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História Só vejo você - Diminuindo A Saudade


Escrita por: MikaWerneck

Notas do Autor


Oie, to viva!!!
Esse capítulo não queria sair nem com reza braba, pelamor oO'
E agora que consegui terminar, estava dando erro pra colar a fic aqui, fiquei horas tentando, aff.
Enfim, depois de um mês sem dar as caras por aqui, finalmente um capítulo novo. Um feliz 2016 pra todas vocês <3

Capítulo 49 - Diminuindo A Saudade


Fanfic / Fanfiction Só vejo você - Diminuindo A Saudade

POV REBECA

Ter uma boa noite de sono é um ótimo remédio para descansar a mente e o corpo, ainda mais quando pode dormir sentindo o perfume dos cabelos da mulher amada. E graças a isso tudo estava correndo bem, hoje eu estava conseguindo realizar minhas atividades com sucesso no mercado. Consegui me concentrar no que eu fazia, mesmo que minhas lembranças ruins tentassem me distrair. Elas só conseguiam me levar de volta ao passado quando eu ficava parada esperando o próximo cliente. Nesses momentos eu conversava com a menina que ficava do meu lado. Aproveitei para perguntar se ela sabia se tinha alguma casa para alugar por perto e como ela não sabia de nenhuma, ficou de me ajudar a procurar na hora do almoço. Mel nem imaginava que eu pretendia sair da casa dos pais dela, por isso que eu não queria contar para ela antes de encontrar um lugar. Eu conhecia a minha morena e já conseguia ver ela fazendo drama. Pensar nisso me fazia sorrir, até sendo dramática ela conseguia ser linda.

Após almoçarmos, como o prometido, fomos ver as casas de aluguel que tinha pelo bairro. Vimos quatro casas (foi o que o tempo permitiu), mas eram acima do valor que eu podia pagar e não eram mobilhadas. Isso me deixou desanimada, eu não conseguia entender como as  pessoas conseguiam viver pagando aluguel, era um dinheiro investido sem volta e que ainda te comia pelas pernas. Se eu tivesse condições, em breve iria comprar uma casa, pois mesmo parcelado em 20 anos, depois ela seria minha.

Quando voltamos ao trabalho, Lilian me chamou e eu fiquei morrendo de medo de ser dispensada, o que eu iria fazer se não tivesse mais esse emprego, todos os meus planos iriam morrer, isso não podia acontecer.

Entrei na pequena sala e fui convidada a me sentar. Me sentei apertando minhas mãos de nervoso, mas tentando deixar minha expressão serena, coisa que eu não sei se foi possível.

ㅡ Rebeca, te chamei aqui primeiramente para te elogiar…

Meu coração deu um salto e depois ficou descompassado, ela queria me elogiar e eu estava morrendo de medo. Segurei a vontade de rir por eu ser tão boba e voltei a prestar atenção no que ela dizia.

ㅡ … me disse que você foi a pessoa que soube organizar melhor o estoque, mesmo sem ter nenhuma experiência. Nós conversamos com o dono do mercado e como está difícil encontrar um estoquista nessa cidade, me deixaram encarregada de te fazer uma proposta. Rebeca, você quer trabalhar como estoquista? Esse é um trabalho bem mais pesado que lá no caixa, geralmente são homens quem os fazem, mas em compensação o salário é maior. O que você acha?

ㅡ Eu… ㅡ Mal consegui dizer, tamanha a minha emoção. Dinheiro a mais era tudo o que eu precisava no momento, e trabalho pesado pra mim nunca foi problema, sorri. ㅡ Eu aceito.

ㅡ Que ótimo, Rebeca, o chefe vai amar a notícia. Vamos trazer um funcionário de uma filial da cidade vizinha pra te ensinar tudo o que deve fazer. ㅡ Ela disse se levantando e eu a imitei ㅡ Já pode começar lá no estoque.

ㅡ Obrigada pela oportunidade, Lilian.

ㅡ Você fez por merecer. ㅡ Ela deu um sorriso, abriu a porta passando pela mesma e após eu sair, ela foi em direção a sala do gerente.

Fui para meu novo canto e pude notar que as coisas já não estavam mais do jeito que eu deixei, tudo estava novamente uma bagunça. Prendi meus cabelos num rabo de cavalo e coloquei a mão na massa. O trabalho ia ser longo e cansativo, mas era disso o que eu precisava. No meio de tanta tristeza, o trabalho pesado só me faria bem. Parece que as coisas começaram a melhorar e eu tinha fé que elas iriam continuar assim.

