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História Só vejo você - Pela Ultima Vez


Escrita por: MikaWerneck

Notas do Autor


Hi, guys!!! o/
Que malvada eu né, fazer vocês esperar tanto por esse momento, mas a espera acabou #todasgritam hahaha
Não me culpem e sim ao seriado The Walking Dead, pois justo no dia em que estava inspirada para escrever, a série saiu do Hiatus e por motivo de força maior, tive que parar de escrever para ver o novo episódio, que a propósito foi porreta *o*
Enfim, sou inocente kkk bora ler?
Boa leitura, lindas <3

Capítulo 51 - Pela Ultima Vez


O homem alto e elegante, de cabelos grisalhos, me olhava da cabeça aos pés, com a testa enrugada. A expressão em seu rosto não era das melhores e tinha algo em seu olhar que estava me deixando intimidada.

ㅡ Anda menina, responda, o que faz aqui? ㅡ Disse com a voz grossa e estremeci só de ouvir, eu precisava reagir. ㅡ Pois bem, vou chamar o segurança. ㅡ Pegou o telefone e apertou um número.

ㅡ Não precisa de segurança, senhor. ㅡ Falei rápido, antes que ele digitasse os outros números e engoli em seco quando ele me olhou com a sobrancelha arqueada para me ouvir. Respirei fundo e inventei a primeira desculpa que me veio à cabeça. ㅡ Sou amiga da Bianca, eu esqueci meu remédio no carro e como é a primeira vez que venho aqui, acabei me perdendo, essa casa é muito grande. Confundi as portas, são bem parecidas.

ㅡ Como foi que confundiu as portas, se essa fica num corredor e a porta principal fica na sala de visitas? ㅡ Ele não havia acreditado, e não era por menos, estava na cara que era uma mentira.

ㅡ Eu não prestei muita atenção quando entrei, estava tudo escuro e sou bem distraída. ㅡ Me expliquei rapidamente e ele continuou com aquela cara de quem diz: “tá pensando que sou otário?”

Ele deu a volta na mesa e veio até onde eu estava, pegou em meu braço me assustando. O que ele pretendia fazer comigo? Preferi não questionar e apenas seguir suas ordens. Abriu a porta e me fez sair do escritório, saindo em seguida e soltou meu braço.

ㅡ Nesse escritório ninguém pode entrar, só quem eu autorizo. Nem mesmo os empregados entram aqui. ㅡ Após dizer isso, me deu as costas e trancou a porta.

Quando vi essa cena, entrei em choque, eu já estava fazendo planos pra voltar mais tarde, mas com a porta trancada seria impossível. Vi ele guardar a chave no bolso de sua calça e quase me ajoelhei para chorar de desespero ali mesmo. Ver a sua chance de fazer a coisa certa uma vez na vida descer pelo ralo era péssimo.

ㅡ Então você está aí, Rafinha? ㅡ Bianca apareceu no corredor escuro.

ㅡ Ela é sua amiga mesmo? ㅡ O homem ficou admirado.

ㅡ Pai…ㅡ Bianca fez uma careta para ele ㅡ Ela é minha amiga sim. ㅡ Me olhou esperando uma explicação.

ㅡ Eu esqueci meu remédio no carro e me perdi na sua casa. ㅡ Falei meio sem vontade.

ㅡ Que remédio?

ㅡ Não é nada demais, é um anti-inflamatório, bati meu joelho ontem.

ㅡ Porque não me avisou? Vou te levar até o carro, mas pai, preciso falar com o senhor.

ㅡ Estarei lá no meu quarto.

ㅡ Então vem, Rafa. ㅡ Bia veio até mim e pegou minha mão ㅡEu não acredito que você se perdeu aqui, era só descer a escada e virar a esquerda, não tinha erro, sua maluca. ㅡ Bianca estava rindo enquanto falava e eu dei de ombros. Ainda estava chateada porque aquela porta agora estava trancada e não havia nada que eu pudesse fazer.

