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História Só Faltava Você! – DEGUSTAÇÃO - Vacilou, Dançou


Escrita por: CRochaS

Capítulo 16 - Vacilou, Dançou


Fanfic / Fanfiction Só Faltava Você! – DEGUSTAÇÃO - Vacilou, Dançou

💋



Na manhã seguinte, eu estava deitada na cama conversando com Sarah ao telefone sobre a inauguração da boate Hell&Heaven mais tarde. Sarah queria saber à que horas eu ia chegar para esquematizar tudo, já que eu havia falado para ela que eu e Nick chegaríamos juntos.

— Eu ainda não sei. Eu falei para ele ontem que ligava para ele hoje para acertarmos. Eu vou ligar para ele depois para perguntar, a essa hora ele deve estar no estúdio e não quero atrapalhar.

'Tá. Só combina com ele de chegarem cedo, pra passarem no tapete.

— Passar no tapete para quê? – perguntei, já sabendo a resposta.

Para dar comida para os fotógrafos – respondeu com sarcasmo aguçado. — Eles vão estar famintos!

— Grossa.

Para que mais seria, Melanie Grace?

— Sarah, você não pode pedir isso para mim.

Mel, não começa. Você vai chegar com Nick, ele é famoso, é óbvio que ele vai parar e posar para os fotógrafos.

Exatamente, ele é a celebridade, não eu. Eu não preciso posar com ele, ele faz isso sozinho.

Vocês vão chegar juntos, você é a acompanhante dele. Ele com certeza vai querer você junto dele.

Ele vai me entender se eu não quiser.

Você já contou para ele sobre o capeta?

— Não, é claro que não. Por que eu falaria?

Então ele não vai saber o motivo de você não querer posar com ele.

— Não por isso, mas eu falei para ele ontem que eu não gosto de me expor, que eu sou uma pessoa reservada. Sem falar que isso vai gerar mais especulações.

'Tá, só fala com ele. Vou ficar o dia inteiro ocupada, então qualquer coisa me manda mensagem.

Nos despedimos e desliguei, mas logo tocou novamente e atendi, rindo, sem ver quem era, pois eu tinha certeza de que era ela novamente pois tinha esquecido de falar sobre o jogo.

— O que foi, Sarah? Se esqueceu de perguntar sobre o jogo ontem, né? 

Melanie Swanson? – Uma voz estranha perguntou. Me senti ridícula.

— Sim... Quem fala?

Danielle Garcia, da revista Gossip, estou te ligando para saber se você tem algo a declarar sobre o seu envolvimento com Nick Carter.

Não, eu não tenho nada para falar. Tenha um bom dia.

Desliguei, incrédula. 

"Ah, ótimo! A imprensa também têm o meu telefone!"

Era realmente só o que me faltava!

Bloqueei aquele número e mandei mensagem para Sarah, contando o que acabara de acontecer. 

Minutos depois ela me respondeu:

"Eu te avisei de que iam cair em cima."

É, ela me avisou.

Levantei da cama e fui cuidar de mim. 

💋

Depois que eu almocei, fui para o sofá da sala e resolvi ligar para Nick, achando que aquele horário ele poderia me atender. Mas eu fiquei confusa quando uma voz feminina atendeu. Eu olhei para a tela do celular e o nome dele estava ali. Eu tinha ligado certo.

Alô?! A pessoa respondeu mais uma vez, devido ao silêncio que se fez ao atender.

— Ah, oi... Desculpa, quem fala?

Quem é?

— Melanie. E vo... ?

O que deseja, Melanie?Ela me interrompeu e eu ignorei a falta de educação dela, provavelmente era alguma assistente do estúdio, ou sei lá o quê, que teve a audácia de atender o celular dele. 

Não era com ela que eu queria falar, era com o dono do aparelho e, no momento em que ele soubesse, arrancaria o celular da mão dela.

Pelo menos isso era o que eu achava.

— Eu liguei para o celular do Nick, obviamente quero falar com ele – respondi astuciosa com um sorriso nos lábios.

No momento ele está no banheiro, mas pode me dar o recado, sou a noiva dele.

"Noiva?!"

Meu sorriso foi se desfazendo aos poucos, enquanto processava aquela informação. Eu não sabia muito bem o que pensar. A até então 'ex' dele atendeu o celular dele e ele estava no banheiro, então, eles estavam juntos? Almoçaram juntos?

— Ah... Desculpa, eu não... 

