História So far and So close - They have a spirit

Corra o mais rápido que puder,qualquer deslize pode ser fatal.

Tinham se passado mais dois dias, já tínhamos criado nosso plano e já botávamos em ação. Liam tinha me mandado bater freneticamente na porta e gritar o mais alto que eu conseguisse, um dos homens encapuzados abriram a porta brigando comigo e me mandando fazer silêncio, antes que eu pudesse reclamar a cama foi atirada em direção a porta, da qual eu já estava distante. O homem se assustou e gritou:

- O Bieber está aqui!

Em poucos segundos vários homens já estavam no quarto, Liam me fitou serio: quando eu disser corre, você tem que correr ok? Eu apenas assenti, alguns pratos e copos estavam ali e logo Liam começou a atirá-los nas paredes, nunca com intenção de acertar os homens, ”uma vez que um vivo pode ver um espírito ele também pode machucá-lo”, essas foram palavras de Liam quando ele ainda me explicava o plano mais cedo.

A porta antes fechada agora se encontrava aberta enquanto Liam jogava as coisas na parede, ele me disse que ia para o corredor e assim que ele gritasse, eu teria que correr. Então lá estava Liam no corredor quebrando alguns vasos, que pareciam ser caros, os homens seguiram para o corredor e eu aproveitei a deixa para segui-los. Liam continuava quebrando vários vasos em direções diferentes e os homens sempre seguiam na direção que ele jogava.

CORRA!

O grito de Liam me assustou e no mesmo instante mais homens apareceram no corredor, olhei para Liam que jogou um vaso para perto dele e os homens se focaram lá.

CORRA ALICE!

O encarei por alguns segundo e logo minhas pernas começaram a se mover antes mesmo que eu pudesse perceber, corri por aquele enorme corredor e virei a esquerda, Liam tinha me dado todas as coordenadas para que eu pudesse chegar na porta dos fundos,ele tinha a deixado aberta e com toda a bagunça que ele estava fazendo ninguém ia se importar em fechar-la.

Continuei a correr e logo avistei a escada que me tirava daquele porão, barulhos de vozes abafadas me assustaram e eu me empurrei para dentro da primeira porta que vi. Passos rápidos passaram pelo corredor e logo o silencio dominou o local,abri a porta lentamente,o corredor estava vazio,segui rapidamente até a escada que levava para a casa.

E lá estava à casa de paredes brancas e cômodos largos.

Eu estou na casa dos pais de Chaz!

Ignorei o arrepio que passou pelo meu corpo e corri em direção à cozinha, onde ficava a porta dos fundos, como Liam tinha dito ela ainda estava aberta e nenhuma emprega ou segurança estava por ali, corri pelo enorme jardim em direção ao muro mais ou menos alto.

- Ei você! – virei minha cabeça para a porta de onde eu tinha acabado de sair aonde um dos seguranças vinha em minha direção, arregalei os olhos e corri em direção ao muro, escutei alguns disparos em minha direção, porra,a tornozeleira prisional foi acertada e se desmanchou enquanto eu corria em direção ao muro.

Pulei em cima do muro e antes que conseguisse pular escutei outro disparo e uma ardência no meu braço, puta merda, eu levei um tiro!Encarei o homem que já mirava a arma mais uma vez em minha direção e me joguei do outro lado do muro,agora o que me resta é correr.

Eu corria o mais rápido que podia, minhas pernas doíam, mas eu não parava e nem sequer olhava para trás, já era noite e poucas pessoas estavam na rua, eu corria mais rápido que Usain Bolt ignorando os olhares estranhos em minha direção. Só parei de correr quando já estava nos trilhos escuros da estação Westminster, eu estava completamente ofegante e sentindo meu braço latejando, o que se faz quando leva um tiro?

Segui pelos trilhos escuros, até ver a pequena porta preta com um símbolo estranho riscado em branco, era aquela. Abri a porta e vi que teria que me abaixar para passar, segui abaixada até que vi outra porta,a abri rapidamente e lá estava um lugar completamente vazio com uma luz avermelhada iluminando todo o local,não era para ser uma cidade de espíritos?Fechei a porta atrás de mim e um vento forte me atingiu, me fazendo dar um passo para trás e de repente lá estava vários espíritos andando de um lado para o outro, um pequeno bar ao ar livre e algumas mesas pretas, deixavam tudo aquilo com um ar de boate, segui até uma das mesas e sentei na mesma, a dor no meu braço era irritante, mas eu não podia fazer nada, eu não sei como se tira uma bala e muito menos o que fazer depois de tirá-la.

Agora é esperar que Justin saia.

Justin Bieber

- Hora de sair branquelo – murmurou um dos homens sem rosto pela pequena janelinha da porta.

Levantei-me do chão já me preparando para sair daqui. A porta foi aberta e logo eles me puxaram dali e me arrastaram pelo corredor.

- Vocês sabem se tá tudo bem com a minha viva? – perguntei para os homens sem rosto.

- Não ficamos vigiando vivos por ai – respondeu rude.

Sumimos do corredor aparecendo novamente na porta da sala do tal chefe, abriram a porta e lá estava ele mexendo em alguns papeis.

- Deixe-o ai fora – murmurou e os homens apenas fecharam a porta e sumiram do meu lado.

Puta merda!Como eu vou fazer para achar a Alice?

Olhei ao redor, já sentindo minha roupa trocada, cadê o Liam quando eu preciso dele?Eu preciso ir à casa de Jesse, se assim que chegamos lá Alice foi seqüestrada, ele deve saber para onde a levaram. Onde eu fui meter a Alice?Tenho que ir para lá o mais rápido possível, com um pouco de tortura Jesse vai me dizer até o que eu não quero saber, depois disso é apenas pegar Alice e matar qualquer um que tiver em minha frente.

