História Só no All-Star -Imagine RapMonster(BTS) (sendo ajustado) - Brincadeiras do destino

Era segunda-feira. Eu sei que não sou uma pessoa muito otimista, principalmente quando os dias agregam com 'feira' como nome, mas estranhamente, acordei hoje com uma sensação de que algo aconteceria, algo diferente!  E isso me deixou curiosa, de certa forma entusiasmada.

Fatores que comprovam esse... 'fato':

❤️Acordei cedo e não tive vontade de enfiar a minha cara no travesseiro e voltar a dormir;

❤️Tomei um banho rápido;

❤️Coloquei roupas de c.ores leves e pela primeira não me irritei com meu cabelo;

❤️Fiz café da manhã (E não envolvia nada industrializado).

- Perdi alguma coisa? - Estava terminando de arrumar a mesa do café da manhã quando notei a presença de Yoongi, escorado no batente da porta da cozinha.

Ele me olhava como um vegetariano vendo um porco no rolete. Vamos dizer que não era muito minha praia acordar cedo, ou tomar um café da manhã que não tivesse "Froot Loops" numa xícara preta escrita "I'm still sleeping".

- Só não enche meu saco! - sentei à mesa e fiz um movimento com a mão, pedindo que ele se juntasse à mim, o que ele fez sem exitar.

Yoongi era uma máquina de fome, poucas coisas ele recusava quando o assunto era comida. 

- Parece bom. Desde que não esteja borrachudo como da última vez....- começou a implicância, revirei os olhos.

- Sua sorte é que eu estou de bom humor, se não, sua cara pálida já teria uma tatuagem. Adoraria ver a cor que ficaria no dia seguinte. - Impliquei também.

- Tá bom, nervosinha, não tá aqui quem falou. - Meu irmão levanta as mãos como se se rendesse. - Mas...e o bilhete de sábado? - ele muda de assunto -  Você não descobriu nada? 

Suspiro.

- Não. Nada. Na verdade....eu não faço a mínima ideia de quem poça ser ou o que exatamente essa pessoa quer. 

- Dizia que era um admirador secreto, você não se lembra de ninguém que te olhe ou te trate de uma forma diferente? Que pega suas coisas quando cai ou que empresta coisas que você esqueceu? - ele parecia realmente preocupado, dava para ver que ele queria descobrir o que era tudo isso, tanto quanto eu. Meu irmão ia me ajudar, eu sentia que podia contar com ele.

- A única pessoa que me empresta uma caneta ou uma folha, é a Hoo, e...você sabe que eu sou muito desastrada, eu vivo deixando algo cair e esquecendo de pegar as coisas, é normal para mim, alguém me ajudar com isso. E são tantas pessoas....seria impossível me lembrar de todas elas!

- Ei, ei! - Meu irmão se levanta e me puxa da cadeira. Ele coloca as mãos sobre meus ombros e olha bem no fundo dos meus olhos. - Calma, Yaah! - fazia muito tempo que ele não me chamava pelo meu apelido de infância - Olha, eu estou tão nervoso e confuso quanto você. Acredite. Não gosto de te ver sofrer, por nada! Se tem uma promessa que vou lutar para cumprir, é garantir que você esteja bem! 

Ele me puxa para um abraço apertado e não posso deixar de retribuir. Eu amo o meu irmão, e mentalmente prometi que não magoaria ele. Ele não merece ficar triste, não quando a causa sou eu.

--- Um Tempinho Depois ---

- Oi, Yara! - Junkook me cumprimenta assim que entro na sala de aula.

