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História Só talvez. - Pub.


Escrita por: Hamelia

Notas do Autor


Oin ~foge das pedras~, desculpem a demora e.e Quando vi já tinha se passado mais de uma semana sem capítulo, scrr, como assim?!
O capítulo está um pouco curto porque acabei deixando para terminar ele ontem e estou doente, não queria demorar mais ainda para postar e resolvi deixar ele assim mesmo.
Desculpem os erros x.x

Capítulo 10 - Pub.


/Pub/

◤Pub é uma abreviação do inglês public house, cujo significado é casa pública, e designa um tipo de bar muito popular no Reino Unido, República da Irlanda e outros países de influência britânica, onde são servidas bebidas (principalmente alcoólicas) e comida ligeira.◥

Olhei-me no espelho, sem nenhum pensamento em mente. Não sentia algo como gostar do que estava vendo ou não gostar, não sentia nada, apenas olhava e me via. Nada mais. O despertador tocou mas eu já estava acordado, então apenas apressei-me em desliga-lo. 

Não pude evitar, acabei voltando a minha terrível rotina. Meu corpo parecia ter se acostumado a dormir com apenas duas noites repletas de sono. Haviam enormes olheiras em meus olhos, mais escuras do que o comum. 
Não pude evitar, não consegui dormir. Nem mesmo com o enorme esforço que fiz, até mesmo sem beber café, o sono não veio. Acabei ignorando tudo, aproveitando para repassar todo o dia em minha mente. Iria mais cedo ao café, já que provavelmente, para ir ao bar com o Matthew eu iria ter que sair mais cedo do trabalho. Iria ter que me virar em dois para conseguir terminar todos os livros.

Havia decidido que iria sair com o Matthew hoje. Estava me sentindo estranho, uma sensação de inquietação. Era insuportável. Por um minuto esqueci de Aurora, mas logo me veio a mente chama-la para vir conosco. Eu teria que resolver algumas coisas caso ela realmente fosse, principalmente envolvendo as "amigas" de Matthew, mas isso eu poderia dar um jeito.

Notei que minha vizinha resolveu passar a noite acordada junto à mim. Sempre, sem falta, as nove da noite ela desliga a vitrola e apaga todas as luzes. Hoje a música continuou tocando até amanhecer, agora mesmo ela ainda está tocando. As luzes continuaram acesas até a luz do sol tomar o lugar delas, iluminando melhor sua casa, imagino. Estranhamente, eu conhecia a música que tocava. A música era mais animada que as outras que ela colocava e isso já foi o bastante para chamar minha atenção. 

"Have You Ever Seen The Rain?" era a música que eu colocava para tocar no quarto quando meus pais estavam brigando. Um ano antes deles se separarem as brigas começaram a ficar mais constantes, nessa época eu ainda tinha esperanças de que os dois ainda pudessem ficarem juntos, então apenas colocava a música em um volume alto para não escutar nada. Hoje eu sei que no fundo eu sabia que não tinha mais solução, eu apenas queria acreditar que eles ainda tinham uma chance de continuarem juntos.

Como minha cafeteira estava quebrada e eu ainda não havia ido comprar outra, apenas peguei minhas chaves e a minha mochila e sai do apartamento. Desci e fui até o estacionamento pegar o meu carro, indo com ele até o Coffee's Joe. Meu dia até que havia começado bem, estava cedo de mais para que houvesse trânsito, então cheguei rápido ao local.

Faltavam dez minutos para as seis horas, quando cheguei ainda pude ver um funcionário abrindo a loja. Após estacionar o carro, levando apenas três minutos, voltei para a loja e fiquei surpreso com a quantidade de gente que já havia no local. O Coffee's Joe era um café famoso por aqui, principalmente por se encontrar na Piccadilly*. Ficava perto do local onde eu trabalhava, a Hatchars, então era o local ideal para que eu pudesse tomar meu café sem me preocupar em chegar rápido no trabalho.
Imaginei que não iria poder encontrar-me com Aurora hoje, mesmo que não soubesse que horas ela chegava no café eu imaginava que não fosse tão cedo quanto estava. Se me lembro bem, ela chegava mais ou menos pelas sete horas, e hoje eu iria embora as seis e quinze, sem nenhuma chance de falar com ela.