Você não, o quê, querida?... Ah, você é a Melanie! Você é a garota que saiu com ele semana passada, não é? A que estava no jogo com ele ontem? Espero que tenha aproveitado mais do que aquele selinho, mas agora ele está indisponível novamente, nós reatamos.

— Ah... me desculpa, eu não sabia... – eu estava me sentindo uma completa idiota. Idiota e constrangida.

Você e nem ninguém, mas logo saberão com a foto que ele vai postar no Instagram dele para anunciar que reatamos o noivado. Você vai poder ver logo, logo. Mas agora que você já sabe, não liga mais para ele, está bem? Tenha um bom dia.

— Pra você... – ela desligou, antes que eu completasse – também.

Eu olhei para a tela do celular, desnorteada e ainda me sentindo uma idiota.


Minutos depois, eu ainda estava sentada no sofá, incrédula com a ligação, olhando para o nada com o celular nas mãos e tentando entender tudo. Os acontecimentos da noite passada rodavam na minha mente e eu tentava entender se o motivo de ele ter ficado calado, ao me levar em casa, fosse por causa dela. Talvez ela tenha mandado para ele uma mensagem pedindo para conversar e que estava o esperando na casa dele.

"Foi por isso que ele não me beijou ontem?"

Não... ele não teria dito que íamos juntos para a inauguração, se tivesse acontecido isso... Ou será que eu me enganei com a mensagem e ele estava se referindo a ela?! – ponderei e descartei isso, imediatamente. – Não, Melanie, não viaja. Eles só podem ter reatado depois de ele ter me deixado em casa, ou agora de manhã.

Eu sabia que ela estava tentando falar com ele a semana toda, então ela tinha finalmente conseguido. Talvez ela estava o esperando quando ele chegou na casa dele na noite anterior. Eles conversaram, ele cedeu a ela, rolou um sexo de reconciliação, ele percebeu que a amava demais para ficar sem ela e decidiu dar mais uma chance, reatando o noivado. Ou talvez reataram enquanto almoçavam juntos.

Recostei a cabeça no encosto do sofá, soltando um suspiro.

— Ele bem que poderia ter me mandado uma mensagem, para que eu não passasse por essa situação e não me sentisse uma ridícula, constrangida por falar com a noiva dele pensando ser uma qualquer.

Eu estava me sentindo péssima. Tinha agido como se eu fosse alguém com quem ele estava se relacionando, quando na verdade eu tinha sido chutada para escanteio! E foi nesse momento que eu me dei conta de que, o que eu temia acontecer caso eu o beijasse estava acontecendo, eu sairia da vida dele e sem ao menos o ter beijado!

— Idiota! – exclamei e rangi, sentindo raiva de mim mesma. – Por que eu tinha que fazer esse joguinho idiota? "Eu não quero beijá-lo e ele sumir depois" – falei com a voz esganiçada. – Parabéns, sua imbecil, você conseguiu resistir a ele e ele vai sair da sua vida sem você saber como é o beijo dele! Burra, mil vezes burra!

Levantei do sofá e caminhei até a cozinha, frustrada. Larguei o celular em cima do balcão, peguei um copo e o enchi com água. 

— O que eu tinha na cabeça para achar que eu poderia simplesmente escolher o dia e a hora para beijá-lo? Ele é Nick Carter, as mulheres fariam fila para ganhar um beijo dele e eu desperdicei a chance! Poderia ter feito um sexo selvagem com ele no meu ateliê naquela madrugada e, ao invés disso, eu o desenhei! – exclamei e rangi de raiva.

Olhei para o balcão e me lembrei daquela madrugada. Eu sentada em cima do mármore branco, com ele na minha frente sem camisa, e imaginei o que poderia ter acontecido ali. Sem dúvida nenhuma teria sido um beijo incrível que acenderia mais ainda o desejo. Imaginei ele me deitando naquela bancada e beijando o meu corpo inteiro. 

De repente a minha raiva se transformou em tristeza. Queria chorar, de raiva, tristeza, frustração. Olhei para o copo e joguei o resto da água na pia, água não faria eu esquecer disso, eu tinha que abrir uma garrafa de vinho. Peguei uma taça e uma garrafa que estava pela metade, a garrafa que ironicamente era a que tínhamos aberto naquela noite e não esvaziamos.

— Ah, ótimo! – exclamei, abrindo a garrafa. – Belo jeito de afogar a frustração, bebendo um vinho inacabado da noite em que eu poderia ter transado loucamente com Nick Carter na cozinha e no meu ateliê! – resmunguei, enchendo a taça.

