1. Spirit Fanfics >
  2. Só talvez. >
  3. Gloomy Sunday.

História Só talvez. - Gloomy Sunday.


Escrita por: Hamelia

Notas do Autor


Bem, preparem vosso corações antes de ler esse capítulo ♥ Eu realmente fiquei muito hesitante em realmente adicionar essa parte à história, mas no fim acabei decidindo deixar mesmo XD
Não sei bem se o capítulo está curto ou não, então... Enfim, boa leitura ♥

Capítulo 13 - Gloomy Sunday.


/Domingo Sombrio/

◤Música da Hungria, criada por volta do ano de 1933, responsável por 100 casos de suicídios. Hoje em dia ela é classificada como a música mais triste do mundo.◥

O casamento de Florence séria exatamente daqui à uma semana. Ela havia me mandado um terno já que eu estava ocupado demais para comprar um. Matthew me ajudou com o presente, comprando algo que nem ao menos me preocupei em saber o que era, já que estava ocupado demais para isso. Florence havia me ligado ontem, avisando que Desmond e  sua família haviam confirmado presença no casamento, assim como a minha mãe. Não liguei, estava ocupado demais para isso.

Passei a última semana numa rotina repetitiva e cansativa, que levava embora toda minha sanidade. Não estava conseguindo falar com Aurora, ela não frequentava mais o café, não aparecia mais no parque e nem ao menos estava em casa. Exatamente há uma semana atrás, uma placa de "vende-se" surgiu na frente da casa. Não está mais lá, eu a joguei em algum lugar que não me lembro. Mais ou menos cinco vezes por dia venho até sua casa, bato durante meia hora na porta, mas ela não aparece. Não sei mais se ela está ou não ai, não sei o que aconteceu ou o que ela está pensando. Sei que ela não está aí, pelo resto de sanidade que tenho, mas não sei o que fazer a não ser bater em sua porta enquanto estou bêbado.

Tentei pedir demissão da Hatchards, pois não estava com cabeça o suficiente para passar quase meu dia todo ali. O gerente disse que não podia me deixar ir embora, que eu era um funcionário muito bom, então disse que podia cortar meu expediente ao meio, deixando-me trabalhar apenas metade do tempo normal. Aceitei, afinal apesar de tudo o trabalho era a única coisa que ainda me restava. 
Faz apenas uma semana, mas para mim parece uma eternidade. Durante esses cinco meses a vi todos os dias, mesmo que não falasse com ela ou algo do tipo. Bastava apenas vê-la, eu  me contentava com isso. 

Faz uma semana que não a vejo. Sete dias desde que vi o elevador se fechando, levando-a embora. Louis anda tentando falar comigo, sei que está sentindo-se culpado ou o que seja, talvez até não, mas não ligo. Me sinto um completo idiota por estar desse jeito, mas é algo que não consigo evitar.

Na primeira noite, fui ao pub com Matthew. A noite resultou em mulheres e bebida. Muita bebida.

Na segunda noite, Matthew me chamou novamente para ir ao pub, mas preferi ficar em casa. Estranhamente, dormi o dia todo.

Na terceira noite, me encontrei com Emy. Ela me disse que havia conversado com Louis sobre o que havia acontecido e que havia resolvido dar uma chance a ele. Assim como ele, ela pensava que ele a via apenas como uma amiga.

Nas noites seguintes, apenas vim ao pub e bebi. Bebi muito. E na manhã seguinte, Matthew me levava para casa, onde eu podia dormir por algumas horas até dar meio dia, o novo horário o qual eu tinha que ir trabalhar.

Estou agora sentado num dos sofás do pub. São duas da manhã, Matthew já foi embora. Hoje ele havia vindo apenas para me fazer companhia, então voltou sóbrio para casa. Coloco mais um pouco de uísque em meu copo, bebendo tudo de uma vez. Não quero voltar para meu apartamento, ele parece ter se tornado mais frio e solitário do que era antes. Para compensar, a velha que mora ao lado começou a colocar suas músicas num volume mais alto. No quarto ao meu lado, mas ou menos meia noite em ponto, quando a vizinha já tem desligado sua música e apagado as luzes, esculto algumas músicas baixas do cômodo ao lado do meu. Músicas antigas, mas não músicas iguais as que a velha ao lado escuta. Bandas como Foo Fighters, Foster The People, The Beatles e outros, tocam até à quatro da madrugada, me deixando com um péssimo sentimento de nostalgia. Mais estranho que isso é que noite passada, quando bati na parede, a música parou. 

Suspiro, vendo o local tipicamente cheio para um dia de domingo. Levanto, ainda segurando meu copo descartável, e caminho pelas mesas em direção ao corredor do banheiro, escutando alguns risinhos baixos vindo de uma das mesas. Olho para trás e vejo um três mulheres na mesa, enquanto uma delas sorri para mim. Ergo o copo em sua direção e pisco o olho, sorrindo para ela, voltando a caminhar até o banheiro. Não sei o que tenho na cabeça, apenas sinto um peso enorme em meu corpo. 

