Jen's POV
Acordei com meu despertador berrando em meu ouvido. Meu celular podia dar uma trégua, pelo menos enquanto eu sinto sono.
Eu não dormi essa noite, fiquei sonhando diversas vezes com Mike, e na minha mente, ele terminava o que tinha começado comigo no dia anterior. Os sonhos foram quentes, muito quentes, e eu sentia minha intimidade doer de tão ansiosa que eu estava.
Sorri me lembrando da noite anterior, minhas pernas se apertavam de tanta agonia. Eu estava sensível, pra quem está dois anos sem ter esse tipo de relação era normal na minha visão. E os toques dele, ah, os toques dele. Queria tanto ter rebolado pra ele, queria tanto ter beijado ele, queria tocar ele em todos os lugares que ele deixasse. Eu me sentia viva de novo, talvez até fora de controle.
Me levantei indo direto para o banheiro do meu quarto. Coloquei a temperatura no frio o chuveiro e liguei entrando embaixo dele logo depois.
Eu ainda consegui a sentir as mãos dele rodianodo meu corpo, me fazendo sentir prazer e desejar ele. Esse garoto... Como consegue ser assim com dezoito anos?
Afastei aqueles pensamentos perversos da minha cabeça e terminei de tomar banho.
(...)
Vesti minha roupa de ficar em casa e coloquei uma sandália de dedo. Saí do meu quarto e andei pele corredor pra ter acesso a cozinha. Comecei a ouvir a conversa de minha mãe e Eliza.
- O tênis é grande. - Eliza disse.
- O que? - perguntei sem acreditar. Eu devia estar escutando coisas, juro que ouvi outra coisa.
- O tênis de decoração daquela loja no shopping, ele é grande né? - perguntou Iza.
- Ah, sim. - disse aliviada. Podia jurar que ouvi outra coisa.
Andei a até a geladeira.
- Então, eu vi ele chupando o peito dela. - minha mãe falou. Meu core, de quem ela tava falando? - O bebê mamava com uma fome que ninguém acreditou.
Era isso? A minha mente anda muito poluída, to mal mesmo.
- Vamos terminar de ler a receita, mãe. - Eliza sugeriu. Isso mesmo, Eliza!
- Ta bom. Agora penetre... - Meu Deus, me ajuda. Por que tem esse "penetre"? - a faca na carne.
Eu comecei a esquentar.
Via Mike em minha frente seguindo as "instruções" e me olhando com uma cara safada, entrando e saindo de mim, jogando a cabeça pra trás pelo prazer que eu dava a ele. Eu ouvia ele gemer coisas como "oh, Jen, você é tão boa nisso", queria ouvir ele me chamar de linda, gostosa, perfeita e vários outros.
Meu Deus, o que eu estava pensando?
- Faça movimentos de vai e vem...
Derrubei a faca que estava passando geleia em um pão, eu joguei na pia e rosnei com indignação. Que merda de mente!
Eu não sabia explicar como aquilo foi parar na minha mente, eu nunca fui tão pervertida, ou sexual demais.
- Que foi, Jen? - minha mãe pergutou.
- Nada! - falei saindo dalí. Eu parecia uma adolescente excitada com os hormônios a flor da pele.
Me sentei no sofá e coloquei as mãos na cabeça. Por que ele não saía da minha mente? Eu já tive experiência com isso, então porque parecia que era a primeira vez que eu senti isso? O que ele tem de diferente dos outros? O que um garoto de dezoito anos tem de tão especial?
Ou melhor, como ele sabe onde me tocar?
- Jen. - Iza me chamou. Eu pulei assustada, ela riu. - Ta tudo bem?
- Ta, eu só... To meio indisposta. - falei com um sorriso.
-Volta pra cama um pouco, seu trabalho as vezes é cansativo. - Iza sugeriu.
- Ta. - respondi. Me levantei e voltei pra cama, não era pra dormir.
Fechei a porta do meu quarto e me joguei na cama. Olhei pra meu celular em cima da cama, resolvi pegar ele e ler as mensagens.
*HEY*
Era Mike.
*Menina, acorda!*
*ACORDA!*
*Preguiçosa!*
*E depois se diz uma escritora!*
*Você é muito grossa! Sério, você me ignora!*
Ah, eu sou preguiçosa e ignorou ele? OU SERÁ QUE ERA ELE QUE ACORDAVA CEDO DEMAIS?
*Bom dia, flor do dia!*
Mandei a mensagem. Logo ele respondeu.
*Vai se ferrar!*
*NOSFA, NOSFA!* - Mandei.
*Quando te dei permissão pra usar o caps, moça?
*Eu uso quando quiser!*
*Hmm, sua grossa!*
Ele disse num tom brincalhão. Mas eu queria ouvir ele, ontem a noite ele fez falta.
*Hm... Posso te ligar?* - perguntei.
*Hm................... Acho que pode!*
Revirei os olhos com a ironia de sua mensagem e liguei pra ele.
- Hello. - Mike falou brincalhão.
- Oi, Mike. - respondi sorrindo por escutar a voz dele meio rouca.
O que ele esava aprontando?