💋

Algumas horas e duas garrafas e meia de vinho depois, eu estava sentada no chão da sala, com as costas apoiada no sofá, ouvindo e cantando em voz alta o CD Millennium, mais especificamente a música Don't Wanna Lose You Now, a qual eu tinha deixado repetindo incontáveis vezes. Eu cantava junto e respondia a letra da música quando combinava com o que eu estava sentindo.

Depois de tocar pela vigésima vez, decidi que estava na hora de trocar de música. Engatinhei até o aparelho de som e ejetei aquele CD, precisava de uma música que me tirasse da fossa e coloquei o CD Black&Blue. Eu ainda queria ficar ouvindo a voz daquele que sairia da minha vida, mas assim que The Call começou a tocar, me lembrei da noite na boate.

Drogra, não dou uma drento – resmunguei com a voz enrolada.

Me levantei e dancei um pouco exagerado, cantando alto. 

Quando a música terminou e mudou para Shape of My Heart eu quis pular a música e gritei para o aparelho de som:

Shape of my heart minha bunda!

 Apertei o botão para pular para a próxima música, mas errei e apertei o botão de anterior. Depois de conseguir acertar o botão certo, Get Another Boyfriend começou a tocar e voltei a dançar loucamente, mas eu parei quando em uma parte da música, em que o próprio Nick cantava, ele parecia estar falando comigo: 

"Apenas continue com sua vida, pare..."

Eu parei, obedecendo a música e fiquei olhando para o aparelho de som.

"... agindo como se você estivesse desistindo..."

Então, eu me dei conta de que estava desistindo dele, porque se eles voltaram, eles poderiam terminar de novo. Eu não sabia o motivo do término, mas sabia que ele estava muito atraído por mim. Eu tinha que vê-lo de novo, tinha que ter certeza de que eu estava fora da jogada. Mas se ele fosse à inauguração com ela, como eu ia olhar para os dois? Eu ia me sentir mais derrotada e frustrada ainda. 

Então mais uma vez a música mandou a mensagem, na voz do próprio Nick:

"Arranje outro namorado."

— É isso! Como eu não pensei nisso antes? Eu peciso de alguém pa ser meu namogado hoje! Mas não um real, só alguém que finja estar intressado em mim, mas quem? – Me sentei no sofá e fiquei pensando em alguém que pudesse fazer isso por mim. – Quem poderia fingir sem de fato ter a chance de acontecer algo e... 

Como se um raio tivesse me atingido, eu soube quem. 

Imediatamente, desliguei o som e alcancei o telefone sem fio da sala, ligando para ele. Quando ele atendeu eu pedi que ele viesse à minha casa o mais rápido possível, sem entrar em detalhes e desliguei.

💋

Para a minha sorte ele morava em Venice e, meia hora depois a campainha tocou. Eu abri a porta e não esperei ele perguntar nada, puxei-o para dentro e o fiz sentar no sofá.

— Criatura, qual é a emergência? – perguntou, curioso.

Prexiso da sua ajuda!

— Para ir aos Alcóolicos Anônimos? – perguntou, apontando para as garrafas no chão e a taça vazia em cima da mesinha de centro.

— Não binca, o assunto é sério! Você vai à inauguração da boate hoje, não vai?

— Melanie, você já sabe que eu vou. Quer me dizer logo para que você precisa da minha ajuda?!

— Primeiro eu pexiso saber se você vai me ajudar.

— Ajudar a acertar a falar ‘preciso?! – perguntou e eu o olhei séria. Ele riu. – 'Tá, fala logo para que você quer a minha ajuda. Tem a ver com o Nick? Se tiver eu te ajudo.

— Então você vai me ajudar. Eu peziso... pex... prexiso... ah, merda! – exclamei e ele riu. — Pre-ci-so, de você hoje à noite... hétero! – falei, sabendo que ele ia pirar com a ideia.

Ele parou de rir imediatamente e exclamou:

— O quê? – Addy deu um pulo do sofá, chocado. – Você está maluca? Me peça ajuda para qualquer coisa, mas isso não, fofa! Imagina euzinho hétero na festa hoje, malucou? Você bebeu vinho demais e está alucinando! – Addy gesticulava e acenava negativamente o dedo indicador e a cabeça.

— Tudo bem, eu bebi demais e estou meio bêbada, mas isso não muda o fato de que eu prexiso... ah, caralho! Preciso da sua ajuda, Addy. Por favor, você é o único que pode fazer isso por mim.

