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História Snaky (HIATUS) - I - Bucky


Escrita por: SenhoritaStark

Notas do Autor


Hey, meus amores, como estão? \o/\o/

Só queria dizer que estou muito feliz com o número de favoritos e, especialmente, com os de cometários.
Obrigada, de verdade. \o/\o/
Eu não sou muito boa em me expressar, mas saibam que minha felicidade é verdadeira. Kkkkk

Enfim... depois da parte emocional lá em cima, vamos ao que interessa. Haha
Capítulo novo. Ponto de vista do nosso Winter Soldier. *suspiro*

Boa leitura!

Capítulo 2 - I - Bucky


Fanfic / Fanfiction Snaky (HIATUS) - I - Bucky

OLHEI em volta, mas não foi possível identificar onde eu estava. Tudo estava escuro. Eu não fazia ideia de que lugar era aquele, porém, enquanto continuava recostado a uma parede fria, a umidade fazia meu corpo transpirar. Passei a mão na testa, limpando parte do suor que me incomodava e soltei um leve suspiro.

Foi quando ouvi algo se mover a certa distância. Era como uma respiração entrecortada, mesclada a soluços baixos. Alguém chorava. Semicerrei os olhos e, pelo tempo que eu permanecia na escuridão, consegui enxergar a silhueta de uma pessoa. Ela estava sentada no chão, sobre as pernas e se inclinava para frente, como se sentisse alguma dor. Franzi o cenho diante daquela visão.

Receoso, olhei em volta e tentei ouvir algo além daquilo, constatando que só eu e a pessoa estávamos ali dentro. Sem entender o motivo, caminhei até ela, parando a poucos passos. Foi o suficiente para que me notasse. Imediatamente, o pranto cessou e ela ergueu a cabeça.

Continuei parado, até que quem estava ali se virou para trás. Como se a escuridão não fosse um empecilho, ela se levantou e caminhou em minha direção. Não me afastei quando parou bem em minha frente. Era consideravelmente mais baixa do que eu e seu corpo esguio parecia debilitado, pois fazia esforço para manter-se de pé.

Quando ergueu o rosto para mim, um feixe de luz brilhou sobre seus olhos escuros. Fiquei confuso ao ver a claridade e então percebi que a luminosidade provinha dela própria. Não era algo real, mas um truque mental. Abri a boca para dizer algo, entretanto, ela foi mais rápida.

- Eles eram azuis, lembra? – sua voz saiu macia e carregava um leve sotaque – Mas agora são escuros... escuros como a minha alma.

Sem aviso, ela ergueu uma de suas mãos e encostou o polegar em minha testa. Seu toque, apesar de estarmos num ambiente quente, era incomodamente frio. Por razões desconhecidas, minha respiração se descompassou, como se eu já soubesse o que viria a seguir.

- Sei que se lembra. – ela falou outra vez, um pouco mais alto – E que nunca, nunca irá se esquecer de mim.

Vi em seus olhos meu reflexo. E eu estava apavorado. Tive vontade de correr para longe, mas me lembrei que estávamos num lugar fechado. Ao menos era o que eu achava. Como último recurso, tentei retirar sua mão de minha testa e, para minha surpresa, não consegui me mover. Era como se eu não tivesse mais controle sobre mim mesmo.

Ela riu de meu desespero e senti um calafrio subir por minha espinha. Então ela espalmou seus outros dedos ao lado de minha cabeça e pressionou mais o polegar em minha testa. No mesmo segundo, uma dor excruciante alcançou minha mente. Foi como se uma adaga aquecida no fogo tivesse traspassado meu crânio. Todo meu corpo tremeu violentamente e um grito escapou por meus lábios.

 

Abri os olhos, sobressaltado. Meu peito subia e descia e eu tentava puxar o máximo de ar para meus pulmões. O suor escorria pelo meu corpo, fazendo meus cabelos se grudarem em minha testa e molhando o lençol que me cobria pela metade. Percorri o lugar com meu olhar e então comecei a me acalmar.

Havia sido só um pesadelo. Mais um dos que eu tinha praticamente todas as noites. Naquele, porém, notei algo de diferente. A pessoa que estava comigo. Uma garota. Eu não fazia ideia de quem ela seria, mas algo me dizia que eu a conhecia. Aquilo não poderia ser apenas um sonho ruim.

“- Eles eram azuis, lembra? – sua voz saiu macia e carregava um leve sotaque – Mas agora são escuros... escuros como a minha alma.”

