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História (SN) Sol Negro - Naruto


Escrita por: anacoliveira8

Notas do Autor


E então, eu voltei depois de algum muito tempo. xD
E ao contrário do que eu mesma pensei, eis que trago um capítulo de Naruto.
Cheio de amor, carinho, desespero, raiva e ressentimento.
Sim, pq o Naruto de SN é aquele mesmo Naruto de sempre que passou anos preso injustamente e não pode realizar seus sonhos por estar nesta prisão ingrata.
Ele ainda se preocupa, mesmo que não pareça muito, com seus amigos e companheiros. Alimenta um amor incondicional por Hinata. E anseia de corpo, coração e alma uma chance de ser feliz como todos os seres. Por que ele teria esse direito roubado? Só porque é de outro plano? Lembre-se, as bijuus não pediram para virem.

Sem mais delongas. Vamos ao texto.

Divirtam-se.

Capítulo 10 - Naruto


Ele olhou pra lua e suspirou. Logo chegaria o dia em que não precisaria drenar a energia de outro ser para poder se manter vivo. Apenas sua essência bastaria. Desse modo, pararia de machucar ele também… Não que se importasse… Mas seria o céu não precisar mais dele para nada. Poder ter ao alcance das mãos a mulher que sempre amou e buscou de modo total e completo. Ser marido e pai dos filhos dela. Sorriu ao pensar nisso e o pequeno peso que sentia no peito se moveu.

Hinata fica simplesmente linda quando dorme. Sentir a sua pele na dele é um carinho inexplicável. Acordar com ela lhe olhando tão doce com suas pérolas é um luxo que nem o mais rico homem pode ter. Amar Hinata faz dele o homem mais feliz do mundo. Só faltava poder dar a ela tudo que merecia. Hinata se mexe novamente no peito dele, parecia estar tendo um sonho não muito bom.

- Hina… - ele chama baixinho fazendo carinho no cabelo dela - Princesa, acorda. É um pesadelo. - num susto ela abriu os olhos, eles estavam enevoados e esbranquiçados.

- A lua sangrenta se aproxima. Logo as bestas de caudas irão terminar de se reunir e se libertar… Mas lembre-se… - ela o olhou - Existem várias formas de liberdade… - um arrepio gelado subiu pela sua espinha e ela fechou os olhos relaxando em seus braços se acalmando e dormindo profundamente.

Ele já havia visto coisas bem estranhas neste e no outro mundo, mas nunca ia se acostumar com a profetiza. Quando Naruto conheceu a alma que agora habita o corpo que atende pelo nome de Hinata, o que mais o assustava era quando ela recebia alguma mensagem ou profetizava algo que iria, com 100% de chances, acontecer. Apesar de viverem agora num mundo moderno, Hyuugas são sempre Hyuugas, assim como Uchihas são sempre Uchihas. Sua amada havia sido criada com o dom da Visão. Mesmo que morresse e renascesse em corpos diferentes, com maior ou menor grau, ela sempre tinha a Visão. E era graças a isso que ele sempre sabia quando agir. Ela sempre lhe avisou quando as coisas iriam acontecer e como elas deveriam correr.

Depois de anos habitando o corpo dos outros, pesquisar com afinco e foco havia virado sua principal habilidade. Hoje, depois de dois mil anos, ele poderia finalmente recriar o ritual que prendia bijuus aos jinchuurikis e libertar as essências e corpos originais. Isso daria a eles a oportunidade que lhes foi roubada, a oportunidade de terem vidas próprias.

É claro que a história que eles contam diz que as bijuus são sanguinárias sem coração… Mas você há de convir que a história é sempre contada pelos vencedores. Desse modo, podemos dizer que nem sempre a versão contada é a verdadeira, mas sim a que eles querem que seja realmente disseminada e acreditada.

