1. Spirit Fanfics >
  2. Só talvez. >
  3. Just maybe.

História Só talvez. - Just maybe.


Escrita por: Hamelia

Notas do Autor


Hello~~
Não sei se demorei muito, mas aqui está ♥
Eu gostei bastante desse capítulo e espero que vocês sitam o mesmo que senti quando estava escrevendo-o.
P.S: Se verem algum erro ou algo do tipo (nome da cidade), me avisem. Palavras entre parênteses são comuns para mim, só arrumo-as quando vou postar ao capítulo, mas as vezes me esqueço ^^

Capítulo 7 - Just maybe.


/Talvez/

◤Que pode indicar certa tendência ou possibilidade, embora não haja certeza; provavelmente.◥

Meu dedo estava firmemente posicionado no botão da câmera, Aurora sorria para a lente enquanto segurava o livro O chamado do monstro. Lembro-me de vê-la olhar para a prateleira de uma das estantes onde se encontravam coleções de cinquenta tons de cinza, e por mais que a tenha incentivado e até comprado um livro, ela se recusou a levar um. Tenho certeza de que ela queria um, apenas estava envergonhada de o comprar. 

Havíamos vindo cedo para a feira de livros, como hoje era o primeiro dia todo o evento estava lotado. Diversas pessoas de todos os lugares de Londres estavam aqui, até mesmo alguns autores famosos. Para falar a verdade, eu estava maravilhado em estar aqui, provavelmente até mais que Aurora. Havia esquecido de que eu também gostava de livros, apenas por me concentrar tanto em Aurora. 
—Pronto. — Falei assim que acabei de tirar a foto. Olhei para foto que havia acabado de sair da câmera e sorri encantado com o incrível momento que eu havia registrado.
—Acho que já tiramos fotos o suficiente por hoje, Harry. — Aurora murmurou, enquanto me olhava cansada. 
—Não, não acho. Talvez devêssemos tirar mais algumas fotos no stand dos livros da Lucy Montgomery. — Falei enquanto guardava a pequena fotografia junto com as outras em uma pequena maleta.
—Eu estou cansada, Harry. — Murmurou enquanto me acompanhava até o começo do evento. — Andamos o dia todo, tiramos diversas fotos e compramos diversos livros.

Olhei meu celular e abri a página onde estava o mapa do local do evento, com a direção de cada stand. O da Montgomery ficava no começo, perto dos livros de terror, o que já poderia nos ajudar a economizar mais tempo. Ainda não havíamos comprado livros de terror, já que, segundo Aurora, livros de terror não faziam o seu tipo. Provavelmente ela apenas tinha medo, era normal.

Ao me ver ignora-la, Aurora deu a volta e parou em minha frente, de braços cruzados enquanto me olhava chateada. Suas finas sobrancelhas estavam franzidas e estranhamente dava para ver seu maxilar travado, o que era algo realmente novo para mim. Não só com ela, mas nunca havia visto uma mulher travar seu maxilar de forma tão superior, como se estivesse irritada. Bem, talvez ela estivesse, eu deveria me preocupar um pouco mais com isso.
—Para de me ignorar, Harry! — Ralhou, irritada. — Você me disse que não andaríamos muito, mas desde as dez da manhã nós estamos circulando o evento e já são três horas da tarde! 
— Eu sei, nós só vamos andar mais um pouco. — Tranquilizei-a colocando ambas as mãos em suas bochechas, mas ela as afastou e continuou me olhando feio. Indignado, virei o rosto e voltei a caminhar. — Não precisa ficar me seguindo, de qualquer..
—Você me diz isso toda vez que eu reclamo, mas quando eu tento me afastar de você, você diz que eu não posso andar por aqui sozinha e que eu não posso ficar longe de você. — Falou enquanto caminhava atrás de mim. Bufei, mas sabia que isso era pura verdade. — Nosso almoço foi um milkshake, Harry. Além do mais, você me prometeu um sorvete.

Suspirei e parei, virando-me para ela. Ela estava certa, eu sabia disso, apenas havia me empolgado demais com o evento. Não costumada almoçar algo pesado ou comer na hora certa, era óbvio que nem todo mundo seguia o mesmo que eu. Por um momento eu havia deixado de me preocupar com Aurora, mas isso não significava que ela não estava mais comigo.
—Eu sei, eu sinto muito, de verdade. — Murmurei, puxando meu cabelo para trás. Aurora pareceu surpresa com a minha reação, mas não liguei. — Me desculpe, não estou tornando isso tão divertido quanto eu queria. 
  Aurora suspirou e me olhou sorrindo fraco.
—Não é que não esteja divertido, Harry. Pelo contrário, está sendo ótimo ver você tão animado por causa dos livros. — Sorriu. Provavelmente eu deveria estar parecendo uma criança em meio à tantos doces. — Eu estou um pouco cansada, com fome e nervosa.
—Nervosa?— Repeti, confuso.
—Sim, eu meio que não me lembro bem do que aconteceu ontem depois de algumas horas de viagem. — Murmurou baixo, brincando com seus dedos. — Você está um pouco distante, achei que estivesse chateado ou irritado comigo.

