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História So Numb - A ponta do penhasco


Escrita por: Xmoniqu3

Notas do Autor


GENTE
EU PRECISO PEDIR DESCULPAS:

No último capítulo, MUITA gente se enganou em referência da pessoa que estava na cama com a Elle. Então, FOI UM ERRO, não era pra ter dado a impressão de que era tal pessoa e de repente surpreender por ser outra, foi realmente um erro, eu esqueci de por seu nome, pois era para aparecer logo que ele adentra a cabana.

PERDÃO PELA CONFUSÃO <3

Capítulo 38 - A ponta do penhasco


Eu não preguei os olhos, mais uma noite em claro. Ainda ouvi Sabrina e Isabelle chegarem, Shawn havia ido beber com eles depois de, tirar minha virgindade.

- Ele é tão sexy bêbado, pena que ele não perde totalmente o controle. – Disse Sabrina.

Eu chorei em silêncio, tentando não fazer muito barulho quanto respirava o ar doloroso que vinha até minhas narinas.

Quando percebi que elas já dormiam, o sol já raiava, e a chuva caía. Levantei-me em silêncio e vesti meu casaco xadrez, colocando o capuz e saindo da cabana, para o exterior chuvoso, o chão com a terra molhada e as folhas que caíam lentamente, com orvalho da manhã.

Caminhei por aí, até estar longe de qualquer área com pessoas. Fui até o rio, sentei-me em uma pedra, e fiquei ali, observando as gotinhas caírem aos poucos, tocando a água, formando pequenos movimentos.

Tendi a chorar, era inevitável. Estava tudo indo até bem. Mas... Essa era a minha vida, as coisas nunca davam bem, pelo menos não por muito tempo. Logo, as coisas bambas da minha vida desequilibrada tendiam a agir conforme deviam e despencavam em minha cabeça.  Eu já não estava apta a viver com muitas pessoas ao redor. Sempre algo dava errado. Talvez o melhor a fazer, fosse aprender a seguir a vida com a calmaria da solidão, a graça do som agudo e tênue do silêncio de um lugar vazio e uma falta de companhia.

Ao som de alguns galhos quebrados, virei-me para trás. E lá, vinha Chandler. Eu só queria ficar sozinha.

Ele sentou-se ao meu lado e me ofereceu um cigarro. Aceitei de bom grado.

- Como foi a sua noite? – Perguntou ele, quebrando o silêncio que eu venerava.

- Péssima, e a sua?

 - Molhada, minha barraca alagou. – Disse ele, dei de ombros, tragando meu cigarro. – Hoje é último dia, depois voltamos a nossa vida real. A nossa chatinha vida real.

- É.

- Desculpa Elle. Às vezes eu te subestimo. Aquele dia na sua casa, aquela briga com a sua mãe... Eu sinto muito por tudo que você passou. – Disse ele.

- Sabe Chandler. Você tem sorte.

- Sorte? O que? Já viu a minha vida? É tudo menos Sorte.

- Deixe-me terminar de falar. – Ele deu de ombros.

- Acha que eu tenho sorte pela minha mãe? – Fiquei em silêncio. – Ela não nasceu para ser mãe, ela é mais uma irmã para mim. Eu nem sei o que é ter pais. Perdi meu pai quando era mais novo. Isso nem chega perto de sorte.

- Mas ela te ama. Sua mãe te ama. Independente da forma que ela te vê, ela tá lá para você. Ela ama você e isso é visível nos olhos dela.

- Ela não me ama. Você não sabe de nada.

- Dizem que o amor move o mundo.

- Uma besteira.

- Eu também achava. Mas... Eu achava, pois eu era alucinada com uma outra realidade. A realidade em que alguém me amava. Mas... Todo mundo ao meu redor me vê como um fardo. É e sempre foi assim. Eu me sinto tão morta.  É por isso que eu acredito que, o amor move o mundo. Quando não se o tem, a gente se acostuma com a falta dele. A gente se acostuma com a dor de não ser amada, de não ser nada além para ninguém. Com o tempo... Isso só vai piorando. É uma trilha em declínio, que só cai, e cai... Até você se desprender do amor, e desaprender a amar. Pois você nunca foi amado.

