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História Sobreviventes - Navio pirata - Parte 2 (Cameron)


Escrita por: HappyLys

Notas do Autor


Hey, povooooo!! Como vão??? Eu estou ótima!!
Vou viajar nessa sexta e terei bastante tempo livre no fim de semana e na sexta a tarde, então vou ver se consigo escrever bastante para vocês!!

[INFORMAÇÃO IMPORTANTE NAS NOTAS FINAIS!! LEIAM!!]

Capítulo 23 - Navio pirata - Parte 2 (Cameron)


Cameron sentiu-se empalidecer bruscamente quando Groove lhe respondeu em tom de repreensão. Foi como se o mundo todo parasse e o loiro ficasse surdo para qualquer outra coisa por intermináveis instantes: nem sequer o som da forte tempestade podia superar o volume com que as palavras de Groove ressoavam em sua mente.

- Levaram alguns, Canela estava junto.

Cameron não queria saber de mais nada, agora, já nenhuma outra coisa importava. Paralisou, sentiu que desmaiaria. E as palavras continuam dançando uma dança lenta e repetitiva em sua cabeça.

De repente, sua cabeça foi jogada para o lado e um ardor atingiu sua bochecha direita: Groove lhe havia dado um tapa.

Olhou para o velho, o rosto ardendo e o olhar incrédulo:

- Vai desistir, idiota?! – o ouviu dizer, as palavras, juntamente com o tapa, lhe tirando do transe em que as notícias sobre Canela o colocaram.

Groove o encarava irritado, as sobrancelhas tão abaixadas numa carranca de raiva que quase se juntavam, formando uma só grande taturana peluda e grisalha.

Desistir? – perguntou a si mesmo, analisando rapidamente os prós e os contras. Uma batalha enfurecida era travada atrás deles, Cameron não podia demorar e no fundo sabia que não podia fugir. Mas a proposta era tentadora demais.

- Vai correr, Cameron?! – gritou Groove quase desesperado pela demora do loiro em uma situação como aquela.

O loiro olhou para o corpo sem vida de contra quem lutara segundos antes, o sangue ainda vazava dele, pintando o chão com aquela cor rubra e metálica. Antes que pudesse mudar de ideia, agarrou a adaga do homem:

- É claro que não.

Cameron conhecia Groove bem o suficiente para saber que, em situações normais, o velho riria ou sorriria orgulhoso, aquele, porém, era um cenário que não admitia enrolações. Tudo o que Groove fez foi assentir com a cabeça brevemente, sem mudar a expressão, e partir com seu martelo para cima do inimigo mais próximo.

Cameron agradeceu aos céus por nenhum invasor ter notado os dois durante aquela breve conversa e, sem nem olhar o que acontecia, partiu para a luta.

O loiro respirava pesadamente enquanto desviava como podia dos ataques e partia para cima dos oponentes mais fracos; não tinha experiências com lutas e não queria arriscar-se contra alguém de um nível muito maior que o dele. Segurava as duas adagas, uma em cada mão, e as enfiava sem piedade onde conseguia, atravessando roupas, pele, músculos; dilacerando, ferindo e perfurando tudo o que sua lâmina alcançava. Pegando os oponentes de surpresa e lutando de forma atrapalhada, mas eficaz. A visão estava obscurecida pelo calor da batalha e o cheiro de sangue e morte se misturavam numa fragrância que embebedava Cameron e o colocava num frenesi em que nunca imaginaria estar.

Lutava como podia, mergulhado em um transe do qual não conseguia sair, sendo guiado apenas pela raiva que queimava dentro dele. Cameron voltou a si quando um grito áspero e engasgado escapou de sua garganta e sua mão direita abriu-se involuntariamente deixando que a pequena adaga caísse ao chão de madeira produzindo um ruído metálico que não podia ser ouvido por trás dos rugidos da tempestade.

- Merda! – gritou o mais alto que pôde, mas recusou-se a levar a mão até o ombro machucado. Em vez disso, tentou ignorar a dor e virou-se para trás. Deu de cara com uma garota de cabelos castanhos compridos e lisos e olhos escuros. 

A menina era bonita e o sorriso prazeroso que tomava seus lábios teria sido melhor analisado por Cameron se ela não tivesse posto a larga e comprida espada que usava em riste assim que ele se virou. 