Enquanto estava ali, deitado com sua amada nos braços, Naruto começou a lembrar de como era antes e a imaginar como deveria ser. Sentia uma saudade descomunal da mãe e do pai. Não sabia se depois de tanto tempo aqui, eles ainda estariam vivos lá, no outro mundo. Será que o tempo passava igual nos dois lugares? Sentia falta de trabalhar na terra, de sentir o sol na pele, na sua pele de verdade. O vento bagunçando seus cabelos…

Em pensar que quando foi sugado para esse plano era apenas um garoto. Mal tinha completado 20 anos, estava começando a vida adulta. Tinha planos de seguir com o negócio da família, casar, ter filhos… Mas aí, aí tudo foi tirado dele. Porque dentre tantos ele havia sido sugado junto com os outros ele não sabia. O que sabia é que o início de sua vida aqui fora difícil só tendo os amigos-irmãos para se apoiar. E mesmo assim, até isso foi tirado dele quando tiveram que se separar para manter-se a salvo. Hoje ele sabia que deviam ter se mantido unidos, pois unidos eles eram tão fortes que podiam destruir o planeta.

Depois de “envasado”, o que era ruim ficou pior. Não havia mais a comunicação com os irmãos, não conseguia fazer o que queria, e para tudo dependia de um ser estranho que ele começou lentamente a odiar. Ver o mundo pela janela de um prisão era a pior coisa para uma pessoa que primava pela liberdade. Naruto acima de tudo adorava ser livre e ficar preso dentro de outra pessoa só o encheu de ódio pouco a pouco.

Ele não se deu por vencido, no entanto. Estudou seu captor, bolou planos para se libertar e, ao perceber que isso não teria resultado positivo, começou a criar formas para influenciar o verdadeiro dono do corpo. Seu primeiro vaso fora o idealizador do ritual para prender as bijuus. Hagoromo era seu nome. Desse Naruto não conseguiu nada. Porém os homens vivem pouco quando você considera a vida de uma bijuu e Naruto esperou pacientemente pelo jinchuuriki mais fraco de mente.

Assim, alguns anos depois de ter sido preso, ele foi transferido para um vaso de mente fraca. Isso era muito incomum entre o clã Uchiha. Normalmente todos tinham mentes fortes e fechadas. Mas esse novo vaso não. Tinha a mente fraca e propícia a sugestões bem pontuadas de Naruto. E pouco a pouco, o doce menino Uchiha perdeu a autonomia de seu corpo para Naruto.

Naruto passou muito tempo aprimorando a técnica, usando em cada novo vaso em que era colocado e com o tempo, não encontrava resistência, pois aprendera a quebrar os laços do jinchuuriki com seus entes queridos enfraquecendo assim a ligação dele com o mundo material e real. Pouco a pouco, ele foi se fortalecendo dentro do corpo dos próprios jinchuurikis. Aprendeu a drenar energia deles para se tornar “maior” na mente deles.

Porém, Naruto não tinha exatamente um plano, não tinha sequer a vontade verdadeira de se livrar do jinchuuriki, de se tornar livre. Era até cômoda a situação para ele. Foi quando ele a viu pela primeira vez. Ele gostou dela. A pele de porcelana, os olhos de pérolas, os cabelos da mais fina seda negra.

Não demorou muito ele descobriu que ela era de uma família nobre, os Hyuuga. A filha primogênita do líder do clã. Nesse ponto, tudo favorecia Naruto que por fora era um Uchiha, filho do respeitável líder do clã. Hyuugas e Uchihas eram famílias fundadoras da cidade em que ele vivia. Os Hyuuga, entretanto, não haviam se aliado a Hagoromo contra as bijuus sobre o pretexto de que a profetiza havia dito que a ideia do sábio traria ainda mais sofrimento tanto para os estrangeiros como pros nativos.

Os Hyuuga tinham seus próprios problemas para lidar. Segundo as pesquisas de Naruto, de geração em geração se passava o dom da Visão, este dom possibilitava o portador de ver a frente, ver o futuro e molda lo a seu bel prazer. Este poder, porém, trazia muito sofrimento ao clã, pois quando uma nova profetiza nascia, a anterior tinha uma morte horrível. Eles tinham suas próprias lendas, como a volta da profetiza primordial, aquela que tinha o poder inclusive de construir ou destruir dimensões inteiras. Eles esperava essa profetiza há pelo menos 200 anos quando Naruto conheceu sua amada.

