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História Só vejo você - O Valor Da Amizade


Escrita por: MikaWerneck

Capítulo 57 - O Valor Da Amizade


Fanfic / Fanfiction Só vejo você - O Valor Da Amizade

POV MELISSA

Assim que o celular de Beka despertou, acordamos, mas a vontade de continuar na cama era imensa, pois o frio estava demais naquela manhã. Beka não podia perder tempo, então me deu um beijo no rosto e após me dar bom dia, se levantou e foi tomar banho. Eu não consegui levantar e acabei adormecendo outra vez, acordando com outro beijo de Beka. Ela já estava pronta para ir trabalhar e parecia que eu só tinha fechado os olhos.

ㅡ Amor, eu já vou indo. ㅡ Disse passando a mão em meu rosto com carrinho.

ㅡ Espera, amor, eu te levo. ㅡ Espreguicei e me sentei na cama ㅡ Só vou lavar meu rosto e pentear os cabelos.

ㅡ Não precisa, Mel, fica aqui mais um pouco, está muito frio hoje.

ㅡ Nada disso, preciso ver meu pai hoje antes de ir pra faculdade, se eu ficar aqui, não vai dar. Me espera? ㅡ Ela concordou e eu sorri. Dei um beijo rápido nela, depois me levantei e corri para o banheiro, fiz tudo bem rápido e em cinco minutos voltei para o quarto, coloquei meu sobretudo, enrolei um chale em meu pescoço e desci.

Beka estava me esperando na sala e ao me olhar dos pés a cabeça, sorriu.

ㅡ Que mulher linda, meu Deus! ㅡ Beka me elogiou e me puxou quando cheguei mais perto dela, me dando um beijo longo e lento.

ㅡ Digo o mesmo, tenho muita sorte em ter você pra mim. ㅡ Falei assim que paramos o beijo e a abracei muito forte.

ㅡ Temos muita sorte então, porque você é tudo o que eu sonhei. ㅡ Ela sorriu e me soltou, pegando em minhas mãos. ㅡ Pena que tenho que ir trabalhar… ㅡ Fez uma carinha triste, me fazendo sorrir, pois estava muito fofa ㅡ Vamos?

ㅡ Vamos. ㅡ Falei e fomos para fora, o vento frio matinal levantou nossos cabelos e congelou meu rosto. Reclamei de frio e corri até o carro, Beka trancou a porta e me imitou.

ㅡ Que frio, amor, obrigada por me levar de carro, ou eu iria virar um iceberg no meio da rua, indo à pé. ㅡ Beka me fez rir outra vez e dei um beijo em seu rosto.

ㅡ Seria o iceberg mais lindo do mundo.

Rimos, liguei o carro e o aquecedor e fomos até o mercado, como era perto, logo chegamos. Fiz Beka me prometer que ela iria comer direito hoje e que iria fazer compras para abastecer sua casa ou eu mesma iria fazer. Nos despedimos e fui para casa, deixei meu carro na rua, pois logo eu iria para a faculdade e entrei. Encontrei meu pai na cozinha tomando café da manhã com minha mãe.

ㅡ Bom dia, meus lindos! ㅡ Me sentei para tomar café com eles.

ㅡ Bom dia, Mel, como está a Beka? ㅡ Mamãe perguntou.

ㅡ Ela está bem, mas está bem cansada, mãe. ㅡ Peguei uma torrada com geleia e mordi.

ㅡ É mesmo, porque? ㅡ Mamãe ficou curiosa.

ㅡ De tanto trabalhar, era sobre isso que eu queria conversar com o senhor, pai. ㅡ Me virei para ele e continuei ㅡ Lembra que eu contei que ela mudou de cargo? Então, ela está fazendo um trabalho muito pesado lá, tem que levantar coisas pesadas e não tem ninguém para ajudá-la, fora na correria que ela tem que ficar o dia todo para garantir que não falte nada em nenhum lugar. E isso está acabando com a saúde dela, ela fica muito cansada e no final do dia só queria dormir.

ㅡ Mas porque, não tem ninguém que possa ajudá-la lá? ㅡ Meu pai perguntou interessado.

ㅡ Porque não tem pessoal suficiente lá. Ela disse que o gerente prometeu contratar um novo funcionário para ajudá-la, mas fica só na promessa.

ㅡ Então o administrador não está fazendo as coisas direito por lá.

