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História Só por uma noite - Capítulo 9


Escrita por: puddinshades

Capítulo 9 - Capítulo 9


~ Naruto ~
— Ok Shikamaru, pode deixar que vou avisa-la. Sim diga pra Ino que Sakura está bem, e temos bastante comida. Obrigado por ligar cara, até logo. — desliguei o celular e encarei Sakura que estava com os olhos curiosos fixos em mim.
— E então? O que ele disse? — ela perguntou inquieta.
— Shikamaru e Ino estão no seu alojamento, mas ele disse que estão bem, podem ir até a cozinha sem problemas. Ele se informou e o diretor disse que vai levar no mínimo uma semana para tirar a neve toda, fora que enquanto a nevasca continuar ninguém vai trabalhar. — falei me jogando na cama.
— Quer dizer que estamos trancados aqui por uma semana? É sério? — ela parecia nervosa, quase assustada.
— Não fique assim Sakura, somos amigos, nos damos bem. Não precisa ter medo de mim.
— Eu não... Que ridículo. Não é isso. — ela falou bufando. Eu me apoiei num braço e levantei a cabeça para olha-la.
— Diga-me o que é então. — respondi sério.
— Não é nada, vai ficar tudo bem. — ela disse parecendo querer convencer mais a si mesma do que a mim.
— Claro que vai. Kushina vai enlouquecer. — falei bufando.
— Kushina? — ela perguntou se aproximando e sentando aos pés da cama.
— Minha mãe, ela se chama Kushina Uzumaki. Quando eu não vou ve-la, geralmente ela surta. As visitas são nas quintas-feiras, então não vai dar essa semana.
— Com essa nevasca provavelmente não... Espero que ela fique bem. — Sakura disse parecendo triste.
— Vai ficar, e se não ficar por bem, eles a fazem ficar por mal. — falei dando de ombros, Sakura me encarou com o cenho franzido. — Sedativos. — ela assentiu com o semblante triste, e eu voltei a encarar o teto.
~ Sakura ~
Três longos dias já haviam se passado. Eu e Naruto nos alternavamos nas tarefas diárias, cozinhar, lavar louça e lavar o banheiro. Mas a maior parte do tempo dormíamos ou jogávamos, ou assistíamos filmes, isso quando não estavamos nos xingando. Era o quarto dia e a nevasca parecia diminuir.
— Eles poderiam começar o trabalho hoje. — falei tomando um gole de café e olhando pela janela.
— Está tão ansiosa para se livrar de mim? — ele perguntou. Virei para encara-lo já preparando os xingamentos, mas então fiquei sem fala. Ele estava só de toalha, como da outra vez em que eu vira suas tatuagens. — O que foi Sakura? Não é nada que você não tenha visto. — ele disse sorrindo provocativo, como eu o odiava.
— Idiota. — respondi baixinho. — Sinto falta das aulas. — falei voltando a olhar para janela.
— Ah sim, quanto a isso eu tive uma ideia para o seu trabalho sobre mitologia, lendas. Enfim, você já escolheu o tema?
— Pensei em pegar algo do folclore local. Pesquisei um pouco e encontrei um mito do qual gostei. — falei.
— E qual é? — ele parecia mesmo interessado.
— Já ouviu falar sobre a lenda da Kyuubi?
— A raposa de nove caudas? É uma história aterrorizante, sua cara. — o encarei provavelmente com uma feição demoníaca. — Estou brincando. Mas escute, você me disse que é boa em desenhar pessoas, então pensei por que ela não adapta o desenho?
— Tipo um híbrido?
— Exato. Misture a imagem da lenda com a de um ser humano. O que acha? — ele perguntou, eu parei pra pensar um pouco. Então me aproximei dele, coloquei seu rosto em minhas mãos e apertei suas bochechas.
— Você é um gênio! — ele sorriu com a cara amassada e então eu o larguei. — Mas para isso preciso de um modelo, vou ter que esperar sairmos daqui para... — ele concordava com tudo mas eu parei de súbito e o encarei. Analisei seu corpo e seu rosto, para que caçar um modelo se eu estava trancada num quarto com um, por período indeterminado?
— O que foi? Por que está me olhando assim? — ele questionou intrigado. Mas eu sorri, aquele sorriso que queria dizer por favorzinho. — Ah! Você não está pensando em me usar pra isso não é?
— Não, tenho certeza que vou usa-lo. — falei ainda sorrindo.