ㅡ Eu não prestei atenção quando entramos, eu só pensava em te jogar na sua cama. ㅡ Dei um sorriso safado, não precisei mentir dessa vez, eu realmente queria isso.

ㅡ Rafaela… ㅡ Bia sorriu e abriu a porta.

ㅡ Fique aqui, está muito frio lá fora. Eu vou bem rápido. ㅡ Pedi, esperando que ela aceitasse numa boa, afinal, eu não tinha remédio nenhum no carro.

ㅡ Vai saber voltar depois? ㅡ Perguntou com vontade de rir e eu fiz uma careta.

ㅡ Acho que já aprendi o caminho, boba. ㅡ Revirei os olhos.

ㅡ Então vou lá falar com meu pai, vou deixar a porta aberta pra você.

ㅡ Tudo bem. ㅡ Sorri e a puxei para selar nossos lábios ㅡ Vai lá, gostosa.

Bia deu um sorriso com o elogio e mordeu o lábio inferior, me deu uma piscadinha e se virou para ir falar com o pai. Fui até a rua e abri meu carro, me sentei no banco e fiquei ali por alguns minutos para disfarçar.

ㅡ Que droga. ㅡ Dei socos no volante com vontade de chorar.

Porque o pai dela tinha que estar naquele escritório? Porque ele não foi viajar? E agora, como é que eu iria fazer pra devolver os documentos? Eu não podia simplesmente jogar os documentos em qualquer lugar, só tinha uma coisa a ser feita: contar a verdade para Bia. E eu iria ter que ser muito corajosa pra fazer isso.

Tirei meu gorro e passei a mão em meus cabelos, eu estava sem saída. Logo agora que eu pretendia dar um passo muito importante em minha vida (pedir Bianca em namoro), eu iria estragar tudo.

Talvez eu não merecesse ser feliz, minha sina era continuar solitária por toda a minha vida. Bianca nunca irá me perdoar, mas eu merecia isso, porque eu fui tão idiota querendo me vingar?

Uma lágrima rolou pelo meu rosto e a sequei, respirei fundo e saí do carro. Eu precisava contar a verdade, e enfrentar, possivelmente, a raiva de Bianca. Tranquei meu carro e voltei para a mansão. Fui diretamente para o quarto da loira linda e como eu já imaginava, ela ainda estava com o pai.

Como ela sugeriu encher a banheira, era o que eu iria fazer, coloquei minha mochila num canto qualquer e fui até lá. Eu iria contar a verdade, mas antes iriamos ter nossa ultima noite de amor, e iria ser linda, pra nunca nos esquecermos.

Liguei a torneira de água quente e enquanto a mesma enchia, escolhi os sais de banho. Peguei um que tinha o perfume dela e o despejei na água, com um sorriso bobo. Liguei as luzes em neon de tonalidade azul, que tinha na borda da banheira e quando tinha água o suficiente, desliguei a torneira. A água já estava cheia de espuma, então apaguei a luz e voltei para o quarto dela para esperá-la.

Após uma espera que parecia não ter mais fim, Bia entrou no quarto e fechou a porta atrás de si, ela parecia estar preocupada, mas tentou disfarçar com um sorriso.

ㅡ Vejo que aprendeu o caminho direitinho até o meu quarto. ㅡ Disse vindo até mim.

ㅡ Esse eu jamais iria esquecer. ㅡ Sorri com malícia e estiquei meus braços para puxá-la entre minhas pernas.

ㅡ Me desculpe pela demora, prometo recompensá-la com muito prazer. ㅡ Disse assim que ficou de frente para mim e ao terminar a fala, tirou o meu gorro, passou a mão em meus cabelos e ao chegar na altura da minha nuca, os puxou, me forçando a inclinar a cabeça.

ㅡ Eu irei amar essa recompensa… ㅡ Gemi pela dor que senti e deslizei minhas mãos pelas pernas dela, indo em direção ao quadril, sem tirar meus olhos dos dela, que sempre estavam muito azuis. Abri o botão da calça e subi minhas mãos pela barriga, Bia mordeu os lábios e tirou o casaquinho, se inclinando para me beijar, mas não o fez.

