História Skyfall - Torture

"Um homem saudável não tortura os . 
         Em geral, é o torturado que se torna o torturador."

-Criminal Minds

POV’s Katherine

   John resolveu me acordar hoje em um horário que até Deus duvida. Ultimamente eu não ando dormindo muito bem, sem contar o fato que ontem eu acordei do nada no meio da noite, completamente assustada por causa de um pesadelo cujo nem me lembro exatamente sobre o que se tratava... Eu já estou a caminho do departamento, John disse que tinha que falar sobre um assunto chato comigo.

   Sophie e eu saímos do carro logo nos despedindo, ela logo seguiu para seu tão amado laboratório, nunca vi alguém gostar tanto do que faz, ela estava apressada demais para o meu gosto, queria chegar o mais rápido possível no laboratório, segundo ela, lá tinha coisas muito importantes a serem feitas, eu não me arrisco nem a tentar entender a cabeça de pessoas anormais como ela.

   Adentrei ao departamento sendo recebida calorosamente por um sorriso vindo de Emmy, a mesma vinha saltitando, mas ela estava com as bochechas avermelhadas demais para ser apenas empolgação, em um dos cursos que eu fiz em Londres, eu aprendi a decifrar certas expressões, e a dela era de quem estava tentando disfarçar uma merda que foi feita.

– Oi, Kath minha lindinha! – Falou em um tom tão doce que eu seria capaz de vomitar se não estivesse tão desconfiada.

– Oi... Calma, você matou alguém? – Perguntei em tom de brincadeira, mas eu sabia que Emmy tinha feito algo de errado, aquele gnomo não era assim tão doce constantemente.

– Eu? que não, Katherine!... Eu sou quase um anjo, só me faltam as azas, John queria falar com você, você sabia? – Ela falou me puxando pelo braço, tudo bem que eu não seja a maior mulher do mundo, mas Emmy era muito baixa, se eu não a conhecesse eu jugaria ela facilmente como uma adolescente louca, e vê-la me puxando pelo braço se tornou uma cena bem engraçada, não só pra mim quanto para todas as pessoas que estavam ali, pois era possível ver muitos segurando a risada, infelizmente eu não consigo fazer isso, e soltei uma baita gargalhada. –Se eu fosse você eu pararia de rir, daqui a pouco você vai começar é a chorar. – Falou fazendo com que eu me perguntasse o que John queria comigo.

   Seguimos até a sala de John que estava aberta. John já nos aguardava, e quando seus olhos alcançaram o meu suas bochechas se ruborizaram em uma quantidade que eu jugaria impossível para alguém como John.

– O que você quer John? – Falei tentando não deixar minha curiosidade e ansiedade transparecer de mais em minhas palavras.

– Bem... Você se lembra do Justin, né? –Eu afirmei revirando os olhos com aquela pergunta idiota vinda de John. – Então, ele meio que estava com seu carro ontem e... e ele foi perseguido, até atiraram nele, um dos tiros acertou de raspão no braço, um dos caras que estava fazendo isso morreu, e outro está inconsciente no hospital... – A cada palavra dita por John eu podia jurar sentir meu coração está quase saindo pela boca.

– E ele está bem? – Falei, logo sendo respondida por John.

– Sim, o tiro só pegou de raspão, só legou alguns pontos. – Ele me respondeu, só então eu notei que ele falava de Justin.

–Não estou falando de Justin, eu estou falando do meu carro. –o tom confuso foi presente em minha voz.

– Ah, ata é que eu achei que você estivesse falando do Bieber. – Falou coçando a cabeça e desviando o olhar. –Bem, era sobre isso que eu queria falar com você... Seu caro foi atingido três vezes, e foi mandado para o concerto, mas o departamento já mandou um carro, o problema é que eles não quiseram mandar dois carros, portanto você e Justin terão que dividir o mesmo carro, o que eu creio que será um problema.

– Meu Deus, e porque não mataram o Justin? Teria me poupado o trabalho! – Falei brava saindo da sala.

POV’s Justin

   Eu estava jogado no sofá quando ouvi meu celular tocar, e vi o nome de John brilhar no visor, eu estava com muita preguiça de atender o celular, meu braço ainda doida um pouco, mas eu sabia que John continuaria me perturbando se eu não atendesse logo.

– O que foi John? – Falei com a voz entediada, e isso era perceptível facilmente.

– Achei que você viria trabalhar hoje, mas acho que seu ferimento foi grave demais pra isso... – John estava me provocando e isso estava na cara, era mais que obvio o que ele estava fazendo.