Como hoje eu não estava tão aérea como no dia anterior, fiquei de olho no relógio e assim que deu o horário, soltei meus cabelos, peguei minhas coisas apressadamente, me despedi do pessoal e saí do mercado. Eu estava com pressa, iria poder ver a Lisa hoje e isso estava me deixando muito animada. Minha pressa era tanta que eu mal olhava para os lados, e por esse motivo, não percebi que alguém se aproximou de mim, e levei um grande susto quando me agarraram, fechei os punhos instintivamente para me defender e olhei para o lado, já levantando minha mão esquerda para dar um soco.

ㅡ Calma, meu amor, sou eu. ㅡ Mel sorriu, me fazendo sorrir também, e abaixei a mão, respirando aliviada.

ㅡ Que susto, Mel, quase te dei um soco, não faça mais isso. ㅡ Abracei Mel, dando-lhe um beijinho.

ㅡ Eu quis fazer uma surpresa e quase apanho. ㅡ Mel riu, e me deu outro beijo ㅡ Eu ia te chamar, mas você praticamente voou, não deu tempo. Onde você estava que não te vi no caixa?

ㅡ Eu fui promovida hoje, Mel, estou tão feliz, o salário é melhor, nem estou acreditando.

ㅡ Que maravilha, estou feliz por você, minha vida. Gosto de te ver assim. ㅡ Mel me olhava com um sorriso bobo, seus olhos brilhavam e senti que suas palavras eram sinceras.

Beijei o rosto dela enquanto andávamos e entrelacei nossos dedos com suavidade.

ㅡ E foi promovida para que cargo?

ㅡ Estoquista, não ficarei mais no caixa e sim, no estoque, anotando oque entra e sai, organizando as coisas por lá. Lembra que ontem ela me deixou lá porque eu não estava bem? ㅡ Mel balançou a cabeça dizendo que se lembrava e continuei. ㅡ Então, ontem aquele lugar estava uma bagunça, eu arrumei tudo e eles gostaram tanto, que perguntaram se eu aceitava tomar conta de lá, e como o salário é bem melhor, eu aceitei sem pensar. ㅡ Sorri e enquanto esperávamos um carro passar, roubei outro beijo dela, que sorriu.

ㅡ Então quer dizer que sabe cuidar bem do estoque e roubar beijos de morenas distraídas?

ㅡ Exatamente… ㅡ Comecei a rir e voltamos a andar ㅡ É irresistível ver essa boca linda, tenho que te roubar muitos beijos ainda hoje. ㅡ Sorri e roubei outro beijo.

ㅡ É mesmo? E se eu for registrar uma queixa na polícia? Tenho uma ladra de beijos na minha casa, oh... ㅡ Mel fez drama, colocando a mão na testa e morremos de rir.

ㅡ Por favor, não faço por mal, sou a Aladim dos beijos, não me prenda.

ㅡ Nossa, que piada horrível, amor. ㅡ Mel começou a rir e me roubou um beijo em seguida ㅡ Ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão.

ㅡ Ah é assim? ㅡ Mel balançou a cabeça outra vez ㅡ Então estou perdoada e irei roubar quantos eu quiser.

Rimos e foi nesse clima de brincadeira que terminamos o restante do caminho até a casa dela. Não contei para ela sobre o novo serviço ser mais pesado, porque eu sabia que ela iria implicar comigo.

Fomos direto para o quarto, eu queria muito tomar um banho e esperar meus sogros chegarem, para podermos ir até a minha ex casa.

ㅡ Eu estou louca para ver a Lisa e pegar ela no colo. Espero que ela esteja bem.

ㅡ Eu imagino que esteja com saudades, foi você quem sempre cuidou dela, era uma segunda mãe. ㅡ Mel sorriu e foi até o guarda roupas, tirando uma mala bem grande. ㅡ Ai, está pesada, me ajuda aqui.

Olhei sem entender o porque de ela estar pegando aquela mala, e fui ajudá-la. Realmente a mala estava bem pesada, mas de duas era possível levantar.

ㅡ A babá da Bia trouxe essa mala hoje de manhã. Minha mãe pediu para te entregar. Parece que são algumas peças que a Bia não usava mais.

ㅡ O que? Mas ela deu tudo isso? ㅡ Meu rosto corou de vergonha, como eu pude pedir roupas para Bia, isso era vergonhoso demais.

