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História Só vejo você - Se entregar ou ser responsável?


Escrita por: MikaWerneck

Notas do Autor


Muito obrigada aos novos favoritos e comentários.

Capítulo 9 - Se entregar ou ser responsável?


Fanfic / Fanfiction Só vejo você - Se entregar ou ser responsável?

ㅡ Mel, o que está fazendo?
ㅡ Quero beijar você ㅡ disse com a voz fofa erguendo o rosto e deu um beijo no queixo de Beka.
Beka ficou tão surpresa com a resposta e o beijo no queixo que não teve reação. Mel passou os braços em volta do pescoço dela e encostou seus lábios nos de Beka, mas estava tão mole que não se aguentava em pé.
Beka não sabia se beijava ela, ou se ria de seu estado. Sentia seu coração disparado e suspirou de desejo. Olhou a escada que precisariam subir para chegar ao quarto, Mel nunca iria conseguir subir. Teve a ideia de pegá-la no colo e sem se afastar dela, que ainda lutava para ficar em pé,  deixou que Mel a beijasse, e se inclinou, colocando os braços em volta do bumbum, a tirando do chão. Em seu colo percebeu que Mel não era tão pesada, então subiu a escada devagar com muito cuidado e levou-a até o quarto, ganhando muitos beijos por todo o rosto pelo caminho. Beka teve que ser muito forte para manter o foco e não agarrá-la na escada, somente levá-la para o quarto.

Ao chegar lá,  colocou ela no chão. Mel abraçou-a e continuou beijando o rosto de Beka.
ㅡ Vem, senta aqui, vou pegar um pijama pra você.
Beka colocou ela na cama e se afastou dos bracos de Mel, que do nada começou a chorar.
ㅡ Oh! Meu Deus, não chora Mel. ㅡ Beka disse sem saber se ia até o guarda roupas ou se voltava para abraçá-la. Decidiu pegar o pijama bem rápido e foi até o guarda roupa, pegou o primeiro que viu pela frente, foi até Mel e colocou o pijama nas mãos dela.

ㅡ Coloca isso, vou esperar você se trocar lá fora.
Mel parou de chorar de repente, olhando o pijama em suas mãos, fez uma careta e jogou ele no chão.
ㅡ Não quero essa porcaria.
Beka olhou aquela cena e sem conseguir resistir riu alto, dizendo: ㅡ Está bem. Então não precisa por.
Mel ficou em pé, olhando para ela e ao dar um passo tropeçou no pijama e caiu sobre Beka, que caiu em uma poltrona com Mel em seu colo.

Mel começou a rir e olhou para Beka, que olhou em seus olhos e acabou rindo também. Ao notar o quanto estavam próximas sentiu vontade de agarrar Mel, mas tinha medo que ela só estivesse querendo beijá-la porque estava bêbada. Talvez imaginando um homem em seu lugar, ou qualquer outra pessoa. E sem ter a consciência de seus atos nem se lembraria de nada no dia seguinte.

ㅡ Seus olhos são lindos, sabia? ㅡ Mel falou sorrindo, mas sua coordenação motora estava cada vez mais lenta.

Despertando Beka de seus pensamentos, sorriu com essas palavras fofas e abraçou Mel.

ㅡPorque você está bêbada, Mel? ㅡ perguntou e beijou a testa de Mel com respeito.

ㅡ Me beija na boca, Beka? ㅡ pediu roçando sua bochecha na dela.

ㅡ Tem certeza, Mel? ㅡ sua vontade era agarrá-la e devorá-la, mas não podia abusar de sua melhor amiga nesse estado.

ㅡ Absoluta, me beija... ㅡ Mel ficou alguns centímetros afastada encarando Beka.

