História So ist es immer, eu te amo. - O Cair da Noite

Mas teria a felicidade um prazo de validade?

E teria a vida um prazo de validade?

(Música do trecho: Safe and Sound – Nightcore cover by Landon Austin And Ellie)

Se o mundo explodisse lá fora, eu não me importaria pois ele estava em meus braços. Ele se entregou a mim de corpo e alma. Ele me fez sentir um turbilhão de sensações as quais eu jamais sentiria sozinho ou com qualquer outra pessoa. Os feixes do sol entravam tímidos no quarto, me despertando. Sento na cama e viro meu rosto para observá-lo dormindo.

Ele estava angelical, eu não conhecia adjetivos suficientes para descrevê-lo naquele momento com seu corpo envolvido pelos lençóis brancos e pelos feixes do sol. Me inclino sobre ele e o beijo lentamente aos lábios, escorregando minha mão sobre seu rosto. Ele desperta de um modo delicado e ao me ver, me presenteia com o seu mais belo sorriso.

- Bom dia meu amor! – As palavras saltavam fáceis de minha boca. Ele deixava tudo fácil.

- Bom dia... – Ele me puxou para um abraço, me deitando sobre seu corpo. – Meu amor!

- Dormiu bem, Levi? – O fitei com uma certa malícia.

- Nunca dormi tão bem. Você me proporcionou uma das melhores noites da minha vida. – Ele passou a língua sobre os lábios lentamente.

- Precisamos voltar pra Tóquio... A Mikasa não dá notícias, o celular dela está desligado... – Sinto meus olhos lacrimejarem e Levi instantaneamente me abraça forte.

- Eren por favor se acalme. Vamos encontrá-la. Okay? – Ele tocou meu queixo me fazendo olhar em seus olhos.

- Okay... Me ajuda com as malas? – Tentei expressar um sorriso.

- Claro, amor! – Ele deu um beijo carinhoso em minha testa.

Organizamos nossas malas para a viagem de volta. Eu estava muito preocupado com minha irmã, ansiava por notícias dela. Sua fuga no dia anterior foi muito inesperada, ela nem parecia a Mikasa confiante e orgulhosa que eu conheço, ela... Se assemelhava à antiga Mikasa. Sinto meu corpo arrepiar com as lembranças de seu passado quanto criança. Depois de tudo pronto, tomamos um banho rápido e nos trocamos. Estou com uma calça escura, camisa jeans clara e um tênis vermelho. Levi se veste com seus trajes formais, calça clara, camisa branca e blazer preto.

Seguimos até o quarto de Armin e ele nos aguardava na porta. O mesmo acenou para nós com um sorriso, mas seu olhar não negava que ele estava igualmente preocupado. Pegamos um táxi até a estação de trem, compramos a passagem na hora e para minha sorte o embarque seria em 40 minutos. Nos acomodamos no trem em um silêncio perturbador, quebrado por Armin.

- Então... a Mikasa deu notícias? – Ele batia os dedos na poltrona.

- Não... – O respondi entristecido. – Eu não faço ideia de onde ela possa estar. – Algumas lágrimas escorreram pela minha face.

A viagem de duas horas pareceu durar 2 anos. Levi não saiu do meu lado, sempre repetindo que tudo ficaria bem e pelos céus, eu queria acreditar nele. Pegamos outro táxi até minha casa, peguei as chaves com as mãos trêmulas e abri a porta com dificuldade. Entramos e estava tudo vazio e silencioso. Ela não estava lá. Haviam 3 mensagens na caixa postal do telefone, me aproximo e vejo que são da Sasha, nossa amiga de colégio.

- Eren sou eu, Sasha. Então... A Mikasa perguntou se podia passar uns dias aqui em casa. Ela parece muito desnorteada. Você sabe o que aconteceu? Me retorne assim que puder.

Olhei aliviado para os dois que ali estavam e me joguei no sofá, suspirando alto. Pelo menos agora sabia que ela estava bem e segura. Armin preparou um chá para nós, não havíamos comido nada no resort. Levi segura minha mão e a acaricia o dorso.

- Eren, você quer ir vê-la? – Ele me perguntou em seu tom sempre grave.

- Sim... Mas se não se importa eu gostaria de ir sozinho.

- Tudo bem... – Sua mão acariciava agora a minha face.

A casa de Sasha ficava há uns 20 minutos da minha. Resolvi ir caminhando para aliviar um pouco o nervosismo que está me consumindo. Ao chegar, toco a campainha e espero alguém responder.

- Oi, quem é? – Reconheci a voz animada da Sasha.

- Sasha... Sou eu, Eren. Vim falar com a Mikasa.

Ela abriu o portão, me deu um abraço curto e me convidou para ir ao seu quarto, pois minha irmã estava lá usando o computador. Ela disse para eu ir sozinho, mas que depois queria uma explicação. Assenti para ela e segui lentamente até seu quarto. Bati três vezes na porta e entrei. Mikasa me olhou com um misto de alegria e tristeza que me partiu o coração. Me aproximei dela e a puxei para um abraço apertado.

