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  3. Capítulo 23

História Só Deus sabe o quanto te amo, só Deus sabe! - Capítulo 23


Escrita por: Rileyy

Capítulo 23 - Capítulo 23


Leticia estava sentada em frente a sua mesa com o olhar perdido, pensando em como as coisas tinham chegado naquele ponto em relação a Aurora.  Desde o início tinha tido mal pressentimento sobre aquela segunda personalidade criada por Manuel e a equipe dele. Primeiro o fato de Omar ter se apaixonado por ela vestida de Aurora, depois Fernando descobrindo e isso causou uma briga entre eles, e agora Luigi com a ideia fixa de que ela deveria fazer aquela campanha, tão importante para a Conceitos. Sabia que se Aurora não aceitasse, Luigi se demitiria, e ele parecia não estar fazendo um jogo para conseguir o que queria, ele falava sério e isso era perigoso. Luigi era um excelente diretor, na verdade ele era o melhor que poderiam encontrar na cidade, e nem em sonho poderiam deixar que ele fosse para outra casa produtora. Isso seria o fim para a Conceitos. Primeiro por que perderiam seu melhor diretor e segundo por que causaria repercussão negativa e isso influenciaria para conseguirem novos projetos.

   Realmente não tinha uma escolha. Até tinha, era escolher entre vestir-se de Aurora e topar aquela loucura, ou se negar e perder seu melhor diretor.

   -Lety você esta bem? -Fernando perguntou depois de chamá-la duas vezes e ela não responder.

   -An? Desculpe seu Fernando, eu estava pensando. -Ela respondeu suspirando. 

   -Pensando em que? 

   -Em toda essa situação. Em tudo que a Aurora causou depois que surgiu. -Debruçou a cabeça sobre a mesa. -Estou em um dilema. Se eu aceitar essa proposta absurda do Luigi, corro riscos de ser descoberta e decepcionar meus pais, mas se eu não aceitar, sei que Luigi vai se demitir e talvez jamais encontremos um diretor como ele. -Suspirou. -Tenho que admitir que apesar de caprichoso, exigente e extremamente egocêntrico, Luigi é o melhor.

   -Também odeio admitir isso, mas é verdade. -Sentou-se em frente á ela. -Mas o que pensa em fazer? 

   -Não sei, eu realmente não tenho ideia do que fazer. -Bateu os dedos sobre a mesa. 

   -Podemos matar a Aurora. -Ele sugeriu sério. -Pegamos um corpo qualquer no necrotério e...

   -Ai que horror seu Fernando. -Ela falou rindo. Até naqueles momentos, Fernando conseguia fazê-la rir.

   -Estou brincando. -Disse entre risos.

   -É eu sei. -Debruçou-se sobre a mesa e acaricio o rosto dele. -Obrigada por tudo. -Suspirou ao ver Fernando segurar sua mão e beijar.

   -Não agradeça, sabe que estarei ao seu lado sempre que precisar. -Respondeu de forma carinhosa. -Mas hoje é sexta feira, você tem todo o fim de semana para decidir o que pretende fazer. -Disse dando a volta na mesa e se posicionando atrás de sua cadeira. Lentamente ele deslizou as mãos pelos ombros dela e começou a massagear. Leticia fechou os olhos e sentiu seu corpo inteiro amolecer. -E hoje, nós vamos lá pra minha casa e aproveitar a última noite por lá, já que amanhã estarei me mudando para o apartamento novo. 

   -Ain isso é tão bom. -Lety sussurrou sorrindo. 

   -A mudança? -Fernando não entendeu. 

   -Não! A massagem. -Ela explicou. 

   -Então lá em casa eu termino de fazer, vamos. -A segurou pela mão e a fez se levantar. -E nem adianta dizer que seu pai não vai gostar por que ele nunca gosta mesmo. -Ele brincou pegando a bolsa e entregando a ela.

   -Isso é verdade, mas acho que hoje não deveríamos ir para sua casa.

   -Mas por que não Lety? Sua mãe pode nos ajudar com seu pai. -Ele disse decepcionado.

   -É melhor não. Mas amanhã de manhã cedo, prometo que estarei lá para irmos ao seu novo apartamento e lhe ajudo com tudo que precisar organizar. -Prometeu.