Sem conseguir resistir mais a tanta vontade, levou a mão até a nuca de Mel e empurrou para a frente, trazendo-a para junto de si e após ver o sorriso lindo de Mel se formar, tocou aqueles lábios carnudos com o seu. Sentindo o coração quase pulando pra fora do peito,  beijou Mel com vontade. Mel entreabriu a boca permitindo a passagem para a língua de Beka poder invadir a sua boca. Explorando com desespero cada pedacinho daquela boca saborosa,  Beka se deliciou. Mesmo Mel estando bêbada,  sua boca não tinha um sabor ruim, como os caras que ela beijava nas baladas, pelo contrário, estava muito mais doce que da outra vez que havia a beijado.  Sorriu entre o beijo e mordeu o lábio inferior de Mel, voltando a beijar em seguida.

Sentia um grande calor correndo por suas veias, sua respiração ficou descontrolada, e sentiu a necessidade de tocá-la. Se permitindo explorar o corpo de Mel com sua mão, deslisou a mão esquerda pelas costas de Mel, indo para a lateral de seu corpo, subiu e tocou os seios dela, apertou algumas vezes e ao ouvir o gemido de Mel, se deu conta do que estava fazendo, se aproveitando de Mel, exatamente como aquele moleque metido à besta estava fazendo. Não podia fazer o mesmo que ele, ela era sua amiga, precisava se afastar de Mel, era o melhor a fazer. Beijou ela pela ultima vez e ao dar um selinho longo parou o beijo.

ㅡ Me sinto nas nuvens, que beijo gostoso ㅡ Mel disse lentamente de olhos fechados e se inclinou novamente querendo mais beijos.

Virando o rosto para fugir do beijo de Mel, sentiu um beijo em seu rosto. Tinha quase perdido o controle, e estava difícil demais de resistir a tanto desejo. Abraçou Mel e se levantou, deu alguns passos e levou-a até a cama, deitando-a. Beka ficou por cima de Mel, que abriu os olhos e sorriu. Suas pupilas estavam dilatadas, mas o olhar estava parado indicando alto nível de álcool em seu organismo.

ㅡ Vai dormir comigo? ㅡ Indagou Mel passando a mão no bumbum de Beka.

Ao sentir as mãos de Mel em sua bunda, Beka fechou os olhos e sentiu o coração disparar novamente. Tentando manter o controle, abriu os olhos novamente e balançou a cabeça que sim ㅡVou sim, Mel. Vou cuidar de você.

Mel sorriu e encontrando forças que até então eram desconhecidas por Beka, virou-a na cama, ficando por cima de Beka e se sentou em seu quadril, rebolando a cintura.

Surpresa com esta ação, Beka ficou olhando Mel rebolando e mordeu os lábios. Ficou em dúvida se ela realmente não sabia o que estava fazendo, porque fazia isso muito bem. Sentindo sua boceta pulsar quando Mel passou as mãos em sua barriga e levantou a sua blusa, alisando a mesma bem devagar. Olhou para as coxas de Mel e notou que seu vestido estava levantado, deixando sua calcinha bem visível. Novamente seu coração disparou, Mel era realmente linda, usava uma calcinha vermelha de renda e Beka sentiu desejo de toca-la. Suas mãos automaticamente tocaram as coxas de Mel, alisou-a com vontade fazendo Mel rebolar ainda mais, quando ia tocar em sua calcinha, travou, se lembrando que não podia abusar de Mel nessa situação, fechou os olhos, respirou fundo e quando abriu os olhos novamente, Mel estava tentando abaixar as alças de seu próprio vestido. Desesperada, Beka pegou as mãos de Mel e abaixou-as, chamando-a para conseguir sua atenção. Sabia que se mel tirasse o vestido não iria conseguir se controlar mais, pois sempre sonhou em ter Mel nua em seus braços.

ㅡ Mel, o que está fazendo? ㅡ a voz de Beka saiu muito rouca, e ela estranhou a própria voz.

ㅡ Faz amor comigo, Beka? ㅡ Mel sorria ao falar, mas parecia estar morrendo de sono.