ㅡ Mas ela tem tantas roupas naquele Closet, aposto que tudo isso que ela tirou ainda não abriu espaço lá. ㅡ Mel riu e abriu a mala, parecia estar mais curiosa que eu. ㅡ Vamos ver o que temos aqui…

Não sei quanto tempo ficamos olhando as roupas, mas Mel estava se divertindo muito e toda hora colocava as roupas na frente do corpo e se olhava no espelho. Todas as roupas eram muito chiques, tanto, que eu ficaria com dó de usá-las em dias normais. Algumas estavam até com etiquetas, provando nunca terem sido usadas. No meio de tantas roupas, tinha alguns sapatos também e por um bom tempo eu não precisaria comprar roupas.

Deixei Mel se divertindo com as roupas e fui tomar um banho, pois tinha me perdido no tempo e logo Tom chegaria.

ㅡ Olha, separei essa roupa pra você vestir. ㅡ Mel abriu um sorriso, mostrando um conjunto de roupas sobre a cama, assim que eu entrei no quarto, usando apenas um roupão de banho ㅡ Achei que combinam com você e é bem casual, como você gosta.

Sorri, Mel tinha razão, as peças faziam o estilo que eu gostava, só que essas eram de marca. Uma calça jeans preta, uma camiseta branca e uma jaqueta de couro preta.

ㅡ Obrigada, amor. Escolheu muito bem, amei. ㅡ Agradeci e peguei as roupas para me vestir, indo em frente ao espelho. ㅡ Eu vi vários vestidos, se quiser pegar eles, fique à vontade, dificilmente irei usá-los.

ㅡ Eu achei todos lindos, mas não posso ficar com eles, são seus.

ㅡ Depois vou separar tudo e colocar nas suas coisas. ㅡ Sorri e ela entortou a boca, me reprovando. Terminei de vestir a jaqueta ㅡ E então, como estou?

Mel assoviou, veio em minha direção dando aquele sorriso lindo que ela tinha, segurou em minha cintura e disse olhando em meus olhos: ㅡ Está perfeitamente maravilhosa, minha vida, simples e linda como sempre é… ㅡ Roçou seu nariz no meu ao terminar de falar e me beijou cheia de vontade.

Correspondi com a mesma vontade, puxando-a para mais perto de mim para unir nossos corpos, sentindo o sabor adocicado que eu tanto amava e que apenas ela tinha. O clima estava ficando cada vez mais quente, e só não acabamos na cama porque ouvimos uma batida na porta e paramos o beijo.

ㅡ Pode entrar. ㅡ Mel falou assim que deu um passo para se descolar de mim.

Thomas abriu a porta, mas parecia estar meio que acanhado por entrar no quarto.

ㅡ Já estão prontas, meninas?

ㅡ Estamos, pai, já vamos descer.

ㅡ Não demorem, não podemos chegar lá muito tarde. ㅡ Disse e saiu do quarto.

ㅡ Termina de se vestir, amor. ㅡ Mel deu uma passo à frente e me deu um beijo.

ㅡ Só falta por um tênis. ㅡ Me sentei na cama para calçar o tênis, enquanto Mel arrumava os cabelos e passava um batom.

Quando descemos, Thomas e Nicole já nos esperavam e, assim, logo fomos todos para o carro. Eu estava muito ansiosa, queria muito rever minha irmãzinha, mas ao mesmo tempo eu estava muito insegura, não sabia como Victória iria reagir quando nos visse, tinha medo que ela me batesse outra vez, tinha medo de como ela iria agir com a Mel, ou com os pais dela, ela era uma mulher muito má, era capaz de qualquer loucura.

Parece que quanto mais ansiosa eu ficava, mais longo era o caminho. Mel sabia o quanto eu estava ansiosa e pegou em minha mão com delicadeza.

ㅡ Vai dar tudo certo, meu amor, você vai ver.

Olhei para ela e sorri, tentando acreditar em suas palavras. Eu era a pessoa mais sortuda do mundo, por ter uma mulher tão linda e tão bondosa para chamar de minha, e ela me amava, essa a sensação mais gostosa que existia e que me dava forças para continuar vivendo. Deitei a cabeça em seu ombro, fechei meus olhos e inspirei o perfume tão gostoso de Mel. Não sei se foi um sonho, ou se eu estava acordada, mas pude ver meu pai sorrindo e dizendo que me amava. Abri meus olhos, meu coração estava disparado, mas tudo continuava igual.

ㅡ É aqui que sua mãe mora, Rebeca? ㅡ Thomas perguntou parando o carro em frente a minha casa.

ㅡ É aqui mesmo… ㅡ Respondi olhando para o local onde eu tinha sido tão feliz e tão triste.

ㅡ Parece que estão em casa, o portão está aberto. ㅡ Nicole disse, abrindo a porta do carro.

