História Snowing Heavily [Hiatus] - Engasgada

Emily's POV

- Como vai funcionar nossa estratégia? - perguntei a Justin entrando na biblioteca e subindo para o andar superior e sentando em uma das mesas.

- Não tem estratégia, a gente tem que saber como é a pista de snowboard e treinar pelo menos uma semana antes do torneio. - ele se sentou ao meu lado.

Amém, uma coversa civilizada.

- Pelo o que entendi, vamos chegar no Alaska bastante tempo antes do torneio começar. - falei.

Ele olhou pra mesa e pensou enquanto batia repetidamente o dedo indicador.

- Ainda sabe surfar na neve? - perguntou.

- Sim, e você? - perguntei.

- Claro que sei. - disse me olhando com uma sombrancelhas arqueada.

- Ótimo, assim aquele dinheiro vai pro fundo do meu bolso. - disse satisfeita apoiando minha cabeça na palma da minha mão enquanto se sustentava pelo cotovelo que estava sobre a mesa.

- Tem prancha de snowboard? - me perguntou.

- Eu tenho sim. - respondi.

- Que cor que é? - perguntou.

- Azul com um pouco de laranja. - respondi.

- Legal. - ele me respondeu sorridente.

Que essa trégua dure até acabar nosso torneio.

Ele puxou o papel que era nossa lista de coisas a levar.

- Vou ler a lista do que a gente tem que levar. - ele pegou o papel. - Aqui ta falando pra gente levar equipamento de snowboard, você tem?

- Tenho tudo, mas o meu casaco pra neve rasgou. - Respondi.

- Relaxa, tenho dois, eu te empresto um. - me respondeu. - Touca, blusas de mangas cumpridas, cachecóis, e botas.

- Moramos em New York, aqui é frio, óbvio que temos isso. - disse e ele riu de mim.

- Tem razão. - falou. - E tem coisas de higiene pessoal. Só isso mesmo.

- Já sei bem o que levar. - falei por fim.

- Acho que é só isso não é? - perguntou.

- Sim, se me lembrar de algo te aviso. - respondi.

Ele ficou um tempo pensativo e voltou o olhar pra mim.

O sinal tocou e eu pulei com o susto que eu levei.

- Calma. - Justin disse rindo de mim.

- Ha ha ha, chato. - disse rindo.

Nem acredito que fiz isso.

- Eu vou ligar pra Bruna me trazer a mochila. - falei pegando meu telefone e indo direto para o número dela.

- Oi. - Bruna atendeu.

- Bruna, pega minha mochila na sala de biologia, por favor. - pedi.

- Ta bom.

- Fala pra ela pegar a minha. - Justin pediu. Eu desliguei o telefone.

- Opa. - falei irônica. - Desliguei.

- Você é um demônio. - falou sorrindo esperto pra mim.

- Percebeu agora? - perguntei.

- To indo pegar minha mochila. - ele se levantou e saiu sem olhar pra trás.

Eu desci as escadas e encontrei Bruna na porta da biblioteca com a Louise e Julie.

- Bruna! - gritei abraçando ela.

- Menina, meu Deus. - Bruna riu.

- Valeu. - peguei minha mochila da mão dela.

- Vimos Justin saindo da biblioteca. - Louise falou.

- Não é muito importante isso. - falei seca.

- É sim.

- Não é não, e parem com isso, já ta dando agonia. - falei seca.

- Calma, estressada. - Bruna falou me dando a minha mochila.

- Ta. - falei rindo.

Passei a mochila por minhas costas e saí dalí com elas.

Hoje eu não precisava ficar na biblioteca, o Sr.Adams ia encerrar cedo o turno da biblioteca, ia ter uma reunião lá ou coisa do tipo.

Eu me despedi das meninas e subi no ônibus que, por coincidência, eu topei com ele que tinha acabado de parar alí. Coloquei meus fones de ouvido e me desliguei do mundo. Não gostava muito de prestar atenção nas pessoa que estavam a minha volta, eu apenas me sentava a começava a mexer no celular.

Eu conversava com Julie sobre as músicas que eu havia mandado pra ela, eu era muito fã de Twenty One Pilots e acabei viciando nela. Julie era a única que a qualquer segundo que você mandasse mensagem pra ela, ela respondia. Podia estar no meio de um furacão as quatro da manhã, ela ia responder.

"Você conseguiu me viciar neles!" Julie me mandou

"Eles são únicos!" respondi ela.

Foi quando um número desconhecido me mandou mensagem.

"Deixa eu conversar com a Julie em paz"

Eu não sabia quem era, e a foto do perfil era um olho castanho.

"Quem é você, introsado?!" perguntei.

"Falou comigo hoje e já esqueceu?"

"Me poupe, menino!

"O amor da sua vida." me mandou.

Já sei quem é.

"Justin" falei por fim.

"Exato"

"Quem passou meu número?" perguntei.

"Julie"

"Céus! Julie me paga"

"Para de ser chata, Emily. A gente precisa ter contato pra vencer aquele torneio"

" Taaaa beleza." respondo.

"Ótimo"

"Se não se importa, vou descer do ônibus agora." mandei a mensagem e saí do ônibus com meu celular no bolso.

Desci no ponto perto de casa e comecei a andar em direção da mesma. Andei pela calçada sem pegar o celular, apenas com os fones no ouvido escutando minha música.

Meu celular começou e receber uma ligação e eu me atrapalhei no fone pra atender a chamada. Apertei no botão do fone e atendi a ligação.

- Alô. - falei.

- Emily, é o Justin. - a voz dele estava apavorada.