— Melanie, primeiro, você não está meio bêbada, está totalmente! Segundo, para que raios você precisa de mim hétero? – Ele colocou as mãos na cintura. – Você sabe muito bem que eu nunca mais faria isso. Isso não tem a ver com deixar Nick maluco ainda, né? Pelo amor de Deus, beija esse homem logo de uma vez!

Abaixei o rosto, tristonha.

— Certo, eu enchi a cara, mas estou perfeitamente lúcida.

— Ah, não está não, queridinha. Se estivesse não estaria me pedindo isso! Hoje é uma oportunidade para mim de me dar bem! Sabe há quanto tempo não dou um beijo na boca? Séculos! – disse, voltando a sentar-se no sofá.

— Ai, Addy, me poupa dos detalhes. E, sim, eu quero mostrar para o Nick que eu sou cobiçada.

— Melanie, criatura... – ele respirou fundo. – 'Tá, me diz, por que eu? Você não precisa de mim para isso.

— Você não entendeu, eu quero só mostrar que sou cobiçada, não quero ninguém me agarrando – expliquei, me sentando no sofá ao lado dele.

— Entendi, comigo você não tem esse risco. Mas pra que você quer fazer isso, Mel? Ele já está louco por você! E por que diabos você estava bebendo? Você já está bêbada antes da festa e... – de repente, Addy parou de falar, me olhando intrigado e com uma leve angústia no olhar. É lógico que ele percebeu que tinha algo de errado. – Tem algo errado, não tem? – indagou e eu olhei para ele com os olhos marejados e assenti. – Ai meu Deus! O que foi que aconteceu? Ele não vai com você? Ele desistiu? Fala, mulher, que eu estou tendo um ataque!

— Eu... – respirei fundo, me controlando para não chorar. – Eu liguei para ele para acertar o horário para irmos e... a noiva dele atendeu o celular! – falei, mais alto do que queria e comecei a chorar.

Eu nem sabia o por quê, talvez fosse apenas a bebedeira fazendo efeito.

— O quê? – Addy se espantou. 

'Tá, eu estou bêbada demais – admiti, passando as mãos no rosto.

— Eles reataram?

— Tem outra explicação? Addy, ela atendeu o celular dele! Ele tinha ido ao banheiro... mas eles estavam juntos! – falei com a voz embargada e embolada.

— Não acredito que ele voltou com aquela girafa brega! Isso não é possível!

— Ah, é possível, sim! Ela até disse que ele ia postar uma foto no Instagram para anunciar que tinham reatado – falei e ele tirou o celular do bolso.

Vi o Addy abrir o seu perfil no Instagram e procurar o do Nick. Addy franziu o cenho e me olhou.

— Não tem nada no Instagram dele – disse, intrigado –, mas talvez ele tenha mudado de ideia quanto a anunciar pelo Instagram. Ele deve aproveitar os fotógrafos na inauguração para anunciar isso – completou e eu me senti pior do que eu estava.

— Ah, que ótimo! Maravilhoso!

— Ah, não fica assim... – ele tocou em meu ombro e eu olhei para ele com ironia. – 'Tá, pode ficar, é totalmente compreensível.

— O pior disso, Addy, é que eu fiquei evitando beijá-lo para ele não sumir, e agora eu o perdi de vez e eu nem o beijei! – exclamei e voltei a chorar, bêbada.

— Isso não é totalmente verdade, você deu um selinho nele ontem.

Ao mencionar o selinho, parei de chorar instantaneamente. 

Addy havia me feito lembrar o selinho que passou na televisão e que poderia ter sido o que fez ela correr atrás dele para reatar. Ela até tinha mencionado isso, mas eu estava tão aturdida que eu nem tinha dando tanta importância.

Desde a noite anterior quando eu recebi todas aquelas mensagens, a minha única preocupação com aquele selinho era de como ia repercutir na mídia, ou do 'P' ter visto, mas mal sabia que poderia me trazer mais problema. Tudo bem que ela já estava atrás dele por causa das revistas, mas aquilo não era nada comparado a um selinho em rede nacional em um jogo da NBA.

— Ai, droga, ela viu o selinho pela TV e correu para reatar com ele! – falei, me sentindo uma tola.

— Eu com certeza teria feito isso.