— Não senhora, eu me tranco no banheiro. — ele falou levantando da cama e voltando para o banheiro.
— Eu pago você. — ele parou na porta, sua mão segurava a maçaneta com força.
— Paga como?
— Dinheiro... Ou posso lavar o banheiro duas vezes seguidas. — falei dando de ombros.
— Não quero nada disso. — ele falou decidido. Eu não conseguia ver seu rosto, não sabia o que ele estava tramando.
— O que você quer então? — falei tentando não gaguejar.
— Uma noite com você.
— É mais uma das suas brincadeiras idiotas não é? — eu falei rindo nervosa, mas eu sabia que ele não estava brincando. Sua voz estava seria, sua postura retesada. Naruto queria me levar para cama. — Você é um idiota se acha que eu vou transar com você por um desenho!
— Quem falou em transar? — ele questionou extremamente calmo. — Quero sair com você, como um encontro.
— Mas... Por que? — ele apertou mais a maçaneta da porta e virou um pouco o rosto para olhar para mim, seus olhos percorrem minhas coxas que estavam amostra, eu estava com um calção curto, meiões até o joelho e um moletom enorme dele.
— Você sabe o porque. Estou atraído por você, mas você é minha amiga, então quero fazer direito. Quero leva-la para jantar, conversar e depois... Você vai decidir.
— Naruto, isso não é uma boa ideia. Eu não acredito nisso, encontros, romances... Isso está nos livros não na vida real. Eu não quero nada disso. — ele virou o corpo e encostou-se na parede me encarando. — Ouça, não posso negar que me sinto atraída por você, é óbvio que você já percebeu isso.
— Eu acho que posso dizer o mesmo sobre mim. — ele falou levantando as sobrancelhas. Eu sorri e assenti.
— Mas não posso aceitar isso, você é a primeira pessoa em que confio em anos. Não quero perde-lo. Pode me pedir qualquer coisa mas não isso.
— Eu imaginei que era o que diria. — ele disse suspirando. — Tudo bem então, uma pizza ta ótimo. — ele sorriu e piscou para mim entrando no banheiro. Eu respirei fundo e sentei na cama tentando controlar o turbilhão de emoções em mim. Eu estava negando para mim mesma, me fazendo de cega, mas todos esses dias ao lado dele, tudo que fazíamos juntos, tudo que ele fazia por mim, a maneira que ele confiava em mim... Eu sabia bem o que estava acontecendo, eu estava me apaixonando.

— É isso que você queria? Eu pareço um bad-boy. — ele falou fazendo careta. Naruto estava com uma calça jeans preta toda cheia de desfiados, a calça ficava a baixo da cintura mostrando o cós da cueca preta que ele usava por baixo. Fora isso, apenas o colar com a pedra verde pendia de seu pescoço.
— Primeiro, você é um bad-boy, segundo, está perfeito. — falei me aproximando dele e baguncei mais os cabelos loiros, Naruto estava sexy, selvagem e totalmente tentador. Ele havia conseguido em meio aos seus materiais algumas folhas A3, lápis 6B, tintas e lápis de colorir dos melhores para eu desenha-lo. Coloquei todo o material na escrivaninha e fui até ele. — Tem certeza que não quer desistir? Vou expor isso, para a turma toda.
— Tudo bem, onde quer que eu fique? — ele disse parecendo nervoso. Eu encarei a cama de casal de Sasuke e ele entendeu. Eu havia deixado a cama com lençóis pretos que achei no armário do Uchiha, seria um contraste maravilhoso com as caudas vermelhas da Kyuubi. Ele deitou na cama e eu via seu peito subir e descer, a respiração estava acelerada.
— Deite de barriga para cima, quero que mantenha seus braços acima do corpo como se estivesse preso, aljemado. Consegue fazer isso? — ele fez o que eu mandei. — Pode manter as pernas assim mesmo, esticadas. E seu rosto... quero que olhe para mim. — ele virou a cabeça fazendo algumas mechas loiras caírem nos olhos. — Olhe para mim, como se quisesse me devorar. — e ele olhou. Eu pensei que fosse mesmo ser devorada, ele estava perfeito, por mais que eu não acreditasse em perfeição, nunca meus olhos haviam visto algo mais bonito do que ele daquela maneira. Arrastei a escrivaninha até o lado da cama e comecei o trabalho. O desenho retrataria o Kyuubi preso, por isso desenhei Naruto e a cama exatamente como estavam, mas então acrescentei uma cabeceira ornamentada e de ouro, além de correntes e algemas de ouro que percorriam os seus braços e o prendiam na cama. As caldas apareciam dos dois lados, esparramadas por ele estar deitado, substitui seus olhos azuis por um par de íris vermelhas. Depois de quase duas horas eu terminei. Olhei para o desenho encantada, havia ficado muito melhor do que eu imaginara. Naruto não havia falado nada enquanto eu o desenhava, ele apenas me encarava com aquele olhar ameaçador. Esse seria o segundo desenho de um trio para contar a história. O primeiro eu faria em seguida.