ㅡ Tenho certeza que irá, Rafinha… ㅡ Falou, me deixando toda arrepiada com seu hálito quente batendo em minha boca e me empurrou na cama. Se sentou no meu quadril e tirou sua blusa com agilidade. ㅡ Hoje você vai ser minha… ㅡ E dando um sorriso de criança levada, levou as mãos até a minha blusa e bem devagar foi subindo-a.

Meu corpo todo estremeceu com esse toque, meu coração disparou e fiquei apavorada com a ideia de ser submissa. Segurei as mãos de Bia e a olhei nos olhos, eu não gostava de sentir o medo que aqueles toques estavam me fazendo ter.

ㅡ Relaxa, Rafa, me deixa te fazer feliz uma vez?

Ela falou com a voz tão doce, que acabei soltando as mãos dela, mas meu medo continuava presente. Cada centímetro que ela subia seu dedos, meu corpo entrava em choque, então tentei dissipar essas lembranças ruins, me lembrando que essa poderia ser nossa ultima noite juntas e por mais que eu não gostasse de ser submissa, eu queria fazer a noite dela ser a melhor de todas. Deixei ela tirar a minha blusa e depois minha calça. Bianca não tinha pressa, seu sorriso no rosto mostrava o quando ela estava feliz na posição em que estava. Dando beijos e mordidas em toda a minha perna, parou na barriga e passou a língua em volta do meu umbigo, me fazendo contorcer toda. Sorri com isso e fechei os olhos, sentindo a reação que meu corpo sentia, quando a língua quente e úmida dela, tocava a minha pele, ela era boa nisso. Abri meus olhos quando senti uma mordida em meu seio por cima do sutiã e ela me olhou com um sorriso lindo, que se eu ainda não estava completamente mole, agora sim eu me derreti por completo. Que mulher linda!

Mordi meus lábios, quando ela tirou meu sutiã e começou a chupar meus seios, gemi pelo prazer que eu sentia e segurei a cabeça dela, a pressionei para que não parasse. Eu queria mais muito mais. Mas Bia parou e passou a língua em meu pescoço, indo até meu queixo, foi subindo mais, parando em minha boca e chupou meus lábios demoradamente.

ㅡ Eu sabia que você iria amar ser a minha passivinha linda e gostosa… ㅡ Disse num sussurro perto dos meus lábios, me arrepiando toda.

ㅡ Confesso que não estou tendo nada para reclamar, você usa muito bem a sua língua. ㅡ Sorri, mas meu instinto era ser ativa, então agarrei a nuca dela com uma mão e a beijei de um jeito avassalador. Eu já estava louca para beijá-la, não estava mais conseguindo resistir olhar para os lábios dela, eu necessitava daquele beijo. Minha língua, invadia boca dela, massageava a língua dela com a minha ao mesmo tempo que a sugava. Minha mão percorria pelas costas nuas e macia que ela tinha, ia até a bunda e voltava a subir. Inverti nossas posições e fiquei por cima dela, parando o beijo para recuperar o ar. Fui até a orelha dela e a chupei, enquanto minhas mãos ávidas, agora massageavam seus seios.

ㅡ Rafa, assim você me deixa sem ar. ㅡ Bia ria e gemia ao mesmo tempo, enquanto eu só conseguia me deleitar com seu corpo perfeito.

Sorri e sem dizer nada, me abaixei mais e fui dando beijinhos até chegar em seus seios, chupei e lambi sem parar os mamilos rosados. Eu estava louca de prazer e enquanto eu não atingisse meu objetivo, eu não iria parar. Voltei a dar beijinhos nos seios e fui descendo pela barriga, me ajoelhei na cama e puxei a calça dela, tirando-a e quando fiz menção de tirar a calcinha, ela fez um movimento com as pernas muito rápido, prendendo minha cintura e me virou na cama, voltando a ficar por cima.