ㅡ Acho melhor eu ir na frente, não sei como ela vai reagir. ㅡ Eu queria proteger todos, não queria que ela fizesse nada com eles.

ㅡ Ela não pode fazer nada conosco, Rebeca, relaxa. ㅡ Thomas falou muito calmo e concordei com ele ㅡVamos todos juntos.

Balancei a cabeça e saí do carro acompanhada por Mel, que segurou a minha mão, me dando forças. Logo Nicole e Thomas se juntaram a nós e entramos na casa. Passamos pelo quintal e meu coração acelerava mais a cada novo passo que eu dava. Era possível ouvir o som da televisão bem alto lá de fora e era o único som que se ouvia. A porta da sala estava aberta, então paramos todos para ver se tinha alguém lá dentro. Victória estava deitada de um lado, o homem que ela namorava do outro com uma garrafa de cerveja em uma mão e um cigarro na outra, Ricardo deitado no chão num canto, parecia dormir e a Lisa estava na sala brincando com um ursinho. Entre os quatro ali, Lisa era a única que parecia ter vida.

Ela foi a única que nos notou parados na porta, e quando ela me viu e dei um tchauzinho para ela, correu em minha direção com aquele sorriso lindo e encantador de anjo.

ㅡ Tata, Tata. ㅡ Gritava em quanto corria.

Sem conseguir resistir ao seus encantos, me abaixei e abracei a minha loirinha, que sorria feliz, enquanto meus olhos começaram a despejar lágrimas sem controle.

ㅡ Que saudades que eu estava de você, minha pequena. ㅡ Dei um beijo na cabeça dela ㅡ Como você está, hein, me conta…

ㅡ Larga ela! ㅡOuvi o grito de Victória e levei um susto, por um minuto, eu havia completamente esquecido de onde eu estava. ㅡ O que é que está fazendo aqui? ㅡ Levantei meu rosto, mas ao invés de soltar Lisa, eu a abracei ainda mais forte. ㅡ Fora daqui e não volte mais, sua infeliz.

ㅡ Ela não vai a lugar nenhum sem antes pegar os seus pertences. ㅡ Thomas falou com autoridade.

ㅡ Quem você pensa que é? Essa casa é minha e essa vagabunda não pisa mais aqui. ㅡ Victória mais gritava do que falava e era possível sentir o ódio que ela exalava.

ㅡ Eu sou advogado, e sei quais são os direitos dela. ㅡ Mentiu, mas como Victória não sabia, continuou ㅡ A senhora só não está presa agora porque Rebeca não quis registrar uma queixa contra a senhora, pois o que você fez foi um crime.

ㅡ Hum… ㅡ Victória baixou o tom de voz ㅡ Sendo assim, vá logo pegar suas porcarias.

ㅡ Vai lá Rebeca, vou ver se as coisas estão em ordem por aqui. ㅡ Nicole falou e me deu uma piscadinha.

Entendi o que ela quis dizer e com um certo receio, peguei Lisa no colo e a Levei para o meu antigo quarto, se é que podia chamá-lo assim, pois o mesmo estava todo revirado, o colchão fora da cama, as portas do guarda roupa estavam quebradas, as minhas roupas jogadas no chão.

ㅡ Meu Deus! ㅡ Exclamou Mel atrás de mim ㅡ O que fizeram aqui?

ㅡ Eu também gostaria de saber… ㅡ Mas eu já sabia o que era, ou melhor, quem era: Ricardo, provavelmente veio fuçar minhas coisas procurando por algo valioso, mas dessa vez ele não encontrou nada.

ㅡ Fica brincando com a Lisa, deixa que eu pego as roupas. ㅡ Mel disse colocando a mala no chão e abrindo-a.

ㅡ Não amor, pode deixar que eu pego, são minhas. ㅡ Fiz menção de me abaixar, mas Mel me lançou um olhar mandão e não me abaixei.

ㅡ Nada disso, aproveita pra matar as saudades dela. E você não tem muita coisa.

Concordei com a mulher mandona, porém linda, em minha frente e sorri. Levantei Lisa no alto e após olhar pra ela, fiz cócegas na barriga dela com a boca, e ela riu gostosamente. Que saudades que eu estava dela, a abracei forte e dei um beijo na bochecha dela, depois me sentei no chão e coloquei ela de pé na minha frente.

ㅡ Está indo pra escolinha, meu amor? ㅡ Ela balançou a cabeça afirmando.

ㅡ Tem binquedo e papá. ㅡ Ela disse com os olhinhos brilhando de emoção.

