1. Spirit Fanfics >
  2. So Numb >
  3. Ódio

História So Numb - Ódio


Escrita por: Xmoniqu3

Notas do Autor


Gente nossa o último cap teve um monte de comentário vcs são demais, podem comentar a vontade, falar um monte de coisa até me mandar tomar no cu pq eu amo conversar com vcs <3

Capítulo 18 - Ódio


A reunião acabou, todos se despediram com uma corrente do abraço, ficávamos em circulo, e um atrás do outro, abraçávamos todos. Chegou minha vez de abraçar a Chandler, que foi quem me abraçou com mais força, circulando seus braços em minha cintura, e apertando forte, como se não pudesse soltar. Ele deu um suspiro, e sua respiração balançou meu cabelo. Seu pescoço tinha cheiro de fumaça de cigarro, misturado com cheiro de camomila.

E então, estávamos livres para sair dali. Meu pai iria me buscar na frente do hospital, mas olhando pela janela, percebi que ele ainda não estava ali. Então segui a Chandler, que foi até um estacionamento atrás do hospital. Ele parou, sentou-se em uma calçada, e acendeu um cigarro.

- Nada ofensivo da sua parte, sair do “narcóticos anônimos” e fumar um cigarro, bem na frente do local. – Disse, tentando ser simpática.

Chandler semicerrou os olhos, levantou-se e ficou próximo a mim. Próximo demais. E foi andando, colando seu olhar no meu, fazendo-me dar passos para trás. Com uma tragada, ele soltou a fumaça em meu rosto.

- Eu. Faço. O que. Eu. Quiser. – Disse ele, em um tom um tanto ameaçador. E então se afastou. – Aquele dia, na ponte, eu achei você interessante, só por isso acendi seu cigarro. Mas nem parece a mesma pessoa, usando esse vestidinho de filha certinha, que compra droga com o dinheiro dos pais.

- Roupa não é caráter. Amigo.

- Eu não sou seu amigo, ruivinha. Você... Não tem que ir para casa não? – indagou, tragando seu cigarro.

- Você é tão rude.

- Me seguiu por quê?

- Eu. Faço. O que. Eu. Quiser. – o imitei.

Aquele moleque era um tremendo bipolar, me encarou durante toda a reunião, e agora estava fazendo o machão revoltadinho.

- Nossa. Que medo. – debochou ele, bufei.

Dei meia volta e fui até a frente do hospital, esperei meu pai chegar e adentrei seu carro com raiva. O entreguei um folheto sobre a reunião que teria semana que vêm, com a presença dos pais.

- Tenho que ir? – perguntou ele.

- Tenho que ir? – o imitei.

- Sim. – respondeu ele.

- Então sim.

Esse foi nosso diálogo por hoje. Durante todo o caminho, que não é tão curto, ficamos em silêncio. Chegamos em casa, ele meneou a cabeça como um “tchau”. E eu simplesmente o deixei no vácuo. Entrei porta adentro e minha tia estava lá. Troye também. Eu tinha vontade de abraça-lo, já que sabia que ele veio por mim, mas ultimamente, eu ando muito travada com minhas reações.

- Oi... – disse ele, abraçando-me. Retribuí, apertando-o mais ainda. – Podemos ir para o seu quarto?

- Só vai.

Subimos as escadas rapidamente, não podíamos ficar muito tempo no andar de cima, senão minha mãe já ia pensar besteira, e a minha tia também. Embora nunca aconteceria nada, não por eu ter namorado, e ele ser meu primo. Mas sim por eu ser uma garota, e ele ter gostar de garotos.

- Trouxe uma coisa para você, mas tem que manter cautela e esconder bem. – suplicou ele, enquanto sentávamos em minha cama.

- Não... Você, sério? – instiguei empolgada, já sabendo o que ele havia trazido.

- Eu acho uma bobagem esse negócio de grupo de apoio. Você faz isso porque quer e não quer parar. – disse ele, entregando-me um cigarro.

Coloquei aquele tubinho de papel seda, recheado de tabaco torrado com um toque de menta na ponta, sentia-se o sabor no fundo na língua. Dei uma tragada e proporcionei à mim mesma aquela sensação de prazer, alívio e tranquilidade, que só a nicotina era capaz de me proporcionar. Me joguei na cama, soltando a fumaça para o alto, sem nem ligar para nada.