- Justin? O que você quer? - perguntei ainda andando.

- Emily, minha irmã se engasgou com alguma coisa e eu não sei o que fazer. - ele disse apavorado. Ah, sério isso?

- Espera, é verdade isso? - perguntei.

- Emily, a minha irmã ta sufocada com alguma coisa e ta ficando vermelha. - ele falou desesperado, nunca ouvi a voz dele desse jeito.

- Ok, pega ela e coloca deitada de bruços no seu colo e bate nas costa dela. - falei ainda caminhando, mas minha cabeça estava preocupada com a irmã dele que estava angasgada.

- Ok. - ele respondeu. Ouvi uma criança engasgada no fundo.

- Não ta funcionando e ela já ta chorando. - Justin falou. A menina não parava de tossir.

- Coloca a mão acima do umbigo dela e empurra. - falei.

- Vem aqui, Jazzy. - ele chamou a irmã dele. Logo ouvi ela dando uma tossida forte e parando. - Ah, caramba!

- Deu certo? - perguntei.

- Sim, deu certo, ainda bem. - ele falou. - Pronto, não foi nada, Jazzy.

- Ah, Justin, eu achei que ia morrer. - ouvi a voz da garotinha no telefone. Ai meu coração.

Eu sabia que nessa hora ele estava dando um abraço muito forte nela, era meio que automático todo mundo fazer isso depois que salva a irmã quase morrendo engasgada.

- Justin, posso falar com ela? - pedi.

- Ta no volume alto, pode falar com ela. - ele comentou.

- Oi, você ta bem? - perguntei.

- Sim, eu to bem. - ela deu duas tossidas fracas.

- Justin não ta te matando, ta? - perguntei. Ela riu.

- Não, eu me engasguei com uma bala. - me explicou.

- Uma bala que nunca mais eu compro pra você. - Justin falou.

- Para de exagero. - A menina disse.

- Como é seu nome? - perguntei.

- Jazmyn, mas pode me chamar de Jazzy.

- O meu é Emiy. - falei.

- Valeu por me salvar. - ela agradeceu.

- Ei, eu que te salvei. - Justin reclamou.

- Não, você ligou pra ela pra saber como me ajudar. - Jazzy falou.

Eu olhei pra frente, já estava e casa. Abri a cerca que tinha alí em casa e entrei indo direto pra porta de casa. Peguei a chave no vaso de plantas e entrei em casa, tranquei a porta logo depois.

- Mas eu sabia como te salvar. - ele reclamou.

- Você não sabe nem abrir uma lata com um abridor, imagina me salvar. - Jazzy falou e eu ri com isso.

- Concordo, Jazzy. - comentei rindo.

- Agora vão se juntar pra me atacar, é? - Justin perguntou.

- Sim. - Jazzy respondeu junto a mim. Eu estava subindo as escadas para entrar em meu quarto.

- Ok, agora vou desligar pra cuidar da Jazzy. - Justin falou e desligou.

- Cretino, nem me agradeceu. - xinguei Justin rindo.

Apesar da minha implicância com Justin, fiquei feliz que a irmã dele não morreu engasgada.

Eu passei a tarde vendo série se fazer nada e fazendo uma lista mentalmente do que eu ia precisar no Alaska. Tinha uma lista, mas eu não me lembrava dela. Fiquei em dúvida se eu precisaria levar minhas botas pra neve, já que eu nem lembrava onde elas estavam.

Meus pais chegaram logo depois mais ou menos seis da noite. Eu continuei em meu quarto vendo séries sem fazer nada, sempre gostei de ficar fazendo isso, não fazer nada o dia todo.

Perto da hora de dormir, meu celular tocou avisando que tinha uma ligação.

- Alô. - atendi.

- Emily.- era a voz dele.

- Jura? - perguntei com ironia. Justin tirou o dia pra me encher o saco.

- O que ta fazendo? - perguntou.

- Justin, que parte de eu-não-to-nem-aí-pra-você, você não entende? - perguntei.

- A parte de eu-liguei-pra-saber-sobre-a-escola. - respondi.

- Saber o que?

- Amanhã vai ter educação física? - perguntou.

- Pra mim vai, não sei pra você. - falei.

- Vai, a gente faz as mesmas aulas. - ele respondeu.

- Ai que sofrimento. - comentei com um toque de desespero na minha alma. - Vou trocar meu horário.

- Emily, a sua implicância comigo é encantadora. - ele ironizou.

- Ligou só pra saber se ia ter educação física amanhã? - perguntei mudando de assunto.

- Não, sabe o casaco de neve que eu falei que ia te emprestar? - ele perguntou.

- Sim, eu sei.

- Achei ele hoje, vou te entregar amanhã. - Justin falou.

- Que horas vai me entregar? - perguntei.

- Na última aula, na educação física. - respondeu.

- Justin, como vai me entregar isso?

- Entra no vestiário...

- M-masculino? No vestiário masculino? - perguntei alarmada.

- É, no vestiário masculino. Entra lá e me procura.

- Justin, o resto dos garotos não vão se assustar comigo? - ele riu.

- Emily, muitas meninas entram lá pra fazer outras coisas, eles não vão estranhar você. - ele comentou rindo.

- Ai, que nojo, Justin. - comentei.

- Emily, desliga o telefone e vai dormir. - minha mãe falou.

- Mamãe ta brigando? - perguntou irônico.

- Adeus, Justin.

- Até amanhã, estressadinha. - ele desligou o telefone.

Deitei em minha cama e coloquei o celular embaixo do travesseiro.

Eu só quero ver como vai ser amanhã.