Como mandava a etiqueta da época, Naruto cortejou a menina Hyuuga. Conheceu seus pais e sua enorme família. Deu presentes e fez o pedido primeiro ao pai, recebendo a afirmativa, pediu a moça para casar se com ele. A moça ficou feliz e chorosa. Ele fizera o pedido no dia do seu aniversário, dia 27 de dezembro, e planejaram se casar no ano seguinte, em junho. Naruto ainda conseguia lembrar como era sentir toda aquela felicidade pela primeira vez. Se sentia realizado e completo. Porém, no fundo da sua mente, algo o incomodava. Ele só não sabia o que. Com o tempo aprendeu que a moça que era dona do seu coração tinha a Visão e ao invés de ver o Uchiha, sempre viu a ele, Naruto.

Quando Naruto abriu seu coração e contou a ela o que era e como havia ido parar naquela situação, ao invés dela repudiá-lo e pedir para voltar para o pai, não, ela ficou com ele. Amou-o até o fim da sua humana vida enquanto ele, já dentro do novo corpo, via a sua amada definhar até morrer. A morte dela trouxe para Naruto uma nova dor. Uma dor que ele passou a conhecer com intimidade, pois vida após vida, via ela morrer e ele perpetuar.

Com Hinata entre os braços, ele se lembrou da última vida em que havia encontrado sua alma. Ela era uma jovem pintora muito promissora. Seus quadros tinham uma explosão de cores e sentimentos se mesclavam nas telas. Ela era a nova queridinha da alta sociedade, todo novo rico queria ter um quadro dela na sala de estar para se gabar e mostrar. Naruto chegou até ela como todos os outros, através de sua fama e uma exposição. Ele não esperava encontrá-la ali e tão cedo, mas ao fitar os olhos perolados da moça eis que a sensação familiar tomou conta do seu coração.

Daí pra frente, Naruto tornou-se o patrono e amante dela. O privilégio de morrer e nascer de novo em outro corpo traz consigo uma coisa que para Naruto era negativa: o fato de você não lembrar da vida anterior. Não que isso acontecesse com ele. Ele não morria, passava de corpo para corpo. Mas ela, ela morria e nascia, e no novo corpo ela não se lembrava de nada do que eles haviam vivido na anterior. O que fazia com que Naruto tivesse que contar tudo de novo sobre sua condição. Em determinado momento, ele parou de contar.

Com a artista, além do reconhecimento inicial, pela primeira vez Naruto não precisou contar nada. Ela retratava a realidade dele através de seus quadros, e quando ele questionou de onde ela tirava aqueles temas, ela simplesmente disse que era ele quem a inspirava. A vida com a artista foi cheia de emoção. Ela era casada e o marido bem ciumento. Naruto lembrava agora com um sorriso nos lábios da vez que os dois se encontraram numa das exposições e furioso, o marido o acusou de roubar sua esposa.

Não era sempre que eles se encontravam antes dela se envolver com outra pessoa, então, Naruto era compreensivo. Naquela vida, ela não sabia dele. Por isso, ele se sentia em constante corrida. A cada vez que ela morria em seus braços ou ele passava para um corpo novo, ele sentia medo de chegar tarde demais, dela não reconhecê lo, deles se perderem um do outro. A sensação de Naruto era que às vezes era exatamente isso que acontecia. Eles se desencontravam e essa sensação o matava por dentro. Às vezes, tudo que ele queria era poder morrer também e esquecer…

O fato era que ele só poderia morrer se se livrasse dos jinchuurikis. De todos, pois ele achava injusto ele conseguir isso sozinho. Seus irmãos em maior ou menor grau também sofriam com essa maldição. Uma das suas irmãs  sofria com o fato de nunca ser amada, pois eles viam ao vaso, não a ela, mesmo que fosse ela quem controlasse o vaso. Já outro dos irmãos mais dormia que ficava acordado. Cada um a seu modo, buscando uma  forma de escapar da realidade que os deixava tão triste.