Beka sorriu com esse pedido e puxou Mel, fazendo a se deitar e encostar a cabeça em seu ombro, jogou os cabelos de Mel para trás, descobrindo o rosto dela e beijou-a na testa.

ㅡ Faço, Mel… ㅡ Viu Mel sorrir e fechar os olhos ㅡ Mas quando você estiver sóbria, com você assim eu  vou ficar com a consciência pesada depois.

Beka ficou passando a mão nos cabelos de Mel com carinho, por alguns minutos e então notou que ela estava muito quieta. Será que ela já tinha dormido? Com essa dúvida preferiu não se mexer, apenas fazia carinho em seus cabelos e fechou os olhos encostando sua cabeça na cabeça de Mel. Mel era muito cheirosa, parecia que passava perfume nos cabelos. Sorriu se lembando do beijo e dos últimos gestos de Mel. Porque tinha que ser tão responsável? Tudo o que ela mais queria era fazer amor com Mel, mas sua responsabilidade não a deixava abusar de Mel. Deixou algumas lágrimas rolarem por sua face sem saber se eram de alegria por tê-la em seus braços ou de tristeza por não ter realizado seu sonho.

Ficou com ela em seus braços por meia hora, estava amando inspirar aquele perfume, era muito tranquilizador, mas acabou se lembrando que tinha deixado a casa aberta e as luzes acesas, qualquer bandido entraria fácil na casa para assaltar.

Virando Mel com cuidado sobre a cama, tirou os braços de baixo dela e arrumou os cabelos de Mel que estavam em seu rosto. Sorriu vendo-a dormir e passou o dedo em seu rosto com carinho, sem conseguir resistir, beijou a boca dela e se levantou em seguida. A roupa de Mel continuava levantada e tentando manter o controle, Beka abaixou o vestido de Mel e depois tirou a sandália de salto alto que ela usava. Passou a mão nos lindos pés dela e sorriu olhando para o rosto de Mel ㅡ Até nos pés quis ser perfeita. ㅡ disse e se levantou, saindo do quarto. Foi até a sala e trancou a porta, depois apagou as luzes e voltou para o quarto onde Mel ainda dormia do mesmo jeito que havia a deixado. Sorriu e pegou um cobertor, desdobrou o mesmo e cobriu-a. Sentou na cama e tirou o tênis, ficando de meia, ajeitou o travesseiro e se deitou ao lado de Mel, paquerando-a dormir como um anjo. Não soube quanto tempo ficou admirando ela até que pegou no sono, mas pareceu que foram anos.


 

POV MELISSA

Estiquei minhas pernas na cama, mas continuei de olhos fechados, pois minha cabeça estava doendo, abri meus braços esticando-os e levei um susto quando toquei em algo. Abri meus olhos as pressas para ver o que era e senti muita dor com a claridade forte do sol que passava pela janela. Quando minha visão desembaçou e vi no que eu havia encostado levei outro susto ㅡ Beka? ㅡ Disse em voz alta quase gritando e me sentei na cama com pressa, o que ela estava fazendo na minha cama? Eu devia estar horrorosa, ela não podia me ver assim, mas assim que me sentei na cama, senti milhares de agulhadas em minha cabeça, como se alguém estivesse fazendo acupuntura sem ter estudado para fazer isso, enfiando as agulhas de qualquer jeito. Me encolhi em posição fetal levando as mãos à cabeça, fechei meus olhos, gemendo de dor.

ㅡ Meu Deus! Você está passando mal?

Ouvi a voz de Beka me perguntando, mas não queria que ela me visse nesse estado, então continuei encolhida como estava.

ㅡ Por favor, fala comigo, o que você tem?

Senti que ela se mexeu na cama e logo após senti suas mãos em meus cabelos, e agora, o que eu iria fazer? Decidi responder sem me mexer.

ㅡ To com dor de cabeça, uma dor horrível.

ㅡ Quer que eu pego um remédio pra você?

ㅡ Quero ㅡ respondi sem pensar já quase chorando de vergonha e dor ao mesmo tempo.

