História Só (não) siga o plano - Como (não) ficar galã

   Eu não sabia exatamente o que Hoseok queria fazer com meu dinheiro, talvez outras pessoas soubessem, mas isso é um assunto muito avançado para meu cérebro com capacidade inferior para charadas ou afins.

   Logo quando acordei aquela manhã de terça senti um ar diferente só pelo o fato de Jung Hoseok, a pessoa mais preguiçosa do mundo, ter arrumado a sua cama. Sinceramente eu acho que isso foi um sinal de Deus que um terremoto muito forte vai destruir Luffy-Hupffly.

    Eu me levantei, meio atordoado, afinal isso foi um baque muito forte para minha cabeça, e assim que levantei senti o cheiro de chocolate com morango que saia do banheiro. Era Hoseok.

    Eu posso dizer que mesmo que nossa amizade seja de dias, é como se eu conhecesse Hoseok há anos. Já sei de todas as suas manias, fetiches, alergias e até mesmo as marcas que ele compra. Isso pode parecer estranho para alguns, mas como não somos o exemplo de normalidade, isso é algo comum para nós.

 — Preparado para a aventura de hoje? — Hoseok me perguntou assim que saiu do de toalha do banheiro e, caramba, mesmo que eu já tenha uma base de convívio eu não consigo me sentir confortável vendo ele praticamente pelado.

  — Que aventura, Hoseok? — Perguntei confuso. Do que aquele louco estava falando àquela hora da manhã? Mal começou a manhã e já tava cheirando? Depois morre por overdose e fica se perguntando o porquê.

   — A saga do plano ‘Noite com Chocolate’. Como você esqueceu? Olha, eu espero que você tenha reativado seu cartão porque eu não vou gastar minha mesada com você, não. Ela é muito importante para coisas fúteis como isso. — Só foi eu lembrar desse plano que me derreti em pensamentos doces e eróticos com a obra divina, vulgo, Park Jimin. Eu tinha me esquecido totalmente do plano, mas por sorte ontem foi o dia da minha primeira mesada do mês, então acho que dá pra separar algo para me enfeitar mais.

    — Coisas importantes tipo os seus Donut’s e pagar para ver um CamBoy na internet? Isso é realmente muito útil Hoseok, me sinto até triste em ver o quão bem você sabe administrar seu dinheiro com coisas boas e eu não. — Hobi me olhou com uma cara de desgosto que ele costumava fazer frequentemente indicando indignação, ofensa e nojo.

  — Olha só, eu sou um jovem que saiu recentemente de uma fase conturbada de um adolescente com muita testosterona, eu ainda tenho problemas com isso. Além do mais, ouvi dizer que se tu não bater uma, é capaz do teu pênis estourar por guardar tanto esperma, fica a dica. — Queria saber quem foi o retardado que botou esse tipo de coisa na cabeça do Hoseok. Tadinho, ele é um garoto facilmente influenciado.

   Depois dessa conversa super vergonhosa, me arrumei com qualquer roupa jogada no armário e peguei meus livros necessários para a primeira aula do dia. Logo que sai me deparei com Jimin. Sim, eu tinha me esquecido que nossos dormitórios são colados um no outro.

   Eu não queria olhar na cara dele depois de ter visto aquela cena, queria esquecer logo tudo isso, mas aquele sorriso doce junto com aqueles lábios carnudos, aquela mão passeando pelos seus cabelos negrumes... Se existe alguém mais trouxa que eu, acho que essa pessoa deveria rever seus conceitos de função na terra, por que não pode existir alguém mais trouxa e idiota que eu.

 — Oi Yoon, quanto tempo que não te vejo. Está se dando bem na universidade? Sei que você é um pouco fechado, então deve ser difícil. — Jimin se aproxima de mim e dita essas palavras no meu ouvido. Mentira, mas ele fala tão sensualmente que eu sinto como se ele quisesse me provocar falando isso em um sussurro no meu cangote.

 — E-Eu to bem, acredito eu, bem, sim...erhh, oi J-Jimin...ahn…. Sim, amigos, eles são demais, yey. — Eu não acredito que paguei o maior mico na frente do crush. Era só para eu responder uma simples pergunta, mas não, o Mincão Yoongi que existe no meu interior decidiu aflorar e me matar de vergonha. Ele deve me achar ridículo, como todo mundo.

 — Ah entendi, foi bom te ver. Fico feliz que tenha feito amizades, se tiver qualquer problema pode falar comigo ok? Eu estarei aqui do seu ladinho para isso. — E ele me deu um abraço muito apertado, senti minhas veias querendo explodir e meu estômago embrulhando como se estivesse preste a vomitar, mas era somente eu surtando por um abraço do crush mesmo.