Entro no banheiro, ele se encontra vazio. É apenas uma pequena cabine, não um banheiro grande com várias outras cabines, apenas um pequeno espaço com uma privada e uma pia. Jogo o copo no lixo e levanto a tampa da privada, abaixando minha calça para urinar. Assim que termino, fecho o o zíper da calça e abaixo a tampa, me virando para a pia e lavo minhas mãos. Escuto algumas batidas na porta, murmuro um "está ocupado" e desligo a torneira, me sentando na tampa da privada. Passo a mão molhada pelo rosto e suspiro, apoiando minha cabeça na parede. As batidas na porta continuam de novo, dessa vez mais fortes. 
—Está ocupado, caralho. — Exclamo irritado. 

Levanto rápido ao ver que as batidas não param e abro a porta.
—Eu já falei que estava ocup... —Exclamo alto, mas paro ao notar que era uma mulher, a mesma que sorriu para mim há pouco tempo atrás. Não é alta mas também não é baixa, seus cabelos são pretos e cumpridos, até mais do que os de Emy. Seus lábios estão com  um batom exageradamente vermelho e seu vestido é tão curto que mais parece uma blusa. Curto e apertado, parecendo que sufocam os seus enormes seios que parecem quase pular para fora do vestido.— O que quer? O banheiro feminino é o do lado.
—Eu sei... — Responde baixo se aproximando. 

Suas mãos são colocadas em meu peito, ela me empurra para dentro do banheiro novamente, fazendo-me sentar na tampa da privada enquanto tranca a porta. Penso em levantar, mas ela vira-se e coloca as mãos em meus ombros, sentando-se no meu colo. Sorri maliciosa para mim, rapidamente trazendo seus lábios até os meus. Não sei o que faço, me sinto tonto. Ela me beija em um beijo desajeitado, já que eu não estou a beijando de volta. 

Sinto ela trazer sua mão até meu cabelo e o puxar para trás, fazendo-me gemer em seus lábios. Correspondo seu beijo e sinto-a se movimentar devagar em meu colo, enquanto passa sua outra mão pelo meu tronco. Sem pensar, seguro sua cintura e aplico mais força nela, juntando ao máximo nossos corpos. Suas duas mãos descem pelo meu tronco e param na borda da minha calça. Sinto seus dedos ágeis desabotoarem minha calça e ela se afasta um pouco, passando sua mão por cima do volume em minhas calças. 
"—Uou... — Murmurei olhando-a. Aurora ergueu uma sobrancelha em questionação, sorri de lado e passei a mão pelo cabelo. — Calças.
—...Calças? — Repetiu sorrindo fraco, sem entender.
—Calças. — Falei também, acenando com a cabeça.
—Calças! — Murmurou gargalhando. Parecíamos dois bobos rindo de algo mais bobo ainda. Talvez ela realmente não tivesse entendido o que eu quis dizer, mas isso não importava."

E como se sentisse um choque em todo o meu corpo, empurrei a garota do meu colo e me levantei, vendo-a no chão me olhar confusa. Ignorei seu olhar e abotoei minha calça, destrancando a porta e saindo do banheiro. Passei novamente pelo corredor até minha mesa e vi suas amigas me olhando, sorrindo. Bufei e virei o rosto, pegando meu casaco e colocando o dinheiro das bebidas em cima da mesa.

Sai do pub, indo à pé até em casa. O Vicent's ficava perto da Hatchards, que ficava perto do Coffee's Joe, que ficava perto da minha casa, então ir de carro séria apenas uma perda de tempo, e além do mais eu estava bêbado. As coisas ao meu redor pareciam girar, e eu agradecia mentalmente por estar tarde de mais para ter algum caro na rua.

Cheguei no meu apartamento depois de muito esforço. Entrei e tranquei a porta, caminhando até meu quarto. O peso no meu corpo parecia ter ficado maior, e tudo o que eu queria era apenas poder dormir um pouco. Abri a porta do quarto, já escutando uma baixo melodia vindo do cômodo ao lado, e retirei minha calça e minha blusa, que tinham um cheiro irritante da mulher do pub. Lancei-os em algum lugar do quarto e me joguei na cama, afundando minha cabeça no meu travesseiro.

A música baixa e com uma melodia lenta que soava era Gloomy Sunday, reconheci na mesma hora. Meu corpo estava cansado de mais para eu conseguir me mexer, então apenas continuei com os olhos levemente abertos enquanto cantava mentalmente junto com a música.

Em alguns segundos fechei os olhos, desejando que meu medo de dormir e não acordar mais se tornasse realidade.

 


Notas Finais


O próximo capítulo deverá sair logo ^w^


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...