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História So Numb - "Pura ilusão"


Escrita por: Xmoniqu3

Notas do Autor


oi gente aaa tenho um aviso q n é bem aviso, tipo, começaram minhas aulas no ensino médio AAAA e é mt hardcore correria, eu estou estudando a tarde, eu chego quase 19h em casa e estou cansada, e talvez as vezes eu pule algum dia de postar, mas eu n vou parar não eu sou imbatível é nois

Capítulo 30 - "Pura ilusão"


Não preguei os olhos um minuto sequer. Ouvi Chandler acordar e quase cair na cama, já que não estava acostumado com um beliche.

- Uh merda. – Pestanejou ele, pisando no degrau errado da escadinha.

Ao descer, ele me olhou, com seus olhos semicerrados e os cabelos como sempre bagunçados. O olhei de volta, com minha expressão normal de sempre. O mesmo soltou uma risadinha que não foi correspondida por mim pois eu não gostava de rir pela manhã. E nem nunca.

- Bom dia Anastasia. – Zombou ele.

- Oi. – Disse.

- Vou cagar! – Exclamou ele, sem nenhum escrúpulo, saindo do quarto.

Levantei-me e vi que era 12h. Minha cara de que eu iria sair da cama naquela hora.

Me joguei de volta na cama e tentei dormir. O que eu não conseguia.

Escutei o barulho de pratos e talheres, e meu pai veio me chamar para almoçar, mas me subiu um enjoo em pensar em comida no momento. Então, enquanto eles almoçavam, eu consegui pegar no sono.

As coisas não andam ao meu favor, acordei com um barulhão de uma música desafinada. Abri meus olhos e vi Chandler arranhando o violão antigo do meu pai que ficava no meu quarto.

- Vai à merda garoto! – Exclamei, colocando o travesseiro sobre meu rosto.

- Calma, eu só estava afinando para você.

- Eu não toco violão.

- Então... Que? Como assim, por que tá no seu...

- É do meu pai. – Respondi.

- Ah. Desculpe... Mas... Você quer aprender?

O olhei irritada. No momento eu só queria dormir, caralho.

- A tocar... O violão... Eu te ensino...

- Não. – Virei para o outro lado.

- Qual é? Vai ficar deitada até às 18h? Levanta aí! – Ele disse, me cutucando na cintura. Estremeci, pois senti cócegas. – Ah, então você tem cócegas.

Ele. Simplesmente. Saltou. Em cima. De mim.

Com seus dedos finos, ele fazia-me estremecer e dar altas gargalhadas, que no fundo, suplicavam para ele parar.

Eu realmente queria que ele parasse, então, sem querer, o empurrei forte demais. Ele caiu no chão. Rolei até a ponta da cama e o observei.

- Tá bom então. Agora sim que eu não vou te deixar dormir.

Basicamente, Chandler me puxou pelo pé, até eu cair no chão. Passamos a tarde tentando fazer com que eu aprendesse a tocar violão. Não estava sendo produtivo, eu não tenho habilidade musical.

- Cê tá indo bem. – Ele disse, para me colocar pra cima, só por isso mesmo, pois eu sabia que estava indo mal, eu mal conseguia colocar os dedos sobre as cordas. – só precisa de mais prática.

- Sadomasoquista, ninfomaníaco... É mentiroso compulsivo também? – Perguntei.

- Ah para, você é muito negativa.

- Que se dane.

A última hora antes de irmos para o grupo de apoio, ficamos vendo TV.

Fui até meu quarto, sendo seguida por Chandler, que começou a tirar a camisa. Peguei uma calça jeans e uma camisa xadrez e fui até o banheiro me trocar. Arrumei meus cabelos (arrumei nada) e escovei os dentes.

Ao voltar ao meu quarto, percebo que eu estava ridiculamente vestida igual a Chandler.

- Já estamos nos comportando como irmãos. – Disse ele, colocando seu piercing no septo e no lábio. Dei de ombros.

- Doeu pra colocar? – Perguntei.

- O de septo sim. O resto é batata. – Ele saiu da frente do espelho e me observou. – Por quê? Quer colocar um?

- Não. – Menti, dando de ombros.