ㅡ Lembra que hoje você é minha, Rafinha? ㅡ Deu um sorriso vitorioso e me beijou em seguida.

ㅡ Anda fazendo aulas de Muay Thai e não me contou? ㅡ Perguntei tirando os cabelos que caiam no rosto dela e sorri.

ㅡ Tive que treinar um pouco para conseguir te domar. ㅡ Brincou e mordeu os lábios, se sentando em minhas coxas, e deslisou a mão por meu corpo me deixando completamente excitada.

Achei engraçado a maneira como ela brincou e pisquei para ela, mostrando que ela podia continuar a matar sua vontade. Bianca deu outro sorriso lindo e saiu de cima das minhas pernas para poder tirar a minha ultima peça. Fez isso de uma maneira lenta e sensual, e levantou minha perna, distribuindo beijos. Abaixou quando chegou no joelho e passou a mão entre minha coxa, indo até a minha intimidade. Esse toque fez meu corpo todo estremecer e se contrair, fechei meus olhos por alguns segundos e os abri novamente. Bia já abaixava sua cabeça, me forçando a ficar com as pernas abertas, para poder dar beijos e mordidas em minhas coxas alternadamente. O choque que eu sentia com o toque de seus lábios quentes em minha pele, faziam meu ventre se contrair descontroladamente.

Bia tinha um ar de felicidade estampado em seu rosto, finalmente estava realizando seu desejo. Sorri, mas logo parei, dando um longo gemido, pois a loira agora estava passando a língua na região mais sensível do meu corpo. Agarrei os cabelos dela com força e os puxei, numa tentativa de amenizar aquelas ondas elétricas que estavam me deixando completamente sem controle. Mas tudo ficou ainda pior, ou melhor, pois agora Bianca estava me chupando de maneira muito intensa.

Eu gemia muito alto, nenhum outro sentimento de prazer se igualava ao que eu estava sentindo nesse momento. Todo o meu medo se dissipou, não se comparava em nada com o que me deixou tão ativa. Bianca sabia o que fazia, sabia me seduzir e como me deixar louca. Tudo era tão maravilhoso, que eu estava, apesar de feliz, triste ao mesmo tempo, por nunca ter permitido deixá-la me dar prazer. E logo agora que eu tinha descoberto que ela era tão boa, eu iria estragar tudo por ter sido tão infantil.

Foram longos minutos de puro prazer, Bianca não queria mais parar, ela estava muito faminta, me fazendo mulher em todas as posições possíveis.

ㅡ Porque eu nunca te deixei ser a ativa antes? ㅡ Perguntei assim que consegui deixar minha respiração regular.

Bianca, que estava deitada do meu lado, sorriu. Ela também estava recuperando as energias, que havia perdido com tanto apetite sexual.

ㅡ Porque você é uma boba, Rafaela! Agora vê se para de frescura.

ㅡ Sem dúvida, delícia. ㅡ Sorri e passei a mão no rosto dela com carinho. Eu não conseguia parar de olhá-la. ㅡ Tem uma banheira bem quentinha esperando nós, vamos?

ㅡ Você a encheu? ㅡ Concordei e Bia deu outro sorriso lindo, se sentando na cama ㅡ Então vem, gata!

Me levantei, e após ajudá-la a se levantar e roubar um beijo maravilhoso da loira, fomos para a banheira. A água ainda estava quente, e ali, naquele local onde o perfume dela estava presente, se impregnando em meu corpo, a amei outra vez. Mas dessa vez fizemos um amor calmo e longo, e eu podia jurar que Bianca tinha o mesmo sentimento que eu sentia por ela.

ㅡ Obrigada pela noite maravilhosa. ㅡ Bia disse com voz preguiçosa, enquanto fazia carícias em meu braço que a abraçava ㅡ Me fez esquecer dos problemas.

ㅡ Eu achava que você não tinha problemas, está sempre tão feliz e animada. ㅡ Dei beijos no ombro dela e sorri.

ㅡ Claro que tenho, sou tão humana quanto você, boba.

