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História So Numb - Declínio


Escrita por: Xmoniqu3

Notas do Autor


inhaw amo vcs

Capítulo 28 - Declínio


Percebi que havia tomado consciência quando meus ouvidos começaram a captar leves sons, ao que parecia uma conversa, mas pra mim, eu ainda escutava tudo enrolado e confuso.

Demorei um pouco a abrir os olhos, pois quando você acorda de um sono forçado por algum remédio, você esquece que está viva e precisa meio que tomar realidade por uns bons segundos. Quando o fiz, dei-me de cara com a claridade da luz, que logo foi se esvaindo e revelando um par de olhos azuis, acordei olhando para a diagonal.

Mesmo com a visão turva, era fácil reconhecer Chandler.

Logo, uma sombra se pôs a minha frente.

- Vê a sua rolha. – Disse a voz, que parecia ter um eco de um abismo, não entendia direito.

- O que? – Perguntei, coçando meus olhos e tomando minha realidade, sentindo meus ouvidos se “destrancarem” me revelando o som mais preciso. – Que rolha?

- Escolha. – Corrigiu a voz, que, ao eu semicerrar meus olhos, percebi ser de Shawn.

- Que escolha? – Perguntei sem querer saber a resposta.

Eles começaram a falar, dialogar ou discutir. Eu não dei bola, eu estava tentando entender o que estava e o que aconteceu comigo. Tentei me lembrar de algo antes de eu apagar, mas estava tudo embaçado na minha cabeça, parecia um borrão.

Fiquei encarando a luz enquanto Shawn fazia um texto e Chandler revirava seus olhos.

Então me lembrei que eu havia tentado me matar. Mas, eu estava viva? Como assim? Olhei para o meu pulso, o mesmo havia sido suturado. Aquela veia que dizem que não pode receber sutura, foi suturada.

- Por Deus! – Me levantei num impulso, fazendo os dois cessarem sua discussão. – Eu não faço nada direito!

Arranquei a agulha da minha veia, sentindo uma leve ferroada.

- Ei, ei, alto lá garota! – Disse Chandler, me segurando.

- Ah mas que diabos! Por que eu ainda estou aqui? Quero ir pra casa. – Pestanejei.

- Tá tudo bem? – Questionou ele, franzindo seu cenho.

- Ah, tá tudo ótimo, melhor impossível. - ironizei

- Elle, se lembra do que aconteceu? – Perguntou Shawn.

- Sim. – Disse, cortando o assunto. – Eu quero que vocês saiam daqui.

- Mas... Elle... – Resmungou Shawn.

- Eu quero, eu preciso ficar sozinha.

Os dois saíram meio que sem entender o motivo de terem sido enxotados. Olhei para os meus pulsos, machucados como se eu tivesse apanhado. Pois apanhei, de mim mesma. Por Deus! Nunca pensei que me deixaria ficar tão exposta para as pessoas. Pelo menos, quando o fizesse, era para ser meu fim.

Agora, terei que aguentar todo mundo me olhando com pena.

“Ah, olha, a garota que tentou se matar! Tadinha, ainda bem que se safou!” Já previa os comentários do bairro todo. Já que muita gente me viu na loja.

Que droga. Nem morrer eu sei fazer.

Me derramei em lágrimas, mais uma vez.

Fui interrompida por um médico que entrou.

- Então, a minha garota de ouro acordou. Agora, espero que sã. – Zombou ele.

- Como assim? – Perguntei, sem entender.

- É provável que não se lembre. Bom, ao vir para o hospital, no sábado, foi difícil te suturar. Acordou ontem, e tentou bater nas enfermeiras. – Explicou. – Elas são chatas mesmo, mas não precisa agredir né? – Riu ele, novamente.

- Que dia é hoje?

- Quinta.

- O que? Eu fiquei 3 dias apagada? – Perguntei surpresa.

- Perdeu muito sangue. Seu sangue jorrava para o alto, estava perdendo toda a circulação. Nessas horas, estancar o sangue, mesmo que isso fosse quase impossível, foi muito eficaz. Por pouco sua tentativa não se realizou. Muito pouco.