Beka se levantou na mesma hora com a minha resposta, ela parecia estar desesperada, sorri e ao mesmo tempo parei, porque qualquer mexida em meu maxilar aumentava as agulhadas.

ㅡ Onde tem? Eu vou lá buscar.

No banheiro ao lado de meu quarto tinha remédios, mas para ganhar tempo falei para ir a suite de minha mãe, precisava me olhar no espelho.

ㅡ Na suite de minha mãe, lá tem uma caixa de primeiros socorros, no armário do banheiro.

ㅡ Eu já volto, espera aí.

Ouvi Beka sair correndo do meu quarto e levantei a cabeça abrindo meus olhos com cuidado, a dor estava muito forte, maldita! Me levantei bem devagar e fui até a penteadeira, me olhei no espelho e minha maquiagem estava toda derretida, parecia que eu estava com olheiras enormes, igual um panda, meus cabelos muito bagunçados e o que eu ainda fazia com o vestido? Peguei logo a escova e escovei meus cabelos com pressa, procurando pelo removedor de maquiagem que havia desaparecido. Quando encontrei, larguei a escova e peguei um algodão, despejei o liquido sobre ele, mas ao ouvir o barulho de Beka voltando, me assustei e acabei jogando muito mais removedor do que devia, derramando tudo sobre a penteadeira.

ㅡ Pronto, trouxe a caixa inteira, não sei qual você costuma tomar.

Ao vê-la entrando no quarto, abaixei a cabeça escondendo meu rosto, tentando limpar meus olhos sem olhar para o espelho.

ㅡ Obrigada, pode deixar aí, já pego.

ㅡ Você está bem Mel? Tá estranha…

Senti que pegou meu cabelo e levantou-o tentando olhar em meu rosto.

ㅡ Para, Beka ㅡ virei o rosto às pressas para o outro lado ㅡ Não quero que me veja assim.

ㅡ Assim como, Mel?

ㅡ Eu estou toda feia, com a maquiagem toda borada… ㅡ falei morrendo de vergonha querendo abrir um buraco no chão e me esconder lá dentro.

ㅡ Para de ser boba, já te vi assim muitas vezes.

Ela tinha razão, já tinha me visto assim muitas vezes quando dormíamos juntas nas casas das meninas, mas não sabia porque eu estava com vergonha agora.

ㅡ Vou pegar um copo de água pra você tomar o remédio, tudo bem?

ㅡ Obrigada! ㅡ falei e levantei um pouco o rosto, ao ver que ela já tinha saído do quarto, respirei fundo e mais tranquila agora, joguei meus cabelos para trás, me olhando no espelho. Minha situação havia piorado, com o meu despero a mancha preta havia aumentado. Ainda bem que Beka havia me entendido e saiu do quarto, se não me veria muito horrorosa. Limpei meu rosto e me sentindo melhor por fora, agora, voltei para a cama, me deitei e olhei para o teto, a dor de cabeça ainda não havia passado. Tentei me lembrar porque Beka estava na minha casa e não conseguia me lembrar de nada, a ultima coisa que me lembrava era de ter ido dançar com Ryan.

Ouvi batidas na porta e me virei para olhar, mas acabei fazendo uma careta de dor e fechei os olhos.

ㅡ Posso entrar? ㅡ Beka perguntou ainda parada na porta.

ㅡ Pode, vem aqui. ㅡ respondi sem abrir os olhos. Ouvi passos, depois o barulho da caixa de primeiros socorros e depois Beka se sentando na cama. Ficamos em silêncio por um tempo e então ela perguntou:

ㅡ Qual desses você toma?

Abri os olhos novamente e vi aqueles olhos verdes lindos me fitando preocupados, então me lembrei da pergunta dela e olhei para a mão dela. Apontei para qualquer um e fechei os olhos de novo. Ficar de olhos abertos não estava sendo possível.

