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História Skyrim: Blades, blood and love - Algumas explicações


Escrita por: olivthay

Capítulo 5 - Algumas explicações


  — Você provavelmente não esperava me ver novamente.

Serana. 

Era realmente a vampira ancestral que a nórdica ajudara dias atrás. O que ela estava fazendo ali? Como chegara ali? Sua perspicácia não estava com força total. Avaliou a mulher por alguns instantes em buscas de sinais de luta (tipo, se você passa anos presa no subterrâneo e volta para casa no meio de uma guerra, por que deixariam você sair com tanta facilidade?), mas suas roupas chiques de uma vampira da corte estavam intactas. O vermelho contrastando no preto e o capuz jogado sobre os ombros. Uma adaga agora estava presa a sua cintura e de trás de sua cabeça despontava um objeto cilindrítico e envolto em material brilhante?... Era papel que ele guardava? 

Morrigan abaixou a Besta lentamente antes que disparasse contra a vampira sem o minimo de consideração á metros de distância. Estava ciente da inquietação que tomou conta de seus colegas caçadores e da ira letal que emanava do capitão Isran. Precisava de tempo para decidir se mentia ou elaborava uma verdade mais encantadora, mas tempo era o que menos tinha. 

— Você conhece esse monstro? — o Capitão esbravejou ainda encarando a vampira com os olhos injetados de raiva — Ela chegou aqui sorrateiramente, dizendo que queria conversar. Conversar. Ora essa! — uma risada sem humor  — E você, Morrigan, desapareceu por quase uma semana!  — Morrigan podia jurar que o corpanzil do homem estava trêmulo de raiva  — Não enviou um relatório sequer e agora uma maldita vampira vem dizer que te conhece? 

A nórdica olhou para os membros do circulo, tinha cerca de 15 caçadores presentes, estavam de costa para ela, concentrado em Serana, mas  pareciam bem tentados à mudar a mira de suas armas para a companheira atrás deles. Sua postura indicava desconfiança, ela podia ouvir as palavras não ditas pairando no ar: "traidora", "entregou nossa localização". Todos os sinais que indicavam que aquilo poderia acabar muito mal para ela.

Ela considerou aquela parte do seu cérebro que adquiria uma calma letal quando entrava em pânico, uma parte instintiva que ditava se sua saída seria pela luta ou pela conversa, poderia ser bem persuasiva se necessário. Quase sempre optava pela violência, era mais rápido e não exigia mentiras. Sem contar que raramente se importava, de fato, com as pessoas com quem trabalhava diariamente. 

Mas ali estava ela, escolhendo sabiamente conversar. 

Conversar nem sempre era fácil como lutar, bem, não é que lutar seja fácil, mas ao menos é sincero. Cada golpe de espada ou dos punhos era para matar, não tinha nada por trás disso, mas palavras eram uma arma problemática porque mostrava possibilidades: ou você se importa com as pessoas que estão ao seu redor e não deseja feri-las, ou você é realmente um mau caráter covarde e deseja enganá-las. E, é claro, não tinha muito desejo de proteger aquelas pessoas, mas simpatizava com a causa delas. 

Pendurando a pesada arma ao lado do corpo e erguendo as mãos num gesto para apaziguar a situação, Morrigan tentou se explicar com seriedade:

—  Sim, eu conheço esta mulher. Mas, — enfatizou rapidamente quando um murmurio de indignação se fez ouvir por parte dos caçadores, mas manteve sua total atenção no capitão   — não temos nada parecido com uma amizade. A encontrei na missão de reconhecimento que você me enviou da última vez que estive aqui, ela era uma prisioneira lá e pediu minha ajuda para chegar até o Castelo Volkihar, tal decisão me deu acesso á informações valiosas que podem ajudar a Dawnguard. — o efeito de suas palavras foi imediato, o próprio Capitão Isran a olhava com um misto de desconfiança e admiração, então ela aproveitou para acrescentar: — Não estou me aliando a vampiros. 

Serana, que permanecera em silêncio durante a tensa interação, ergueu o queixo e comentou:

  — De fato, não está. Eu é que estou me aliando aos inimigos da minha espécie. 

— Impossível! — alguém falou.

— Mentirosa!

— É um golpe!

Morrigan ignorou a todos, estava claro que eles não estavam totalmente certos de como agir uma vez que uma vampira aparentemente inofensiva entrou em sua fortaleza por vontade própria, então também não a atacariam. Sendo assim, dirigiu-se a Serana com incredulidade real:

—  Como você achou esse lugar, afinal? Eu não te falei onde era e não tinha como você me seguir e chegar primeiro que eu.  — os murmúrios estavam parando agora, todos muito curiosos para saber a verdade. Morrigan podia não ser 100% confiável, realmente agira de forma questionável, mas ela tinha uma reputação que não poderia ser ignorada.

O Capitão Isran cruzou os braços sob o peito e sacudiu o queixo.

—  Sua declaração dramática, e possivelmente falsa à parte. Como você chegou aqui?

Serana ignorou o Capitão, a atenção na nórdica quando respondeu:

—  Vocês não são tão discretos como imaginam, algumas moedas para o Alquimista da floresta e a localização vem fácil.  E eu vim porque preciso falar com você. 