Você pode até pensar que era egoísmo ou obsessão a questão deles quererem sua liberdade, mas imagine anos e anos de prisão, mesmo que com o mínimo de liberdade é uma prisão. Mesmo que você tenha filhos, eles nunca parecerão com você pois, sempre terão os genes do corpo que você habita e pior ainda, existia a possibilidade de você ser transferido para o corpo do seu filho. Tudo era muito injusto para os bijuus. Sua liberdade e possibilidade de perpetuar seu nome, ter uma família haviam sido reduzidas para quase zero.

Nem todas as bijuus tiveram a sorte que Naruto teve de se apaixonar. Nisso ele se sentia sortudo. Havia encontrado em meio ao caos, uma coisa que era só dele: o amor por ela e o dela por ele. Nessa vida, ela se chamava Hinata e era uma versão calma, doce e tímida da sua eterna amada. Depois de tanto tempo, Naruto imaginava que conhecia todas as facetas dela. Essa personalidade tímida e fofa era uma das favoritas dele. Ele também gostava da ousada. Ela sempre o surpreendia.

Hinata remexeu  e ele a olhou. Como podia ser tão linda sempre? Dessa vez ele deu sorte, descobriu logo de cara onde Hinata nasceria. É claro, ela nunca nascia muito longe da família principal Hyuuga e ele sabia disso. Por isso, ele sempre se manteve por perto observando todas as ações do clã. Viu quando a família passou de um clã tradicional e fechado, para uma versão mais moderna sendo considerada uma família de prestígio e riquezas que não mais proibia o casamento entre a família primária e secundária, que não mais impunha a antiga ideia de que as mulheres não podiam liderar.

Hoje o pai de Hinata liderava a grande família por ter aptidão e tino para os negócios do clã e ele contava com o irmão gêmeo como braço direito. Eles eram unidos e amigos. Hinata também tinha uma irmã, não gêmea, uma irmã mais nova. Elas eram muito unidas e amigas, assim como o pai e o tio. A família que tinha uma empresa tradicional no ramo de pesca, aceitou que a filha mais velha saísse do padrão e fosse trabalhar com aquilo que realmente a encantava.

Já a mais nova, Hanabi, gostava da coisa, da empresa, de lidar com gente. Ia herdar a empresa quando fosse tempo e seguir adiante com o que o pai erguera. Teria a ajuda pro primo Neji e tudo ficaria bem entre eles, mesmo com Hinata fora do circuito. E Naruto tinha planos para ela. Planos para eles, na verdade. Naruto sonhava com uma família, com filhos parecidos com a morena e com ele. Quem sabe um loiro como ele e outro moreno como a amada.

Sim, ele se permitia em sonhar com uma família com origem nele e nela. Era sua maior ambição. Na sua terra natal, ele nunca se interessara por ninguém. Nunca sequer pensara em formar família. Mas depois dela, e por ela, ele agradecia ter sido arrancado de seus pais. Ele começara a desejar ter uma família sinceramente. No início, achava que ter filhos com o corpo do jinchuuriki iria satisfazê lo, mas essa sensação durou pouco. Logo ele notou que nenhum de seus filhos pareciam com ele. Às vezes, puxavam traços dela, mas em sua maioria eles pareciam com Uchihas.

Com o tempo o desejo de ter filhos seus, realmente seus, aflorou. Passou a evitar ter filhos com ela enquanto estivesse no corpo deles e em algumas encarnações isso maltratou a amada, pois ela queria filhos, fosse com que aparência fosse, pois para ela sempre seriam deles, sempre filhos do amor que existia entre eles.

Hoje, muitos anos depois do primeiro encontro, Naruto sonhava que quando tivessem filhos dessa vez eles seriam minimamente parecidos consigo, seriam seus de verdade e melhor, ele poderia agir mais do que ativamente na educação deles pois, não precisaria fingir ser quem não é.

