As vezes você só tem que tomar coragem e encarar seus medos,ou eles vão te dominar.
Alice Becker
- Tudo bem, eu vou tomar cuidado – respondi a minha mãe antes de acelerar o carro em direção a Nova York, eu vou resolver essa historia e nenhum Justin Bieber vai me impedir.
- O que você pensa que tá fazendo? – dei um pulo no banco o que resultou em um quase choque contra um poste e me virei para o bando do passageiro.
- O que você tá fazendo aqui? – resmunguei.
- Tentando te impedir de fazer merda.
- Não estou fazendo merda, só quero resolver isso – escutei ele bufar alto e logo o carro freou bruscamente, só não voei pelo pára-brisa, porque estava com o cinto – Tá ficando louco Liam? – gritei assim que ele apareceu do meu lado.
- Você que quer se suicidar e eu que estou ficando louco? – gritou de volta – o Justin disse que ia resolver isso, então você tem que ficar dentro daquela casa, consolando sua família e pronto.
- Eu não vou o deixar resolver uma coisa que não é culpa dele, fui eu que não fiquei quieta na minha quando eles mandaram então eu tenho que resolver isso, não eles.
- E como você acha que vai resolver isso, Becker?
- Eu não sei, só sei que eu não posso ficar ali sentada esperando que outra pessoa morra! – gritei já sentindo meus olhos marejarem. Liam ao meu lado apenas apertou os olhos e bufou.
- Eu vou te levar para tua casa e só isso.
- Não sei se você se lembra, mas eu não posso ir para casa.
- Eu não vou sair do seu lado então, você pode sim – bufei e pulei para o banco do passageiro e me encolhi no mesmo, deixando o Liam dirigir o carro.
- E a Carter?Ela deve estar morta de preocupada comigo.
- Assim que chegarmos lá resolvemos isso.
- Vocês descobriram quem era o homem da tatuagem?
Liam me encarou por alguns segundos logo voltou a atenção para a estrada – isso é com o Bieber,quando chegarmos lá resolvemos isso também.
♠
Liam estacionou em frente ao meu duplex e em segundos eu já pulava do carro, eu queria ver Carter, queria que ela soubesse que eu estou bem, ou ao menos viva, mas infelizmente eram três da manhã e nunca que ela estaria acordada a essa hora.
- Ela tá acordada? – perguntou Liam aparecendo do meu lado enquanto eu caminhava em direção a porta.
- É três da manhã, Liam.
- Oh, então de manhã você fala com ela – assenti e abri a porta do duplex.
- Oi – encarei a sala escura e lá estava o Justin sentado no sofá.
- Como você sabia que eu ia vir para cá.
- Alem de o Liam ter me avisado, eu sabia que não ia conseguir ficar lá, tá tudo bem com você? – assenti, mas mesmo assim ele se levantou e abriu um pouco os braços.
- Idiota – sussurrei assim que o apertei em um abraço – se você tivesse continuado naquele carro comigo eu não teria voltado.
- Ainda bem que eu não fiz isso – sussurrou de volta – eu preciso te contar uma coisa.
Me afastei um pouco dele,mas ainda mantendo meus braços em sua cintura – o que?
- Pode jogar – o encarei sem entender e logo senti uma pequena moeda atingir meu braço.
- Não – sussurrei ainda sem olhar de onde veio a moeda – diz por favor que não é o que eu estou pensando.
- Eu sinto muito – virei para o lado e lá estava meu pai comum pequeno sorriso nos lábios.
- Oh pai – sussurrei sentindo as lágrimas já descendo pelo meu rosto.
- Venha cá querida – andei rapidamente em sua direção logo o apertando em um abraço, oh céus, por que ele tá aqui?
- O que o senhor tá fazendo aqui? – o encarei e logo o Justin.
- Ele provavelmente não deve saber quem o acertou – disse Justin abaixando a cabeça.
- Caroline também não viu – funguei – pai eu não quero que o senhor fique aqui.
- Eu estou bem querida.
- Não, não tá – o apertei novamente em um abraço – eu não quero que o senhor fique aqui, o senhor não vai querer ficar aqui.
- Alice – chamou Justin e eu apenas me afastei do meu pai.
- Por que o senhor não pode morrer feliz?Que droga, já não basta eu fazer isso acontecer com o senhor e ainda não pode ser feliz? – praticamente gritei e logo senti os braços do Justin em volta da minha cintura.
- Morrer? – ele me encarou confuso e logo desviou o olhar para o Justin.
- Sim, senhor – disse Justin mantendo o mesmo tom baixo – o senhor está morto, assim como eu e ele – apontou em direção ao Liam que permanecia sentando no sofá apenas nos observando.
- Eu não morri.
- Papai – disse baixo tentando acalmá-lo – eu sinto muito.
- Eu não estou duvidando que morri,eu estou dizendo a vocês que eu não morri – o encarei confusa já sentindo as poucas lágrimas cessarem.
- Como?
- Eu não sei explicar, só sei que às vezes eu acordo em um quarto branco,mas logo apago de novo e volto aqui.
- Liam – o encarei e ele apenas negou com a cabeça.
- Ele deve estar em coma, às vezes acontece isso,mas é raro.
- Como ele acorda?
- Ele não deve acordar, deve só ser puxado para perto do seu corpo e então ele se vê no mesmo lugar, mas dura poucos segundos logo ele pode voltar onde seu espírito estava como é o lugar onde o senhor está senhor Becker?
- É branco, mas não parece ser um hospital, todas as vezes que eu acordo lá tem um homem careca vestido de preto na porta, ele... Ele tem uma águia no braço.
- Nosso cara – disse Justin encarando Liam.
- Nós vamos atrás daqueles filhos da puta e eu juro que vou matar um por um – disse entre dentes fazendo todos ali me encararem.
- E como você acha que vai fazer isso?
- Me arranjem armas, que o resto é por minha conta e do meu pai – Justin soltou minha cintura.
- Desde quando sabe usar armas? – perguntou Liam me encarando da mesma forma que o Justin.
- Eu ensinei, ex-fuzileiro parei assim que Alice nasceu – disse meu pai sorrindo – nunca achei que fosse precisar.
- Por que vocês estão concordando com isso? – perguntou Justin encarando Liam e meu pai – ela não é um espírito, eles podem machucar ela!
- Justin...
- Sinto muito, mas eu não vou deixar você se arriscar desse jeito.
- Eu não estou pedindo permissão, eu estou dizendo que eu vou resgatar meu pai e eu quero armas.
- Alice, isso é muito perigoso – disse enquanto se aproximava de mim.
- Eu quero correr o risco, eu não tenho mais nada a perder- Justin me encarou por alguns segundos e suspirou.
- Não vamos só nós quatro,eu vou chamar o Nick e o Jaxon – sorri para ele.
- Obrigado – ainda relutante Justin me puxou para perto dele.
- Só tenta não morrer, por favor – sussurrou no meu ouvido e eu apenas assenti – eu ainda não matei as saudades e para isso você tem que estar viva – ri e o empurrei.
- Me arruma as armas que o resto do trabalho é comigo – beijei sua bochecha – ah e outra coisa: se eu não morrer lá prometo que vou matar as saudades.
- Oh senhor!Vou atrás de um colete a prova de balas.
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