A salas da faculdade eram, na realidades, um grande galpão amarelado, pareciam auditórios, com dezenas de cadeiras alinhadas numa só posição. De frente para as cadeiras, na parede, havia um telão, muito usado pelos professores, e outros profissionais que nos visitavam, para o auxilio de aulas, palestras e reuniões. Minha turma, até a metade do ano, enchia aquela sala e ainda faltava cadeiras; hoje, um terço já abandonou o curso e já ouvi de muitos, o desejo de abandonar também. Confesso que até mesmo eu já cogitei essa possibilidade, mas faz tempo, e superei com o auxilio de um professor que me encorajou a continuar, dizendo que era uma ótima pessoa e poderia me tornar uma ótima profissional, além da possibilidade de eu acabar gostando do curso. O que aconteceu.

- Oi, Kook! - abri um largo sorriso. - Tudo certo?

- Mais ou menos. - seu sembante mudou de repente com a pergunta, parecia intrigado. - A Hoo ainda não chegou o que é estranho. - observou.

Realmente, minha amiga costumava chegar cedo para aulas, não só porque morava perto, mas porque sempre foi uma questão de ética para ela. 

"Nunca chegar atrasado é mostrar interesse. Depois do horário combinado, parece que você é desorganizado e que não se importa muito com o seus compromissos. Mas chegar muito cedo, nunca! Parece que você quer que aquilo acabe logo." É o que ela sempre diz.

- Ela deve ter ficado doente, ou algo assim. - ele assentiu em concordância e logo ignoramos o fato.

Poucos minutos depois, nossa professora de contabilidades básicas entra na sala e pede que todos fiquem quietos e que prestassem bastante atenção nas explicações de hoje, porque ela pediria um trabalho que seria bem mais complicado que os anteriores.

Anotei tudo que seria necessário para o trabalho e já coloquei num rascunho algumas ideias. Meu dia hoje estava sendo bem diferente...nunca costumava anotar ideias, não sobre trabalhos.

- Esse trabalho será de extrema importância para o currículo de vocês. Envolve muitas pesquisas então cuidado com as fontes e não fujam do tema. - Ela coloca os óculos que costumam ficar pendurados em seu suéter e vai folheando alguns papeis. -  O trabalho será em dupla, pré definido por mim, e vocês terão duas semanas até o dia da entrega. - Ela passa um punhado dos papeis para os primeiros das filas e pede que passem à diante. - Quem não me entregar até o prazo dado...Meu conselho é que se despeçam dessa faculdade enquanto ainda há tempo. 

Todos murmuram algo conforme vão lendo os papeis. Não vou ler o meu ainda, no intervalo, talvez, assim me concentro melhor nas instruções.

- Se tiverem dúvidas ou apenas quiserem me consultar para melhorias nos trabalho, estarei na biblioteca todos os dias depois do término das aulas. Podem se retirarem.

Como de costume, eu e Kook esperamos o restante da sala sair, assim não corremos o risco de perder uma perna ou uma orelha, ou, com sorte, apenas a carteira com sua pior foto do RG. Além de que podemos pensar no que comer e onde sentar no intervalo. 

Assim que nos levantamos e rumamos á porta do auditório, ouço alguém me chamar.

- Yara. - A pessoa caminha até mim, e só então meu raciocínio lerdo funciona. Namjoon. - Podemos organizar as coisas agora? Nesse intervalo. 

Faço cara de interrogação.

- Somos uma dupla. - alterna os dedos entre eu e ele. - Você ainda não leu a folha, não é?

- Bom, vou deixar você resolverem isso, porque me parece que alguém vai dar mais trabalho do que ajudar a resolvê-lo. Tchau para vocês dois. - Jungkook se despede de nós e sai da sala.

- Então...onde quem ir? - perguntei para Namjoon.

- Podemos ir na quadra, tudo bem para você?

- Claro! Vamos.

Caminhamos em silêncio até a arquibancada da quadra, que estava sendo usada pela equipe de basquete. No meio de todos aqueles garotos suados, procurei pelo meu irmão e BUM! Ele me achou antes...

- Yara! - Yoongi gritou em claro e bom som. Fez um coraçãozinho com as mãos e mandou um beijo na minha direção. Eu sabia que ele só queria passar inveja para as garotas que o idolatravam, e ele sabia que ia sobrar pro meu lado, se não, ele não nem me olhado direito.