Me lembrei do que ela havia dito quando se aproximou. Mas nada daquilo fazia sentido. Controlei minha respiração e me sentei, colocando os pés para fora do colchão. Ainda era madrugada e tudo continuava escuro. A única coisa que iluminava o pequeno apartamento eram as luzes que vinham de fora. Me levantei e caminhei poucos passos até a pia. O lugar onde eu estava era mínimo, mas suficiente para que eu passasse despercebido.

Abri a torneira e peguei água com as mãos, a jogando em meu rosto. Molhei também minha nuca, me aliviando da sensação de sufocamento. Fechei o registro e permaneci apoiado na borda da pia, pensando nos últimos dois anos. Consegui me lembrar de muitas coisas. No entanto, eu não sabia se aquilo era bom ou ruim. A cada nova descoberta, sentia um peso a mais ser lançando sobre meus ombros.      

“- Sei que se lembra. – ela falou outra vez, um pouco mais alto – E que nunca, nunca irá se esquecer de mim.”

Novamente as palavras da garota do meu sonho voltaram à minha mente. Ela disse que eu nunca a esqueceria. Passei a língua entre os lábios. Eu não precisava de mais uma vítima em minha lista. Se pudesse, mudaria todo o tempo que agi como o Soldado Invernal. Mas eu não podia.

Suspirei pesado e ajeitei minha postura. Caminhei até a geladeira ao lado da pia e peguei um caderno de anotações que estava sobre ela. Por mais que tivesse sido perturbador, eu precisava registrar meu sonho. Talvez fizesse alguma diferença mais para frente.

~o~

 

Ajeitei o boné em minha cabeça. Em seguida, coloquei as luvas para que pudesse esconder meu braço metálico. Eu iria sair para comprar algumas coisas, não poderia ficar o dia todo preso. Comi a primeira coisa que vi pela frente e saí, trancando a porta atrás de mim.

O prédio onde eu ficava estava abandonado a algum tempo, por isso não precisava me manter alerta todo instante. Quando eu saia, porém, as coisas se tornavam outras. Eu observava todos e me afastava rapidamente de qualquer um que fosse suspeito. Por sorte, ainda não havia encontrado problemas.

Desci a escadaria e cheguei até o andar térreo. Mas não fui pela frente, seguindo até uma das saídas de emergência. A que usei dava para o fundo de outros prédios e a movimentação era muito menor. Por isso, quando saí, ninguém me viu.

Segui andando até um discreto mercado e entrei. Peguei algumas coisas necessárias e segui até o caixa. Para conseguir dinheiro, vendi algumas de minhas armas enquanto ainda estava nos Estados Unidos. Não foi difícil encontrar quem estivesse interessado nelas.

Enquanto uma moça embalava os poucos produtos, fitei uma televisão fixada à parede, acima de uma prateleira. Um noticiário matinal transmitia informações sobre o mundo. Nada realmente relevante. Voltei a atenção para a mulher e lhe estendi algumas notas para pagar a compra, então ouvi um nome familiar ser citado pela repórter.

“Onze wankadanos estão entre os mortos durante o confronto entre os Vingadores e um grupo de mercenários em Lagos, Nigéria, no mês passado.” – a repórter dizia enquanto cenas de um prédio em ruínas era mostrado e pessoas eram evacuadas – “Os wakandanos, tradicionalmente reclusos, estavam em uma missão em Lagos quando houve o ataque.”     

Baixei o rosto assim que ouvi a palavra “Vingadores”. Eu sabia muito bem quem eles eram. Sabia que Steve Rogers fazia parte desse grupo. Pareciam estar encrencados, mas não queria mais ouvir, então fiz de tudo para ignorar a continuação da notícia. Peguei minha sacola e, depois de agradecer, saí apressado pela porta de vidro.

Caminhei pela calçada enquanto fitava o chão. Eu não queria me lembrar dele, porém, era impossível. Tudo que havia reunido sobre o Capitão América até aquele dia, provava que realmente havíamos sido próximos. Li no museu dedicado a ele que éramos melhores amigos, até eu ser dado como morto.

Mas Steve era um herói. Lutava a favor das pessoas a qualquer custo. Eu presenciei isso quando estávamos em Washington DC. Quanto a mim, não passava de um assassino. Uma mente manipulada e controlada pela HIDRA por décadas. Matei pessoas, muitas inocentes. Agora que começava a me recordar de cada uma delas, não conseguia me livrar da culpa. Eu não era o tipo de cara que merecia ser amigo do Capitão América.