- Vou levar vocês e acho que irei me atrasar para buscar, vamos passar na sua casa pegar umas coisas. – Meu pai apareceu no quarto e disse, referindo-se a Chandler.

- Belezura. – Assentiu ele.

Diferente dos outros dias, o carro não foi um silêncio, graças a Chandler, que não parava de me contar piadas extremamente sem graças. Tão sem graças que até tinham graça.

- Vai gostar dessa... Por que a plantinha não conseguiu ir ao médico de madrugada? – Não respondi. – É que de madrugada só tinha médico de plantão! – Exclamou ele, dando uma gargalha que fez meu pai rir.

Eu nunca tinha ouvido a risada do meu pai. Tipo, nunca mesmo, e era estranha, era aquelas risadas de homens velhos. Eu gostaria de tê-la ouvido mais vezes.

- Espero que você não queira ser comediante. – Disse. – Vai fracassar no emprego antes mesmo de começa-lo.

- Aiai cabeça de fogo, se houvesse um número mais negativo que zero, você seria ele.

- Zero nem é negativo. -1 é.

- Tá, desculpa, rainha da matemática.

Entramos no hospital e tomamos nossos lugares, pegando a sala ainda vazia. Chandler sentou ao meu lado e empurrou mais sua cadeira para ficar mais perto.

- Desse jeito eu vou te passar minha lepra.

- Vou te passar minha AIDS. – Riu ele. Balancei a cabeça negativamente.

Chandler tinha um jeito estranho de ser. Ele transparecia melancolia, mas expelia uma felicidade falsa, de forma que qualquer um caísse em sua lábia de garoto “uso drogas sou felizão”. Mas eu conseguia ver, que seus olhos transbordavam lágrimas invisíveis que ele segurava dentro de si. Só não conseguia decifrar a razão delas. No entanto, eu estava começando a admirar sua força de vontade, só para me animar. Mas ainda assim, ele era pura ilusão.

Parece que, quando a gente sente algo tão forte, começa a ver aquilo nas outras pessoas, de forma nivelada. Megan, por exemplo. Da primeira vez que a vi, percebi que ela estava feliz com meu pai. Mas, carrega uma pequena dor que ao que parece, ela acredita der deixado no passado. Dakota, expressa arrogância e afirma ser feliz, mas ela guarda raiva e mágoa dentro de si, por ter visto sua família se decompor mais rápido que um corpo morto. Ela claramente tem dificuldades com qualquer relacionamento.

Todavia, achei inteligente o que Chandler fazia, ele podia ter sua tristeza só para ele, sem intrometer outras pessoas, do contrário de mim. Eu transpiro, eu respiro, eu expiro, transpareço e vivo uma constante tristeza que é deprimente de se ver. É normal que alguém que se encontra caindo em um poço sem fundo, acabe arrastando outras pessoas, mesmo que sem querer.

Kiara veio até minha direção e sentou na cadeira ao outro lado, pegou na minha mão e entrelaçou seus dedos aos meus.

- Você é uma lutadora, Elle. Não se deixe despencar, não se deixe cair. Nunca se deixe perder. – Disse, com seus olhos marejados. Eu ia responder, mas não havia o que dizer que não fosse mentira. Se eu fosse sincera, diria que, eu já perdi a luta. Apenas assenti e comprimi meus lábios.

Alguns integrantes começaram a chegar. Todos eles estavam me olhando com pena, dei um suspiro arrastado. Isso era horrível.  Pior que se sentir odiada, é se sentir uma coitada, quando você não é.

Me surpreendeu ser vítima de pena, justo daquele grupo de pessoas, aquele grupo cujo alguns integrantes já tentaram o mesmo, e hoje não estão mais aqui. Talvez eles nunca tenham visto alguém que retornou do suicídio.

Durante a reunião, cujo Kiara me privou de falar, já que, eu aparentemente estava muito abalada, eu só conseguia pensar no que Chandler havia me dito, sobre meus cinco minutos de morte. Eu tive uma experiência de quase morte, eu cruzei a linha, e voltei. Mesmo que por cinco minutos, eu morri.

E, durante aqueles cinco minutos, eu não vi nada. Nada além da escuridão de um sono profundo. Será que isso é morrer? É simplesmente a escuridão? Não tem nada além?


Notas Finais


uia mermãos to com câimbra nas mãos


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