1. Spirit Fanfics >
  2. Sobre telhados não feitos >
  3. I

História Sobre telhados não feitos - I


Escrita por: Amarulla

Notas do Autor


Uma quase tentativa de alguma coisa interessante. Quaaase. <3
Ainda assim, espero que gostem.

Capítulo 1 - I


“Será uma morte dolorosa”, era o mantra que fugia repetidamente dos lábios de Lee Taemin. Poucas mortes podiam ser tão – ou mais – dolorosas do que a que ele estava disposto a ir conscientemente para.

Donghae não era ruim, não. Era de longe o pior. Seu humor dependia de como Lee Hyukjae o tratava – e as más bocas já haviam cochichado o boato da semana. Apesar dos três serem legítimos Lee, Taemin sabia que sua saúde mental não seria poupada.

“Tão doloroso quanto ser torturado?”, Minho perguntou, puxando um pocky do pacote com os dentes. O doce balançou conforme as palavras saiam e o garoto castanho acompanhou cada movimento com uma expressão desfocada. Antes que ele cogitasse uma resposta, o mais velho continuou. “Minseok disse que há excitação na dor. Essa pode ser uma tortura prazerosa”.

“Minseok participa daqueles clubes que Hyukjae adora oferecer Donghae. A opinião dele não serve de consolo”. Soltou, praguejando. Toda vez que o Choi mais novo voltava com sua obsessão pela cultura japonesa e suas iguarias peculiares ele se irritava. Bom, Taemin já costumava se irritar com certa facilidade, os doces estranhos de Minho só pioravam as coisas. “E não, não há como sentir prazer ouvindo Donghae falar por quatro tempos seguidos sobre detalhes que o CAD dá sem encher o saco”.

“Você não gosta das aulas de desenho desde quando Donghae tentou me beijar”, disse, enquanto um sorriso portava audácia e o pocky sem hesitações. E, por um instante, Taemin divagou sobre como os lábios entreabertos de Minho seriam mais úteis em outros lugares – talvez, até, segurando outras coisas. O trem parou silencioso e ele decidiu que não era importante desfazer o mau entendido – se o bendito Choi-metido-Minho quisesse acreditar que era ciúme, que acreditasse então.

Aquela era uma ideia pífia até para Lee Taemin. Ora, ter ciúme dele.

Ora, que ousadia.

O garoto castanho revirou os olhos e abaixou o tronco, aproximando o rosto do moreno sentado no banco à frente. Mordeu o pocky, partindo um pedaço pequeno. Soltou a barra de segurança e saiu andando despreocupado, ignorando os olhares frios.

Minho só pode rir, charmoso. A imagem de um Lee Taemin com cabelos castanhos ao vento caminhando na passarela da ponte superava qualquer mau humor pela comida roubada.

 

ᴤӍӏӤ

 

“Ele precisa de ajuda”, Kibum soltou, apontando para Jonghyun se ele tivesse uma doença rara. Os olhos heterocromáticos advindos de lentes de contato misturadas pareciam ultrajados e, de certa forma, assustados.

“Esse é o seu boa tarde. Tu fez o telhado?”, os garotos sentaram, segurando mochilas, guarda projetos, bandejas, copos e talheres. Taemin perguntou sem sequer olhar na direção do colega, concentrado em não desperdiçar o suco de laranja.

O problema era que ele sempre esquecia a caneca da Engenharia Civil e os copos de plástico eram moles demais. Inevitavelmente acabava apertando com uma força discreta, mas suficiente para transbordar aquele corante amarelo dissolvido em água.

“Telhado, querido? Eu fiz o projeto inteiro. Mas, sério, você não está vendo o que Jonghyun 'tá fazendo?”, Jinki foi o último a sentar, sorrindo para as paredes. Ninguém sabia bem o motivo, mas desde que Tiffany e Taemin o beijaram ao mesmo tempo na choppada passada era assim. Bastava existir que Lee Jinki sorria – e o bastardo tinha um belo sorriso.

Taemin até queria explicar que foi culpa do álcool. Ele gostava de homens mais altos e podia jurar que tinha visto Murasakibara Atsushi bem a sua frente, embora inegavelmente menor, naquele dia. Pena que seu sonho de consumo não passava de um personagem 2D. Mas Minho, pouco interessado nas desculpas inusitadas, gostava de puni-lo a cada expressão feliz do garoto-sorriso. E, a julgar pelo torcer discreto de lábios que recebia – tão diferente do amor gratuito emanado de Jinki -, sua punição estava próxima.

