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História Sobre a falta de autencidade dos amantes - (e sobre como você pouco deseja preveni-los)


Escrita por: ohmystress

Notas do Autor


se você me perguntar se é pq eu ouvi muito arctic monkeys eu vou dizer que não, mas na realidade...

se você me disser que está ruim eu vou dizer "tá mesmo"

Capítulo 1 - (e sobre como você pouco deseja preveni-los)


E você tem vontade de preveni-los (não tanto). Aqueles pobres.

Sentado sobre a janela de um quarto fechado e solitário, onde luzes vermelhas colorem a pele de suas mãos apoiadas em uma das grades, onde o frio solitário de uma noite sem estrelas sopra em seu coração congelando seu olhar sobre um ponto inútil.

Solitário. Solitário. Solitário. Ele cochicha, confidente, amigo, traiçoeiro e sincero, o vento.

E ao contrário do quarto, lá embaixo existe um céu de azul pueril e amarelo ridículo, todo estrelado, criado pelos postes e pelas luzes dos amantes.

Ah, os amantes.

Costumam acreditar que são únicos, especiais e separados. Amam-se intensamente, doam-se por inteiro, criam risos antes não seus e manias adotadas por uma empatia ridiculamente imposta pela paixão. E a paixão costuma desconstruí-los. 

Deitam-se em cama de pregos mas imaginam-se sobre o veludo, fecham os olhos, sorriem, acariciam-se, não é necessário mais nada, nada além de meu querido.

Vivem no azul, acostumam-se com o azul, mergulham, submergem, amam. E você os assiste, Jeon Wonwoo, cheio de compaixões e também ressentimentos. Que sejam libertos, mas que também sofram.

E então surgem os vasos de porcelana chinesa quebrados e sentimentos de um azul-marinho-feio que cortam, cortam os amantes. Lágrimas salgadas e toques pouco preocupados. Existe o roxo, quase o vermelho, quase o seu vermelho, Wonwoo.

Mas veja só, antes que se destruam eles se refazem nas estações de metrô e nos bares, se refazem na volta cansativa para casa e nas mesas de escritório. E eles encontram novos olhares e novos sentimentos de azul pueril, deitam-se sobre o falso veludo, fecham os olhos e se tocam com paixão. E a paixão os desconstrói, tornando-os novos hábitos e nova mente. Novamente. Então mesmo que haja adeus, eles, os amantes, encontram novos olás.

E você os observa. As mãos coloridas pela luz fosca e vermelha, a pele enfeitada por estrelas, suas pintas, os olhos covardes e o vento a te confidenciar frio. E você sente pena, pobres coitados. Se soubessem que é um ciclo vicioso e infinito, você descobriu cedo demais, vitorioso... 

Mas talvez, só talvez, você os inveje (todo o azul e os risos, o egoísmo e a falta de autenticidade) e não tenha coragem suficiente para admitir. Os amantes, eles são ridículos. E o ridículo às vezes pode ser bonito, você sabe, já soube. Não soube, Jeon Wonwoo? 



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