— O que eu faço agora, Addy? Eu tinha desistido de ir nessa inauguração, mas aí eu estava ouvindo Get Another Boyfriend e me ocorreu de que eu estava desistindo dele, aí surgiu a ideia de você dar em cima de mim hoje para mostrar a ele que se eu ia perdê-lo, ele também ia me perder e eu ficaria bem com outro cara, mas agora... Eu não sei o que fazer. – Me recostei no sofá, apoiando a cabeça, e olhei para as garrafas de vinho no chão. – Eu vou pegar outra garrafa de vinho – falei, me levantando, mas Addy me puxou.

— Êpa, vai nada. Senta o rabo aí, você já bebeu demais!

— Eu estou deprimida e quero ficar bêbada! – exclamei, batendo com as mãos no sofá.

— Não! Você está bêbada, mais um pouco e você fica em coma alcóolico. Reaja, você tem que ir à inauguração!

— Não, eu não vou, não! Não sem um plano de ação. Com que cara eu vou ficar se ele aparecer por lá e com ela? Eu não vou aguentar, Addy! – falei, olhando para ele com cara de choro.

Addy me olhou pensativo por alguns segundos, então disse:

— Olha... Eu não sei como pode dar certo se eu aceitar fazer isso.

— Por que não? Ele não ficaria com ciúmes?

— Eu não estou falando sobre você mostrar que é cobiçada. Mesmo que seja encenação, isso daria muito certo, atingiria o lado macho alfa dele e ele ia querer marcar território, mesmo estando... com a noiva – ele entortou a boca –, mas ele estava atraído por você. Só que eu não sei como isso poderia dar certo eu me fazendo de hétero! Na frente dele! Eu não ia conseguir me conter, eu ia acabar soltando a RuPaul que existe dentro de mim.

— Você não precisa fingir o tempo todo, você pode... ir ao banheiro e dar seus berros e voltar com um drinque para mim – sugeri, sorrindo e enxugando as lágrimas. 

— Não, não vai dar certo isso.

— Por favor, Addy. Por mim e pelo Nick – persuadi. – Você não quer nos ver juntos?

Ele ficou em silêncio por um tempo, pensativo, mas havia mais uma coisa que eu tinha que falar antes de ele acabar aceitando e querer me matar depois por não ter o avisado.

— Mas, antes que você decida, tem mais uma coisa que você precisa saber. O Howie provavelmente também vai – falei, já esperando a reação dele.

Como eu esperava, Addy me olhou atônito.

— O Sweet D? Ai meu Deus! – Ele levantou do sofá com a mão no peito.

— E o AJ. Esse de certeza vai estar lá por causa da Ro. Na verdade, é bem capaz dos cinco aparecerem. A Sarah mandou convite para todos eles.

Addy virou-se para mim, arregalou os olhos e rapidamente tirou o celular do bolso.

— Para quem você vai ligar? – perguntei, curiosa e confusa.

— Para o sanatório! Você só pode estar louca! – respondeu e guardou o celular de volta no bolso.

— Ai, Addy, para de brincadeira! Não é um sacrifício tão grande assim, você ainda vai conhecer eles.

'Tá, agora você precisa mesmo de um prozac! "Não é um sacrifício tão grande"?! Melanie, eu passei boa parte da minha adolescência idolatrando esses homens, e sofrendo com as piadinhas no colégio por gostar deles. Eu passei vinte horas na frente do computador, com a internet que era discada, rezando para não cair a conexão, para eu poder ser um dos primeiros a comprar ingresso para a turnê Millennium! Conhecer eles hoje será a realização de um sonho e você quer que eu faça isso sendo hétero! E você acha que isso não é um sacrifício tão grande? Tem razão, você bebeu demais! – Ele terminou de falar e se jogou no sofá.

— Tem razão. Desculpa por te pedir isso. Eu deveria saber o quanto significa para você conhecer eles – disse, recostando a cabeça no sofá e soltando um suspiro. – Eu vou pensar em outra coisa, ou em outra pessoa que possa fazer isso.

Fiquei em silêncio, olhando para o teto, mas não conseguia pensar em ninguém ou em outra solução. Tanto eu quanto o Addy sabíamos que não havia quem pudesse fazer isso e não havia outra solução a não ser ir e rezar para ele não aparecer com a noiva. Então só havia duas opções: Eu ir e, se eles fossem, eu ia evitar ficar no mesmo local e ia encher a cara e ficar mais bêbada do que eu já estava, ou eu não ir e inventar uma desculpa para justificar a minha ausência para Sarah.