Fiquei andando sem rumo por um bom tempo, depois fui até uma praça e me sentei num dos bancos. No banco ao lado havia uma garota com um notebook. Pelo volume, pude perceber que ela assistia o mesmo noticiário que eu havia visto na mercearia. A informação era a mesma de antes. Os estragos causados pelos Vingadores em Lagos. A fitei de esguelha, mas ela não parecia ter me notado.

Como se o relato não a interessasse, ela jogou os cabelos castanhos para trás e fechou o aparelho. Em seguida, ela se levantou e atravessou a rua, se misturando entre os outros que caminhavam agitados. Minha mente trabalhava a todo segundo e eu precisava desacelerá-la um pouco. Aqueles poucos instantes de distração foram suficientes para isso. Apesar de tudo, eu ainda era um homem e notar garotas bonitas como aquela não tinha nada de extraordinário.

Perdi as horas enquanto percorria aquela área da cidade. Quando voltei para casa já era bem tarde. Se é que eu poderia chamar aquele lugar de casa. Embora fosse melhor do que não ter para onde ir ou do que voltar a estar nas mãos da HIDRA. Subi a escada sem pressa e tirei a chave do bolso da calça. Destranquei a fechadura e empurrei a porta, entrando e a fechando com o pé. Deixei a sacola sobre o balcão do fogão e fui até a janela. 

Afastei as cortinas para o lado e vi o sol começando a se pôr. Suspirei por mais um dia estar indo embora. Um dia em que eu havia sobrevivido. Larguei o tecido e fui até o armário, tirando uma panela de lá. A coloquei no fogão e peguei a sacola com o que eu tinha comprado. Iria preparar algo para o jantar. Ri abafado com meu pensamento.

- Você não é uma pessoa normal, Bucky. – murmurei para mim mesmo enquanto cortava alguns legumes - Não pode ter uma vida normal.

O breve momento de descontração passou, assim que a veracidade daquelas palavras me acertou como um soco no estômago. Parei o que fazia e soltei o ar pela boca. Eu não era uma pessoa normal. Eu era o assassino mais procurado do mundo. O Soldado Invernal. Aquela era minha sina.

Decidi parar de pensar naqueles assuntos por um segundo. Apertei o cabo da faca com força e me preparei para voltar a cortar uma cebola. Então, ouvi um ruído suspeito do lado de fora, na varanda. Imediatamente, entrei em alerta. Empunhei a faca com a mão normal e caminhei sorrateiramente até a porta que dava lá fora. Segurei a maçaneta e parei por um instante para escutar melhor. Dessa vez, o som de alguém pulando do telhado se fez ouvir. Era leve e sorrateiro, quase inaudível.

Contei mentalmente até três, me preparando para me defender e abri a porta de uma só vez. Passei pela porta com a faca erguida, pronto para acertar quem quer que fosse. Mas não havia ninguém. Baixei a arma, confuso. De repente, senti algo se mover perto de minhas pernas. Olhei para lá e encontrei a última coisa que pensei que veria. Um gato acinzentado se roçava em minha calça. Revirei os olhos.

- Era só o que me faltava. – murmurei

Quando eu falei, o gato soltou um miado, chamando minha atenção. O olhei e ele permanecia sentado, me encarando com aqueles olhos amarelados, que se tornavam maiores à medida que a noite chegava. Sem nada a perder, me abaixei ao seu lado. Automaticamente, ele voltou a passar sua cabeça em meu joelho.

- O que você quer, amigo? Está perdido? – perguntei e ele miou de novo – Não pense que posso ajudá-lo, pois também estou.

Naquele momento, não me importei de conversar com aquele animal. Pelo menos, ele não me julgaria. Acariciei seu pelo e suspirei. Eu estava sozinho. E pretendia continuar assim. Não queria colocar ninguém em perigo e nem me expor a novas ameaças.

Me levantei e olhei para o horizonte alaranjado uma última vez antes de voltar para dentro. Sem convites, o gato me seguiu. Não disse nada e deixei que ele entrasse. Seria melhor tê-lo como companhia do que passar o restante dos meus dias olhando para aquelas quatro paredes.


Notas Finais


E então, o que acharam?
Ficou legal? Rs
Acham que o Bucky vai continuar tranquilo com o novo amiguinho dele? Kkkk

Até o próximo!


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