História Slip Of A Night - The Trip

Dois dias depois...

P.O.V Mackenzie White

A mala estava quase pronta, o médico havia autorizado minha viagem para o Canadá, entretanto não poderíamos passar mais do que quatro dias lá, já que ainda teríamos aula. Por sorte, tanto eu quanto Justin conseguimos uma folga de cinco dias mais o final de semana, totalizando sete dias em casa. 

Por mais que eu tivesse achado que minha relação com Bieber ficaria estranha após transarmos, me enganei já que tudo continuava como antes, a diferença agora é que ele sente a liberdade de me beijar quando o convém. Não nego que gosto, mas não quero iludi-lo, dar-lhe esperança de algo que pode não acontecer. 

Na consulta de ontem, Justin perguntou ao doutor se teríamos que evitar algumas posição sexuais, com medo de prejudicar as nossas filhas e ele simplesmente riu, me deixando extremamente constrangida. Entretanto, o médico disse que é uma dúvida muito comum dos pais de primeira viagem, no entanto a maioria das posições podem ser feitas no início da gestação, apenas é necessário ter muito cuidado ao executa-las. Mesmo que o único sexo bom que tive, tenha sido com Bieber, o medo de não o agradar me faz questionar se isso é certo. 

— Está pronta? — Brooke entrou em meu quarto, questionando. 

— Acho que sim. A mala já está cheia. — a respondi.

— Essa viagem de última hora foi até uma boa proposta. — disse sentando-se na cama.

— Por que? — indaguei.

— Bom, é um ótimo momento para você e Bieber se aproximarem. 

— Mas nós já estamos próximos. 

— Sim, mas ele fica com você e com mais meio mundo. — revirou os olhos.

— Ele... Ele tem ficado com outras?

— Não que eu saiba, mas quando acabar essa aposta de vocês, é provável que ele volte a ficar. 

— Pode ser que sim. — fechei a mala.— No entanto, você sabe que não quero ter um relacionamento amoroso com Justin, ele é apenas o pai das minhas filhas.

— Apenas? Isso já é algo extremamente importante, você tem noção de que estão ligados para sempre?

— Sim, mas...

— Mas nada, Kenzie. Vocês tem algo muito importante, mais importante do que qualquer namoro que venham a ter. 

— Eu sei, Brooke! Mas não quero mais falar disso, tudo bem? 

— Como quiser. 

Jogou-se na cama, deitando e fiz o mesmo, me deitei ao seu lado após por a mala no chão. Incaravamos o teto, como se ele fosse a melhor atração daquele quarto, e permanecemos assim por longos minutos, até eu perceber que a atitude inquieta da minha amiga não era normal.

— O que quer me contar? — indaguei, sabendo que havia algo de errado ali. 

— Aconteceu novamente. — contou.

— O que? — perguntei sem entender do que ela falava.

— Nós transamos e ele foi carinhoso.

— Ryan? — levantei rapidamente, levando minha mão até minha boca, surpresa por tal coisa.

— Sim. Ele disse que está gostando de mim. — sentou-se a minha frente, com as pernas cruzadas, em forma de "índio".

— Sério? Caramba! Acho que eu nunca imaginei ver meu primo gostando de alguém.

— Uh, nem eu. 

— Você gosta dele?

— Não que eu esteja apaixonada, mas ele mexeu comigo desde a primeira vez que nos beijamos. 

— Talvez deveria dar-lhe uma oportunidade.

— Estou pensando em fazer isso, pode ser  bom para nós. 

— Irei adorar tê-la como cunhadinha. — sorri. 

— Mas isso irá acabar com as minhas festas e com todos os caras que eu me divirto. — bufou. 

— Pare de pensar nos outros, pense apenas no Ryan. Sei que ele pode faze-la feliz. 

— Eu sei. — respondeu baixinho. 

•••

Horas haviam se passado e Bieber ainda não tinha chegado, o que me fez questionar por alguns segundos onde ele poderia estar. Brooke foi embora assim que Ryan chegou do trabalho, pois ambos ficaram constrangidos com a presença um do outro, o que me fez rir, vendo os dois sem reação. 

Meu primo não gostou muito de saber que eu iria para o Canadá, para passar o dia dos pais com a família de Bieber, entretanto, ele compreendeu que isso é importante tanto para Justin quanto para mim. Outra pessoa que não gostou muito da ideia foi minha mãe, que primeiramente brigou por eu não passar o dia com Will, meu padrasto, que sempre me criou como filha e por eu ir para casa da mulher que me humilhou diante dela. No entanto, após uma longa conversa, conseguimos nos entender e ficou combinado que no próximo feriado eu iria para Nova York. 

Sentada na sala, eu assistia um programa aleatório, o que parecia um reality show de fidelidade, o qual não reparei no nome. Desviando minha atenção da televisão, a direcionei à Ryan que entrou na sala apenas com uma bermuda no corpo. O mesmo parecia atordoado, pensando se deveria ou não me contar algo.