Caminhei até o balcão, recebendo alguns olhares, para fazer meu pedido.
—Um café puro e sem açúcar. — Pedi, retirando o dinheiro da minha carteira para pagar logo.
—Oh, olá! — Confuso, olhei para a atendente e notei que era a mesma que havia pedido para "sair" comigo no dia que Aurora havia dormido na minha casa. 
—Oi... — Respondi, sorrindo fraco, sem jeito. Ela, ao contrário de mim, esbanjava um enorme sorriso em seu rosto. Era um bom humor contagiante, sem contar que seu sorriso era lindo.
—Ah, não lembra de mim? — Perguntou baixo, desfazendo aos poucos seu sorriso.
—Não, quer dizer, sim, eu lembro de você. — Respondi atrapalhado. Passei a mão pelo meu cabeço, respirando fundo, tentando voltar ao normal.
—Ah, que bom! — Falou, colocando sua mão no peito, em um gesto de alivio. — Então, você marcou para hoje, não foi?
—Sim, sim. — Confirmei, mas então me lembrei que iria sair com o Matthew hoje. — Você poderia vir um pouco mais tarde? Eu vou sair tarde do trabalho e também tenho algo para fazer com um amigo... Se preferir, poderíamos deixar para amanhã.
—Não, não tem problema. Eu posso vir mais tarde hoje. — Respondeu, sorrindo. Era bom que não havia tantas pessoas que optaram fazer o pedido no balcão, assim como eu. Nos dava tempo para conversarmos tranquilamente. — Estou realmente aliviada que você não tenha desmarcado...
—Eu não faria isso.— Garanti, sorrindo. Após falar isso, pensei então em chama-la para vir comigo ao bar hoje. Se meu plano era faze-la conhecer Aurora, séria melhor eu leva-la hoje ao bar. Melhor do que deixa-las apenas na minha casa. —Ei, o que você acha de...
— Harry? — Uma fina e baixa voz soou atrás de mim, impedindo-me de completar a frase. Já reconhecendo a voz, virei-me e vi Aurora encolhida em seu enorme casaco, ou melhor, meu casaco. Isso sempre me confunde.
—Aurora... Oi! — Respondi, confuso. O que ela fazia tão cedo aqui?
—O que faz aqui tão cedo? — Perguntou, como se lesse minha mente.
—Foi exatamente o que eu estava pensando. —Respondi, sorrindo. Ouvi a garçonete pigarrear atrás de mim e virei-me. — Oh, me desculpe.
—Tudo bem, sem problemas. — Garantiu, sorrindo fraco. Ela entregou meu café e eu dei-lhe o dinheiro. — Até a noite?
—Claro... — Afirmei, porém parei ao notar que ainda nem se quer sabia o nome dela. — Aliás, qual seu nome?
—Emily, mas pode me chamar de Emy. — Respondeu, sorrindo.
—Certo, então até mais tarde, Emy. — Acenei, piscando o olho. 