- Acordou, né, sua sedentária gorda. - ele disse me fazendo rir.
- Amor, o único sedentário gordo é você. - disse rindo.
- Amor? - perguntou. Ops!
- Mike, cale a...
- Não tem problema me chamar assim. Só fiquei surpreso, geralmente sou eu que te chamo assim. - ele confessou.
- Sim, eu sei. Só... Deu vontade. - disse soltando uma risada nasalada.
Um silêncio pairou sobre nós.
- A cama se torna tão grande sem você ao meu lado. - Mike me confessou. - Senti sua falta.
- Eu também senti a sua. - disse. - Nossa amizade é muito boa.
- Ah, claro... Amizade. - Mike falou a última palavra com desgosto.
- Você ta bem? - perguntei. Ele suspirou.
- Na verdade, não. - ele confessou. - Achei que nunca diria isso, mas você faz falta pra mim.
- Ficamos só uma noite longe um do outro. - falei com um sorriso no rosto.
Mesmo eu querendo parecer bem indiferente, eu não podia esconder o meu sorriso de felicidade por saber que ele estava da mesma forma.
- Mesmo assim. Não consigo esquecer de como te fiz sentir ontem. - consegui ouvir o sorriso na voz dele.
Meu sorriso era tão bobo que se tornava um tanto tosco e juvenil, mas era como eu estava. Sempre fui essa boba que sonha com tudo, e no momento e posso estar tendo uma queda por ele.
- Mike. - chamei depois de um longo período de tempo. Minha voz saiu angelical e até adorável.
- Diga. - ele me pediu. Eu mordi os lábios, a real é que eu não sabia o que dizer a ele.
- Eu não sei...
- O que você não sabe? - perguntou com carinho na voz.
- Não sei o que dizer a você. - falei. - Eu estou confusa.
- Isso é bom. - ele disse rindo.
- Sonhei com você essa noite. - comentei meio envergonhada.
- É? O que você sonhou? - perguntou.
- Sonhei que você estava me beijando. - falei uma parte do sonho.
- Continue. - ele pediu.
- Você fazia carinhos em mim, me fazia soltar suspiros. - contei pra ele.
- Você fala como em seus livros. - ele disse rindo.
- Oh... Desculpa. - falei.
- Não, eu gosto disse, sabia? - ele confessou. - É assim que você mexe comigo.
- Verdade?- perguntei satisfeita.
- Sim. - confessei. - Suas palavras me fazem...
- Shh... Não termina a frase, amor. - pedi. Ele riu nasalado.
- Para de me chamar de amor. - ele pediu.
- Nope. Vou te chamar do que tiver na telha. - disse rindo com ele.
- Do que você me chamaria? - ele perguntou.
- Amor, unicórnio, ursinho... - fiz uma pausa. - tesão.
- Hm, gostei do último. - ele falou.
- Eu também. - confessei. Mike suspirou no telefone e voltou a falar.
- Vai chegar ao baile a tempo, né? - perguntou.
- Vou, Mike. Não perderia oportunidade de ficar perto de você nunca. - falei.
- Eu quero te ver logo, to com saudades.
- Ownt, que fofo.
- Não abusa, Jen. - ele brigou comigo. - É a primeira garota que eu digo isso.
- Que bom que sou a primeira em alguma coisa sua. - disse com um sorriso besta.
Um silêncio pairou e nossa ligação, não era desconfortável, era bom nosso silêncio.
- Jen. - me chamou com a voz meiga.
- Fale.
- Eu...
Mike foi interrompido por vozes atrás dele.
- Oh, Clifford! - era a voz de Luke. Mike bufou.
- Tenho que desligar. - ele disse meio desanimado.
- Tudo bem. - disse desanimada também.
- Até o baile.
- Até. - me despedi desligando o celular e jogando ele na minha cama.
Eu estava sentindo tanta falta dele, não consegui a expressar o me u sentime to no momento. Ele era um garoto tão compreensível, nem posso acreditar no que ele tem feito pra mim esses dias. Esse garoto era... Incrível. Se é amor? Eu sinceramente não sei, mas se for eu vou amar Mike pra sempre.
Peguei meu celular de volta assim que ele vibrou com uma mensagem. Peguei rápido na esperança de ser Mike, mas era só John me cobrando.
*Uma semana pra você me entregar o texto, se não me entregar essa semana te tiro de qualquer matéria de revista.*
De vez em quando John me ameaçava assim. Mas ele nunca ia me tirar de nada, o dinheiro do bolso dele vem dos meus textos.
*Eu vou te entregar segunda, prometo.* - mandei.
Quando eu colocava "prometo" eu sempre cumpria minha promessa e todo mundo sabia disso.
Desliguei meu celular e corri até a minha escrivaninha e peguei um caderno e uma caneta que estava na minha gaveta. Era o meu caderno da faculdade que eu deixei antes de sair da casa da minha mãe. Minhas anotações ainda estavam alí.
Eu arranquei uma folha em branco, uma caneta e comecei a escrever o que eu pensava do Mike e sobre a personalidade dele.
"Mike tem a personal..."
