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História Só O Tempo Dirá... - Scorose - Capítulo Único


Escrita por: Gio_Skywalker

Capítulo 1 - Capítulo Único


O que é imortal, não morre no final
E se distante é assim

Isso não vai ter fim
Nem que eu quiser você sai de mim
Eu já tentei mas te esquecer assim não dá

-Sandy e Júnior - Imortal

O sol se pôs cedo. Cedo demais.
Rose sentiu seu coração disparar e suas pernas tremerem diante da ideia do baile de encerramento. Aquela seria sua última noite em Hogwarts. A última noite que passearia pelos grandiosos corredores. A última vez que o veria.
No dia seguinte partiriam rumo à destinos diferentes e provavelmente se encontrariam muito pouco, embora ele, Scorpius Malfoy, fosse o melhor amigo de seu primo e aparecesse com frequência na casa dos Potter.
Lembrava-se perfeitamente do dia em que decidiram não mais brigar e serem amigos. Isso aconteceu à quatro anos atrás, em uma detenção que pegaram juntos no terceiro ano por conta de uma briga que envolvera azarações e um feitiço estuporante muito bom.
Eles eram tão bobos, brigando por coisas bobas e que hoje não tem significado algum.
Seu primo, Alvo, tinha uma parcela de culpa nessa relação; convencera-os a ir junto com ele à Hogsmead e, durante a volta, a briga aconteceu. Uma das mais feias que tiveram, mas que se não tivesse existido, não teria possibilitado a amizade de Rose e Scorpius.
A garota suspirou e se afastou da janela. Não queria que sua maquiagem borrasse por conta das lágrimas que certamente viriam caso ficasse se recordando de tempos felizes.
Olhou-se novamente no espelho: seu vestido estava perfeito. Com um caimento suave, o vestido deixava o corpo de Rose mais esbelto e delicado, a cor dourada brilhava contra sua pele alva e contrastava perfeitamente com seus cabelos fogosos, que, para a ocasião, estavam soltos e lindamente ondulados.
Lembrava-se do quão cacheado seu cabelo era aos 11 anos: sempre presos em um rabo de cavalo e rebeldes quando soltos. Agora, aos 17 anos, alternavam entre o liso e o ondulado.
Parecia uma perfeita garota à espera de seu baile de formatura.
Então por que se sentia tão desolada e perdida?
-Venha, Rosie. - chamou sua prima Dominique tirando-a de seu tupor. - O baile começa em 20 minutos.
A ruiva suspirou e acenou com a cabeça, dizendo em seguida:
-Claro. Vamos.
Dominique sorriu e, de braços dados, as duas desceram para a sala comunal da Grifinória. Todos os alunos do sétimo ano estavam prontos e pareciam estar ansiosos de encerrar os estudos em grande estilo. Alguns já estavam saindo e as Weasley's juntaram-se à estas pessoas.
Ambas caminhavam em silêncio, apenas com o som dos passos ecoando nos corredores. Ao chegar no Salão Principal, Rose o viu. Vestia vestes à rigor pretas com os cabelos loiros desajeitadamente arrumados. Ao contrário do pai, Draco Malfoy, Scorpius odiava penterar o cabelo para trás. Preferia deixá-los desarrumados.
Seus olhos cinza-azulados que escaneavam o lugar se encontraram com os de Rose, que sentiu seu coração acelerar. As malditas borboletas não paravam de se agitar dentro de seu estômago, fazendo-a ter aquela horrível sensação de frio na barriga.
Rose foi a primeira a desviar o olhar, encontrando Dominique a encarando com um sorrisinho malicioso no rosto.
-O quê? - a ruiva perguntou.
-Você ainda pergunta? - respondeu a loira revirando os olhos. -Por que não vai lá e conversa com ele?
Rose suspirou.
-Não. Combinamos de conversar durante o baile. Além disso, como eu chegaria até ele? Este corredor está abarrotado de gente!
Nick bufou, mas não disse nada.
Minerva McGonnagall não tardou à aparecer para dar início à festa. Deu os parabéns aos alunos e disse-lhes para aproveitar o baile, que terminaria às 23h em ponto. As portas do Salão Principal se abriram e todos entraram tão rápido que parecia que a última comida do mundo estivesse ali.
Não era necessário ter um par para o baile, mas todas as meninas (ou pelo menos a maioria delas) tinham um. Rose achava isso ridículo; como se elas precisassem de um homem para tudo.
A festa não estava lá muito animada, portanto, a ruiva passou a maior parte da mesma comendo - ser metade Weasley dá nisso.
Ela se preparava para ir embora quando uma mão tocou seu ombro e uma voz sussurrou em seu ouvido:
-Já está cansada, Weasley?
Rose se virou e deu de cara com um Scorpius sorridente. Seu sorriso torto fez o coração da Weasley palpitar.
-Não. - respondeu a garota após alguns instantes. -Só estava indo tomar um ar.
Ele estendeu a mão.
-Mas antes...Me consede esta dança, milady?
Rose hesitou apenas por um segundo antes de colocar sua mão sobre a de Scorpius.
Sorrindo, ela respondeu:
-Claro.
O Malfoy não disse nada, apenas a conduziu até a pista de dança, onde casais dançavam tão agarrados que praticamente desafiavam as leis da Física. A música que tocava era calma com um toque de romance.
A garota estremeceu quando o loiro pôs a mão em sua cintura e a puxou mais para si. Seus narizes estavam à pouco menos de cinco centímetros. Após Rose colocar a mão no ombro de Scorpius, os dois começaram à dançar no ritmo da música.