ㅡ Ta ruim a luz, não é? ㅡ Balancei a cabeça dizendo que sim e ouvi ela se levantando ㅡ Vou fechar as cortinas escuras.

Após fechar as cortinas, Beka voltou e se sentou na cama novamente dizendo: ㅡ Tenta abrir os olhos agora.

Abri meus olhos e dessa vez não senti a agulhada forte, o quarto estava escuro, apenas conseguia ver o vulto de Beka sentada ao meu lado.

ㅡ Escurinho assim está bem melhor. Obrigada! ㅡ sorri levemente.

ㅡ Agora toma o remédio, então, e daqui a pouco a dor chata passa.

Me sentei um pouco e peguei o copo que ela me oferecia e o comprimido e tomei os dois juntos, depois voltei a me deitar. Senti que ela tocou em minha testa e começou a fazer movimentos circulares no ponto exato onde estava doendo.

ㅡ Quer uma massagem pra dor passar?

ㅡ Sim ㅡ respondi e sorri e dei graças pelo fato do meu quarto estar escuro e ela não poder ver que eu estava feliz em sentir seu toque. Houve momentos em que ela massageava de maneira tão gostosa que eu quase gemia de prazer e em outras eu sentia agulhadas tão fortes que gemia de dor mesmo. Quando o remédio começou a fazer efeito acho que cochilei algumas vezes e acordava quando sentia a agulhada forte. Na ultima vez que acordei de outra cochilada não senti as mãos delicadas de Beka me massageando, então abri meus olhos e procurei por ela, mas não encontrei, será que ela já tinha ido embora? Fiz um bico triste e me sentei na cama, parecia que a maldita dor havia passado, mas como eu ainda estava no escuro, não tinha a certeza disso, então me levantei, peguei uma roupa e fui para o banheiro tomar um banho. Quando saí do quarto e a luz atingiu meus olhos, não senti mais dor. Ufa! A dor de cabeça estava me matando. Sorrindo entrei no banheiro, me despi, liguei o chuveiro e entrei de baixo do mesmo. Tomei um banho da cabeça aos pés, tentando me lembrar o que tinha acontecido na balada e nada me vinha à memória. Frustada, desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha, penteei meus cabelos, depois me vesti e fui para a cozinha. O aroma de café estava agradável, senti-lo fez minha barriga roncar de fome. Então me lembrei que mamãe não estava em casa. Ao passar pela porta da cozinha vejo Beka colocando coisas sobre a mesa, e ao me ver entrando ela me sorri. Sorrio em resposta, mas sinto meu rosto queimar e sei que fiquei corada.

ㅡ Está se sentindo melhor? ㅡ Ela perguntou me olhando e eu acabei piscando sem querer, me sentindo embaraçada.

ㅡ Estou, a dor de cabeça passou e a luz já não me incomoda mais. ㅡ Falei rápido e olhei para a mesa para disfarçar.

ㅡ Sente-se e coma um pouco, deve estar com fome.

ㅡ E estou mesmo, ontem nem jantei. ㅡ falei me sentando logo e peguei a xícara para por café ㅡ Mas espera aí… ㅡ Olhei pra ela, que me olhou de volta, curiosa, então continuei ㅡ A casa é minha, eu quem devo pedir a você para se sentar.

Beka riu e se sentou à mesa, pegando o leite para por na xícara.

ㅡ Você pegou no sono então vim aqui preparar um café pra você, já que a Doutora Nicole não está. Mas logo preciso ir embora.

ㅡ Obrigada por me ajudar, Beka. ㅡ Eu sorri tímida e como não aguentava mais de curiosidade decidi perguntar logo o que houve ontem e chamei-a. ㅡBeka?

Ela me olhou daquele jeito sexy que eu sempre babava, então desviei os olhos dos dela logo.

ㅡ O que aconteceu ontem a noite?

ㅡ Não se lembra de nada? ㅡ Ela me olhou fundo nos olhos e eu balancei a cabeça que não.