Fiquei maravilhado com a sua fala. Era surpreendente saber que ela pensava dessa forma sobre mim, que se importava com as minhas mudanças de comportamento. E então me senti aliviado em saber que eu não era o único que me preocupava.

Eu havia ficado realmente agradecido ao acordar mais cedo que ela essa manhã, pois estávamos abraçados e nossos corpos completamente colados. Imagino o quão envergonhada ela ficaria com isso, talvez até tivesse alguma reação negativa.
—Claro que não, Aurora. — Murmurei, abraçando-a. Aurora demorou um pouco, mas passou seus braços ao redor do meu corpo e soltou um baixo suspiro. A diferença de altura entre nós era clara, não por ela ser baixa, mas sim por que eu sou alto. — Não deveria se preocupar com algo assim. Eu apenas estava ansioso por causa dos livros, é a primeira vez em que venho à um evento assim.

Dizer a ele que ela não deveria se preocupar com isso era pura hipocrisia, já que eu mesmo não aceitava isso para mim. Era impossível não se preocupar com algo assim, eu sei disso, queria apenas tranquiliza-la pois acima de tudo eu sei que apenas ela é o que me importa. Não conseguiria ficar irritado com ela, e se ficasse não duraria muito. Me preocupo com ela pois não tenho certeza do que ela pensa sobre mim, a confusão em mim sempre é gigante quando ela me abraça ou quando me trata de uma forma tão gentil ou carinhosa. 

Nunca recebi algum ato carinhoso, tanto por parte de amigos quanto da minha família, principalmente dela. Meu pai sempre foi muito ocupado com algumas questões da empresa e minha madrasta não é alguém que se importe muito com as pessoas. Minha mãe era a única pessoa que cumpria seu papel, que realmente era uma mãe, que cuidava de mim e que cuidava tanto de mim como de Florence. Após meus pais se divorciarem, parei de manter contato com ela. Meu pai nunca me disse aonde ela havia ido, e ela nunca ao menos tentou me procurar. 

Com o passar do tempo, acabei ignorando ela e o resto da minha família, com exceção de Florence. Temos  um acordo de não tocar no assunto sobre nossos pais, assim mantemos uma companhia civilizada. 
—Está tudo bem se preocupar as vezes, mas não em relação a mim. — Murmurei baixo em seu ouvido. — Eu vou sempre estar ao seu lado, não importa o momento ou o quão furioso eu esteja. 

Senti Aurora balançar sua cabeça e novamente encostou sua cabeça em meu ombro. Era estranho, estávamos parados entre os stands, diversas pessoas estavam passando e nos olhando. Eu não me importava muito, é claro, mas era algo realmente surreal.

Afastei-me dela, porém ainda com seu corpo perto do meu, e dei um  beijo em sua testa, o que fez Aurora sorrir. Segurei sua mão e a puxei junto a mim, caminhando para fora do evento.
—Venha, vamos comprar seu sorvete. 

Aurora e eu entramos no apartamento, virei-me e tranquei a porta, colocando a chave pendurada no porta chaves que estava na parede. Aurora parecia incerta sobre o que fazer, seu olhar parecia estranhar tudo e sua expressão era de pura confusão.
—Algum problema? — Perguntei, caminhando até a cômoda onde havia colocada as roupas que havia trazido para a viagem.
—Oh, não, nenhum. — Respondeu rápido. 

Já com minhas roupas em mão, acenei com a cabeça e caminhei até o banheiro. Tirei a roupa e tomei um banho rápido. Sei que assim que saísse do banheiro a situação ficaria um pouco constrangedora, já que uma pequena voz dentro de mim dizia para que eu pedisse para que eu pedisse a Aurora para dormir com ela novamente, mas eu não teria coragem de fazer isso. Era algo estranho, por mais que eu tivesse pensamentos eróticos e impuros com ela, nunca tinha coragem de fazer algo à mais.  Para falar a verdade, a palavra "vergonha' não se encaixaria bem nessa frase, e sim "medo". Tinha medo de assusta-la ou afasta-la de mim, talvez ela não gostasse de de atitudes desse tipo.
  Desliguei o chuveiro e me enxuguei, pendurei a toalha no pequeno apoio na parede e vesti meu boxer. Em seguida vesti minha calça, era azul escuro e de moletom, confortável o suficiente para que eu dormisse relaxado com ela. 