É verdade que ainda não havia contado a Hinata quem era e o que pretendia fazer. Naruto achava que, às vezes, a ignorância é uma benção. Então, ia manter Hinata assim mais um tempo, o máximo de tempo que conseguisse, pois ele sabia que ela estava sendo avisada pelos amigos que procuravam ajuda que algo sobrenatural estava acontecendo. Não sabia quanto tempo mais podia esconder dela.

Talvez ele conseguisse manter isso nas sombras até acontecer a separação. Ele e Sasuke precisavam se separar para cada um seguir sua vida. Não conseguir suportar a ideia de passar a vida tendo que olhar pra cara de médica de cabelo estranho. Ele queria a sua princesa nos braços e seus filhos correndo pela casa, não mais uma pequena eternidade preso a felicidade dos outros.

No horário de sempre, o relógio dela despertou e ela abriu os olhos, sorrindo ao vê-lo ali ainda. Um pouco mais de carinho assim que acorda não faz mal a ninguém e eles ficaram na cama, namorando, por mais um tempo. Até ela anunciar que precisava levantar ou se atrasaria muito. A contragosto, Naruto a soltou e ela foi para o banheiro enrolada no lençol. Ele apenas sorria. Depois de tudo, ela ainda era tímida para mostrar o corpo nu para ele. Ele levantou e começou a vestir se.

Ele ouvia a voz suave dela o chamar para o banho e cantarolar embaixo do chuveiro, mas se ele fosse para junto dela naquela situação, demoraríam mais. Então, ele optou por esperar no quarto. Ela saiu do banheiro com cheiro de sabonete e a toalha enrolada em torno de si. Com um sorriso tímido e as bochechas coradas, ela começou a se vestir na frente dele, que analisava cada movimento que ela fazia.

“Ah, como ela é linda”, ele pensava. Os olhos azuis passando por toda a extensão do corpo e dos cabelos dela. A cintura fina, o busto farto, as coxas grossas. Hinata era uma beleza incomum. Uma mulher feita para ele. “Nós sentimos quando é assim”, ele pensava, “Quando alguém foi criado para nós”.

Ele viu ela vestir a lingerie, depois uma meia calça escura e uma saia curta, uma blusa comprida de mangas curtas. Assistiu ela pentear os cabelos e arrumar a bolsa. Como ele desejava ver essa cena sempre, todos os dias de manhã. Quando estava pronta, Hinata virou se para ele.

- O que acha? Estou bem? - ela sorriu girando e fazendo a saia rodar.

- Está linda… Mas isso não é muito curto, não? Os homens vão olhar pras suas pernas na sua e eu não estarei com você para deixar claro que é minha. - ela apenas sorriu com as bochechas vermelhas.

- Não se preocupe… - ela estende a mão para ele - Pra isso, a aliança que você me deu serve bem.

- A aliança diz que você tem noivo… Mas não faz eles pararem de olhar. - ela o olhou com o rosto inclinado e se aproximou.

- E você estando lá, ao meu lado, vai fazer eles não olharem? - ela perguntou carinhosa sentando se no colo dele.

- Bem… - ele segurou a cintura dela com uma mão e a outra coçou a nuca - Acho que não…

- Então, não há o que fazer, há? - ele apenas negou com a cabeça e roubou-lhe um beijo - Eu amo você. Não esqueça disso. - ele negou novamente.

- Não vou esquecer nunca. - Naruto soltou um suspiro pesado - Agora vá comer. Eu espero lá fora, na esquina.

- Não sei porque não me deixa apresentá-lo à minha família… - ela falou já meio chateada com aquilo. Era sempre isso… Ele nunca podia se apresentar a outras pessoas. Nem todos podiam vê-lo.

- Não podemos ainda. Juro que logo isso mudará. - ele deu um selinho em Hinata e se levantou obrigando-a a levantar tb.