Não, eu não podia escrever aquilo com o nome dele, tinha que começar de uma forma melhor. Risquei aquilo e passei pra linha de baixo.
"O que eu posso falar de personalidade forte? Talvez..."
Assim também não, fica muito ruim. Risquei o mesmo, quase estourando a caneta de tanta força exercida por mim, e apoiei as mãos na cabeça.
- Pensa, Jennifer, você já fez isso antes. - falei pra mim mesma.
Foi quando eu comecei a lembrar de tudo o que aconteceu nessas três semanas.
Começou com uma simples pirraça naquele café, foi Mary que me mostrou ele e foi a melhor decisão da vida dela. Aquele dia, que ele comeu o mesmo bolo que o meu e nós descobrimos que tínhamos o mesmo gosto pra comida. Logo veio a nossa guerra por causa do cinto de segurança e as piadas dele.
Eu tive que socorrer ele na escola, porquê o estressadinho bateu no colega dele...
Era isso, a personalidade estressada dele por causa dar pessoas que chateiam ele, era sobre isso que tinha que ter haver no meu manuscrito.
Passei a escrever o texto em que eu tinha acabado de pensar quando meu celular toca.
- Alô. - atende sem ver quem era.
- Jen. - era Trisha, minha empregada. Eu tinha perdido o número dela.
Eu ia pedir o número quando ela fosse lá em casa, mas ela não foi duas semanas.
- Trisha! - berrei. - Jesus, mulher, aonde você estava? Quer me matar do coração?
- Desculpa não ter ido...
- Dane-se sua ida pra limpar minha casa, você está bem? - perguntei preocupada.
Trisha era uma amiga pra mim, não uma simples empregada.
- Sim, eu estou bem. - falou. - Eu faltei essas duas semanas por quê minha filha ficou doente.
- Ah, não tem problema.
- E eu não liguei avisando por quê meu celular quebrou e eu só comprei um ontem. - ela se explicou.
- Ta tudo bem, não tem problema, Trisha. - falei.
- Sexta que vem eu volto ao meu trabalho habitual. - ela me garantiu.
- Tudo bem. - disse. - Como está sua filha?
- Muito bem, ela melhorou bastante, foi um resfriado apenas sabe?
- É, eu sei, New York é bem frio. - respondi a ela.
- Sim. - me respondeu. - Enfim, Jen, eu tenho que cuidar mais um pouco aqui de casa, sexta eu vou te ver.
- Ah, tudo bem. - respondi. - Até sexta.
- Até. - ela respondeu e desligou.
Eu salvei o número dela e deixei o celular no canto da minha mesa voltando ao meu texto.
(...)
Assim que terminei o meu texto, eu fui até a cozinha pra almoçar. Minha mãe não parava de dizer que eu estava meio estranha de manhã e que eu deveria relaxar um pouco, ela tinha razão, por isso que hoje seria o dia de SPA pra nós três.
Foi uma forma ótima de me deixar mais relaxada pra hoje a noite, eu recebi massagem nas costas óleo de baunilha no corpo, teve praticamente de tudo, durou quase a tarde toda.
Nós saímos de cabelo e maquiagem pronta, nós íamos passar apenas em casa pra vestir nossos vestido e pronto.
Acabei mostrando pra minha mãe e Eliza o meu texto. Elas acharam lindo e me elogiaram um tempão. Isso é ótimo, nunca me elogiaram tanto com um simples texto que eu criei e não seja meu livro.
Nós chegamos em casa, eu estava nervosa. Eu já tinha ido no meu baile de formatura da escola, mas era diferente agora, tinha uma pessoa no meio, eu tinha um par, e era uma pessoa que eu gostava. Eu estava quase tremendo.
Mas eu tomei coragem e vesti meu vestido azul e longo. Calcei os sapatos pratas e caminhei até a sala com ele. Iza estava lá com o vestido dela.
- Vocês estão lindas. - minha mãe elogiou.
- Obrigada. - falei sorrindo.
- Agora, desçam senão vão se atrasar. - minha mãe mandou nos empurrando até a porta.
- Ta, calma, mãe. - falei rindo.
- Vamos, meninas vamos. - ela me empurrou seguida da Eliza.
A limousine que eu tinha alugado já tinha chegado. O motorista me olhou de cima a baixo quando me viu. Ou eu estava muito feia ou com a cara de uma modelo. Talvez eu esteja mesmo bonita, do tanto de tempo que eu fiquei no SPA eu devo estar muito bonita mesmo.
Eu entrei na limousine e fechei os olhos por uns últimos segundos antes do carro entrar em movimento.
Mike's POV
- Hey, Mike. - Luke me chamou. - Tem certeza que elas vão vir?
Luke estava com uma insegurança insuportável, ele tinha medo da Iza dar um bolo nele.
- Sim, ela vai vir. Agora para de me perguntar isso, já ta chato. - falei.
- Estressado. - falou.
Eu também estava meio nervoso, mas já era exagero dele.
Comecei a ouvir murmúrios das pessoas que estavam na pista. Focalizei pra onde todo mundo estava olhando e vi o longo vestido azul da Jen.
Continua...
Ps: lê as notas finais, please!
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