— Conte logo. — proferi quando o mesmo sentou-se ao meu lado.

— Como sabe que tenho algo para dizer?

— Eu o conheço melhor do que qualquer pessoa. 

— Isso é verdade. — suspirou. 

— Conte-me tudo e não esconda-me nada. — brinquei. 

— Você sabe que nunca fui de me apaixonar, nem mesmo quando namorei com a Sienna. 

— Sim, eu sei. Mas onde quer chegar com isso?

— Não sei se posso dizer que estou apaixonado, até porquê, não sei o que é isso. Mas  não consigo parar de pensar na B. 

— B? Brooke? — questionei.

— Sim, a chamo assim. — sorriu.

— Estaria disposto a deixar todas as outras por ela? Porque, sabemos como você é.

— Não sei se conseguiria, mas acho que vale a pena tentar por ela. 

— Se acha isso, arrisque, veja no que vai dar. 

— Obrigado, farei isso. — sorrimos. — Agora mudando de assunto, como estão nossas meninas? — perguntou acaricionando minha barriga.

— Elas estão bem, até que hoje estão mais calmas e não estou sentindo o formigamento diário delas.

— Quero vê-las chutarem logo. 

— Justin também. — sorri lembrando do desejo do loiro.

•••

Durante a noite, Bieber chegou ao apartamento, ele disse que demorou porquê teve que resolver alguns problemas na fraternidade, já que o mesmo estava vendo um lugar próprio para morar e um condomínio próximo a faculdade o interessou. No entanto, ele precisava do dinheiro de entrada do pai. 

Sem enrolar muito, Justin falou que precisávamos ir. Nos despedimos do meu primo e ele pegou minha mala, então seguimos caminho até o seu carro para pegar a sua, já que iríamos de táxi e seu carro ficaria na garagem do prédio. 

•••

A viagem foi tranquila, apesar do meu enjoou quando estávamos para aterrissar. Justin a todo momento perguntava como eu estava me sentindo e se nossas filhas estavam bem, o que me deixou feliz por ver a cada dia o quanto ele se importa com nossas meninas, a Ju e a Gabi. 

A movimentação na minha barriga começou no segundo em que o taxista parou em frente à casa dos avós das minhas filhas. Um arrepio percorreu meu corpo e me questionei se Pattie de fato sentia-se arrependida. 

Talvez fosse coisa da minha cabeça, mas eu não estava preparada para reencontra-la, sentia que ela não estava sendo cem por cento verdadeira. Já Justin, estava animado e dizia a todo momento que sua mãe iria gostar de mim, após me conhecer melhor. 

Ao descermos do carro, Justin pegou as malas e o vi sorrir, animado por voltar para casa. Sem esperar por alguém ou ao menos apertar a campainha, ele abriu a porta e entrou, puxando as malas, enquanto eu andava calmamente atrás do mesmo. 

— Justin, não deveríamos apertar a campainha? — sussurrei para o mesmo.

— Estamos na minha casa, Zie. Não precisamos disso. — disse, segurando em minha mão direita após eu pegar a minha mala, que não estava tão pesada e a arrastar. 

A casa estava silenciosa, eu diria até que vazia, mas ao deixarmos as malas na sala e seguir andando até a cozinha, pude ver que tinha a mãe de Justin e mais duas mulheres no cômodo. 

— Olá família, cheguei! — Justin disse animado, assustando as mulheres. 

— Justin, meu filho. — Pattie correu e jogou-se em seus braços, fazendo nossas mãos (que estavam juntas) se soltarem. 

— Eu também estava com saudades, coroa. — a abraçou mais uma vez, deixando um beijo em sua bochecha. 

— Olá, querida. — sorrindo, ela me cumprimentou com um abraço, enquanto Bieber falava com as outras mulheres. 

— Tia Anne e dona Ângela, essa é Mackenzie, a mãe das minhas filhas.  — ele disse para as duas mulheres, de aparentemente cinquenta e quarenta e cinco anos. — E Zie, essas são as duas mulheres que praticamente me criaram. Dona Ângela trabalha a anos aqui em casa, já tia Anne, começou a uns nove anos atrás.

— É uma prazer finalmente conhece-lá. — dona Ângela disse enquanto me abraçava, sendo seguida por Anne. 

— Seja bem vinda, querida.— foi a vez de Anne dizer. 

— Obrigada. — sorri timidamente. 

Após mais uns dez minutos na cozinha, a avó das minhas filhas nos chamou para ir até a sala. Bieber levou as malas para seu quarto, enquanto ela me fazia companhia. Eu continuava nervosa, com medo dela tentar algo contra mim, no entanto, ela foi extremamente educada.

— Como foi a viagem? Você enjoou? — indagou preocupada.