- Escuto isso há quanto tempo já, Naruto? - ela pôs as mãos na cintura - Meses! - ele ficou triste e ela se arrependeu do modo como falou - Desculpe… - ela se aproximou e pegou nas mãos dele - Sei que você tem problemas com seus irmãos e precisa resolvê los antes de nos assumirmos. É que eu sinto falta de estar com minha família e você todos juntos. Todas as pessoas que são importantes para mim.

- Eu sei, princesa… Estou indo o mais rápido possível. Eu juro… Mas tem coisas que não dependem de mim. - ele falou com o semblante triste.

- Tudo bem. Me desculpe, eu não quis deixar você mal… - ele beija as mãos dela com carinho.

- Tudo o que você deseja é o que eu desejo. - Naruto ergue a cabeça e olha Hinata nos olhos - Ser apresentado ao seu pai e à sua mãe. Conhecer Neji e Hanabi. Sair com você e suas amigas para comer e ver filmes no cinema. Casar com você… - ele falou com os olhos brilhando - Ter filhos com você. - ela suspirou de deleite - É tudo o que eu quero com você. Porque eu quero passar a minha vida ao seu lado, não importa quantos anos serão.

- Serão muitos. Você verá. - ela o puxa pelo pescoço e o beija. Era um beijo apaixonado e entregue tanto da parte dela como da parte dele - Vá. - ela disse ao se afastar - Me espere na esquina. Só vou tomar café.

E assim, Naruto esperou ela sair pela porta para desaparecer e reaparecer na esquina da casa dela. Era exaustivo. Toda vez que vinha ficar com ela, tinha que sumir, esperar por ela noutro ponto. Isso era outra das coisas que deixava Naruto furioso: agir como se fosse proibido os dois estarem juntos, quando era justamente ao contrário. Naruto e Hinata foram feitos para ficarem juntos para sempre.

A irritação passou um pouco quando a viu se aproximar com um sorriso no rosto. Ela entrelaçou os dedos nos dele e juntos foram até o trabalho dela. Hinata se incomodava com muita coisa, mas tinha o dom de fazer as coisas de modo suave. Ela foi o caminho todo falando sobre as coisas que precisava fazer no trabalho e de como suas amigas estavam malucas para ir no shopping a noite, porque haveria uma grande liquidação.

Já ele ia acompanhando toda a conversa dela, vez ou outra dando alguma opinião, mas sempre com um sorriso apaixonado e bobo no rosto. Hinata fazia isso com ele, trazia o meu melhor para fora e expunha para todos. Na portaria do prédio em que ela mantinha o escritório, eles pararam. Ela o abraçou pelo pescoço e eles se beijaram levemente, ao se afastarem ela encostou as testas.

- Hoje a noite ainda nos vemos? - ela perguntou os olhos fechados.

- Sim, farei tudo ao meu alcance. - ela o olhou e sorriu.

- Até mais tarde, então, meu amor. - ela quase, quase sussurrou e Naruto se arrepiou com o que o sorriso dela lhe transmitia.

- Até mais tarde, princesa. - Naruto se afastou ao ouvir passos.

- Ora, não sabia que tinha namorado, Hinata. - um rapaz mais ou menos da idade dela se aproximou. Tinha os olhos tão azuis que pareciam pedras de gelo brilhantes e os cabelos eram brancos.

- Toneri! - Hinata sorriu, mas não se afastou de Naruto - Este é Naruto. Na verdade é mais que meu namorado… - Toneri arqueou a sobrancelha branca e fitou o loiro.

- Muito prazer, me chamo Ootsutsuki Toneri, sou um parente distante da Hinata. - ele estendeu a mão e apertou a de Naruto. No mesmo instante uma corrente elétrica passou entre eles e eles largaram as mãos - Vou subir, Hinata. Esperarei na sua sala. Tenho uma coisa pra lhe mostrar. - ele virou para Naruto e sorriu saindo em seguida. Naruto estreitou os olhos. Não havia gostado de Toneri de cara e ainda teve a questão do choque.

- Hinata… O que ele faz? - perguntou depois de ver Toneri sumir dentro do elevador.