Incrível como o efeito é instantâneo. Agora sim, me sentia como o porquinho no rolete, assando à 70 graus célcios. Nunca recebi tantos olhares de ódio de uma só vez em toda minha vida. Aquelas meninas queriam me comer viva.

- Quem é?- Namjoon pergunta, acenando para meu irmão.

- É meu irmão,  Min Yoongi. Não sei se você lembra dele. Ele era o garoto de açúcar, que chorava por tudo...

- Espera, Min Yoongi era o Suga, do colégio? - confirmei. - Nem parece ele, mudou bastante.

- Para mim ele não mudou em nada. Que tal sentarmos alí. - Apontei para os últimos lugares da arquibancada, onde não havia ninguém para nos atrapalhar.

- Certo.

Discutimos sobre como faríamos e quais os tópicos importantes que devíamos destacar. Era tão confortável passar o tempo ao lado de Kim Namjoon que nem percebi quando deu o horário da aula. Como não éramos da mesma turma de estatísticas, sai correndo feito louca pelos corredores da faculdade, rezando para não chegar atrasada. Entrei na sala correndo e me sentei na primeira cadeira vazia que encontrei. Pelo menos o professor ainda não tinha chego, o que meu deu tempo de organizar minhas coisas e normalizar minha respiração ofegante.

- Preciso urgente de fazer exercícios. - murmurei para mim mesma.

O professor entra na sala e começa a longa e chata explicação de cálculos e blá blá blá. Quando meu celular vibra no bolso da calça jeans. puxo o mesmo delicadamente, só para verificar se era importante. Era um número desconhecido, o que me intrigou um pouco. Será que era o tal admirador?

" Passa na minha casa sábado, às 14h. -N"

Ela era seguida de um endereço traçado pelo google maps.

N? Quem era N? 

- Senhorita Min, será que a senhorita não gostaria de prestar um pouco mais de atenção na aula, ou poderia compartilhar com a sala qual seu entretenimento!? - o professor pergunta irônico. 

- Prestando atenção, professor. - jogo o celular na bolsa abrindo um largo sorriso, fazendo sinal de positivo com as duas mãos.

"Tudo em nome das aparências." A Hoo costuma dizer. Agora, aquela frase começou a fazer sentido para mim.

--- Alguns dias depois ---

Na faculdade, Hoo não apareceu a semana toda, a família viajou e ela preferiu ir junto, mas só me avisou na quarta. Da última vez em que ela viajou ficou três meses fora. Quando se trata de Hoo e sua família, o hoje pode ser daqui 2 anos. Mas minha maior frustração era que ela ainda não sabia sobre o bilhete e o admirador secreto, o que me fazia pensar que talvez seja melhor não contar à ela.

Sem a Hoo, comecei a passar os intervalos com Jungkook e alguns amigos dele. Jin aparecia de vez em quando nos intervalos, mas estava sempre ocupado então nunca ficava muito tempo com a gente, a vida dele virou uma correria desde o último mês, já que sua formatura é em novembro, porém mesmo ocupado com os preparativos e todo o resto, ele sempre reservava uns minutinhos para seus amigos. Vou sentir falta dele no ano que vem.

Minha semana também estava sendo corrida, graças ao trabalho com o Namjoon. Mas até estava ficando bom, e se continuarmos desse jeito, o trabalho fica pronto antes da sexta da semana que vem, o dia do prazo.

Yoongi também anda numa pilha de nervos, o time dele vai jogar nas eliminatórias da estadual, e como atual capitão, o peso das responsabilidades do time cai todo sobre ele. Eu tento ajudar como posso, quando o assunto é contabilidade e orçamentos. Não escolhi o curso de administração à toa. Mas é muita coisa para nós dois resolvermos sozinhos, por isso, ao final dos problemas que não conseguimos resolver, acabamos recorrendo ao nosso pai, que, apesar de reclamar por ligarmos em horas "inapropriadas", sempre acaba nos ajudando. 