- Mikasa, não me assuste assim de novo! Você tem noção do quanto me deixou preocupado? A mim, ao Armin e ao Levi também. – Ela me afastou e então cruzou os braços.

- Se preocupou muito mesmo vindo me procurar um dia depois. – Senti a decepção pesar em sua fala.

- Mikasa... Por que está agindo assim comigo? Eu vim te buscar, vamos pra casa. Por favor... Você precisa se preparar para a prova da universidade, lembra? Vem. – Estendi a mão pra ela.

- Ele vai morar lá? – Ela hesitou em segurar minha mão.

- Não... Ele vai ficar na casa dele.

Ela hesitou por mais alguns instantes e então segurou minha mão. Seguimos pelo corredor novamente, indo até a sala de estar onde a Sasha estava. Me despedi dela e disse que logo explicaria tudo, ela ficou bem zangada mas compreendeu. Eu e Mikasa fizemos o trajeto de volta, o sol já estava bem alto mas o clima era frio. Ao chegar em casa, ela segue direto para seu quarto sem cumprimentar Levi e Armin que estavam na sala. Eles me olham atônitos.

- Bom... Pelo menos ela está em casa. E Levi, você se importaria de dormir na sua casa por uns dias? – Pedi um pouco envergonhado, afinal era meu noivo. Queria estar perto dele.

- Não... Está tudo bem, amor. – Ele veio ao meu encontro e me abraçou. – Vou comprar o almoço, pode ser pizza?

- Claro que pode! – Armin respondeu antes de mim bastante animado, me fazendo rir. – Pizza é sempre bem-vinda!

Alguns dias depois...

Mikasa aos poucos voltava a ser o que era comigo. Nossa boa amizade florescia mais uma vez. Era bom ter minha irmã de volta. Eu e Levi resolvemos fazer um jantar para oficializar o noivado. Convidamos alguns amigos da época do colegial, Armin iria cuidar da decoração, eu e Levi faríamos o jantar. Escolhemos comida italiana, fácil e prático. A casa estava decorada com rosas brancas e algumas velas, assim como a mesa de jantar. Deixamos um álbum de Ludovico Einaudi tocando em um volume baixo.

Levi e eu fomos no preparar para o jantar. Ele iria vestir um terno escuro e eu calça social, camisa branca e um blazer. Eu havia tomado banho enquanto ele terminava de preparar o molho do gnocchi. Me deitei na cama vestido apenas de cueca e ele entrou no quarto. Ao me ver ele mordeu o lábio de um jeito irresistível, se aproximou de mim e me puxou pelo quadril, passando minhas pernas pela cintura dele.

(Música do trecho: A Little Death – The Neighbourhood)

- Eu estou com tantas saudades, Eren... – Suas mãos acariciavam meu abdômen. – Me espere...

O olhei com malícia e assenti que sim com a cabeça. Ele tomou banho, se perfumou e voltou ao quarto apenas com a toalha enrolada no corpo. Levi caminhou até a cama e deixou a toalha cair no chão, seu membro estava rijo esperando por mim. O deitei na cama e deitei de forma que pudéssemos ficar em posição de 69, o masturbei por uns instantes e então o suguei. Ele estremeceu ao sentir minha boca quente em seu membro.

Minha boca o sugava cada vez mais forte e intenso, não reprimo um gemido ao sentir a boca dele em meu membro. Os toques de sua língua eram deliciosos, trabalhavam por todo o comprimento do meu membro enquanto eu o chupava com todo meu desejo. Confesso que senti vontade de penetrá-lo naquele momento. Nos sugamos deliciosamente por algum tempo até que eu não conseguisse mais aguentar.

- L-Levi eu... V-vou goz... Aaaahhhn... – Não resisto e acabo por gozar sujando a boca dele. O corpo dele se contrai e aproveito para continuar o chupando.

- E-Eren assim e-eu vou... Na sua.. Boca ooooooh... hmmmm... – Deixo seu membro fundo na minha boca para receber seu néctar. Permanecemos um tempo abraçados na cama, trocando beijos e carícias.

- Eren, durma comigo hoje. Por favor... – Ele me olhou suplicante. O beijei mais uma vez, queria tatuar seu sabor em mim.

- É claro que eu durmo contigo, meu amor!

Nos trocamos e fomos até a sala para recepcionar os convidados junto de Armin e Mikasa. Sasha foi a primeira a chegar, em seguida Reiner, Berthold, Conny, Jean-sensei e Hanji-sensei, a professora de Biologia. Todos nos cumprimentaram, nos parabenizando pelo noivado. Todos se divertiam com a música ambiente, Conny e Reiner arriscavam uns passos de dança na sala, sem nenhum sucesso. Levi convida todos para irem à sala de jantar, onde a mesa estava posta. Todos se serviram mas antes que começassem a comer, Levi se levantou e pegou a taça de vinho.