Peguei novamente a toalha e a coloquei sobre meu cabelo, esfregando ela sobre meu cabelo para retirar o excesso de água. Destranquei a porta e então sai do banheiro, caminhando até a sacada do apartamento. Pelo canto do olho notei Aurora me observar, olhei rapidamente para ela e entrei na varando, coloquei a toalha no pequeno muro de concreto, já que não havia outro lugar para coloca-la. 
  Voltei para o quarto e fui em direção a minha cama, porém parei ao notar que Aurora estava sentada nela, me encarando.
—Qual o problema? — Perguntei confuso.
—C-como assim? — Sua voz estava baixa e um pouco falha.
—Por que está sentada aí? — Estranhei. Claro, eu não me importava de trocar de cama com ela, mas estava curioso a respeito disso.
—Não é a minha cama? — Murmurou indiferente. Olhei-a confuso e balancei a cabeça negativamente, apontando para suas malas e a cama ao lado da minha, que seria a dela. — Eu acordei ontem aqui, pensei que fosse a minha cama.

E com um suspiro eu me engasguei. Tossi algumas vezes e então respirei fundo, lembrando-me do que havia acontecido noite passada, de que mais uma vez eu havia dormido com ela. Me virei e caminhei até o banheiro novamente, dessa vez deixando a porta aberta.
—Bem, você pode ficar com essa cama, se quiser. Não haveria problema algum com isso. — Respondi, esforçando-me para deixar minha voz firme. Liguei o secador e o coloquei sob meu cabelo, secando-o.

Vi pelo espelho Aurora aproximar-se e encostar-se no batente da porta, me olhando enquanto mordia os lábios. Claro, sei que ela estava nervosa, eu também estava! Mas morder os lábios desse jeito me deixava louco.

Desliguei o secador e o guardei, um pouco atrapalhado. Aurora continuava me olhando, e na minha mente eu tinha certeza de que ela estava me provocando. Céus, não é possível, como eu poderia estar tão atraído por ela?! 

Minha mente estava bagunçada, estava lutando contra a lógica e a razão, eu tinha que beija-la. Isso poderia estragar tudo, eu sei disso, mas talvez não estrague. Talvez, só talvez, ela me queira tanto quanto eu a quero.

Ignorei toda a insegurança que estava sentindo e dei um passo à frente, colocando meu braço ao redor de sua cintura e a puxando mais para perto. O suficiente apenas para que eu pudesse juntar meus lábios ao seus.

A reação seguinte foi totalmente ao contrária do que eu esperava. Aurora não me afastou, para falar a verdade, ela nem se quer teve alguma reação surpresa ou assustada, apenas correspondeu imediatamente o meu beijo. 

Seus lábios tinham um gosto doce, eram macios e finos. Sua língua se misturava a minha, dando-me arrepios ao senti-la tão junto a mim. Era algo estranho, eu ainda não entendia ao certo o porquê dela não ter me afastado, não entendia o porque dela estar correspondendo, mas acima de tudo eu não entendia o que estava sentindo. Sentia como se quisesse beija-la por anos, talvez até nunca mais afastar sua boca da minha.

Apertei mais meus braços em sua cintura, aproximando mais ainda eu corpo do meu. Aurora estava com seu braço ao redor do meu pescoço, e então apoiou o outro em meu ombro e trouxe sua mão até meu cabelo, fazendo-me sentir uma forte onda elétrica pelo meu corpo. Até fiquei em dúvida se ela havia apenas colocado a mão em meu cabelo ou se eu havia levado um choque, porque o que eu senti havia sido surreal. 

Talvez ela houvesse correspondido meu beijo porque havia se sentido atraída por mim também, talvez houvesse correspondido apenas pelo calor do momento ou talvez, só talvez, ela também sentisse a mesma sensação estranha na barriga que eu sentia quando a via. Isso não importava, tudo que importava agora era eu e ela. E estranhamente desejei algo que anos atrás seria algo totalmente confuso para mim; desejei que meu folego e o dela fossem eternos.
 


Notas Finais


Anne de Green Gables, alguém já leu? É o meu livro preferido (por mais que não tenha exatamente o meu gênero favorito) ♥
Hello~~
Sinceramente, que fique bem claro que o Harry nessa história é o personagem mais difícil de descrever. Ele as vezes é tímido e inseguro, mesmo sendo um pervertido e pegador. As vezes ele é fofo a as vezes ele tá tentando pegar a Aurora, garanto-lhes que não é fácil conseguir juntar cada sentimento desses e não deixar vocês confusos.
A Aurora já é mais aquela garota que se encaixa na típica frase "As quietinhas são as mais perigosas" XD Ainda não tenho a base completa da personalidade dela montada, mas estou trabalhando nisso. Os sentimentos dela ficam bem claros pelos atos dela, mas tenho que juntar isso com a timidez dela. É sério, isso é muito complicado.
Achei que séria bom eu explicar um pouquinho de cada um, para vocês ficarem cientes do quão complicados eles são XD Brevemente entrarão mais personagens na fanfic, eu tenho meio que um costume de me focar apenas nos personagens principais, mas os personagens coadjuvantes também fazem a história.
enfim, agradeço-vos por estar acompanhando a fanfic, é algo realmente muito importante para mim ♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...