   -Mas eu não queria você lá apenas para me ajudar. -Ele fez biquinho. -Queria aproveitar minha última noite lá, com você. 

   -E que tal se aproveitarmos seu primeiro dia naquele apartamento? -Arqueou as sobrancelhas diversas vezes. -Se eu chegar tarde hoje, ou pior se eu não voltar para casa, amanhã terei problemas com meu pai e sabe que ele consegue ser persuasivo, não sabe? 

   -Esta bem, mas amanhã você vai passar o dia todo comigo. Vai chegar bem cedinho e não vai sair da minha casa até eu dizer que você esta  liberada

   -Nossa Fernando Mendiola, você não acha que esta um pouco mandão de mais? -Ela riu e então o seguiu para o exterior da sala. Chegando perto das mesas do quartel, eles pararam alguns minutos para conversar com as meninas.

   -Boa noite meninas e bom fim de semana. -Lety falou com um sorriso contagiante.

   -Boa noite Lety- Elas responderam se posicionando lado a lado olhando para os dois com sorrisos bobos. 

   -Aproveitem a noite. -Paula Maria falou com malícia e o quartel riu. 

   -Obrigada meninas, vocês ja podem ir para casa, estão dispensadas por hoje. -Fernando falou e então de braços dados com Lety, ele se dirigiu ao elevador.

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   -O que acha do sofá aqui? -Fernando perguntou na manhã seguinte, já em seu novo apartamento. Estavam movendo os móveis de lugar, tentando achar a melhor posição para colocá-los. 

   -Não sei, acho que de costas para a porta da sacada, deixando um espaço atrás, ficaria melhor. -Respondeu colocando um vaso de flores sobre a mesa de canto. -Vai colocar uma cortina ai né? 

   -Sim, a mesma que estava em meu quarto. Vamos ver. -Fernando arrastou o sofá colocando na posição em que Leticia havia sugerido. 

   -Agora você coloca o outro bem aqui, de frente para a lareira. -Falou indicando o local -Vai ficar aconchegante e ainda sobrará bastante espaço para circulação. 

   -Tem razão Lety, você é ótima em tudo. -Ele elogiou movendo o outro sofá e percebendo que o conjunto formava um "L". -Olha, um "L" de Leticia. -Brincou. 

   -Ah sim, foi uma mensagem subliminar. -Ela também riu.-Pra você nunca esquecer de mim. 

   -Isso é impossível de acontecer, mas valeu a intenção. -Ele se aproximou dela e a puxou para um beijo. 

   -Impossível você NÃO esquecer de mim? -Provocou.

   -Não sua danadinha. -Fez cocegas nela. -Impossível esquecer você. -A beijou carinhosamente. 

   -Ok, ok... -Ela se afastou. -Temos muita coisa a fazer. Temos os utensílios da cozinha para colocar no lugar, roupas para dobrar e tudo isso para fazer em um único dia. 

   -Nem me fala, já estou cansado só de mover os sofás. -Fernando se sentou pesado no sofá.

   -Ainda bem que a empresa de transporte disponibilizou funcionários para montar os armários da cozinha, imagina se você precisasse fazer isso. -Lety o pegou pela mão e o puxou do sofá. -Vamos seu Fernando, não seja preguiçoso.

   -Esta bem, esta bem. -Fernando concordou levantando desanimado. 

   -Por onde começamos? -Lety perguntou. -Pelo quarto ou pela cozinha?

   -Por onde você quiser. -Ergueu as sobrancelhas seguidas vezes falando com malícia.

   -Por onde começamos a organizar, Fernando Mendiola? -Ela balançou a cabeça em negativa, como se desaprovasse a atitude dele.

   -Ah, é sobre isso... -Suspirou. -Bem, a cozinha vou deixar para a Lupi organizar, então podemos ir para o quarto, o que acha? 

   -Lupi? -Lety se apegou aquele detalhe. 

   -Sim, a Lupi. Por quê? -Ele percebeu a carinha de ciumes. -Ai Lety, a Lupi é a senhora que arruma a casa para mim duas vezes por semana. -Respondeu rindo. 

   -Eu sabia. -Lety se fez de desentendida e cruzou os braços. 