ㅡ Eu sei, só estou brincando, senhorita perfeita. Mas, se quiser pode me contar que problema está tendo. Eu sou assim, meio maluca, mas as vezes posso ajudar.

ㅡ Eu não queria falar sobre isso, mas estou com medo.

ㅡ Com medo, do que, linda? ㅡ Cobri a mão dela com a minha e apertei levemente tentando passar segurança.

ㅡ É que meu pai perdeu uns documentos importantes e como ele não consegue encontrar, a justiça federal acha que estamos escondendo alguma coisa, e bloqueou a nossa conta. Por isso meus cartões de débito e créditos estavam dando erro, nossas contas estão bloqueadas e em breve essa casa será penhorada… ㅡ Não prestei mais atenção no que Bianca dizia, olha só o que eu fazendo. Estragando a vida da loira mais linda que eu já vi, por causa de uma briga de infância. Isso não estava certo, não mesmo. Soltei a mão dela, e fiz menção de me levantar, mas Bia me segurou ㅡ Hey, onde vai com tanta pressa?

ㅡ Eu posso te ajudar. ㅡ Saí da banheira, mesmo com ela me segurando na mão.

ㅡ Como você pode me ajudar? ㅡ Ela riu, provavelmente me achando uma louca varrida.

ㅡ Espera, já volto. ㅡ Me inclinei para lhe dar um beijo rápido e Bia ainda me olhava sem conseguir acreditar no que eu falava.

Me enrolei numa toalha e fui para o quarto, peguei a minha bolsa, tirei finalmente aquela pasta de lá, e voltei para onde Bianca estava. Eu não sabia que palavras usar, mas eu precisava agir, então, sem falar nada, entreguei a pasta para ela. Bia olhou para a pasta e depois para mim.

ㅡ O que é isso, Rafa? ㅡ Perguntou me olhando séria, sem entender nada.

ㅡ É o que seu pai precisa pra provar estar correto com os impostos pagos em dia.

ㅡ O que? ㅡ Bia abriu a pasta, tomando cuidado para não molhar e depois me olhou com um certo rancor.

ㅡ São os documentos do meu pai? ㅡ Ela perguntou e eu concordei com a cabeça. Eu já sabia o que vinha pela frente. ㅡ Como é que você sabia onde eles estavam, aliás, de onde você tirou eles? ㅡ Ela estava muito séria.

ㅡ Eles estavam na minha mochila, eu os tinha roubado. ㅡ Confessei, mas estava morrendo de medo de como ela iria reagir.

ㅡ Você o que, Rafaela? ㅡ Perguntou se levantando da banheira e se enrolou numa toalha, guardando os papéis sobre a pia.

ㅡ Eu roubei os documentos. ㅡ Repeti, sentindo a gravidade do que dizia.

ㅡ Eu não acredito que tudo isso que está acontecendo é culpa sua. ㅡ Bianca fechou os punhos e eu senti que ela iria me dar um soco na cara.

ㅡ Me desculpe, Bianca, eu tive os meus motivos, mas estou arrependida. Tentei consertar as coisas, mas eu não tinha como.

ㅡ Ah, então teve seus motivos? Quais, posso saber? ㅡ Agora Bianca estava num misto de sarcasmo e raiva, e a expressão em seu rosto só confirmavam o que seu tom de voz dizia.

ㅡ Tudo o que aconteceu de desgraça na minha vida, tudo. ㅡ Uma lágrima rolou pela minha face, tocar nessa ferida ainda doía muito.

ㅡ Do que você está falando? ㅡ Bianca aumentou o tom de voz.