Virei-me novamente para Aurora, que parecia sem jeito, e nos sentamos em alguns bancos pertos do balcão. Coloquei minha mochila em meu colo e inclinei minha cabeça tentando fazer Aurora olhar para mim, já que seu rosto estava virado para a porta.
—O que faz aqui tão cedo? — Perguntei, chamando sua atenção. 
—Ah, bem... Eu sempre venho aqui quando o café abre, vou embora e depois volto pelas sete. — Respondeu baixo, dando de ombros. 
—E qual o motivo disso? — Perguntei, ainda confuso.
—Na primeira vez que eu venho, eu realmente venho para tomar meu café da manhã. Peço algo mais pesado... — Explicou calmamente. — Da segunda vez, eu apenas venho para pedir um café.
—Oh, entendi... — Respondi, acenando com a cabeça. 
—E você? — Perguntou, fazendo-me olhar-la confuso. — Por que veio tão cedo hoje?
—Tenho algum trabalho acumulado lá na Hatchards. Eu pretendo sair com o Matthew hoje, então.. — Falei mas parei ao lembrar-me que tinha qua chama-la para ir conosco hoje a noite. — Droga, eu já ia me esquecendo. 
—Algo de errado?
—Matthew e eu vamos ir à um bar, sempre fazemos isso em um dia da semana, e eu pensei em te chamar para ir com a gente. — Expliquei, mexendo meus dedos eu meu lábio inferior, nervoso.
—Um bar? — Questionou, olhando-me confusa. 
—Bem, não é tecnicamente um bar, é meio que um pub que tem aqui perto.
—Oh, certo. — Murmurou, abaixando seu olhar até seu colo. Não sabia se ela havia aceitado ou não, e o nervosismo em mim apenas aumentava. Será que eu não estava pedindo de mais? Ela havia acabado de voltar de uma viajem comigo, será que não estava sentindo-se desconfortável com tanta aproximação? — Certo, eu vou. Que horas nós vamos?
—Pelas dezenove horas da noite, algo do tipo. — Respondi, mentalmente soltando um suspiro de alivio. — Eu passo na sua casa às sete, o que acha?
—Claro, tudo bem. — Respondeu, acenado afirmadamente com a cabeça. Ela passou sua mão pelo seu braço, parecia sem graça. Claro, estávamos sem assunto. — Você vai ficar muito tempo aqui? Eu vou pedir meu café da manhã, se você quiser me acompanhar...

Só então lembrei de que tinha que ir trabalhar mais cedo hoje. Olhei no relógio que estava em meu pulso e vi que já eram seis e meia, o tempo havia passado mais rápido do que eu imaginava.
—Droga... — Murmurei, pegando meu café em cima do balcão, levantando-me do banco.
—Qual o problema? — Aurora questionou, confusa. Seu olhar tinha algo tão inocente nele, por mais que talvez sua mente não fosse. Suas sobrancelhas finas e pequenas estavam franzidas, dando a ela uma expressão mais fofa do que a comum.— Onde vai?

Sorri e apertei levemente o seu nariz, contemplando sua expressão.
—Trabalhar, boneca. — Pisquei-lhe o olho e acenei, saindo da loja. 


Registrei todos os dados do livro no meu computador, salvando todas as informações na pasta de livros da loja. De uma forma surpreendente, haviam apenas uma pequena pilha de livros para eu revisa-los. O gerente da loja, John, havia contratado mais um funcionário, parece que finalmente ele havia notado que tinha trabalho demais para mim. 

O rapaz que ele havia contratado era uns dois anos mais novo que eu. Magro, com a pele totalmente pálida e com o rosto ainda totalmente liso. Apesar da sua idade, ele ainda parecia um adolescente. Também havia feito um curso, mas tinha bem mais referências que eu. Parecia ser simpático, apesar de já ter dado em cima de uma das clientes da loja no seu horário de almoço. Não irei ser hipócrita a ponto de ficar indignado com sua atitude, já que há alguns meses atrás eu estava estava fazendo o mesmo, mas era tão fraca a forma que ele tentava paquerar as mulheres que chegava a ser engraçado.
  —Hey, Harry! — Louis, o novo funcionário, exclamou. Ele correu até o sofá que estava no canto da parede do meu escritório e se jogou nele. 
—Você não tem mais o que fazer, Louis? — Murmurei, concentrando-me nos aquivos do computador.