  — Park Jimin, quem é esse? — E apareceu o empata foda do momento, a naja que todos odeiam e mamam como se fosse vaca, mas ele é muito pior que uma vaca. Mesmo eu não o conhecendo, já tomei um ódio enorme por ele. Eu vi como ele tratava os diminutivos da universidade, via como ele se esbanjava até mesmo para os professores que não podiam fazer nada. Mas mesmo assim, tem gente que gosta de seu jeito, principalmente porque o que ele tem de naja tem de falsificada.

   — Jungkookie, não fica com ciúmes. Ele é só nosso colega de dormitório e mais um dos garotos em que apresentei o colégio. — O que Jimin disse me magoou bastante, afinal eu era só mais um.

    — E quem garante que para ele você seja mais um? Só se ele for uma puta e ai sim, você é só mais um. — Quem ele pensava que era para me chamar assim? Eu posso ser antissocial, mas eu sou maravilhoso, ok? Inveja mata, tá queridos? Só para avisar.

  — Vamos, Marshmallow? Temos coisas a resolver depois. — Hobi apareceu do nada envolvendo meu ombro e falando com um sorriso. Eu não me liguei tanto a ele, pois estava com muito ódio de Jungkook por ter falado aquilo e por estar fazendo o favor de ficar bem agarrado ao Park que nem um bicho preguiça. Só voltei para meu mundo quando percebi estar longe deles e já de frente para minha sala com Hobi falando “tchau”.

   — Hobi, espere. — Gritei seu nome e corri até ele. Precisava confirmar uma coisa antes de ele partir.

   — Fala pitel, mas fala rápido que não tenho tempo. — Ele disse com sua voz de desdém. Sabe aquela voz nojenta que só de ouvir você sente vontade de socar? Então, essa voz é bastante usada por Jung, principalmente quando ele tá cansado ou não liga para a pessoa.

   — O plano ainda tá de pé, né? . — E então o maior sorriso do mundo brotou nos lábios dele. Ele concordou com a cabeça freneticamente enquanto sorria

   — Ótimo. Hoje mesmo tiro o dinheiro do banco — Falei e logo me retirei, deixando Hope ali sozinho.

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   Quando chegou o fim das aulas já era noite, mas ainda dava para dar uma passada onde quer que Hoseok quesesse ir, eu pensei.

    Assim que sai da sala, fui para frente da universidade e mandei uma mensagem para Hoseok me encontrar aqui.

    Fiquei alguns minutos esperando até que um rato apareceu na minha frente, mas não era um rato qualquer, esse ai era um pouquinho evoluído, era grande e ficava em pé, mas a cabeça era de um primitivo. O nome popular desse rato é Jeonggkuk, mas você pode chamar ele de rato mesmo.

  — A garotinha meiga tá sem seu plebeu? — Ele falou, esnobe como sempre. Aquele ratinho achava que tinha a coroa do rei sendo que só tinha o rabo.

 — Do que você esta falando? — Eu realmente não entendi o que ele queria dizer. Não conseguia pegar nem a Coca-Cola na maquininha da faculdade, imagina uma pessoa, ser vivo ou coisa que se mexe.

  — Não se faça de desentendido, garoto, eu sei que esse seu físico fofinho é tóxico, mas eu vou fazer uma desintoxicação rapidinho. — Eita, o troço tava se olhando no espelho? Por isso eu digo para nunca usar coisas pesadas demais, senão dá nisso.

    — Acho melhor você sair daqui, Jungkook. Acredito que você não gostaria que Jimin descobrisse que você bateu em um ser inofensivo como o Yoongi, porque eu vou fazer o favor de contar para a secretária da escola. — Hoseok, como sempre, o meu salvador, apareceu mandando uma ameaça a Jungkook.

   Jungkook olhou para mim e para o mais velho de cabelos coloridos, ele apontou o dedo para mim, mas foi impedido de dizer qualquer coisa que queria, pois seus amigos apareceram e o puxaram para a limusine que brotou ali mais rápido do que uma flor no solo.

    Assim que ele se foi começamos a rir dele, eu não sabia o que deu na gente, mas foi como se estivéssemos vendo um programa de comédia pastelão. Depois do surto, fazendo a representação da população coreana, fomos de busão.

    Depois de uma longa estrada até um shopping decente naquele lugar, nós chegamos. Fomos um dos primeiros a descer e sair correndo como dois desesperados em um atentado.