ㅡ Só lembro que você chegou e depois veio um menino e fomos dançar, então ele me ofereceu uma bebida, eu aceitei e bebi, aí estávamos dançando e depois não lembro mais nada.

ㅡ Eu imaginei que aquela bebida tinha alguma coisa estranha, até a Duda ficou mal de bebe-la. Ele deve ter batizado ela. ㅡ Beka disse me olhando, mas sem me ver, como se estivesse voltando no tempo.

ㅡ Nossa, sério? E como viemos embora, o pai dela iria buscar a gente depois.

ㅡ Lembra do primo da Bia? ㅡ Eu balancei a cabeça que sim, tendo um rápido flash back de ter visto ele beijando-a e fiz uma careta. ㅡ Ele trouxe a gente e como você estava sozinha eu fiquei com você e ele levou ela.

ㅡ Acho que ela deve estar ouvindo xingos uma hora dessas. ㅡ Eu ri com esse comentário e dei graças a Deus por meus pais não estarem em casa.

ㅡ Deve sim, mas vamos ter uma conversa séria agora, Mel. ㅡ Beka me olhou, estava muito séria e por um momento achei que ela ia falar sobre nós, mas quando ela começou a falar vi que não tinha nada a ver ㅡ Quando conhecer alguém na balada tome muito cuidado, faça muitas perguntas sobre a vida dele e se achar que ele é do bem, aí sim você vai dançar com ele, mas mesmo achando ele do bem, não aceite nada que ele lhe oferecer, me ouviu?

ㅡ Ouvi, mas porque está me dizendo isso?

ㅡ É porque você não está conseguindo se lembrar agora, mas sabe onde eu fui te encontrar?

ㅡ Onde? ㅡ Perguntei curiosa pra saber onde essa história iria acabar.

ㅡ No terraço, aquele tal de Ryan estava querendo te estuprar, sorte sua que eu cheguei em tempo e joguei pimenta nos olhos dele.

Eu fiquei chocada com a informação, e tentei me lembrar, mas não estava conseguindo. O que será que tinha me dado que eu fiquei tão sem sentido?

ㅡ Mas eu estava sem roupa? ㅡ Perguntei assustada e frustada por não lembrar de nada.

ㅡ Não, quando eu cheguei ele só tinha levantado um pouco seu vestido. Mas imagina se eu não chego em tempo, ele poderia ter abusado de você.

Eu balancei a cabeça concordando, ela tinha razão, a partir de hoje sempre tomarei muito cuidado com esses homens.

Enquanto tomávamos o café, ficamos conversando mais sobre a balada e como me proteger de homens safados e me convenci de que iria sempre andar com um spray de pimenta, eles eram muito úteis.

ㅡ Você sabe fazer almoço? ㅡ Ela me perguntou e quando balancei a cabeça que não, ela riu. ㅡ Não vai dar tempo de eu fazer pra você, eu preciso ir buscar a Lisa.

ㅡ Nem se preocupe comigo, minha mãe deixa tudo pronto para por no microondas, olha só. ㅡ Me levantei e peguei na mão dela para que me seguisse, mas ao sentir o calor de sua pele, senti um frio na barriga.

Beka apenas sorriu e entendendo o recado se levantou me esperando para ver onde iríamos.

Tentei disfarçar outra vez e soltei a sua mão indo até a geladeira, apontei todos os potes com um recado na tampa dizendo almoço em alguns e jantar nos outros e me virei para olhá-la, mas ela estava tão perto de mim que travei quase beijando-a.

Beka me encarou por alguns segundos e depois sorriu sem se afastar dizendo: ㅡ Assim você nunca vai aprender, Mel. Ela tem que deixar você se virar.

Consegui sentir o hálito quente dela enquanto falava acertar minha boca e fiquei sem reação. Até que notando meu silêncio ela deu um passo para trás e depois outro.

ㅡ Então eu já vou indo. Deixei a Lisa com a vizinha, ela já deve estar querendo me matar a essa hora.