ㅡ Deve ser um péssimo profissional. ㅡ Falei irritada ㅡ Lá na empresa onde o senhor trabalha não está precisando de uma ruiva? ㅡ Falei rápido e meu pai riu.

ㅡ Olha, eu posso ver com o pessoal do recrutamento se eles estão recrutando ruivas e te falo. ㅡ Ele falou com um tom brincalhão e riu.

ㅡ Se eles baterem o olho nela, irão se apaixonar, ela é perfeita em tudo o que faz. ㅡ Falei num tom convencido, mas tudo foi verdade, minha namorada era perfeita.

ㅡ Acho tão linda a relação de vocês duas. ㅡ Mamãe falou e sorriu orgulhosa.

Eu mal conseguia controlar meu sorriso bobo apaixonado, tanto por Beka, quanto por meus pais, todos eram lindos e me deixavam muito feliz. Continuamos nossa conversa e papai me garantiu que iria tentar encontrar uma vaga na empresa que ele trabalhava para minha ruiva e eu fiquei toda sonhadora, pois ela era uma ótima empresa, com convênios excelentes e um restaurante para os funcionários. Eu não sei como não havia pensado nisso antes, talvez fosse porque Beka nunca reclamava e sempre queria fazer tudo sozinha, mas de hoje em diante eu iria viver cutucando ela e fazer ela me contar tudo, afinal, era para o bem dela.
 

POV NARRADOR

O aroma de café fresco dançava no ar, anunciando a todos que estavam por perto que acabava de ter sido preparado, mas para Rafaela, nada mais tinha graça, nem mesmo o arama de café fresco que tanto amava. Desde a última vez que falara com Bianca, e revelara o que havia feito, perdera a vontade de viver. O machucado em sua testa já havia cicatrizado e não doía mais, porém em seu coração parecia haver um buraco e mais nada poderia preencher o vazio. Desistira de tentar falar com Bianca já que ela não atendia suas ligações, as vezes ia para a faculdade, mas preferia ficar em seu apartamento olhando para o teto, esperando o sono chegar. Estava num relacionamento sério com o sono, pois enquanto dormia não sentia o vazio em seu peito que tanto lhe incomodava.

Encheu uma caneca com café, e o tomou devagar, olhando em volta. Todo o apartamento estava lotado de telas com imagens de Bianca, e elas estavam tão bem feitas, que mais pareciam fotos da loira, que pinturas. Olhou uma a uma sem pressa, queria uma segunda chance com ela, precisava de uma e se tivesse iria fazer tudo diferente dessa vez, porém sabia que não iria ter.

Segurou as lágrimas que insistiam em tentar escapar e viu num canto, seu skate jogado de qualquer jeito. Lembrou do dia em que seu primo o jogou ali, depois de voltar do ferro velho com ele e a mochila nas mãos. Agora não tinha mais carro, ele tinha dado perda total no acidente e consertar ficaria muito caro, comprar um carro novo seria mais vantajoso, mas nem quis pensar nisso ainda, estava sem cabeça.

Queria parar de pensar em tudo isso, mas dormir estava fora de cogitação. Tinha errado, mas merecia uma nova chance. Precisava fazer alguma coisa, ficar enfurnada dentro do apartamento não era nada legal. Terminou de beber o café e deixou a caneca sobre a pia, foi até o guarda roupas e pegou uma grossa blusa preta de moletom, vestindo a sobre o top. Colocou um gorro preto e pegou seu skate, sentindo uma vontade louca de sentir o vento gelado em seu rosto. Saiu do apartamento e não olhou para os lados, pois não queria ver e nem falar com ninguém. Ao chegar na rua, apertou os olhos com a claridade que ofuscou sua visão. Não sabia que estava dia, aliás, não sabia nem que dia da semana era, estava totalmente perdida do tempo. A rua estava coberta com neve e não ia dar para andar de skate.

ㅡ Droga!!!

Se virou e olhou para o prédio, mas não queria voltar para lá, então decidiu andar sem rumo e começou a caminhar. Estava muito frio, mas gostava disso.

Após andar por muito tempo, viu a pista de skate onde, há alguns meses, costumava ir todos os dias e entrou. Ela também estava lotada de neve e sua vontade de praticar o esporte não seria realizada hoje, uma pena. Olhou em volta, não havia ninguém ali, pois com a temperatura abaixo de zero, ninguém seria louco de sair do calor de suas casas. Mas gostava disso, a solidão sempre fora sua companheira. Foi até o ponto mais alto de uma das pistas e se deitou ali, apoiou a cabeça no skate e olhou para o céu azul, a mesma cor dos olhos de Bianca. Será que até mesmo ali, tinha que pensar nela?