   -Sabia nada, ciumenta. -A puxou para um abraço. -Não se preocupe, ela tem idade pra ser minha mãe. 

   -Não estou preocupada, agora se mexa por que já estou sentindo fome. -Lety falou e então começou a empurrá-lo na direção do quarto.

   Posicionar os móveis do quarto tinha sido a primeira coisa que haviam feito quando os móveis chegaram ao apartamento. Haviam deixado apenas as malas e caixas de roupas para organizar e era a parte mais demorada de toda a organização. Fernando ia separando as roupas que seriam penduradas no cabide enquanto Lety dobrava as que iriam nas prateleiras. O quarto possuía um closet amplo, mas Fernando tinha tantas camisas e ternos que preencheram praticamente todo o espaço. 

   -Essas gravatas vão onde? -Lety perguntou apontando para a pilha de gravatas sobre a cama. 

   -Espera, esta por aqui. -Ele respondeu procurando por algo dentro de uma caixa grande. -Achei. -Respondeu mostrando-lhe uma caixa grande, porém com pouca altura cheia de divisórias. -Separador de gravatas. Vai dentro da gaveta e em cada espaço, cabe uma enrolada. -Lety pegou o divisor das mãos dele e revirou os olhos. -O que foi Lety? -Fernando perguntou.

   -Você tem coisas de mais, não acha um exagero? -Respondeu colocando o separador dentro da gaveta. -Vai me dizer que usa todas essas camisas e esses ternos?

   -Bem, você tem razão.  Não uso todos. -Ele é esses tava abaixado e então se levantou. -Na verdade tem coisas antigas aí que eu não uso há muito tempo.

   -Por que guarda? Poderia doar para ONGs, lar de idosos.

   -A verdade é que acabo me esquecendo. -Foi até os cabides, removeu um terno azul marinho, e mostrou a ela. -Esse por exemplo fazem mais de 5 anos que não uso, mas esta em ótimo estado de conservação.

   -Hoje seria um ótimo dia pra você retirar o que não usa e podemos ir à um lar de idosos e doar. O que acha? -Lety sorria encantadora enquanto falava.

   -Ótima idéia. -Fernando se contagiou com a animação dela.

   Fernando e Leticia se concentraram na tarefa se separar as roupas que ele não mais usaria. Ficaram aproximadamente 1 hora fazendo isso e no final usaram duas caixas grandes para colocar as peças. No fim, as duas caixas estavam totalmente cheias. Eles lacraram com fita e Fernando as empilhou em um canto. O closet ficou com um bom espaço e puderam colocar o resto das coisas de forma mais organizada.

   -Bem melhor. -Ela falou olhando para o trabalho finalizado. -Agora vou pegar roupas de cama limpas e substituir essas. -Falou puxando os lençóis.

   -Calma Lety, você não estava com fome? Podemos ir almoçar e na volta terminamos o que acha? -Ele sugeriu tirando os lençóis das mãos dela.

   -Não esta arrumando desculpas pra deixar isso assim não é? -Perguntou desconfiada.

   -Claro que não Lety.  -Ele riu. -Eu também estou com fome. Não tomei café da manhã e desde que acordei, não parei um minuto. -Segurou as mãos dela. -Você não sente pena de mim? -Fez chantagem.

   -Tadinho, vamos almoçar então. -Ela o beijou rapidamente. -Aproveitamos e já passamos em algum lar de idosos e deixamos essas caixas.

   -Esta bem. -Suspirou.

   Fernando carregou as duas caixas até o elevador e desceram. Lá em baixo, o porteiro o ajudou a colocar dentro do carro se Lety, já que o seu não caberia e aproveitou para perguntar ao porteiro se ele sabia onde poderiam encontrar um lar de idosos e depois de anotar o endereço, eles dirigiram até lá.

   -Olá, meu nome é Fernando Mendiola e eu trouxe algumas doações de roupas. -Ele falou assim que foi recebido pela diretora do local.

   -Muito prazer Fernando, sou Andrea Cordero. Diretora do lar. -Ela o cumprimentou.

   -Leticia Padilha Solis, muito prazer. -Lety esticou a mão para ela que retribuiu sorrindo.

   -Bem, as caixas estão no carro, se puder disponibilizar alguém para me ajudar a trazê-las, ficaria grato.