- Sua maluca, sua mãe vai sentir o cheiro. – Troye correu para abrir a janela e colocar uma toalha em baixo da porta, para absorver a fumaça.

- Ah que se dane. Que ela sinta mesmo, que me mande embora, que me mate se quiser.

- Que vestidinho é esse? – Perguntou ele, rindo do meu vestido de menininha.

- O uniforme desse manicômio chamado minha casa. Bem vindo.

- Ficou bem fofinha. Achei tendência.

- Quem não achou, né não?

Ficamos ali deitados na cama, eu fumando o maço inteiro que ele trouxe, e ele apenas sendo meu fumante passivo, ingerindo minha fumaça, enquanto contava as coisas do seu cotidiano, da sua vida, suas férias e coisas e tal. Sem esquecer que contar sobre o intercâmbio.

Eu tenho um fascínio enorme em ouvir os planos de outras pessoas, de saber suas vontades e desejos. Ouvir o quão elas escrevem suas páginas do livro de suas vidas antecipadamente e de forma perfeccionista. É interessante, e curioso, o modo do qual as pessoas tem tanta convicção de que as coisas vão acontecer conforme escritas, mas no fundo sabem que não vai ser assim.

Me pego filosofando sobre, quão curioso são os humanos, que usam as ideias e planejamentos de um futuro perfeito, para amenizar o presente em que vivem, que por acaso não estava escrito em seus livros no passado.

Usamos a ilusão de que o futuro e o tempo vão mudar as coisas. Mas nada eles podem mudar, pois quem faz a mudança, é só e apenas só, você.

Talvez eu tenha uma mente tão embaçada, embaralhada e confusa que não seja capaz nem de ilusionar um futuro, talvez as pessoas ilusionam o que querem, e eu não quero nada. Ou quero tudo, tudo que não posso ter.

Talvez as coisas deem certo para as outras pessoas, talvez realmente, as coisas aconteçam como elas escrevem, mas, talvez eu não consiga viver o que eu escrevo, ou talvez esteja tão cansada de não viver nada, que nem sequer escrevo. Eu levo as coisas como elas são, e talvez a culpa de as coisas desabarem tanto em mim, seja eu mesma.

Guardei alguns cigarros naquele maço, e o guardei com cautela em uma gaveta com chave, e a tranquei.

- Você está tão avoada hoje... – Disse Troye, pegando em meu queixo. – O que houve?

- Eu não sei se ainda aguento. Não sei mais, por quanto tempo eu vou segurar essa barra, que pesa. Pesa tanto. – estava quase deixando uma lágrima rolar pela minha bochecha, porém, fui reconfortada pelo abraço quente de Troye.

- Aguenta sim. É a pessoa mais forte que conheço.

Nos apertamos com toda força, e de repente, minha mãe e minha tia entraram no quarto. Estávamos abraçados, uma de minhas pernas sobre a dele sem querer, para que eu pudesse o abraçar. O cigarro deixava meus lábios vermelhos. Merda.

- Mas. O que diabos vocês...

- Não é o que parece. – Dissemos em uníssono, levantando na mesma hora, interrompendo minha mãe, que já pensava besteira.

- Acho melhor irmos não é filho? – Disse minha tia.

- Mas...

- Vamos!

Eles desceram as escadas, junto de minha mãe, que antes de segui-los, me olhou no fundo da alma e disse: “vamos conversar depois.”, ai.

Fiquei sentada em minha cama, olhando para as estrelas ao lado de fora, pensando na minha vida, que parecia uma montanha russa, que passou por problemas técnicos, quebrou e estava fazendo estrago com as pessoas que encontravam-se dentro.

Minha mãe adentrou o quarto.

- Você sempre estraga tudo. Sempre. Eu me sinto tão mal por te olhar e... Te odiar tanto, Elle. – disse elas. Aquelas palavras doeram em mim, me cortaram como uma navalha. Minha própria família me odeia, agora é oficial mesmo.

Assim que ela fechou a porta, soltei uma lágrima. Uma única. Uma última. Eu já sabia antes que era odiada, mas ouvir a confirmação foi mais doloroso do que eu imaginava. O ódio é algo tão cortante e doloroso quanto um machado.


Notas Finais


AMO VCS PRA CARALHO MANO SÉRIO NOSSA


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...