenas nós duas ficassem mais raros. Muitas coisas ainda estavam para acontecer, inclusive a luta de Lexa com Ontari que me causava uma enorme angústia no peito sempre que me vinha à mente. Mas ali, enquanto a mulher que eu amava virou o rosto para mim de longe e sorriu, tudo tinha sentido. Eu moveria céus e terra para viver com ela inúmeros momentos como esse. Onde podíamos apenas sentir nosso amor e viver.

Não deixaria que Lexa partisse da minha vida de novo. Não deixaria que os deveres aniquilassem nosso sentimento, porque assim como rio que sempre continuava fluindo, nossos corações sempre voltavam um para o outro. Nossos caminhos sempre se cruzavam. Nossas raízes sempre ficavam mais fortes.

E agora, não podíamos mais sobreviver.

A vida é muito mais que isso.

Nós comemos e ficamos perto da fogueira. Pesquei mais dois peixes sozinha e me sentia saciada. Lexa estava encostada em uma árvore com as pernas abertas e eu estava entre elas. Minha costa repousada em seu peito, minha cabeça deitada em seu ombro. Suas mãos abraçavam minha cintura e minhas repousavam sobre as dela. A tarde estava calma e linda. O dia perfeito caminhando para seu fim, mas nossa jornada juntas estava apenas começando.

- Está nervosa com a chegada do seu povo?

- Um pouco - Lexa beijou minha testa – Mas sei que estará comigo e isso me deixa forte. Segura.

- Estarei sempre com você Clarke. Sempre.

- Promete?

Virei meu rosto para ela, olhando sua beleza angelical e firme de perto. Minha alma foi invadida novamente. A sinceridade brotando em cada pequeno ponto luminoso do verde de seus olhos.

- Prometo.

E quando um novo beijo se iniciou, meu corpo era como o rio, fluindo constantemente para o corpo dela.

Para ela.

Sempre para ela.

Minha Comandante.

             


Notas Finais


E aí como estamos?

Bem meninas, quero dizer que minha vida está bem louca. Mudanças no trabalho e menos tempo ainda pra escrever. Mas Sky Forest continua ok? Jamais vou abandonar a fic. No entanto, provavelmente, teremos atualizações semana sim e semana não. Sempre que eu puder adiantar farei. Tenham paciência e não me abandonem pois não vou abandonar vocês.

Palavra de autora.

Continue comigo no tt writerbru

Beijos e uma ótima semana. Ah estarei num evento gratuito sobre literatura lésbica pela Editora HPM em Ipanema RJ no dia 27/11. Quem quiser me conhecer comenta que respondo com o link do evento.

Até o próximo Clexinhas.


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