'Tá, eu já decidi. Eu não vou. Eu vou mandar uma mensagem para a Sarah falando para ela que eu estou passando mal, que eu estou com tuberculose e eu não posso ir para não contaminar todo mundo. 

— Tuberculose, Melanie?! Se vai dar uma desculpa, pelo menos dá uma que faça sentido.

— Gripe suína, então.

Addy me olhou com sarcasmo. 

— Por que você não inventa logo que morreu? – sugeriu sério e eu fiz careta, mostrando a língua.

'Tá, eu não vou dizer que morri, mas eu posso dizer que eu fui atropelada por um ônibus, como a Regina George em Meninas Malvadas, pois quando ela souber que eu não vou e mentir o motivo, ela vai pegar um ônibus ela mesma e me atropelar! Então já adianto o serviço. Está tranquilo.

Addy passou as mãos pelos cabelos pretos e volumosos, expirando, e exclamou:

— Ah, que se dane! Vamos mostrar a ele que você é desejada! Eu topo!

Olhei para ele sem acreditar.

— Você está falando sério? Você vai me ajudar?

— Vou.

Eu não sabia se sorria ou se chorava, então foram as duas coisas. Eu estava sorrindo e com o rosto contraído pelo choro.

— Ai meu Deus, você está bem bêbada. Temos que melhorar essa sua aparência. Você tem que arrasar hoje e não parecer arrasada. Vamos dar um jeito nisso. – Ele se levantou do sofá. – Primeira coisa, banho frio para curar essa bebedeira. – Addy estendeu as mãos. – Vamos arrumar você para o baile, Cinderela.

Addy me ajudou em tudo. Enquanto eu tomava um banho frio, ele escolheu a minha roupa, que por sinal era uma criação minha, e ficou louco que eu ainda não tinha usado e mostrado ao mundo. Era um vestido preto, curto, justo no corpo com um decote em V que ia até acima do umbigo e de mangas compridas.

Ficamos em dúvida quanto ao sapato, estávamos entre um uma ankle boot preta com detalhes que pareciam renda, salto de metal e cadarço, ou uma bota acima do joelho. Acabamos optando pela ankle boot, o argumento de Addy foi que eu tinha que mostrar as minhas pernas. Para dar destaque, e um toque de diversão, a bolsa escolhida era uma clutch colorida. Addy também fez a minha maquiagem e secou o meu cabelo, deixando-o ondulado e digno de uma passarela para o desfile da Victoria's Secrets. Por fim, coloquei alguns acessórios e estava pronta.

Addy estava impressionado com a produção dele. Ele foi uma verdadeira fada madrinha! E ele adorou eu ter o chamado assim.

— Você está de parar o trânsito! Está perfeita! Estou quase virando mesmo hétero por sua causa. Se o Nick não largar aquela breguice por você, eu desisto do bom senso da humanidade. Agora deixa eu ir que eu tenho que me arrumar. Eu vou chegar por volta das dez e meia, mas pode deixar que eu te acho.

— Addy, eu nem sei como te agradecer.

— Me agradeça depois, me chamando para ser uma de suas madrinhas. – Ele sorriu, piscando um olho. 

Eu o acompanhei até a porta e nos despedimos.

Agora só me restava saber como eu ia. Por ter bebido demais, eu não ia dirigindo, além disso, eu ia beber mais. Então as minhas opções era ir de táxi ou de carona com alguém. 

Procurei o meu celular para ligar e me lembrei de que tinha deixado na cozinha. Fui até lá e encontrei o aparelho em cima do balcão, onde eu havia deixado. 

"Meu Deus, esse tempo todo o celular aqui, será que tem alguma ligação perdida? Ou mensagem, talvez?!"

Peguei o aparelho, ligando a tela na esperança de ver o nome de Nick, mas não havia nada dele. Porém haviam ligações perdidas da Sarah e duas da Rochelle. Sarah provavelmente por estar no comando do evento já estava lá, e a Rochelle ia com o AJ.

Pelo menos uma de nós duas estava se dando bem. O que me fez me perguntar o por que dos meus lances sempre serem tão conturbados.

As minhas outras opções eram a Ana e a Vanessa. Decidi ligar primeiro para Ana que me informou que não ia de carro, então combinamos de rachar um e que eu passaria na casa dela. 

Minutos depois de pedir um táxi, o carro chegou e eu saí.



💋💋💋


Notas Finais


Fim da Degustação.

Para continuar lendo e descobrir como termina a história de Melanie e Nick, cliquem neste link 👉🏼 https://linktr.ee/crochas


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