–Cala a boca! E fala logo o que você quer. –Falei em um tom meio brincalhão porem eu ainda continuava entediado.

– Não é nada... Mas Katherine está uma fera com o que aconteceu com o carro, e eu só queria saber se você ainda estava vivo?! – John parecia um pouco desconfortável.

– Sim, John! Eu estou bem, e mande Katherine ir se foder... Ou melhor, deixe que eu faça isso pessoalmente, eu não aguento mais ficar em casa mesmo. – Falei, vendo a hipótese de ir ao departamento crescer na minha mente.

–Tem certeza? Eu não recomendaria isso... Quando digo que ela está brava, eu quero dizer que ela está quase cuspindo fogo, eu não ameaçaria chegar perto dela nem tão cedo. –Falou, em tom brincalhão. –Sem contar que você ainda está ferido, eu diria que ala colocaria sal na sua ferida com muita facilidade no momento.

– Não me importo com a Stewart... Digamos que eu só queria ir ai para conversar com uma certa pessoa, essa pessoa me deve muitíssimas explicações. – Falei sutil e sugestivamente, mas acho que isso passou despercebido por John que murmurou algo que não entendi muito bem.

– Ok, se quiser vir, venha! Até logo, Bieber! –John disse rápido, e antes dele desligar, eu posso jurar que ouvi a voz de Emmy.

   Saltei do sofá indo em direção as escadas, sentindo meu braço pulsar por causa da força que eu fiz, eu não me importava muito com isso, na mina cabeça era que em breve eu estaria frente a frente com Jack, e ele ia ter que me contar tudo que ele sabia, e o que não sabia também.

   Entrei no banheiro, prometendo para mim mesmo que eu não demoraria, eu desejava mais que nunca olhar pra cara daquele Jack, tomei um banho, sai e me vesti com uma blusa grande uma calça folgada, peguei meus tênis e logo os calcei, eu tinha passado o dia todo comendo, porque ontem a noite Emmy trouxe algumas coisas pra cá ontem.

   Chamei um taxi e pedi para que seguisse rapidamente para o departamento policial, eu via as ruas passarem rapidamente diante dos meus olhos, e era assustador a forma como isso acontecia. Logo eu senti o carro estacionar e eu desci dele indo em direção a entrada principal, eu não me dei ao luxo de olhar ou cumprimentar alguém, fui diretamente para a sala de John.

   Adentre a porta da sala de John, e só então me dei conta de que Emmy chorava, John mantinha a expressão séria, Emmy olhou pra mim enxugando as lágrimas rapidamente, depois deu um sorriso amarelo.

– Desculpe ter entrado sem bater... Eu vou esperar lá fora. – Disse me virando pra John, que só percebeu que eu estava lá quando eu falei.

– Não, pode ficar Justin, eu já estou indo... – Emmy disse e saiu rapidamente pela sala, ela permaneceu olhando para o chão, o que me fez notar o quão triste ela estava.

–Diga Justin, o que eu lhe trás aqui? –John fez uma tentativa não muito bem sucedida de aparentar normalidade, sua voz deixava bem claro seu nervosismo.

– Eu só vim conversar com o Jack... A sala de interrogatório está livre? – Perguntei tentando disfarçar.

– Acho que sim, veja com alguma das assistentes... Acho que elas saberão te responder. – John, estava aparentemente preocupado.

– Tudo bem... Até logo. – Falei logo me virando e indo em direção da porta.

   Segui pelo corredor pegando o elevador fui para o andar da sala de interrogatório, quando cheguei à cabine de vidro onde os agentes ficavam observando os interrogatórios, a sala estava vazia.

   Eu saí da cabine e involuntariamente pedi que chamassem Ryan, só então me dando conta de que isso era impossível, e que eu não tinha mais Ryan ao meu lado, pedi para qualquer outra pessoa trazer o Jack, eu me sentei em uma cadeira e fiquei observando as coisas de dentro da cabine. E depois de algum tempo fazendo isso notei Katherine e mais algumas pessoas adentrarem a cabine.

POV’s Katherine

   Eu me sentei o mais longe possível do Bieber, acho que ele nem sequer notou minha presença naquela cabine, após certo tempo a cabine já tinha bastante gente, e nem sinal do Jack entrar na sala, muitos diziam “Ai meu Deus! o Justin que vai interrogar.” eu não conseguia entender toda aquela empolgação.