- Não é bem assim, Elle.

- Você nunca vai entender Chandler. Você tem amor. Você o recebe.

- E você também.

- Não, não. – Dei uma tragada, uma última tragada. – A única pessoa que já disse e expressou me amar, em toda minha inútil existência. Percebeu que, não era amor. Nunca foi. Era desejo. E desejo passa. Passa bem rapidinho.

Chandler ficou em silêncio, me ouvindo, seu cigarro estava se esvaindo em sua mão.

- Acho que. De pouco em pouco, eu estou perdendo a minha sanidade, e minha capacidade de sentir coisas. Eu me sinto vazia Chandler. Vazia como um saco cheio de ar. Eu me sinto mais morta do que viva. Eu só queria ir...

- Ir para onde?

- Pra longe. Longe da vida. Longe da realidade... Nada mais me entorpece, nada mais me segura no ar. Eu sinto que, estou em pé em um penhasco. Um dos meus pés já está para frente. Meu corpo morto anseia para eu dar um passo, suplicando para meu declínio fatal em direção à morte. Clamando pela liberação da minha alma machucada, desse corpo mais machucado ainda. Eu estou em níveis que... Nem a dor é algo real. Parece tudo tão surreal, tão falso. Me sinto constantemente em um pesadelo sem fim. Do qual eu nunca me liberto completamente. Mas eu queria... Eu queria sair.

- A vida é complicada. – Disse ele, deixando o toco de cigarro cair.

Ao contrário do que eu queria, a manhã passou rápido. Eu preferia ficar meu dia inteiro naquela pedra, sentada, pensando em meu penhasco, e em meu próximo passo. O abismo.

Eu fui obrigada a andar pelo acampamento, a cumprimentar todos na roda que fizemos pela manhã.

Shawn contou para seus amigos sobre nossa transa, provavelmente quando estava bêbado. Ele deve ter contado para Cameron, que deve ter contado para Isabelle, que deve ter contado para Sabrina.

Eu sentia os murmúrios e sussurros às minhas custas quando eu passava. Logo, o acampamento todo já sabia que eu havia ido para cama com um dos caras mais cafajestes que eu já conheci.

O cara, aquele cara, ele fez questão de não me olhar na cara, de fingir que eu não existia, de me descartar como uma coisa que já foi usada. Logo eu, que repugnava quem entregava seu corpo como objeto, fui usada como um, fui usada e descartada.

Iríamos embora pela tarde. Estava na cabana arrumando minhas coisas, Isabelle estava arrumando as delas. Sabrina saiu da cabana e Isabelle rapidamente parou de fazer o que fazia e virou-se para mim.

- É verdade o que estão dizendo? – Perguntou ela.

- O que estão dizendo? – Perguntei.

- Que você transou com o Shawn.

- Quem está dizendo?

- Todo mundo.

- Onde surgiu esse comentário?

- O viram saindo daqui sem camisa. Sabe como é, telefone sem fio. – Disse ela, um pouco abismada.

- Não aconteceu nada. Só estávamos juntos, aí discutimos.

- Eu ia pedir isso, se haviam brigado.

- Por quê? – Pedi confusa.

- Ele tá puto. Não sei por quê. Ele não tá falando com ninguém. Ele foi ontem beber com a gente, e ele estava muito puto, com a cabeça baixa. Aí depois de ficar um pouco bêbado ele começou a chorar e falar coisas... – dizia Isabelle.

- Que tipo de coisas?

- “Ela não me ama”.

- Nossa...

- Você mexe muito com ele... Sabia? – Perguntou ela.

- Eu acho que não do jeito que você está pensando. – Disse por fim. Levando minhas coisas para fora da barraca.


Notas Finais


AMO VOCÊS DEMAIS SEUS COMENTÁRIO SÃO DEMAIS AAAAAH


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