História So far and So close - Is not your business,Becker

Mexer em coisas do passado,pode não ser a melhor forma de resolver os problemas

Entrei novamente na sala, recebendo olhares de todos do ambiente.

- Está tudo bem? – sussurrou Chaz se aproximando de mim, apenas assenti forçando um sorriso.

- Só preciso me sentar um pouco – ele me guiou até o enorme sofá e me sentei ao lado de Kaylee.

- Está melhor? – perguntou Kaylee se virando para mim – parecia meio mal quando foi ao banheiro.

- Estou... Apenas um mal estar, mas já passou.

- Que bom – sorriu – então como está o namoro com meu irmão? – levantamos o olhar vendo Chaz abraçado em sua mãe.

- Oh, vai ótimo – sorri – ele é um ótimo namorado, um pouco ignorante no trabalho, mas estamos bem.

- Sei que ele não é muito amável, mas é só uma casca – suspirou – ele sofreu muito quando Justin morreu – ressentimento de tê-lo matado?

- Justin?

- Um dos melhores amigos do Chaz, morreu há quatro anos.

- Oh – botei a mão em frente a minha boca – o que aconteceu?

- Ninguém sabe ao certo o que aconteceu, uma hora eu falava com Justin ao telefone e meia hora depois, Chaz me liga dizendo que a policia achou o corpo dele – suspirou – Todos nós éramos próximos ao Justin e essa perda afetou todos nós, principalmente a Chaz, que começou a desconfiar de todos e ficou como é agora.

- Céus – soltei em um suspiro – você tem alguma suspeita de quem possa ter feito isso?

- Eu sempre suspeitei de Travis, mas Chaz me mandou tirar essa ideia da cabeça – ela soltou um sorriso forçado – ao passar dos anos, todos nós paramos de tentar descobrir a real causa da morte de Justin.

- Vocês não sabem a causa da morte? – negou com a cabeça.

- Chaz foi o único a ir a delegacia, ele nunca nós contou e eu entendo,perder o sócio e melhor amigo não deve ser nada fácil.

- Kay! – ambas olhamos para o portal da sala, onde Nash a chamava.

- Licença – balancei a cabeça e ela levantou seguindo para próximo ao marido.

- Vem – senti Chaz puxar minha mão e me levantei rapidamente – vou te mostrar meu quarto – apenas assenti.

- Licença – murmurei para o Senhor e Sra. Somers, em seguida Chaz me puxou em direção a enorme escada, que ficava ao lado do corredor do banheiro, seguimos por um enorme corredor, assim que chegamos ao topo da escada.

Varias portas estavam espalhadas pelo corredor, no final dele uma porta maior denominava o possível quarto do casal, ao lado esquerdo da mesma porta, uma porta de cor diferente das outras me chamou atenção, achei que aquele poderia ser o quarto de Chaz, mas ele entrou na porta ao lado da diferente.

- Esse é meu quarto da adolescência – ele sorriu olhando para mim, encarei o quarto típico de adolescente, as paredes eram azuis cobertas por posters de hockey, futebol americano e alguns pequenos de mulheres nuas. A sua cama de solteiro estava coberta por uma colcha branca, ao lado dela uma pequena mesa para estudos ainda estava com alguns livros. A porta branca de seu closet estava coberta por um pôster enorme do Guns N’ Roses, onde os integrantes da banda davam língua ou mostravam o dedo do meio.

- Típico quarto de adolescente –sorri - gostei do pôster – apontei para o Guns N’ Roses.

- Eu adorava esse pôster, quase o levei comigo para a faculdade, mas acabou indo um menor.

- Imaginei seu quarto mais organizado.

- Organizado? – perguntou rindo.

- É, com vários livros e uma parede limpa, não fotos de mulheres nuas – apontei para a foto perto da cama, que ele logo cuidou em guardar na gaveta.

- Isso não era meu.

- Claro que não – ri me sentando na cama – por que nunca guardou essas coisas?

- Às vezes é bom vir aqui e perceber o quanto eu era idiota – ri o levando junto comigo.

- Meu quarto de quando tinha quinze anos ainda deve estar montado na casa do meu pai – Chaz puxou a cadeira, que estava em frente da mesa de estudos, e se sentou em minha frente.

- Vai lá às vezes para lembrar o quanto era idiota? – ri negando com a cabeça.

- Meu pai mora longe, bem longe, não dá para filosofar sobre minha idiotice adolescente.

- Então como sabe que ele nunca tirou as coisas do quarto?

- Às vezes ele me liga chorando e diz que foi no meu quarto e viu uma pequena cartinha para ele que tem colada num mural – ri – quando ele liga chorando, eu acabo rindo e ele logo volta ao normal e olha que é uma viajem bem longa até o telefone.

O silencio se instalou entre nós, assim que eu parei meu riso, Chaz rodava na cadeira às vezes e eu enfim tomei coragem de perguntar.

- Chaz? – ele levantou a cabeça - o que tem nessa porta ao lado? – sussurrei e pude perceber seu maxilar travar.

- Não é da sua conta, Becker – disse entre dentes, me fazendo gelar – acho melhor descermos – ele se levantou rapidamente da cadeira, a empurrando de volta em direção a mesa,se dirigiu a porta e a abriu rapidamente,apenas o segui enquanto ele descia as escadas rapidamente.

- Chaz espera, eu acho que esqueci minha bolsa no seu quarto.

- Te espero na sala de jantar – murmurou sem ao menos olhar para trás e seguiu descendo as escadas. Voltei meu caminho rapidamente e me dirigi até o quarto da porta de cor diferente, olhei em volta procurando alguém.

- Acho melhor não entrar ai – dei um pulo e me virei para trás encarnado o Justin.

- Você quer me matar? – sussurrei para ele.

- Não entra ai.

- Justin, eu estou tentando descobrir algo sobre a sua morte.

- Não tem nada ai, não entre.

- Eu já me arrisquei em aceitar vir aqui, eu vou entrar nesse quarto, custe o que custar.