   Eu estava completamente perdida em meus devaneios quando vi que todos tinham calado a boca, eu olhei para Justin e um sorriso debochado era presente em sua face, só então notei que Jack tinha entrado na sala, e logo vi Justin se levantar, quando ele se virou e me viu, ele arqueou uma das sobrancelhas e veio caminhando até mim.

– Então Stewart... Você vem? – Ele me perguntou mordendo o lábio inferior.

– Vou pra onde, Bieber? – Perguntei um pouco confusa.

– Você quer vir fazer o interrogatório junto comigo? – Ele falou suspirando e umedeceu os lábios.

– Não!... Quer dizer eu estou bem, não quero fazer o interrogatório com você, Bieber... Mas obrigada pela... Oferta?! – Falei tentando entender minhas próprias palavras, mas eu não conseguia entender nada que acontecia ali. Justin estava me tratando bem, e isso me assustava um pouco.

   Ele somente balançou a cabeça em positividade, e depois saiu pela pequena porta que tinha ali na cabine de observação, na sala de interrogatório Jack olhava pela vidraça como se fosse capaz de me ver, ele olhava nos meus olhos, o que me provocou certo medo.

   Justin começou com perguntas simples, mas quando o tal Jack tentou crescer sobre ele, ele começou a se levantar e começou com perguntas mais pesadas, eu não conseguia entender muito bem sobre o que eles falavam era muita informação pra mim.

   Vi que Justin chamou um dos agentes que tinha trago Jack, e logo em seguida o agente saiu, e eu me perguntei o que ele tinha pedido pera o tal agente, o cara deu um leve sorriso antes de sair da sala e aquilo não conseguia sair da minha mente.

   Em cerca de três minutos o agente voltou, com um recipiente que continha água e alguns aparelhos elétricos, eu já tinha visto um daqueles, aquilo era um dos últimos tratamentos utilizado, aquilo era equipamento de tortura, eu não consigo acreditar que Justin vai fazer isso.

   Em pouco tempo eu pude ver Justin puxar os pés de Jack depois coloca-los dentro da água, e aquilo me deixava nervosa, algumas pessoas saíram da cabine assim que viram o que Justin pretendia fazer com Jack, eu me perguntava o porquê de tudo aquilo, chegava a ser patético e doentio. Justin prosseguiu com mais uma pergunta, eu nem sequer a ouvi, meus olhas estavam focados em Jack, o desespero já trasbordava em seu olhar, suas mãos presas à cadeira, tentavam silenciosamente se soltar, o que era completamente impossível, mas tente explicar isso para um cérebro que está em alerta vermelho, que sente o perigo, isso sim é impossível.

   O silêncio vindo de Jack lhe rendeu um choque, sim, Justin havia feito isso, eu senti meu coração saltitar quando o vi tocar aquele aparelho na pele do rapaz, aquilo era sujo, era errado, algumas pessoas que estavam no canto da cabine davam risadas e esbravejavam suas opiniões, seus palpites... Eu sentia minhas mãos e meus pés formigarem, meu consciente me dizia para não fazer nada, para não se envolver, já meu inconsciente berrava para que eu fosse lá e parasse Justin.

   Os gritos de dor ecoavam na minha mente frequentemente, eu me levantei rapidamente da cadeira onde me forçava a ficar sentada, eu não conseguia mais me conter, Justin já tinha passado dos limites há muito tempo, eu perdi a conta de quantos tapas, choques e murros ele deu no Jack, eu sentia raiva por querer intervir em algo que não pertencia a mim, mas eu simplesmente não queria que Justin fosse preso por matar uma “testemunha”.

   Meus instintos traiçoeiros fizeram com que eu adentrasse a sala rapidamente, meus olhos estavam arregalados e a falta de ar se fazia presente, minhas pernas bambeavam descaradamente e eu não conseguia fazer nada, quando notei que eu já estava dentro da sala a um bom tempo, eu criei coragem e respirei fundo me preparando pra ser a durona.

– Justin! Justin, droga! Para com isso. – Minha voz não falhou o que já me deixou redondamente feliz, a firmeza que me forcei a falar aquelas era gigantesca.

– Achei que você não quisesse brincar, Stewart! –Me respondeu com um grito, um sorriso sádico era estridente no canto de seus lábios, aquele sorriso de Justin era novo para mim.