— Foi tranquila. Enjoei muito pouco. 

— Quando eu estava grávida de Justin, eu enjoei bastante. Mal entrava em um avião e já começava a passar mal. Tive até que adiar várias viagens nos primeiros períodos. — contou sorridente. 

— Essa é de fato a pior parte da gestação. — confessei.

— Como se sente quando as pessoas lhe param na rua e questionam sobre sua barriga? Que por sinal, está muito grande. 

— Hoje em dia, eu acho normal. Quando alguém para e faz carinho ou pergunta de quantos meses estou, mas no início eu odiava.

— Entendo perfeitamente. Acho uma falta de educação estranhos pedindo para acariciar a barriga de grávidas.

— Sim, falta um pouco de consciência. — respondi, sem ter muito o que falar.

— São duas meninas, né? 

— Sim. — concordei com a cabeça. 

— Já escolheram os nomes? — indagou curiosa.

— Gabriella Grace e Julieta Anne. 

— Lindos nomes, parabéns.

— Obrigada. — sorri. 

•••

Umas quatro horas após nossa chegada, estávamos nos arrumando para o jantar de boas vindas dos Bieber's. Enquanto descansavamos no quarto, Justin me contou mais sobre sua família e das senhoras que trabalham em sua casa. Dona Ângela é filha de uma senhora que trabalhou para os pais de Jeremy, assim que ele casou-se com Pattie, ainda adolescente, ela começou a ajudar sua mãe e acabou vindo trabalhar aqui. Já Anne, é mãe de uma amigo de infância de Bieber, quando ela ficou desempregada, virou cozinheiras da casa e desde então, está até hoje. 

Mesmo sem ânimo, fui obrigada a participar do jantar. A avó de minhas filhas, disse que seria uma desfeita com ela, já que havia ajudado a preparar tudo com muito carinho. Justin disse que não teria muitas pessoas, apenas os familiares mais próximos, assim como uns amigos dele que o mesmo não encontrava a muito tempo. 

Ao lado se Justin, usando um vestido preto simples, desci as escadas. Chegando na sala, logo nos deparamos com algumas pessoas. Como seus avós, que foram extremamente fofos e já fizeram vários planos para quandos as crianças nascerem. Assim como suas tias, que estavam animadas com a chegada de novos integrantes a família. Bieber também me apresentou a seus amigos, Christian e Nolan, que ainda não concluíram o curso que fazem aqui para poderem se mudar para a Califórnia. Os mesmos ficaram surpresos por saberem que de fato Justin seria pai, um deles chegou a dizer que achava que ele era estéril, já que nunca havia acontecido um acidente desses. Confesso que fiquei sem graça, pois eles sabiam que não estávamos namorando e que foi consequência de uma noite, diferente de seus parentes, que sem ao menos perguntar, já diziam que fazíamos um belo casal e nossa família seria linda. 

Seguimos para a mesa de jantar, e estranhei por Jeremy ainda não ter aparecido, no entanto, Pattie disse que ele estava a caminho. Justin sentou-se ao meu lado e serviu meu prato com a entrada, uma sopa de legumes, julgo eu pela aparência. 

Todos conversavam animadamente, o clima estava agradável, mesmo que eu não tivesse muito o que falar com as pessoas da mesa. Entretanto, grande maioria me fazia perguntas, sobre tudo, faculdade, família e o mais visível, minha gravidez. Algumas perguntas, era Justin que respondia, como a que todos queriam saber: "Como nos conhecemos." Ele respondia, até ser interrompido por seu pai, que entrou acompanhado de uma morena bonita. 

— Boa noite. — Jeremy saudou a todos sorridente e em uníssono, respondemos. 

— Alexia, quanto tempo, querida. — Pattie praticamente correu até a garota e a abraçou. Olhei ao meu lado e pude ver Justin sério. Por sua cara, comprovei que ele não havia gostado da convidada surpresa. 

— Eu também estava com saudades, madrinha. — a morena respondeu sorridente. E logo depois cumprimentou a todos com um: "Boa noite." 

— Justin, não seja mal educado. Cumprimente a Lexi. — sua mãe o repreendeu. Mesmo sem vontade, ele levantou e andou até a menina, a abraçando desajeitadamente. 

— Olhe Mackenzie, eles não fazem um lindo par? Até hoje fico magoada pelo término deles. Os dois sempre foram tão apaixonados. — ela disse apenas para mim, assim que sentou ao meu lado na mesa.

Estava tudo óbvio. Pattie não queria se redimir, ela queria mostrar a Justin que eu não era a mulher certa para ele, mas sim a Alexia, sua ex namorada, a queridinha de sua mãe. Quando ele voltou a sentar ao meu lado, pude ver a marca do batom vermelho em sua bochecha. 

— Limpa o batom, mais tarde ela provavelmente deixará mais. — sussurrei para Bieber, que me encarou confuso.