   Imediatamente Andrea pediu ajuda a um funcionário que acompanhado por Fernando, foi até o carro e o ajudou.

   -As roupas estão em ótimo estado. -Falou.

   -Agradeço sua doação Sr Mendiola. O lar não possui ajuda governamental, então vivemos de doações e ajudas como a sua, são muito bem vindas. -Ela sorria. -Quer conhecer nossas instalações?

  Fernando olhou para Lety que balançou a cabeça em sinal positivo. -Claro, seria um prazer.

   Andrea guiou - os através das instalações do lar contando como a ONG surgiu e explicando como o projeto funcionava através de doações e de ajuda voluntária. O passeio foi breve já que o local não contava com um espaço muito amplo. Pararam em um corredor onde uma mulher auxiliava uma idosa a sentar-se em uma cadeira de rodas. Movido por um estímulo involuntário, Fernando se aproximou para ajudá-la, vendo sua dificuldade. A surpresa foi grande quando reconheceu a voluntária como uma das executivas da grife de roupas que havia contratado a Conceitos para elaborar os doze comerciais.

   -Fernando, que prazer. -Ela falou com um sorriso e o cumprimentou. Depois viu Leticia e fez o mesmo.

   -Vocês se conhecem? -Andrea perguntou surpresa.

   -Sim, minha empresa contratou a empresa do Fernando para aquela série de comerciais que comentei com você.  -Vera respondeu. -O que fazem aqui?

   -Viemos trazer algumas doações de roupas. -Lety explicou.

   -Que legal. -Ela ficou animada. -Sou voluntária aqui já fazem dois anos, mas não espalhem. -Ela cochichou. -Quero que continuem achando que sou uma executiva fria. -Riu.

   -Linda sua atitude, nunca poderia imaginar. -Fernando falou realmente surpreso.

   -Bem, eu vim de família pobre, e prometi que se um dia eu tivesse condições, ajudaria os mais necessitados. -Deu de ombros.

   -Vera é uma sãs voluntárias mais antigas da casa. Um anjo. -Andrea disse com carinho.

   -Que nada Andrea, sabe que estou longe de ser um anjo. -Sorriu. -E o projeto Fernando, como anda?

   -Bem, ainda estamos decidindo sobre sobre a modelo. -Ele respondeu incomodado.

  -É... -Lety interveio. -Seu Luigi insiste para que seja aquela modelo da reunião, mas ela não quer participar. -Explicou. 

   -É uma pena. -Ela ficou mais seria. -E como Luigi reagiu?

   -Ele disse que se não for ela, se demite. -Riu nervoso. -Coisas do Luigi, ele é meio temperamental sabe? -Fernando tentou disfarçar o nervosismo quando percebeu que falou de mais.

   -Nossa... mas é claro que isso não vai acontecer, não é mesmo? -Vera arregalou os olhos. -Esse projeto precisa ser executado por Luigi Lombardi. Desde que Soubemos que ele seria o diretor, nossos investidores ficaram loucos.

   -Não se preocupe Vera. Faremos o possível para que ele execute o projeto. -Lety garantiu.

   -O possível não, o impossível. -O lado negro de Vera surgiu. Agora pode compreender o porquê achavam que executado ela era uma executiva fria. -Tem que ser Luigi Lombardi.

   -Não se preocupe Vera, será ele. Luigi faz essas brincadeiras bobas de vez em quando para nós pressionar. -Fernando a tranquilizou. -Bem, nos precisamos ir agora. -Anunciou.

   -Sim. Temos um compromisso inadiável. -Lety Interveio. -Andrea, obrigada por nós falar sobre o projeto de vocês. -Lety se dirigiu a outra que havia ficado em silêncio.

   -O prazer foi meu. Voltem quando puderem. -Ela sorriu quebrando a tensão. -Muito obrigada pelas doações.

   -Voltaremos sim. -Fernando garantiu. -Foi um prazer reencontrá-la Vera.

   Fernando e Leticia se despediram das duas mulheres e retornaram para o carro. Nunca imaginaram que poderiam encontrar com Vera justo ali. Existia um contraste muito grande entre a Vera em sua vida pessoal e a Vera profissional. Era notável essa diferença e eles descobriram da pior forma.



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