O garoto de cabelos em tom de roxo conversava com Kibum, que reclamava em alto e bom som que Jonghyun continuava escrevendo uma letra sobre cachorros. Uma letra em que o escritor é um cachorro. Os olhos de Jinki se estreitaram ainda mais na gargalhada, balançando uns fios lilás perdidos no ato, mas para Taemin, cachorros não eram o maior dos seus problemas agora.

 

ᴤӍӏӤ

 

Quando a mão forte envolveu-lhe o braço ele sabia do que se tratava. Tentou disfarçar sua felicidade em fugir da aula de Donghae usando uma justificativa como aquela, a verdade era que qualquer desculpa bastava. Embora achasse que o professor não fosse, realmente, aceitar o que ele teria a dizer.

“Hey, hey. Vai fazer cafuné em mim debaixo da sombra em um dia ensolarado?¹”, cantarolou, seguindo o outro de bom grado em direção às árvores. A Universidade de Seul havia decidido há um tempo atrás debater sobre meio ambiente e um jardim foi criado, além de árvores plantadas em lugares abandonados próximos ao local. Bastava atravessar a avenida e era como uma mata fechada se erguesse poderosa sobre sua cabeça. Ou quase isso.

“Faça o favor de não cantar mais a letra dos cachorros”, Minho, que tinha a mania de segurar pessoas pelo antebraço, não parecia ameaçador naquela postura de galã malvado. O jovem era conhecido pelo seu carisma e simpatia, então todos do campus sabiam que não era um toque violento. Haviam garotas até interessadas nos puxões aleatórios do Choi, mas ele parecia completamente alheio a isso. Afinal, mulheres precisavam de carinho. Mulheres não gostavam de toques rudes e blá blá blá.

Era esse tipo de baboseira que fazia Taemin revirar os olhos. Se ele tivesse o porte atlético do colega, mostraria a ele a realidade sobre mulheres. Porém, a vida fez dele um homem magrelo e não tão hétero assim.

“Você prefere que eu faça o quê?”, se soltou, encostando de bom grado no tronco atrás de si. Uma fina camada de limbo amaciava a madeira e o sol parcialmente aconchegante só aparecia por algumas – poucas – frestas entre as copas. Podia fechar os olhos e imaginar borboletas e um vento agradável ao redor, mas seria pura imaginação. Dava para escutar o barulho dos automóveis na avenida paralela.

Minho, o homem das manias estranhas e poses charmosas, pôs o cotovelo na madeira usada como apoio por Taemin. A proximidade dos corpos aumentou, enquanto o garoto de cabelos castanhos divagava sobre quantas posições ele era capaz de fazer inconscientemente antes de perder a compostura.

Compostura. O Lee sorriu, subindo os dedos por dentro da camisa social do outro. Invadiu o tecido com preguiça, meio desdenhoso, só para roçar de leve no cinto perfeitamente colocado de Minho. Os olhos, sem quebrar o contato, esquentaram juntos.

Logo os contornos do abdômen do moreno eram redesenhados pelos dedos frios, enquanto a mão dele apertava a lateral de sua coxa. A brincadeira permaneceu por pouco tempo assim, afinal, de todas as qualidades de Taemin, paciência não era uma delas.

Tirou a mão da pele tão conhecida, agarrando a gravata só para roçar nos lábios já batizados. “Eu pareço uma freira para você, Minho?”

As mãos puxaram os fios negros, findando quaisquer espaços. Conforme as bocas se atacavam com a fome dos hormônios em alta, os corpos mergulharam em uma dança desconexa e desejosa por contato. Minho massageava a bunda masculina com vontade, trazendo o quadril dele para si, apalpando a carne em desespero.

E o frisson provocava o contato entre os membros, perdidos entre braços, ofegos e tecidos. Os botões da blusa social abriram, exibindo o tronco moreno, para o deleite das mãos de Taemin. O Choi era quente – literalmente. A temperatura corporal excedia a dele, o que lhe dava um desejo inexplicável de estar em contato com àquela pele.

O mais alto atacou-lhe o pescoço, ciente da sensibilidade da área. A proximidade entre eles transmitia calor, aumentava a sensação térmica e Taemin sentia-se derreter. Os olhos desfocados mal assimilaram quando a própria blusa foi semiaberta, acompanhada de chupões e mordidas. Desde que começaram aquele tipo de intimidade, as mordidas do Choi se transformaram em um novo fetiche para Taemin.

Não havia, porém, nenhum som além de leves ofegos. As bocas produziam melodias melosas, mas gemidos eram evitados – e até mesmo proibidos. Estavam em uma área teoricamente pública, aberta e perigosa. Quando um dígito se intrometeu pelas nádegas dele só para pressionar de leve o ânus, Taemin concluiu que a exposição deixaria a cena mais bela.