(Música do trecho: So ist es Immer piano cover by あかしれな)

- Eu gostaria de dizer algumas palavras. – Ele virou sua atenção para mim. – Eren é um anjo que apareceu em minha vida. Eu vivia sem nenhum propósito aparente, não conhecia a felicidade plena, mas depois que ele chegou... Me irradiando com sua alegria e seu amor, minha vida mudou. Eren... – Ele estendeu a mão pra mim, a segurei e me levantei segurando a taça com a outra.

- Levi... – Senti minhas bochechas queimarem, mas o olhei nos olhos. Ele sorriu carinhosamente.

- Obrigado por tudo, sem você eu não seria nada. Hoje eu tenho um propósito na vida, te fazer feliz. Eu te amo, Eren!

- Levi... – Eu não tinha palavras para dizer o quanto eu o amava, um simples “eu te amo” não era suficiente, mas era o que eu tinha no momento.  Eu te amo! – Brindamos com as taças e ele me beijou carinhosamente, todos ali aplaudiam e comemoravam.

Me sentei ao lado dele novamente e olhei para Mikasa que não tinha expressão alguma no olhar. Ela estava linda em um vestido vermelho, mas não estava feliz... E eu sabia o porquê. Durante o jantar ela não disse uma palavra, todos conversavam animados, riam e se lembravam de momentos constrangedores do colégio. Em um súbito, ela se levantou da mesa.

- Desculpem, eu não estou me sentindo bem. – Mikasa saiu apressada batendo a porta da sala e indo para fora. Todos a olharam assustados.

- Eren, o que houve com ela? – Sasha me perguntou preocupada.

- Não se preocupem, está tudo bem. Ela deve ter ido respirar ar puro, mais cedo ela disse que estava indisposta. – Armin respondeu percebendo que fiquei paralisado.

Levi segurou minha mão e sussurrou em meu ouvido que tudo ficaria bem, mas dessa vez eu tinha um pressentimento ruim. Era tarde, quase meia-noite e ela sozinha pelas ruas de Tóquio. Armin me pediu para relaxar e deixou todos entretidos sendo o DJ depois do jantar enquanto eu colocava a sobremesa na mesa, uma panna cotta de frutas vermelhas. Podia ouvir o riso despreocupado deles enquanto dançavam e apostavam quem tinha o melhor passo de dança.

Mikasa mais uma vez não deu notícias, o relógio marcava 00:50. Eu tentava não transparecer decepcionado, afinal não queria magoar Levi. Ele estava tão animado, se esforçou para me ajudar a preparar o jantar mesmo não tendo muito talento. Todos haviam comido a sobremesa e agora estávamos reunidos na sala. Levi como sempre permanecia perto de mim.

- Hey Eren... Belas alianças! – Reiner disse sorrindo. – Mas aposto que quem escolheu foi o Levi... Porque né, ele é muito mais elegante que você.

- Ha ha ha... Engraçado Reiner. Quer falar de elegância? Então vamos falar do dia que você se vestiu de gatinho para trabalhar naquele pet shop. – O olhei desafiador. – Você estava kawaii...

- Ah não fode Eren... – Ele riu e se encostou na poltrona. Acho que ganhei essa.

Conversamos por mais algum tempo conforme a madrugada avançava. O relógio marcava 01:40 da manhã, todos estavam levemente bêbados de vinho e sake, especialmente Reiner que agora passava cantadas baratas na Hanji-sensei. A música soava animadamente alta pela casa, mas baixa o suficiente para que pudéssemos ouvir o telefone tocar. Armin foi até ele do outro lado da sala e o atendeu.

(Música do trecho: Don't Die on Me – Myuu)

- Pois não? Sim, é da casa dele. Quem está falando? – A expressão de Armin mudou completamente, se tornando incrédula e incrivelmente triste. – Como assim... Claro, eu vou passar pra ele. – Ele se aproximou de mim e me entregou o telefone.

- Alô? – Disse assustado.

- Eren Jaeger?

- Sim... O que... O que aconteceu? Quem está falando?

- Eu sou o delegado Isayama do 45º distrito... Você tem algum parentesco com Mikasa Ackerman? Ela estava usando um vestido vermelho?

- S-sim, somos irmãos. Onde ela está? Por favor me diga, o que está acontecendo?

- Eren... Encontramos Mikasa na escadaria do metrô. Sua irmã foi gravemente baleada e... ela não resistiu. Acionamos a emergência mas ela já estava sem vida quando chegamos. Eu preciso que venha até aqui reconhecer o corpo... Eu sinto muito Eren.

Deixei o telefone cair no chão, junto com a taça de vinho, quebrando-a no meio da sala. Minha visão ficou turva devido as lágrimas, eu não queria acreditar nisso. Minha irmãzinha... Morta? Minha Mikasa... E eu tenho que reconhecer o corpo? O corpo dela? Um corpo sem vida? Eu não quero ir reconhecer o corpo. Por que eu tenho que ir? Ela... ela está viva... Isso é mentira. Isso não pode ser real. Eu estou apenas tendo um pesadelo. Isso tem que ser um pesadelo.

O fogo que um dia foi acendido, um dia será apagado. Do início vem o fim e do fim vem um início.