— Está pronto. Quer descansar? Ou podemos ir para o próximo? — perguntei levantando da banqueta.
— Próximo. — ele falou, então sentou na cama estalando os dedos e o pescoço.
— Vamos para a cozinha. — falei. Ele assentiu seriamente e me seguiu. — Vocês tem bebida aqui? — perguntei puxando uma banqueta próxima a ilha da cozinha. Naruto abriu um armário e tirou uma garrafa de whisky de lá. Em seguida pegou vários copos, ele pareceu compreender o que eu queria. — Esse será o primeiro desenho, representará o caos da fera. Como não posso desenhar você destruindo Konoha, desenharei um tipo de caos que afeta o homem.
— A bebida. — ele falou encarando a garrafa.
— Sim, pode fazer isso? — ele apenas concordou ainda sério. Naruto sentou na banqueta, em cima da ilha vários copos em pé e deitados e ele se apoiava na garrafa me encarando seriamente, no desenho eu adicionaria copos quebrados no chão. — Preciso que me olhe com raiva agora. — comecei a desenhar e deixei sua face por último, estava quase terminando o corpo quando o encarei, ele não conseguia olhar com raiva para mim. Então decidi faze-lo sentir raiva, e aproveitar para tirar o peso todo das minhas costas. Comecei a falar:
— Minha mãe dizia que meu pai era um artista famoso, que ele percorria o mundo com uma companhia de teatro. Eu nunca o vi. — a expressão dele mudou para curiosa, mas ele não disse nada, enquanto isso comecei os cabelos. — Nós tínhamos muito dinheiro no início, mas minha mãe era excêntrica e gastava demais, então um dia o dinheiro acabou. Eu não fazia ideia de onde aquele dinheiro vinha, mas ela nunca trabalhou, então quando ficamos pobres ela teve de arranjar uma maneira de enriquecer outra vez sem trabalhar. Ela começou a frequentar bailes e bordéis até conseguir fisgar um bom partido. Quando chegava em casa, ela chorava em um canto amaldiçoando meu pai, ela mesma e principalmente a mim. Eu via e ouvia tudo, mas ela nunca percebeu. Quando eu tinha treze anos ela conseguiu, se casou com um empresário rico. Ele nos tratava bem, parecia estar apaixonado por minha mãe e gostar de mim. Eu confiava nele como um filho confia em um pai. Mas, com o passar dos meses eu fui percebendo marcas estranhas no corpo de minha mãe, e quando eu tinha quinze anos entendi bem o que estava acontecendo. Um dia um pouco antes do natal, meu padrasto deu uma festa. Eu estava fechada em meu quarto quando ele abriu a porta, seus olhos eram maléficos e ele estava muito bêbado. — nesse momento, eu já não controlava mais as lágrimas em meus olhos, mas observei a face espantada de Naruto virar ódio puro. Entrei no modo automático como fiz quando contei a história para a polícia, e ao mesmo tempo continuei desenhando a expressão dele. — Ele tentou me atacar, eu corri para escapar dele e minha mãe nos encontrou no corredor, eu me escondi atrás dela e ele gritou:  "Pra que é que você presta garota? Você é inútil, um erro que essa vadia cometeu. Já disse para você sumir daqui, eu tenho contas a acertar com sua mãe e a menos que você queira pagar por ela..." Eu não lembrava de ele já ter me pedido para sumir, mas deveria ter dito isso para Mebuki enquanto a agredia, e divida... Imaginei que minha mãe havia oferecido algo para que se casasse com ela. Então ela gritou: "Não! Pare com isso! Minha filha não tem nada a ver. Ande minha flor saia daqui agora! Sakura saia daqui!" Ela pulou nas costas dele e cravou as unhas em seu rosto, mas ele apenas ria, ele tirou minha mãe de suas costas e a jogou num canto, ela desmaiou. Então eu corri até o quarto dela, sabia que tinha uma arma na gaveta de calcinhas, eu a paguei e esperei ele aparecer. Eu nunca tinha atirado antes, mas quando é pra salvar a vida, nossos instintos agem sozinhos. Eu baleei aquele cara. — parei de falar e soltei o lápis vermelho que havia colorido os olhos raivosos de Naruto. O lápis caiu no chão fazendo eco na cozinha silenciosa. Naruto apenas me encarava e eu não sabia o que ele estava pensando.