ㅡ Não acredito no que estou vendo. Rafaela Collins, é você?

Rafa ouviu a voz de sua amiga e virou a cabeça para o lado para confirmar.

ㅡ Some da pista, e quando não dá pra andar de skate você quer andar, só você mesmo...ㅡ Disse a moça estilosa, com dreads no cabelos claros, um sobretudo que ia até os joelhos e uma bota coturno bege nos pés.

ㅡ Oi, Tati. ㅡ Rafa deu um sorriso preguiçoso.

ㅡ Meu Deus, mulher, que ânimo é esse? ㅡ Perguntou se sentando ao lado de Rafa.

ㅡ Nada não, só preguiça mesmo. ㅡ Parou de olhar para a amiga e voltou a fitar o céu.

ㅡ Rafa, você não é assim, o que está acontecendo?

Rafa não queria falar sobre isso, não queria demonstrar fraqueza, sempre fora forte e agora só de lembrar de Bia, já sentia o peito apertado e uma vontade de chorar que só ia aumentando.

ㅡ Amiga, o que você tem? ㅡ Tatiane estava ficando preocupada, nunca a vira tão para baixo, como estava vendo agora. ㅡ É aquela loira, não é?

Rafa balançou a cabeça concordando, mas não olhou para Tatiane, pois sabia que se o fizesse não conseguiria mais segurar a vontade de chorar.

ㅡ Rafa, você se apaixonou por ela e agora ela não quer mais nada com você, é isso?

ㅡ É quase isso. ㅡ  Rafa riu ao se lembrar do quão idiota fora. Olhou para Tatiane e ela lhe olhava com compaixão e sinceridade, sabia que podia confiar nela, sentia que a amizade era verdadeira, então se sentou ㅡ Eu fui uma idiota, Tati, eu estraguei tudo… ㅡ Continuou com a voz embargada e olhou para o chão para esconder as lagrimas teimosas que começavam a escapar.

ㅡ Oh, Rafa… ㅡ Tatiane abraçou Rafa de lado ㅡ Mas o que aconteceu, quer me contar?

Rafa balançou a cabeça concordando, depois a deitou no ombro da amiga e suspirou.

ㅡ Eu só estava com ela para me vingar, mas quando percebi que gostava dela já era tarde demais, eu já tinha feito a merda toda, deixando a vida dela num caos total, eu nunca gostei de ninguém assim antes e agora tudo acabou, Tati...

ㅡ Puxa. ㅡ Tatiane massageou o braço de Rafa com carinho ㅡ Mas porque você queria se vingar dela?

ㅡ É uma longa história. ㅡ Rafa fungou o nariz tentando se controlar.

ㅡ Temos todo o tempo do mundo. ㅡ Tati sorriu.

Rafa suspirou novamente e começou a contar tudo o que havia acontecido desde que era criança, o porque ficou com raiva de Bianca e alimentou essa raiva até ter 18 anos. O mais curioso, é que antes, quando se lembrava de sua infância, sentia muita raiva e vontade de pegar Bianca pelos cabelos novamente, mas enquanto contava tudo para Tatiane, não teve o mesmo sentimento, estava até achando tudo engraçado e reconhecendo que tudo o que pensava era besteira. Tudo dependia do ponto de vista. Ao contar como seu ódio acabou se tornando amor, conseguia sentir outra vez todas as emoções que já vivera com Bianca, desde o ciúmes mais bobo, até a chama do amor queimar seu peito, e então, quando tudo estava forte o suficiente para ser chamado de amor, eis que veio um balde de água fria e Bianca a colocara para fora de sua casa. Agora Rafa não conseguia mais segurar suas lágrimas e chorou copiosamente. Tatiane, apesar de estar chocada com a história, deixou Rafa chorar à vontade. Percebeu que ela precisava disso, pois sabia que ela morava sozinha e não tinha com quem desabafar.

ㅡ Eu fiquei sem chão, Tati. ㅡ Rafa fungou, tentando secar inutilmente os olhos com as costas das mãos.

ㅡ Eu te entendo, Rafa, quando perdemos quem amamos tudo perde a graça. ㅡ Apertou mais o abraço tentando confortá-la.

ㅡ Eu nunca mais soube como reagir, o que fazer, até sofri um acidente.

ㅡ Que acidente?