Bailavam em silêncio. O único som que emitiam era o da respiração, até que Rose subitamente perguntou, surpreendendo à si mesma:
-Vai ficar quanto tempo na França? - a rispidez em sua voz a chocou.
Scorpius pensou por um instante.
-Uh...quatro anos, eu acho.
Rose arfou. Quatro anos?! Era realmente muito tempo.
Ela limpou a garganta e forçou um sorriso.
-Uau! É realmente muito tempo.
Scorpius assentiu mas não retornou a resposta do jeito que Rose esperava.
-E você? Pretente se formar em que? - ele perguntou.
-Algo relacionado à Quadribol. Já me disseram para ser auror, mas não levo jeito para isso.
-Bom, acho que nunca vai saber se não tentar. - o Malfoy comentou com um sorrisinho.
-Sim, eu sei. Mas...Isso é tão desgastante! Além disso, Quadribol é a minha praia.
-Você seria uma ótima auror.
Rose sentiu seu rosto queimar diante do comentário.
-Trabalharíamos juntos. - Scorpius acrescentou baixinho.
-Sim...
Scorpius aproximou seu rosto do dela e a puxou mais para perto. A ruiva teve a leve impressão de que muitos os olhavam, curiosos com o que aconteceria: se eles se beijariam ou se haveria uma briga. Entretanto, não houve nenhum dos dois.
Antes que o loiro pudesse acabar com o espaço que havia entre os dois, Rose virou o rosto.
-Não. Eu não posso. - Rose falou com a voz trêmula.
Desvecilhando-se dos braços reconfortantes do Malfoy, ela dispara pelo salão, indo em direção aos jardins. Precisava pensar. Seus sentimentos estavam extremamente confusos ultimamente. Já não tinha mais tanta certeza do que queria.
-Rose! Espere! - ela ouviu Scorpius chamar.
Rose parou, o coração disparado. Correra pouco, mas mesmo assim sentia seu fôlego se esvaindo.
-Rose, o que...o que aconteceu? Por que fugiu de mim? - Scorpius perguntou ao se aproximar dela, colocando sua mão no ombro da garota.
-Por favor, Scorpius. Não faça isso ficar mais complicado. - Rose sussurrou. E, mais baixo ainda, acrescentou: - Já está sendo tão difícil...
Felizmente, ele não pareceu ouvir o que a garota disse.
-O que? Rose, o que você disse? - ele perguntou puxando Rose para um abraço. - Seja qual for o problema, Rose, eu prometo: vai ficar tudo bem. Nós vamos ficar bem.
Desta vez mais alto, a garota disse:
-Não, Scor. Não vai ficar tudo bem. Eu não vou ficar bem.
Franzindo a testa, Scorpius a afasta de si e, olhando em seus olhos, pergunta:
-Rose, o que quer dizer com isso?
-Eu te amo, Scorpius! É isso que quero dizer!
Scorpius deu um passo para trás, atordoado, ao mesmo tempo de Rose levava as mãos à boca, completamente descrente com o que havia dito? Por que dissera aquilo? Por que não guardara seus sentimentos para si e continuara com a amizade que os dois tinham? Tudo isso - toda a nem tão longa amizade - fora embora pelo ralo e deixara Rose desolada e completamente confusa.
Era certo que a relação entre os dois nunca mais voltaria à ser como antes. E tudo por sua culpa. Se ela o amava? Sim e muito, mas nada disso tinha importância.
Antes que Rose pudesse consertar seu erro, o Malfoy começa à rir. Ria às gargalhadas, como se sua vida dependesse disso. A garota franziu a testa: de que ele estava rindo?
O riso, porém, isso não tardou à cessar. Scorpius se aproximou e abaixou os olhos para Rose, que era significativamente mais baixa que ele, e abriu um sorriso. O mais lindo sorriso que Rose podia receber.
-Achei que era o único que sentia isso.
E a beijou. Um milhão de sensações explodiram em seu peito. Ela sentiu a quentura do rubor percorrer o seu corpo. Os lábios do Malfoy à princípio moviam-se lenta e suavemente até que aceleraram, transformando o beijo doce em algo mais ousado. Quando se afastaram, ambos estavam ofegantes e corados.
Tanto Rose quanto Scorpius não conseguiam controlar o sorriso, que insistia em aparecer sempre que tentavam ficar sérios. Até Rose lembrar-se que ficariam quatro anos sem se ver e que talvez suas famílias não aceitariam tal relacionamento.
Scorpius deve ter notado sua expressão pois perguntou o que havia de errado.
-Você vai ficar quatro anos longe. - ela sussurrou em resposta.
O garoto abaixou a cabeça.
-Eu sei. Isso também está me matando.
-Além disso, nossos pais nunca irão aceitar. Se você não se lembra, Malfoy's e Weasley's não se dão bem.
Scorpius a segurou pelo braço e, gentilmente, a virou para si.
-Rose, isto são problemas que teremos que superar. Não será fácil, eu sei, mas temos que tentar. Contudo, meus pais não serão um problema.
Rose ergueu uma sombrancelha e Malfoy explicou:
-Eles, principalmente o meu pai, sempre quiseram que eu fosse amigo dos Weasley's e dos Potter's. Meu pai disse-me antes de eu embarcar no Expresso de Hogwarts que se eu quisesse que meus anos de escola valessem à pena, vocês seriam as melhores escolhas de amizade.
-Sério?
-Claro.
Rose não pôde evitar sorrir. Talvez tudo desse certo no final. Talvez os dois pudessem mesmo ficar juntos.
Ambos sorriam como bobos e, sem tirar o sorriso do rosto, Rose se aproximou mais, entrelaçou os braços em volta do pescoço de Scorpius e o beijou. Beijou como se sua vida dependesse disso.
Não se importava mais com o que aconteceria no futuro. Deixaria o tempo dizer que tudo ficará bem.