ㅡ Eu levo você, tenho um carro agora ㅡ Eu sorri, ainda sentindo o efeito de termos ficado tão próximas.

ㅡ Um carro? ㅡ Beka sorriu e bateu palmas de alegria. ㅡ Que maravilha, como conseguiu?

ㅡ Foi por causa da Faculdade, mamãe não poderá me levar mais por causa dos horários. ㅡ Falei com pressa e fui para a sala para pegar a chave, que ficava pendurada num porta chaves que meu pai mesmo havia feito. Vendo que Beka a seguia, continuou ㅡ Mas eu nem esperava, foi uma surpresa. ㅡ Olhei pra ela entusiasmada e ela sorriu.

ㅡ Meus parabéns por esse presentão. ㅡ Ela sorriu e fez aquele olhar sexy de novo e eu babei por ele novamente em segredo.

ㅡ Obrigada! Vamos lá? - falei rápido piscando algumas vezes.

ㅡ Vamos então… ㅡ Beka sorriu e caminhou em direção à porta, fui até ela e após sair, tranquei a porta, abri a garagem com o controle e fui para o carro.

Beka me seguia e quando destravei o carro ela logo entrou no mesmo, e ficou me olhando. Pude ver com o canto do olho e tentei disfarçar. Tremendo um pouco para enfiar a chave no contato.

ㅡ Então agora está dirigindo o carro da Doutora Nicole, hein! Está toda chique nesse carrão.

Ouvir aquilo me deixou toda boba, senti meu rosto ficar corado e eu já não sabia mais o que estava fazendo, levei algum tempo para me lembrar que eu tinha que dar a ré para sair da garagem e quando lembrei sorri e fiz o carro sair.

ㅡ Nem tanto, é só um carro bobo, não muda nada.

ㅡ Você tem toda a razão, linda!

“Oh, meu Deus! Ela me chamou de linda, é isso mesmo? AAAAAHHHHH” Pensei enquanto apertava o botão do controle para fechar a garagem. Completamente embaraçada, comecei a dirigir e decidi que não ia mais olhar para ela pelo caminho todo, ou eu poderia bater em alguém e a culpa seria toda dela.

ㅡ Pode ligar o rádio se quiser… ㅡ falei sem me virar para olhá-la.

ㅡ Gosto assim como está, gosto dessa paz. ㅡ ela falou com a voz bem tranquila e eu fiz a besteira de olhar para ela.

Beka estava sentada de um jeito no carro que a fazia ficar me olhando, eu sorri sem jeito e segurei firme no volante e fiquei nervosa, não conseguia me mexer para trocar as marchas com naturalidade sabendo que ela me observava. Meu coração ficou disparado o caminho todo e não consegui falar mais nada. Quando chegamos parei o carro em frente à casa dela e desliguei o mesmo, esperando ela descer. Mas como ela não se mexia olhei para ela e ela continuava me olhando na mesma posição, então decidi falar algo pra ver se ela estava bem.

ㅡ Chegamos, Beka… ㅡ falei e ela então pareceu acordar, e sorriu.

ㅡ Muito obrigada pela carona, Mel. ㅡ ela pegou em minha mão e eu tremi com o toque.

ㅡ Não precisa agradecer. ㅡ quase gaguejei pra começar a falar ㅡ Eu que agradeço pelos cuidados ontem e hoje.

ㅡ Você faria o mesmo por mim ㅡ caramba, ela deu aquele sorriso lindo e eu me derreti toda.

Beka se inclinou para se despedir, mas eu estava tão derretida com o sorriso que não virei o rosto e ela acabou me dando um selinho. Meu coração parou e senti meu rosto ficar muito vermelho, Beka também parecia estar embaraçada e sem dizer mais nada apenas saiu do carro me deixando naquele estado.

Completamente boba, liguei o carro novamente e tremendo igual vara verde dei a partida, sem saber para onde estava indo.

 


Notas Finais


E então pessoal, o que estão achando da Fic?


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