O orgulho do meu pai, é ver seus dois filhos juntos e felizes, realizando seus sonhos sem abandonar suas obrigações. Por isso ele sempre ajudava! Não vou mentir, meu pai sabia ver as coisas de um ângulo que ninguém mais via, e só isso já ajudava bastante.

Já era sexta-feira, ou seja, quase uma semana desde que a Hoo viajou, e, felizmente, meu "amado" ainda não havia dado novas pistas. Isso me deixava num paradoxo, porque eu não sabia se ficava aliviada ou se interpretava isso como um mal sinal. 

 E claro que maistarde eu descobri que N, era a inicial de Nmajoon, e que ele havia conversado com meu irmão e pego meu número. Yoongi, também, nem para me avisar.

Como tínhamos combinado, eu iria à casa de Nmajoon no sábado, já estávamos na metade do trabalho, e estava ficando ótimo. Namjoon também estava se apresentando um cara legal, mas não largava a mão de ser misterioso, o pouco que eu sabia sobre ele foi por conta própria que descobri, e nem sei se todas estão certas. Por exemplo, ele tem um cuidado especial com o cabelo, já que o mesmo está sempre bem hidratado e cheiroso - não que eu tenha cheirado; á propósito, tem cheiro de amêndoas -, na verdade, ele estava sempre cheiroso, um perfume aconchegante, marcante, mas não forte. Poderia ficar horas ao seu lado só sentido aquele cheiro gostoso. Não só por esse, mas por outros motivos, estava ansiosa para sábado, algo me dizia que seria...interessante, fazer esse trabalho ao seu lado.

Os amigos do Kook eram super gente boa, dava para sentir que seria uma daquelas amizades que surge do improvável e se sustenta pelas diferenças entre as pessoas. Adorava passar meu tempo com eles, e meu tempo adora passar com eles. Mas nenhum deles eram a Hoo. Eu sentia falta dela, da gritaria estérica, dos abraços surpresas, dos "convites" para festas nos finais de semanas que eu era obrigada a ir, sentia falta das fofocas desnecessárias que eu nunca prestava atenção, das conversas longas onde ela monopolizava todos os assuntos. Minha melhor amiga, minha passarinha tagarela.... não sabia que ela me fazia tanta falta. 

Liguei para ela no mesmo dia, já imaginando uma conversa de horas, onde, como sempre, ela falaria bem mais do que eu. Ela ia querer explicar aos mínimos detalhes como era os lugares que visitou, como os garotos de lá eram "os maiores gatos do mundo" e como ela queria que eu estivesse lá para ver tudo ao vivo. Mas não foi bem isso que aconteceu.

Ligação(ON):

- Yara...nossa, parece que você é um carma! Eu estava pensando justamente em você!(Deu uma risadinha nervosa)

- Sério? Por que?

- Não vou mentir, estava adiando essa conversa ao máximo. Não sei nem como vou explicar.

- Começa pelos garotos, ai você passa para os lugares e...(Hoo me corta)

- Não, Min Yara...não é nada disso que eu quero falar, é mais...delicado. (houve um longo intervalo antes dela continuar) Eu tranquei minha matrícula da faculdade.(não tinha o menor humor na sua fala) 

- C-como assim? Você vai voltar mês que vem? Eu acho que não precisava...(fui novamente cortada)

- Não...eu não vou mais voltar, não vou mais para faculdade....Yara, eu preciso ir... vou desligar...., tchau... 

Ligação(OFF)

Deu para ouvir, do outro lado da linha, um "para sempre" bem baixinho, antes da ligação ser encerrada, deixando uma Min Yara completamente desnorteada e incrédula.

Meu celular caiu, mas não me preocupei se havia quebrado. Só acordei do meu transe quando meu irmão adentrou meu quarto, perguntando se eu queria jantar.

Continua...