Ouvi Louis suspirar e passei a mão no rosto. Faltava pouco tempo para que eu já pudesse sair, provavelmente apenas meia hora. Ainda pude ouvir alguns silenciosos passos antes de ver Louis fechar rapidamente meu notebook, inclinando sua cabeça para o lado enquanto me olhava emburrado.
—Sabe que você ainda vai vir amanhã, certo? E que esse trabalho não precisa ser feito todo hoje? — Falou, apoiando sua cabeça em seu braço em cima da minha mesa de escritório. Controlei minha vontade de tira-lo daqui a pontapés e apenas fui até a cafeteira, pegar mais uma xícara de café.
—Eu tenho um compromisso hoje, Louis. — Murmurei, bebendo um pouco do meu café, em seguida abrindo novamente o notebook e continuando a digitar os dados dos livros no computador. — Por isso, me deixe em paz e saia daqui.
—Uh, um compromisso? — Perguntou, sorrindo de lado. Dei-lhe uma olhada rápida e voltei novamente meu olhar para o computador.— Onde pretende ir?
—Vou sair com alguns amigos, Louis. — Respondi, já me estressando. — Você não tem seu trabalho para fazer?
—Já terminei. Nem era tanto. — Respondeu baixo, com desdem. — Eu não tenho nada para fazer depois do trabalho.
  Olhei para ele com descrença. Além de estar me incomodando ainda queria que eu o convidasse para ir comigo ao bar? 
—Não vou chamar você para ir comigo, Louis. — Esclareci, voltando minha atenção para o computador. Ele poderia apenas ter dito que não queria que eu o chamasse, mas pareceu não ter um pingo de dignidade e continuou a insistir.
—Vamos lá, Harry. Qual o problema de eu ir? — Questionou como se já não fosse óbvio.
—Além de que eu acabei de te conhecer e de que você é extremamente irritante, não há nenhum problema. —Respondi, irônico.
—Eu não vou para ficar no seu pé! Apenas quero sair um pouco. — Murmurou, encostando-se na mesa de escritório.
—Então se você não vai para ficar no meu pé, é só ir e pronto. Por que ainda pede?
—Porque não quero chegar lá como um intruso. Seria apenas mais fácil se você me chamasse, então, com a minha enorme modéstia, eu aceitaria. —Respondeu, mas fiquei em duvida se ele estava falando sério ou estava sendo sarcástico, pois sua expressão estava indiferente. — Aliás, não vão apenas você e seu amigo, certo? Também irão algumas mulheres, não é?
—Não me diga que quer ir apenas por causa disso? — Questionei, incrédulo.
—O que, achava que eu iria ir apenas por sua causa? Você não faz meu tipo, Harry. — Respondeu, risonho.

Suspirei, passando a mão pelo rosto. Faltavam apenas quinze minutos para que eu já pudesse ir e quase todo o trabalho já estava feito. Louis não saiu do meu lado durante todo o tempo que ainda me restava no escritório, com muito esforço eu ainda estava conseguindo terminar de revisar todos os dados de cara livro. Olhei para o relógio e assim que vi que já eram seis horas em ponto, fechei a pasta do notebook e o desliguei. 
—... Harry, por favor! — Louis ainda resmungava em meu ouvido. Grunhi e joguei as mãos pro ar, em sinal de desistência.
—Tá, Louis, já chega! Você por ir! Mas que droga... — Exclamei, peguei meu casaco em cima do sofá e sai do escritório.
  Passei no escritório de John e o avisei que já estava de saída. Louis ainda me seguiu até a porta da livraria, onde parei para lhe dizer o local.
—Será no Vicent's. É um lugar popular, não será difícil de achar. — Murmurei com desdém, saindo da loja e caminhando até o estacionamento.
  Ainda teria que ir para casa e em seguida buscar Aurora. Além de Aurora, ainda tinha que resolver o que iria dizer para ela sobre Emy. Entrei no carro e dei a partida, respirando fundo. Isso não era algo com que eu deveria me importar, já que prometi à mim mesmo que hoje iria tentar dar mais um passo com Aurora. 

Um passo de cada vez. Não quero acabar estragando as coisas. 
 


Notas Finais


*Piccadilly é uma rua principal no centro de Londres, Reino Unido, indo de Hyde Park Corner a oeste até Piccadilly Circus a leste. Se localiza inteiramente na cidade de Westminster. A rua faz parte da A4 Road, a segunda artéria mais importante do oeste de Londres.


Aaaah, o próximo capítulo vai ser tão booom ♥ Queria dar spoiler, mas não posso TuT
Comentem, adoro vossos comentários ♥


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