A urgência em suas palavras atingiu a nórdica. Precisava ouvir antes de julgar. Voltando-se para o Capitão Isran, Morrigan pediu cuidadosamente:

  — Podemos conversar em outro lugar? Eu sei que não enviei um relatório, mas é porque as informações que consegui não podem ser escritas e enviadas por qualquer mensageiro, nunca se sabe quem pode pegá-las. 

O Capitão a encarou longamente, o peito inflando um pouco antes de olhar de esguelha para os outros caçadores e então de volta para Morrigan.

— Você realmente acha que esse monstro pode estar do nosso lado? 

Serana quem respondeu:

— Acredite, eu preferia não estar aqui. Então se eu vim, é porque tenho algo realmente importante para falar.  — ela olhou em volta normalmente e baixou o tom: — É sobre mim e o Elder Scroll que foi enterrado junto comigo. 

Morrigan não tinha certeza se tinha escutado direito. Nunca tinha visto um Elder Scoll na vida, sequer ouvira muita a respeito deles. Eram pergaminhos difíceis de encontrar, carregavam profecias ou magia que só os mestres poderiam desvendar.

A julgar pelas expressões de choque que cobria os rostos das pessoas presentes, podia-se afirmar que eles também nunca tinham visto um. Mesmo o Capitão parecia abalado.

—  Certo, vocês duas podem me acompanhar. — um olhar duro para os outros indicava que reclamações não seriam bem recebidas — O restante de vocês voltem para as tarefas que faziam antes, assim que eu entender o que está acontecendo informarei a todos.

Um tanto apreensiva, Morrigan seguiu o capitão e a vampira para as escadas que davam na torre de tortura do Forte. 

*

O Capitão Isran era um homem de poucas palavras e muita ação. Então levá-las para a sala de tortura era informação suficiente para que elas soubessem como agir diante dele, assim, Morrigan contou tudo que se lembrava da conversa com Lorde Harkon e sobre a localização do castelo e Serana falou deixou bem claro que não estava muito resistente sobre dar informações sobre a disposição de guardas, entradas e quantidade de vampiros que havia lá dentro. O tom denotava urgência, e ao fim do relato e das perguntas o Capitão se recostou na porta e disse para Serana:

—  Você pode dizer a que veio, mas eu estarei presente. 

Com um dar de ombros sutil a vampira concordou. 

— Certo, o que é tão urgente sobre você e esse pergaminho? - Morrigan perguntou.

Serana sequer piscou em direção ao Capitão quando explicou:

  — A razão pela qual eu estava lá embaixo... é porque eu tinha o Elder Scroll. Aparentemente ele é tudo para o meu pai. — ela mordeu um pouco o lábio e se agitou — A esta altura você já deve ter descoberto que meu pai não é exatamente uma boa pessoa... mesmo para os padrões de vampiros. Mas mesmo ele não foi sempre assim. Houve um tempo... — ela sacudiu a cabeça levemente, parecia custar bastante para admitir aquilo — Ele tropeçou nessa profecia obscura e se perdeu. 

— O que você quer dizer com "se perdeu"?

Serana jogou as mãos para o alto num gesto muito humano de frustração.

— Ele se tornou obcecado. Parecia doente, na verdade. Enfim, a profecia dizia que os vampiros não precisariam mais temer o sol. 

— Eu me lembro de Harkon comentar algo assim, não foi isso que ele me ofereceu? — imitou aspas com os dedos — "ser uma vampira sem estar limitada ao sol", essa parte já se realizou?

— Bem, mais ou menos. Para alguém que se imaginava como uma realeza de vampiro, isso foi sedutor o suficiente, mas ele ainda não conseguiu tudo o que precisava. De qualquer forma, minha mãe e eu não queríamos começar uma guerra com toda a Tamriel, nós tentamos detê-lo e por isso... por isso eu fui selada com o pergaminho. Mas meu pai não vai parar até pegar este pergaminho, então precisamos encontrar uma forma de ler esta língua antiga antes que ele me encontre.

— Se esse pergaminho é a chave... — Morrigan ponderou — então você assumiu um grande risco vindo aqui. 

— Foi um risco, sim. — ela suspirou — Mas algo sobre me dizia que você é confiável o suficiente para que eu te procurasse.  — ela mordeu o lábio e estreitou os olhos  — Espero não estar errada.

Pela primeira vez em anos, Morrigan não sabia ao certo como agir. 

 —  Uh... ahn, não. Você está certa.  — limpou a garganta  — Por onde começamos, então?

  O Capitão Isran, que não parecia comovido com a história de Serana, respondeu:

— Você deve procurar os Sacerdotes Mariposas. Um em particular, Dexion Evicus, costuma viajar por Skyrim. Ele pode ler esse pergaminho e descobrir como parar Harkon. 

  — Ótimo. — Morrigan acenou positivamente para o Capitão — Serana e eu vamos atrás dele enquanto vocês aumentam a proteção do Forte Dawnguard. 

— Também vou mandar alguns caçadores atrás de reforços, não podemos vencer esta batalha sozinhos.

Morrigan olhou para Serana instintivamente. 

— Não. Não podemos. — Serana olhou para ela de forma questionadora, mas a nórdica desviou os olhos — Uh, bem, acredito que agora só nos resta fazer os outros confiarem em você.

Serana quase sorriu.

— Vamos então, eu não sou nada senão persuasiva. 

  

 

   



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