- Ele é editor-geral de uma editora. Lembra do livro sobre das bestas de caudas que te falei? - Naruto assentiu - Bem, ele é o detentor dos direitos autorais. É a única editora que ainda imprimi e vende o livro.

- Ele disse que é teu parente…

- É, acho que podemos dizer isso… A família Hyuuga e a família Ootsutsuki são descendentes da mesma pessoa: Ootsutsuki Hamura. Hamura tinha um irmão: Hagoromo. Hamura teve dois filhos, de cada um deles veio uma família: a Hyuuga e a Ootsutsuki. - ela olhou bem para Naruto e passou a mão no rosto dele - O que foi? Ficou pálido…

- Acho que é fome. - Naruto sorriu sem graça - Não comi ainda. Sabe essas coisas de tradição é muito interessante. Pena eu precisar ir e você também. Depois você me explica melhor? - ele falou ainda sentindo os carinhos dele no seu rosto.

- Claro. - ela se esticou e beijou-lhe os lábios - Eu te espero mais tarde. Amo você. - ela sussurrou sorrindo, o que fez Naruto sorrir de volta.

- Até a noite e também te amo. - eles trocaram um último beijo e Naruto a soltou. Enquanto Hinata sumia pelo elevador, Naruto ficou ali como quem espera. Se sentia tremer e pela primeira vez em anos sentia medo.

Aquele Toneri era perigoso, era o que seu instinto dizia. Um descendente quase direto de Hagoromo e quem diria? Hinata também o era. Talvez daí provinhesse o poder profético de Hinata. Pois Naruto conhecia Hagoromo muito bem, sabia que era um homem muito poderoso. Não era de admirar que o poder dele continuasse vivo em Hinata. Se assim era… Significava que o tal Toneri também tinha algum poder?

De fato Toneri o vira e o tocara. Quando estava com Hinata era como se os dois sumissem debaixo de um lençol de invisibilidade, mas o cara com estranhos olhos azuis os tinha visto. “Vamos assumir que este cara tenha algum tipo de poder”, Naruto pensou, “Será que ele vai me atrapalhar ou vai simplesmente deixar as coisas correrem como devem? Será que ele sabe de algo?”. Inquieto, Naruto voltou para o hospital onde Sasuke e os outros estavam internados.

Ele poderia tentar descobrir algo com Hinata a noite. Por enquanto, tudo que Naruto podia fazer era descansar. Mas antes de se recolher ao interior da mente do Uchiha, ele chamou os outros para uma reunião mental. Neste momento, só os bijuus estavam presentes, pois Naruto fornecia a energia necessária para a reunião.

- Ichibi, Gaara. Nibi, Nii. Sanbi, Yagura. Yonbi, Roshi. Gobi, Han. Rokubi, Utakata. Nanabi, Fuu. Hachibi, Killer Be. Kyuubi, Naruto. - um a um de acordo com o chamado de Naruto eles foram aparecendo.

- O que houve, Naruto? Por que nos chamou aqui? - disse Utakata preocupado.

- Ainda mais sem os jinchuurikis… - Fuu falou preocupada - Você gasta muita energia quando faz isso…

- Tenho bons motivos. - Naruto falou sério - Han, onde você está? Demora a se reunir conosco? - Han, um homem alto com o rosto e o corpo escondidos atrás de uma armadura esquisita pareceu sorrir.

- O velho não vai aguentar muito mais tempo. Logo estarei com vocês.

- Ótimo. - Naruto tomou a frente - Hoje conheci um descendente direto do homem que nos prendeu nessa maldição. - a comoção foi geral - Eu só ainda não sei… - ele aumentou o volume da voz - O que ele pretende. O que sei é que está perto de Hinata, que é o nome da profetiza nessa vida.

- Não podemos deixar ele nos atrapalhar, Naruto. - Gaara se pronunciou - Falta tão pouco!