Imaginar-se de quatro, sendo fodido e gemendo como falsa puritana era deliciosamente excitante. Melhor, ainda, se fosse pego no flagra. Podia gozar só de ver a reação do telespectador. Então, quando Minho abriu sua calça com uma destreza que denunciava prática, o garoto começou a torcer.

Torcia seus lábios em mordidas para abafar gemidos. Torcia para ser pego por algum sortudo, abençoado pela visão do Choi engolindo seu pau.

Era difícil conseguir olhar para baixo. O colega tinha muita habilidade e sabia dosar com perfeição entre seus movimentos mais sensíveis. Taemin gostava quando ele só socava a boca, imitando uma penetração. Gostava quando molhava toda a extensão com saliva e batia, rápido, com a precisão que só um homem poderia ter. E, recentemente, descobriu gostar de como ele roçava os dedos na cabeça, tão famosa pela sensibilidade extrema.

As sensações eram tão boas que ele podia tremer. E tremia, degustando o significado de servir de banquete para Minho. Quando o mesmo dedo resolveu mergulhar em sua bunda, o prazer foi mais do que poderia aguentar. Gozou, libertando os lábios, arrastando o momento em um único gemido rouco e gutural.

Depois de limpar devidamente Taemin com lambidas e algumas mordidinhas na coxa, o moreno pode enfim ver o estado do companheiro. Despenteado, desfocado, levemente ofegante. Marcado na base do pescoço até os mamilos, com a gravata desfeita e os primeiros botões arrebentados. As calças arreganhadas e o pênis flácido, dando sinais de interesse só por ser alvo de sua observação minuciosa.

Sorriu, levantando-se. A mordida na coxa pálida ficara realmente atraente.

Começou a abotoar a própria blusa, olhando a expressão perdida do mais novo.

“Onde vamos continuar?”, Taemin questionou, puxando o tecido das calças para cima. Minho riu, desdenhoso.

“Nós vamos continuar?”, soltou a pergunta e saiu, tranquilo, caminhando com cuidado entre as raízes, terra e folhas.

“Como assim, Minho? Isso é tortura, caramba! Você sabe muito bem que eu quero t-”

“Shii.”, interrompeu, pondo um dedo cheio de charme nos lábios inchados. “Essa é sua punição. Você devia é me agradecer”

Os garotos atravessaram a avenida, Taemin prendendo o cabelo no alto da cabeça. As marcas vermelhas brilhavam como brasa, chamando atenção de alguns pedestres próximos. Ele, obviamente, não se importava.

“Você arrebenta minha blusa e nega sexo. Não tô vendo nenhum motivo para te agradecer por aqui, bastardo”, olhou para o próprio tronco, vendo se dava para perceber a ausência dos botões. A gravata ajudou, mas não parecia ser suficiente.

“Ué, Taeminnie, eu te mostrei que existe, sim, torturas prazerosas. Agora você vai pensar nisso até ir ao meu apartamento de noite”, sorriu Minho, ciente dos treinos de basquete depois da aula. O garoto mais novo teria que esperar por um longo período para saciar seus desejos.

E ele gargalhou, chamando mais atenção que os chupões.
“Você acha que preciso da sua disponibilidade para foder? Ai, cara, tu me diverte…”

O moreno das poses charmosas subitamente parou, surpreso. “O que quer dizer com isso, Taemin?”, jogou, reduzindo a distância entre eles mais uma vez. E lá estava o hábito da mão no antebraço.

O Lee se soltou, misterioso, ostentando uma postura descompromissada. “O que você quiser pensar, Minho”, respondeu, andando tranquilamente para dentro do campus. Afinal, já tinha perdido a aula de Donghae – não havia a menor necessidade de correr.

Sentiu-se, diferente do Choi, com todo tempo livre do mundo.


Notas Finais


Murasakibara Atsushi é um personagem de cabelos roxos de Kuroko no Basket. Caso não tenham sacado, Tae e Tiffany beijam o Onew numa choppada, mas, para tentar se explicar, Tae diz que na hora da bebedeira tinha visto o Murasakibara, já que Onew também está de cabelo roxo aqui. Não sabemos os motivos de Tiffany, no entanto hahah.

Onew de cabelo roxo: https://41.media.tumblr.com/9d22003b107b16edc9ea1c4f9577d56f/tumblr_norh74BlA81r8fs1io1_1280.jpg OLHA ESSA BELEZA TODA. Alguém acredita na desculpa ridícula do Tae? kk

¹ – é uma frase de Woof Woof. Quando Kibum diz que Jongs tá escrevendo uma letra sobre cachorros, é Woof Woof <3
Aliás, alguém viu Kibum de olhos heterocromáticos?

Fic pequenina feita como teste. Perdão pelo vacilo k.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...