— E então, o que aconteceu? — ele perguntou, seus olhos estavam fechados agora. Eu encarei o teto e depois olhei para ele de novo.
— Eu não o matei. Minha mãe chamou a ambulância, o cara ficou bem. Por ser influente, ele se safou numa boa, e como eu disse, minha mãe era excêntrica, precisa de dinheiro e aparentemente tinha uma divida a quitar. Ela ficou com ele e depois disso tudo, fui morar com minha madrinha Tsunade que é advogada.
— Esse cara estava atrás de você? Por isso veio embora?
— Ele nunca fez ameaças, acho que minha mãe o convenceu a deixar de lado esse assunto inconveniente. Em parte foi para fugir disso, em parte foi para fugir de mim mesma. — Naruto franziu o cenho intrigado. — Dois anos na universidade, pelo menos oito narizes quebrados. Eles falavam da minha mãe que ela era uma prostituta e coisas do tipo, eu batia neles. Eu queria fugir de quem eu era, começar do zero. Mas agora você sabe de tudo. — respirei fundo, ele me olhava seriamente.
— E minha admiração por você apenas aumentou. Obrigado por confiar em mim. — ele disse, observei lágrimas silenciosas escorrerem de seus olhos, eu nunca tinha visto Naruto chorar, nem mesmo quando falou de sua família. Eu sorri de canto.
— Vamos para o último. — o último desenho foi um retrato de Naruto em frente ao espelho, suas costas representavam a Kyuubi e o reflexo era apenas o rosto belo de Naruto Uzumaki. Esse representaria o último momento, quando a lenda retratava que a fera havia feito amizade com o seu portador e ficado em paz. A expressão serena de Naruto havia ficado linda. Terminei já eram quase onze da noite, Naruto estalou os ossos enquanto eu observava as obras. — Quer ver? — perguntei. Ele assentiu e foi até a escrivaninha.
— Sakura... Você é muito boa. — eu sorri. — Parece tão real. Obrigado por me envolver nisso.
— Você é um ótimo modelo, e um ótimo amigo. — falei sorrindo para ele. Toquei seu rosto nos desenhos percorrendo os traços, ele segurou minha mão e a levou até seu rosto real. Acariciei sua face percorrendo os dedos pelos traços masculinos, ele retesou o maxilar. E eu sabia o que significava isso, olhei para baixo e vi o volume em sua calça. Ele percebeu.
— Desculpe, é inevitável. — ele disse sorrindo.
— Por que não sacia sua vontade? — ele me olhou intrigado. — Sai disse que você não tem ficado com nenhuma garota desde que me conheceu.
— O Sai é um idiota, e eu não estou com vontade.
— Claro que não. — falei deboxada. Ele me olhou malicioso e então suas mãos agarraram minha cintura colando nossos corpos. Ele enfiou a mão dentro de minha blusa e percorreu minha espinha, senti o corpo todo arrepiar. Um gemido fraco saiu pela minha boca.
— Você também está. — eu ergui uma sobrancelha entendendo a proposta indecente dele.
— Isso é culpa sua. — ele continuou com a carícia na minha coluna, na espinha, nas costelas.
— Por que minha? — ele perguntou curioso.
— Porque eu sou virgem. — ele me largou no instante em que eu disse isso.
— Você o que? — ele perguntou assustado.
— Sou virgem. Depois do que meu padrasto quase fez... Nunca consegui confiar em um cara o suficiente. — falei dando de ombros.
— Por que você não disse isso antes?
— Por que antes eu não queria ir pra cama com você. — falei encarando-o. Depois de tudo, agora eu tinha certeza do que eu realmente queria, do que eu me arrependeria caso não fizesse.
— E agora você quer? — ele perguntou parecendo cada vez mais assustado.
— Sim, eu quero.



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