     Após ter uma maratona estilo Usain Bolt, fomos direto a uma loja de roupas. Assim que me deparei com os preços, quase infartei. Estávamos vendo roupa ou vendo o shopping inteiro para comprar? 

   — Hoseok, quando você disse que iriamos comprar roupa eu pensei que a gente iria na C&A, não em uma Gucci da vida. — Falei apavorado. Ou eu saia dali enquanto as mulheres não vinham ou eu pagava e depois vendia meus órgãos no mercado negro para sobreviver.

  — Problema é teu, eu avisei. Não vou pagar merda nenhuma, não. — Ele falou enquanto olhava algumas roupas, já com cinco peças delas nos braços. Já to sentindo meu infarto. Ele falar isso era pior do que me negar um salgado.

  — Hoseok, pelo amor a Deus, eu prometo pela divindade das WINX e Crystal Gems, eu juro pela minha vida e a da minha família que irei fazer tudo por ti durante um ano se você pagar todas as compras. Ó, santo Hoseok amado. — Eu me pus ajoelhado no chão e ditei aquelas frases vergonhas na frente de todos, mas eu conhecia Hoseok e sabia que ele só cederia assim.

    — Como sou um ótimo amigo, eu aceito sua proposta — Ele disse sorridente. Safado.

    Assim que Hoseok aceitou, rodamos o shopping inteiro comprando diversas coisas de marca — não me pergunte como ele conseguia comprar tudo isso — e também fomos a um cabelereiro. “Olha esse cabelo ressecado, sem nenhuma hidratação e cheio de pontas duplas. Agora entendo porque usa franja, mas meu querido, para aplacar feiura só tendo dinheiro e indo todo dia no salão”, Jung, Hoseok 2017.

     Por um milagre divino eu consegui ir ao banheiro, e logo que entrei me deparei com outra pessoa totalmente diferente. Eu parecia a Gisele Bündchen só que na versão masculina. Eu estava bonito, mas um bonito natural, como se eu tivesse nascido assim. Não evitei em me achar a última bolacha do pacote, quem ficasse incomodado que saísse da minha frente, porque hoje eu iria desfilar.

      Eu estava tão bonito que Hoseok fazia questão de me elogiar a cada cinco segundos, era constrangedor, sabia que ele estava fazendo isso com sinceridade e para me dar confiança, coisa que eu não tinha, mas era quase inevitável não se sentir incomodado com tanta atenção.

      Enquanto ele me elogiava, andávamos até a praça de alimentação, afinal eu ainda sou um ser humano que precisa de comida, de uma noite de sono e de ver minhas séries. Não sei se vocês sabem, mas os populares ainda são humanos, não bonecos. Quando chegamos ao devido local, nos sentamos em uma mesa enquanto dávamos apelidos a todo mundo da universidade, fazíamos isso quando a gente quisesse falar mal de alguém, porém como ainda existem pessoas enxeridas, utilizamos essa técnica.

    — O nome do Jimin será Momin — Eu falei sorridente e um pouco envergonhado, só em pensar  nesse nome com meus lábios eu me sentia no paraíso.

     — Momin? Que diabos é isso? — Sei que é normal alguém perguntar isso, mas a minha disposição para explicar era zero, porém eu tinha que explicar senão a lerdeza ia ficar enchendo o saco, o que seria pior.

    — Mochi Jimin, porque ele parece um mochi com aquelas bochechinhas fofas — Falei pondo minhas mãos na bochecha imaginando serem as do meu crush.

   — Nossa! Meu Deus! Depois dessa vou pegar uma faca e me matar — Meu melhor amjgo disse, com o maior arrependimento de ter descoberto isso. Qual é? Nem era tão ruim.

    — Não! Você não pode fazer isso, você tem muito a viver. — Eu disse o apertando e dramatizando, típico vindo de mim.

    — O que você quer criatura? Sei que se eu me matasse de verdade você nem ligaria pro fato de eu ter morrido — Hope, assim que o larguei, cruzou os braços me olhando. É uma merda quando a pessoa te conhece, dá nem para ser falso.

    — Pode nem se importar mais, mas já que perguntou. Paga meu lanche.— Falei com um sorriso fofo no rosto, tentando hipnotizar ele com minha fofura. Hobi, não aguentando minha cara de fofura— que eu sei que ele amou —, foi comprar nossos lanches, amém porque eu já tava morrendo.

      Assim que me sentei novamente, fixei minha visão e vi uma pessoa muito peculiar. Não, não podia ser logo aquela praga ali.

    — Aquele é o Jungkook? — Perguntei surpreso para mim mesmo.

   — Não, é a Joselma. — Disse uma voz do além, grosso, mas eu gostei