Segui para o meio da mini cidade dos espíritos que mais parecia uma pequena boate assim que entravamos, corri até a porta, mas antes que pudesse passar algo me interrompeu, lá estava Alice sentada em uma mesa ainda vestida na mesma roupa do dia que fui preso, ela olhava para os lados a todo o momento até que ela olhou em direção a porta, seus olhos se arregalaram e eu não conseguia mover um músculo, como ela entrou aqui?Ou melhor, como ela sabe que isso aqui existe?

- Justin! – pude ouvir sua voz e ela logo se aproximou de mim com um sorriso aliviado, abriu os braços para me abraçar, mas eu me afastei.

- Não podemos nos tocar aqui – murmurei e ela assentiu – como entrou aqui?Você fugiu de lá?Eles te soltaram?

- Calma – respirou fundo – Liam me ajudou, ele distraiu os caras que estavam lá e eu consegui sair de lá.

- Distraiu?Eu... – fiz uma pausa – vamos para fora daqui, não vamos conseguir conversar direito.

- Liam disse que aqui é seguro, eu tenho que ficar aqui por um bom tempo até que as coisas se acalmem lá fora.

A encarei por alguns segundos – vem – murmurei e segui andando sem tocá-la.

Depois que Liam me apresentou esse lugar, nas madrugadas quando Alice dormia, eu vinha aqui e começava a andar por toda essa cidade avermelhada, com a ajuda de alguns caras nada seguros, daqueles que quase todo dia eram mandados para a prisão, me disseram que tem um lugar o qual nenhum dos chefes ou homens pretos sem rosto podem aparecer e muito menos saber o que fazemos lá.

É um tipo de bueiro, entramos pelo pequeno buraco escuro e seguimos até o final do pequeno e fedorento corredor, lá é um pouco escuro, mas a luz vermelha ainda consegue chegar lá. Entramos no bueiro e eu segui pelo corredor até chegar ao seu final, puxei rapidamente Alice para um abraço. Todo o tempo que eu fiquei preso ali dentro eu pensava em todas as possibilidades do que esses caras podiam estar fazendo com ela e eu me sentia cada vez mais inútil por estar preso sem fazer nada para ajudá-la.

 - Tá tudo bem? – perguntei assim que a escutei gemer enquanto eu a abraçava.

- Só levei um tiro – deu de ombros.

- Um tiro? – gritei – onde? – ela apontou para o braço que estava enrolado em um pedaço de pano – você tirou a bala?

- Como você acha que eu iria tirar a bala?

- Puta merda Alice!Por que não me disse logo? – a sentei num banco trazido provavelmente pelos “caras nada seguros” – como se tira uma bala?

- Se eu soubesse já teria tirado – revirou os olhos.

- Estava toda doce há segundos atrás.

- Só estava com saudades, mas já passou – disse sorrindo, apenas neguei com a cabeça seguindo ela no riso.

- Já volto – murmurei e apareci perto de um bar – tem uma pinça ai? – o cara me encarou, odeio esses espíritos sem rosto, como eu vou saber como ele tá me olhando?

- Para que quer uma pinça?

- Você tem uma pinça? – perguntei impaciente e ele apenas puxou algo de baixo do balcão, por que tem uma pinça em um bar? – valeu – reapareci ao lado de Alice.

- Onde achou essa pinça?

- No bar – murmurei enquanto desenrolava aquele pano de seu braço.

- Isso tá limpo? – a ignorei e comecei a tentar tirar aquela bala.

- Como conseguiu fugir?

- Liam fingiu ser você, quebrou algumas coisas, derrubou alguns caras e eu consegui fugir enquanto todos os seguranças tentavam ser acertados por algo que Liam jogava para poder vê-lo.

- Como eles sabem disso? – ela me olhou com uma cara de “serio que você não suspeita de ninguém?” e eu apenas assenti – Chaz.

- Eles o torturaram, o pai dele o torturou – parei de mexer em seu braço e encarei assustado.

- Sr. Somers? – assentiu, engoli seco, se ele torturou o próprio filho imagine o que pode fazer com Alice? – você viu se Liam conseguiu sair de lá? – consegui tirar a bala e a joguei de lado.

- Ai!Ele me mandou correr sem olhar para trás, eu corri – ela fez uma careta para o braço – eu nunca levei um tiro, isso dói.

- Deve ser ruim mesmo, eu não senti meus quatro tiros, porque bem fora fatais.

- Eu sinto muito – apenas dei de ombros apareci novamente no bar.

- Tem kit de primeiros socorros?

- Para que quer um kit de primeiros socorros?Você por acaso tá com algum vivo aqui dentro?

- Lógico que não cara, eu só quero ajeitar um machucado que Liam me causou.

O homem me encarou com aquela cara sem rosto, mas logo puxou uma maletinha branca de baixo do balcão, o que mais tem ali?

- Por que não pediu isso de primeira? – perguntou Alice assim que viu a maletinha.

- E como eu ia saber que eles tinham isso aqui? – revirou os olhos, puxei um algodão com um produto para limpar o ferimento e logo botei um curativo em cima do machucado da bala – tá doendo?

- Parou de doer faz um tempo.

- Desde quando tá aqui?

- Faz nove dias.

- Como ainda tá viva?

- Liam me disse alguns lugares que eu pudesse me esconder quando chegasse aqui.

- Ele não apareceu em nenhum desses dias?

- Não – sussurrou – eu acho que o pegaram.

Um barulho me fez olhar para o lado e lá estava Liam completamente machucado.

- Mas o que...

- Eles têm um espírito.