– Por favor, Bieber! Você vai acabar matando ele... Só para! – Tentei ser um pouco mais maleável, tudo que Justin fez foi revirar os olhos e voltar a fazer o que ele fazia antes. Jack estava a poucos segundos da inconsciência e qualquer ser vivo que olhasse para ele naquele momento teria certeza disso, eu não gosto de Jack, mas acho que ele não seja o culpado, e ninguém merece ser torturado até a inconsciência.

– Saia daqui, Stewart! Se você não é forte o suficiente para fazer alguém falar. – Ele falou, e eu pude ver êxito em seu tom de voz, ele estava pensando no que eu tinha dito.

   Eu não precisava de palavras, eu não precisava de pessoas do outro lado do vidro me jugando, tudo que eu precisava era agir, e a única coisa que se passou na minha mente provavelmente não afetaria ninguém a não ser a mim mesma, mesmo assim decidi fazer.

   Me aproximei de Jack sem nem sequer olhar para o lado, quando eu estava próxima o suficiente eu olhei para o Justin, ele não se importou com a minha aproximação, Jack que tentou se movimentar mais uma vez inutilmente, foi atingido por um choque mais uma vez vindo de Justin, e eu não pensei duas vezes, simplesmente toquei no braço de Jack. Eu poço jurar que senti pequenas descargas elétricas pulsarem junto ao meu sangue, meus batimentos cardíacos serem acelerados e meus pés serem puxado com toda magnitude e força para o chão, eu já tinha ouvido falar que quando uma pessoa está levando choque se uma outra toca-la a descarga elétrica aumenta consideravelmente.

   O que para mim foi uma eternidade, deve ter durado alguns segundos ou talvez até mesmo milésimos, mas assim que Justin se dou conta que eu estava sendo eletrocutada juntamente a Jack ele parou, sua aparência era preocupada.

– Você está bem, Katherine?! – Sua voz assustada ecoa em minha mente, eu sentia meus olhos arregalados e meus batimentos cardíacos estavam em toda parte do meu corpo menos no meu peito.

– Eu... Estou. – Minha voz falhou, e eu simplesmente não conseguia me movimentar.

–Venha! – Justin, veio de forma robusta em minha direção, me puxando de forma que eu voltasse a andar, ou eu reaprendia a andar ou eu dava de cara no chão.

   Justin me puxou rapidamente para fora sala, o corredor estava vazio e ele não teve pudor algum em me jogar na parede fortemente, eu senti o impacto forte das minhas costas contra a parede, e só então reparei que todos os meus músculos doíam.

– POR QUE VOCÊ FEZ AQUILO, DROGA?! – A voz de Justin em um tom rouco e alto me assustava.

– Porque eu quis, Bieber! – Minha tentativa de gritar falhou.

– Se quisesse morrer era só falar. – Ele falou passando a mão entre os cabelos e andando de um lado para o outro.

– Se quisesse mostrar que era um assassino também podia só falar. –Falei tentando me acalmar.

–Eu não sou um assassino, Stewart! –Deu alguns passos de forma que ficasse próximo demais, Justin estava fora de si, acredito que essa tal perseguição não tenha o feito muito bem.

– Mas ia ser, em poucos minutos aquele cara ia morrer em suas mãos, por sua causa! –Falei, e Justin simplesmente abaixou a cabeça.

– Eu sinto muito... Desde ontem, eu não consigo parar de pensar em tudo que vem acontecendo. – Suas palavras eram sinceras e eu sentia pena dele, deveria estar sendo muito difícil aguentar tudo aquilo.

– Tudo bem. – Falei ríspida e me aprontei para sair, quando eu estava saído do alcance do Justin eu senti uma puxão forte fazendo que eu batesse minhas costas na parede novamente, com tal ação vinda de Justin eu comecei a estapear seu peitoral, contudo Justin simplesmente foi me imprensando mais na parede, talvez em tentativa de me fazer ficar quieta. Ele aproximou seu rosto do meu vagarosamente, e conforme ele ia o fazendo ou fui parando com os tapas, sua boca era a única coisa que meus olhos conseguiam alcançar, suas mãos firmes na minha cintura aquilo fazia com que eu perdesse os sentidos, sua respiração tocando minha face, seu lábios se aproximando sorrateiramente, eu estava pronta para beija-lo, mas...

– Justin! Nós precisamos conversar, agora! – A voz de John fez com que eu empurrasse Justin a um metro de distancia, o que o fez reclamar de dor, provavelmente do tiro que havia levado, eu fingi não ter ouvido, e vou fingir não ter sentido desejo por Justin a alguns segundos atrás...