ㅡ Eu não sei direito como aconteceu, só lembro de sentir muita dor na testa, olha. ㅡ Rafa levantou o gorro, mostrando a cicatriz e Tatiane fez uma careta, como se sentisse a dor que a amiga sentiu ㅡ Agora não dói mais, mas doía demais antes. Meu primo disse que eu estava dirigindo na contra mão e bati num caminhão. Meu carro ficou destruído.

ㅡ Meu Deus, Rafa, e como você só machucou a testa?

ㅡ Nem pra morrer eu tenho sorte, acho que nasci para ser eternamente infeliz. ㅡ Fitou um ponto no horizonte enquanto falava. Estava séria agora, mas já conseguia controlar as lágrimas.

ㅡ Para com isso, Rafa, é claro que nasceu para ser feliz, tudo está no coração e na maneira como você vê as coisas. Se acreditar que vai ser sempre infeliz e se entregar para essa depressão em que está, tudo sempre vai dar errado mesmo. Tenta ver a vida de uma maneira mais alegre e as coisas irão mudar, você vai ver.

ㅡ Não é fácil ser positiva, quando tudo na sua vida é negativo, Tati. ㅡ Confessou e se aconchegou outra vez no ombro da amiga.

ㅡ Você precisa se distrair, quer passar uns dias lá em casa?

ㅡ Ah não…ㅡ Disse preguiçosa.

ㅡ Então eu ficarei na sua casa por uns dias, que tal?

ㅡ Se você quiser, pode ir.

ㅡ Sério? Ah, eu vou amar. Vamos jogar muito vídeo game, eu andei treinando e agora você não me vencerá mais, estou muito boa. ㅡ Tatiane falou animada e se levantou, dando a mão para que Rafa se levantasse também.

ㅡ Não exagera, Tati, nunca será melhor que eu nos games. ㅡ Rafa se levantou, se sentindo mais animada agora.

ㅡ Isso é o que veremos, baixinha, vamos fazer uma aposta?

Continuaram nessa provocação por todo o caminho e até então Rafa nunca havia percebido o quanto precisava de uma amiga e poder desabafar com ela. Devia ser legal ter uma irmã e poder contar todos seus segredos, reclamar das namoradas, brigar de vez em quando. Desabafar tinha lhe feito bem, e ainda que aquele vazio não havia sido preenchido, sentia que um outro canto do seu coração agora estava completo e esse canto se chamava amizade. Apesar do pouco tempo que conhecia Tatiane, gostava da amizade dela, foi uma das poucas pessoas que se deu tão bem em toda a sua vida.

 

xxx

 

No outro lado da cidade, após mais um dia cansativo, faltando pouco tempo para o expediente acabar, Beka estava conferindo se o pedido de novos produtos para o reabastecimento do estoque estava correto, quando ouviu o gerente a chamar. Memorizou rapidamente onde havia parado, deixou a prancheta sobre uma caixa onde estava e foi até a porta.

ㅡ Rebeca, tem um policial querendo falar com você.

ㅡ Um policial? ㅡ Beka estranhou e com a afirmativa do gerente, ela o seguiu até a sua sala. O que um policial queria com ela? Ficou muito apreensiva, mas tentou demonstrar calma.

Um homem alto, forte, fardado, com uma arma pendurada na cintura e um colete à prova de balas estava em pé e de costas num canto da sala, olhando pela janela da sala e quando ouviu que eles entraram, se virou.

ㅡ Você que é a Rebeca, irmão de Ricardo? ㅡ Indagou sério e autoritário.

ㅡ Sim, sou eu, aconteceu alguma coisa? ㅡ Ao ouvir o nome de seu irmão, não conseguiu mais controlar o nervosismo.

ㅡ Seu irmão Ricardo disse que você trabalhava aqui e tive que vir pessoalmente, já que ele não tinha mais seu telefone, a senhorita precisa me acompanhar até a delegacia.

Com o coração aos saltos, tentava entender o que estava acontecendo. O que será que seu irmão tinha aprontado agora e porque ela precisava acompanhá-lo até a delegacia? Ele não podia tê-la metido no meio de suas encrencas, não agora que sua vida parecia estar dando certo. Sentindo muito medo do que iria acontecer, meio que entrou em choque, olhando para aquele homem tão intimidador em sua frente.


Notas Finais


Tcham tcham tcham, o que vem por aí???
E sobre a Duda, querem saber como foi a sua primeira vez? Quem quiser dê um grito ^.^


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