***

Quando o dia amanheceu naquela  manhã, Rose acordou com um sorriso no rosto. Sabia que o sonho que tivera não fora apenas um sonho e sim uma lembrança de quatro anos antes.
Fazia tempo que não pensava em seus anos em Hogwarts, em especial naquela última noite no castelo. Mas agora, ali deitada, tudo o que queria era que aqueles tempos voltassem. Tudo era tão mais fácil.
Acima de tudo, sentia falta de Scorpius. Não o via à quatro anos e já nem tinha certeza se ele ainda pensava nela. Tinha motivos para achar que não.
Da última vez que se correspondera - cerca de cinco meses antes - por cartas com ele, haviam tido uma briga - Rose não sabia como ou o porquê, mas a briga aconteceu. Desde então, não haviam trocado mais nenhuma carta ou bilhete.
Seu suspiro ecoou por seu quarto vazio. À tempos não recebia quase nenhuma visita de fato. Seus familiares apenas passavam por lá para perguntar-lhe como estava, mas nada mais que isso, até porque a maioria das festas ocorria n'A Toca, que Molly Weasley, apesar de ter quase 100 anos, ainda conseguia deixar com aquele cheiro delicioso de comida.
Rose se vestiu demoradamente. Não estava à fim de ir trabalhar, mas sabia que o tinha que fazer; não é só porque que seu primo é o chefe dos aurores que você pode chegar a hora que quer.

***

O ministério estava mais cheio que de costume. Rose não sabia se era porque o fim de ano estava chegando ou porque havia acontecido algo sério. Se pudesse, apostaria na primeira opção.
Com menos de dois dias para o Natal, as festas do Ministério eram sempre muito procuradas e a ruiva era obrigada à ir, pois tinha que se certificar que tudo ocorreria bem.
Quando chegou ao seu escritório, notou algo errado. Ela, lentamente, pegou a varinha nas vestes e apontou-a para as sombras, que pareciam se mover.
-Quem está aí? - ela perguntou com a voz firme. - Saia ou irá se arrepender.
Ela escutou uma risada estranhamente familiar. Seu corpo se arrepiou e ela abaixou o braço.
-Scorpius? - Rose se surpreendeu com a facilidade com que sua voz saiu.
Ele saiu das sombras e deu um sorriso torto.
-Eu.
Não se segurando, Rose corre em direção ao Malfoy, que a pega e a gira no ar, a abraçando.
-É você mesmo? - ela pergunta tocando seu rosto.
Scorpius não responde, apenas acaricia o rosto de porcelana da Weasley. Ambos sorriam. O loiro, sem se aguentar mais, a beija, passando os braços por sua cintura fina.
-Isso responde sua pergunta? - Scorpius indaga ao se afastarem.
Rose sorri.
-Sim. É você. O meu Scorpius. - ela diz passando os dedos por seu cabelo.
-Uh. Gostei desse "meu", minha Rose.
-Para sempre.


Notas Finais


Espero que tenham gostado!


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