- Era o objetivo.

- Garota. Pensou no que estava fazendo quando o fez?

- Pensei, e era o que eu queria.

- Morte, é algo sério de verdade. Não é um desmaio, você não volta para se despedir de seus amigos. Você não volta para abraçar sua família pela última vez. Você não volta para sua mãe.

- Era o que eu queria. Eles não me abraçariam nem se soubesse que era o meu último dia.

- Por que fez isso?

- Acho que eu não devo explicação, mas, eu acho que era bem claro. Eu queria morrer.

- E não quer mais?

- Da próxima ninguém me salva.

Assim meus pais adentraram a sala. O médico conversou com eles e eles assinaram uns papéis. Troquei-me e pudemos ir embora.

No carro. Foi um silêncio. Eu fui no carro do meu pai, junto com Megan, Chandler e Shawn.

Eu estava no meio, entre Shawn e Chandler, e era estranho estar perto dele... Justo quem eu queria longe.

O deixamos na frente da casa dele, e ele beijou minha bochecha, não me virei para dizer tchau, e nem nada.

Fomos para casa. Achei que deixaríamos Chandler e Megan na casa deles, mas não. Eles foram conosco. Eu não estava confortável com ele por perto, nem com ela. Nem com meu pai.

Na verdade, eu só queria estar sozinha.

Sentei-me em uma cadeira em meu quarto. Tirei meus tênis, cuidadosamente. E senti meus pés tocarem o tapete. Logo meus olhos marejaram.

Levei minhas mãos ao rosto e apoiei meus braços em minhas pernas.

Eu não conseguia fazer nada direito. Nada. Nem morrer.

Estava faminta, mas, ao sair do meu quarto e ver que estavam todos na cozinha, recuei silenciosamente meus passos e fui até o banheiro. Ligando o chuveiro e adentrando o box.

A água escorria pelas minhas roupas que eu não quis nem tirar. Eu tinha medo do futuro, medo do que viesse dali pra frente, pois eu sabia, que nada mais ia ser como antes. Antes, eu era uma garota com tendências suicidas aos olhos dos outros. Agora, eu era uma pessoa suicida.

Deslizei na parede até tocar o chão. Circulei meus braços em minhas pernas e ali fiquei. Pensando em coisas, tantas coisas. Eu me perguntava, porque não deu certo. Eu já desisti da minha vida, de fato. Eu não ia mais aguentar. Sentia que havia chegado ao meu ápice, ao limite. E embora parecia ter ainda tanto para viver, eu sentia que não tinha mais nada. Que havia chegado ao fim. Se eu seguisse, meu futuro não tinha tanto a me trazer.

Meu psicológico estava destruído. Eu provavelmente não conseguia mais expressar nada por ninguém. Tudo que me foi causado fui eu mesma que causei. Eu estava me autodestruindo e não podia mais parar.

Todo meu pensamento e minha filosofia da vida, sobre que, toda dor tem uma cura, se provava ali uma total ilusão. Não há nada, nada que me faça entorpecer da realidade. Mesmo drogada, embriagada, fora de mim ou alucinada, eu sempre teria ao fundo a minha realidade. E teria que arcar com isso, com a minha vida, com a realidade imposta a mim.

Eu não podia controlar o destino, e assim ele queria, assim seria.

Deitei-me no box, sem me importar com nada, deixando a água escorrer pelas minhas roupas encharcadas, deixando minhas lágrimas serem misturadas com as gotas quentes, escorrendo e indo até o ralo. Indo embora. Quem dera levassem minha dor embora. Minha vida.

E essa, era minha realidade, de sempre. Eu que não percebia e queria mudar, achando que a vida me proporcionaria mais. Somos destinados a alguma coisa. Eu fui destinada a falhar, a fracassar, a cair. Fui destinada ao declínio de uma dor incurável.


Notas Finais


aiai gente, acho q vcs vão gostar do próximo capítulo. <3
beijos no coração.
Ps.: O que foi aquele ep. de twd meu deus do céu eu fiquei nervouser quase morri 2 vezes meu deus


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