- E ele não vai. Han. - ele virou se para o irmão de cinco caudas - Apresse-se. Venha logo para a Akatsuki, pois a profetiza também falou comigo e disse que a lua está próxima. Pelos meus cálculos faltam apenas alguns dias. Economizem suas energias até Han chegar. Até lá, deixem esse novo Hagoromo comigo. Afinal, ele está próximo a minha mulher. Não vou deixar que ele estrague nossos planos.

- Foram anos lutando e esperando por esse momento… - Nii falou com o punho fechado - Me recuso a recuar.

- E nós não vamos! - Roshi falou com firmeza - Vamos lutar até o fim.

- O mundo precisa conhecer minha música. Foram anos escrevendo meus raps e minhas rimas perfeitas.

- Você só se preocupa com isso, Bee! - Yagura falou já nervoso.

- Calma. Acalmem-se. - Gaara falou com sua voz calma e fria - Não vamos recuar, não é, Naruto? - ele olhou para o loiro que de todos era o idealizador do plano de libertação deles.

- Sim. Não vamos recuar. Continuem fazendo o que fazer e poupem energia. O homem não vai se meter conosco. Isso eu prometo. - a voz fria e calculista de Naruto pareceu acalmar os outros.

Lentamente, eles foram sumindo um por um. Naruto estava no limite das forças. Manter os nove no mesmo lugar desprendia muita energia. Assim, num piscar de olhos, Naruto estava de novo dentro da mente de Sasuke. Cansado e preocupado, ele se encolheu num canto e ficou quieto. Podia sentir as emoções de Sasuke que parecia feliz. Talvez ele estivesse com a médica. Naruto suspirou e invejou ele.

“Esse idiota não sabe a sorte que tem. Não sabe o que tem nas mãos. Se ele tivesse vivido o que eu vivi não perderia tempo com coisas banais. Ela já é mulher dele, o que falta para eles ficarem realmente juntos?”, Naruto ri amargo, “Ah, é claro… Falta eu sumir. Sou o motivo dele estar internado aqui… Akatsuki… Muito mais do que uma clínica para doentes mentais, mas o nosso refúgio. Aqueles que detém o Gedou Mazou… A estrutura que precisamos para completar nosso ritual com sucesso. Gedou Mazou, as nove bijuus, os nove jinchuurikis. Se juntar isso num mesmo lugar sob a influência da lua vermelha… Teremos todos os elementos para nos libertar. Não importa se os jinchuurikis vão morrer ou não no processo. Nós não pedimos para estar onde estamos, presos dentro de corpos que não nos pertencem.”, Naruto olhou ao redor e viu o que Sasuke via, sentiu o que Sasuke sentia e suspirou.

- Logo, logo vou ter minha princesa nos meus braços. Logo, logo.

E com esse pensamento, sentimento fixo, Naruto fechou os olhos e se permitiu ir para a inconsciência dentro de si mesmo. Lá ele era feliz com Hinata e seus pais estavam presentes para ajudar com os netos. Lá, nos seus sonhos, Naruto era verdadeiramente feliz.


Notas Finais


Um pouquinho mais deles pra vcs.

Vou dedicar esse cap em especial a @Kitsune (Aninha) - por ter sempre pedido por um capítulo de Naruto e eu agora posso presenteá la com ele - e a @Tia-Chan - justamente por ter pedido o inverso xD. @Tia-Chan me fez ver que talvez Naruto esteja sendo mal interpretado por quem lê esse humilde texto. Vamos ver se as opiniões mudam depois de expor o lado dele da história.

Obrigada por ler. E até o próximo cap.

Ah! Antes que eu esqueça. Estou com um projeto novo em parceria com a @Tsuhina-chan, a Desert Rose (https://spiritfanfics.com/historia/desert-rose-7192122). Uma história GaaIno baseada num jogo de whats app. Ela faz a Ino (perfeita por sinal) e eu o Gaara. Bem, é o Gaara, gente, não tem muito o que dizer. Gostou? Então, corre lá e lê. Estamos postando agora. Não é do meu feitio postar duas fics ao mesmo tempo, mas como tô com a @Tsuhina-chan tô mais tranquila.

Agora sim eu posso ir. Beijos!


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