ㅡ É mesmo? E o que você mais gosta de comer? ㅡ Enquanto eu perguntava, prestei muita atenção para ver se não haviam marcas pelo corpo dela.

ㅡ Nanana, bolacha… ㅡ Ela parou de falar quando levantei a blusa dela e fiquei mais tranquila em não ver marcas. Fiz um pouquinho de cócegas nela, e ela riu.

ㅡ Ah, eu vou morder essa neném gostosa. ㅡ Fiz uma careta enquanto falava e levantei as mãos fingindo que ia pegá-la e ela correu rindo pelo quarto.

Olhei para Mel e ela já tinha colocado quase tudo na mala. Foi só eu me distrair um pouquinho, que Lisa agarrou em minhas pernas. Sorri e peguei ela no colo outra vez e aproveitei para encher ela de beijos e abraços.

Eu sabia que Mel estava enrolando para pegar as roupas e achei tão fofo da parte dela, mas após uns 20 minutos, não teve mais como enrolar, então voltamos para a sala.

ㅡ Pegou tudo Rebeca? ㅡ Thomas perguntou.

ㅡ Sim, a Mel me ajudou, está tudo aqui.

ㅡ Então podemos ir?

Concordei com a cabeça e após dar um beijo em Lisa, coloquei ela no chão e me abaixei ficando quase na altura dela.

ㅡ A Tata já vai, meu amor, promete que vai ser boazinha? ㅡ Pensar em deixá-la num ambiente tão carregado de energias negativas era muito doloroso, mas eu precisava ser forte. Passei a mão no rosto dela e dei mais um beijo. ㅡ Tchau, minha linda, vou sentir saudades.

Me levantei, dei um sorriso fraco para os pais de Mel, e fomos até a porta, olhei para trás e vi o rostinho de Lisa pela ultima vez sorrir para mim. Então saí da casa, segurando a vontade de chorar.

ㅡ Ela vai ficar bem, Rebeca, parece que conseguimos colocar medo na Victória. ㅡ Nicole disse antes de entrar no carro, me dando um abraço. ㅡ Vamos jantar agora e te contamos tudo.

Dei um sorriso e entrei no carro, Mel entrou em seguida e me abraçou. Ela sabia que eu não queria conversar no momento e não fez nenhuma pergunta ou comentário, apenas me abraçava e dava alguns beijos.

Apesar da tristeza que eu sentia por nunca mais poder ver minha irmãzinha, eu estava mais feliz e aliviada. O meu maior medo em deixar a Victória cuidando da Lisa, era que ela batesse nela, mas isso parecia não estar acontecendo. Lisa não tinha hematomas.

Após alguns minutos paramos num restaurante para jantarmos e Nicole foi quem começou a contar tudo o que perdemos enquanto estávamos no quarto.

ㅡ Assim que vocês foram para o quarto, eu perguntei se ela estava levando a Lisa na creche e ela teve a cara de pau de dizer que só está levando porque assim ela não enche o saco o dia inteiro.

ㅡ Ela disse isso? ㅡ Eu já imaginava que isso iria acontecer, mas ela ter falado assim com Nicole me deixou surpresa.

ㅡ Disse, sem nenhuma vergonha, mas eu falei para ela, que uma vez por semana eu iria averiguar se ela estava mesmo levando a Lisa na creche e se fosse mentira, perderia a guarda da menina. Eu também falei que ia conversar com as professoras para ficar de olho em qualquer hematoma que aparecesse na Lisa, e que se aparecer qualquer coisa, ela iria pra cadeia.

ㅡ Fez muito bem mamãe, estou orgulhosa. ㅡ Mel sorriu para a mãe e Nicole sorriu de volta. A cena foi tão fofa, que sorri feito boba olhando as duas.

ㅡ Pela cara que ela fazia quando Nick falava, deu pra perceber que ela vai se comportar. Ela tem medo de ir para a cadeia. ㅡ Thomas terminou o que dizia e sorriu.

Sorri em resposta e então o garçom trouxe nosso pedido. Poder imaginar que Lisa teria uma vida digna me deixava tranquila. Era exatamente isso que eu desejava à ela: tranquilidade. Olhei para Mel e meus sogros, eles pareciam anjos em minha vida, como se tivessem sido colocados em meu caminho para consertar as coisas. Eu não sabia como agradecê-los por tudo o que estavam fazendo por mim, as palavras no momento eram insuficientes. Nada que eu dissesse seria da altura da paz que eu sentia. Minha nova família era uma dádiva e eu estava muito grata por tê-los.



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