ㅡ Lembra quando éramos criança e você fez de tudo para me expulsarem do colégio? ㅡ Perguntei e pela cara que Bianca fez, era óbvio que ela não lembrava ㅡ É claro que para você não significou nada, mas essa sua brincadeirazinha ridícula acabou com a minha vida. Eu só tinha nove anos, meus pais me amavam, fizeram de tudo para que eu ganhasse uma bolsa e quando eu consegui, você apareceu e estragou tudo. Fez tudo o que pode, e enquanto não me viu sendo expulsa continuou fazendo bullying. Esse colégio era minha única oportunidade para estudar na melhor faculdade do país, depois disso meus pais só me odiaram, porque acreditam até hoje que eu era uma péssima aluna e por isso fui expulsa. ㅡ Meu rosto estava lavado pelas lágrimas, a dor em meu peito estava me deixando sem ar, mas eu precisava dizer tudo o que estava entalado, ou eu iria morrer. ㅡ Por isso que eu voltei para cá, eu queria me vingar de você, você sempre teve tudo, nunca precisou correr atrás dos seus sonhos, sempre foi uma patricinha mimada. Então armei meu plano, te segui e consegui fazer você me trazer aqui pela primeira vez e foi nesse dia que eu roubei os documentos. Meu primo me ajudou a denunciar seu pai e tudo estava correndo bem, até que eu me apaixonei por você… ㅡ Dei uma risada nervosa, eu estava me sentindo uma louca me ouvindo dizer essas coisas, que tipo de pessoa eu era?

ㅡ Ai, quer saber, não precisa dizer mais nada, saia da minha casa agora. ㅡ Bianca estava com muita raiva, quase me fuzilando pelos olhos.

ㅡ Por favor, Bianca, me perdoa, eu desisti de tudo. Eu esqueci a raiva que eu sentia assim que eu percebi que gostava de você, eu tentei devolver os documentos, mas você não me trazia mais aqui. Eu juro que tentei consertar as coisas.

ㅡ Eu não acredito no que estou ouvindo, eu confiei em você. Vá embora da minha casam agora, fora daqui, sua ladra.

ㅡ Me perdoa, eu te perdoei quando percebi que tudo o que aconteceu foi coisa de criança e que agora você é uma mulher. Me entenda, você no meu lugar faria o mesmo.

ㅡ É aí que você se engana, como você disse, sou uma mulher agora, e nunca iria cultivar por anos, uma raivinha de criança. Que coisa mais infantil. Logo você, que eu sempre achei tão adulta, por fazer seu próprio dinheiro, morar sozinha. Como eu fui idiota, eu devia ter seguido minha intuição logo no começo quando descobri que você tinha mentido pela primeira vez. Mas te dei uma chance. Ahhh que raiva, saia agora daqui, não aguento mais olhar pra sua cara, mentirosa! ㅡ Bia também chorava agora, mas não demonstrava fraqueza e sim que era uma mulher muito forte, por conseguir se controlar ao máximo. Me pegou pelo braço e me empurrou para fora do banheiro. ㅡ Pegue suas coisas e dê o fora, antes que eu ligue para a polícia, que era exatamente o que eu devia já ter feito.

ㅡ Eu te amo, Bianca, estou arrependida… por favor? ㅡ Me ajoelhei nos pés dela, sem conseguir controlar as lágrimas. ㅡ Me perdoe?

Bianca apenas virou o rosto e me ignorou. Não me perdoou pelo ato infantil que eu havia cometido. Sem saber direito o que eu estava fazendo, me levantei, peguei minhas roupas e as vesti. Assim que terminei, ela pegou novamente meu braço e me puxou até a saída. Me empurrou para fora e bateu a porta sem dizer nada. Eu já não tinha mais forças para lutar e pedir desculpas, eu estava esgotada.

Fui sem energia até meu carro, as lágrimas jorrando, o coração partido. Lembrar dela com raiva de mim era péssimo, eu sabia que era sem volta, eu estraguei tudo, o peso na minha consciência estava me castigando ainda mais. Liguei o carro, e com a visão turva comecei a dirigir, mas eu não prestava atenção no que eu fazia, minha cabeça estava girando e nem sei como aconteceu, só vi uma luz muito forte me cegar de vez e após meu corpo ser jogado para frente, senti uma dor horrível na cabeça. Tudo ficou silencioso e escuro.


Notas Finais




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