O loiro não teve muito tempo para pensar antes de sentir a lâmina fria afundar-se em sua carne na altura da cintura.  Gritou outra vez, tão alto que quase pôde ser ouvido, e caiu de quatro no chão, sentia o sangue manchar sua blusa fazendo-a grudar em seu corpo e a dor se espalhar e enterrar em seu corpo como ramas de uma árvore.

Reunindo os resquícios de força que tinha, segurou o calcanhar da moça e, antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, a puxou com força. Sua oponente caiu para trás, batendo as costas no chão e deixando a espada escapar de suas mãos. Cameron não perdeu tempo, arrastou-se e jogou-se em cima dela. Os dois começaram a embrenhar-se no chão, travando uma luta de unhas e dentes: Cameron não a deixava se levantar e ela tentava afasta-lo para recuperar sua lâmina.

Rápida, a menina acertou um chute na barriga de Cameron, próximo de onde ela havia cravado a espada mais cedo. O loiro caiu para o lado com um gemido assim que a pontada de dor chegou e, a garota, vendo-se livre dele, esticou-se rapidamente para pegar a espada abandonada no chão de madeira do convés. Antes que o fizesse, porém, soltou um grito, o sangue escorrendo de seu ferimento na dobra do braço enquanto o loiro retirava a lâmina que cravara lá desajeitadamente. Aproveitando a brecha, jogou-se novamente em cima dela e foi rápido: enfiou a adaga em seu peito uma, duas, três vezes, sentindo a lâmina atravessar os músculos e enterrar-se em sua carne, perdendo a conta de quantas vezes fazia aquele movimento. Só parou quando toda a adrenalina em seu corpo estava esgotada.

- Cameron! Garoto!

Em meio àquela tempestade que sacudia o barco brutalmente, parecia impossível escutar qualquer coisa, ainda assim, Cameron pôde ouvir quando o Capitão Slave gritou seu nome desde a porta de seu quarto. Olhou para frente e se deparou com o capitão, não estava muito longe, apenas a menos de um metro, e fazia sinais chamando o jovem para lá.

O loiro não hesitou muito, levantou-se e correu até onde era chamado. Assim que entrou, ouviu o ruído da porta se fechando com força atrás dele.

Na cabine do capitão, feita e decorada toda basicamente com madeira, os sons do temporal do lado de fora eram mais fracos e Cameron pôde finalmente ouvir seus próprios pensamentos. Foi então que percebeu seu estado: toda a adrenalina que o estava movendo se esvaíra e Cameron conseguia agora sentir os estragos que a luta fizera em seu corpo. Respirava pesadamente, arfando, buscando desesperadamente por ar. Todos seus músculos estavam tensos e ainda segurava com uma força desesperada a adaga em sua mão esquerda. Obrigou-se a relaxar e, ao fazer isso, foi ao chão, não aguentando seu próprio peso e a dor que parecia afundar cada vez mais em sua carne, como se as lâminas ainda estivessem nos ferimentos, cortando-o cada vez mais. Para completar, estava ensopado. A roupa grudava em seu corpo e, agora, passado o calor da luta, tremia incontrolavelmente de frio.

- Estamos sendo atacados – falou o capitão com uma calma obviamente forçada – Mas acho que você já percebeu isso.

- Não temos tempo – falou Cameron lutando contra a dor e a falta de ar, tentou tornar as frases o mais curtas quanto pôde – Sem enrolações. O que você quer?

- Preciso de sua ajuda. Levaram alguns dos meus, Cameron – o capitão suspirou – Não posso passar por isso de novo e já é a segunda vez que esses piratas infelizes atacam. Se não mostrarmos para eles agora que não podem mexer com a gente, eles virão novamente. 

Cameron sentia uma nota de melancolia na voz do homem, mas não era hora de ser complacente. Capitão Slave tinha razão, precisavam lutar e vencer.

- O que você quer que eu faça?

- Te pediria para ir buscar os marinheiros que levaram, realmente acredito que só você conseguiria fazer isso. Eu voltaria para fora e ajudaria os outros a segurar as pontas por aqui. Mas – o capitão olhou para Cameron que, jogado no chão, se apoiava como podia – Não sei se você está em condições.

- Levaram Canela, não?

- Você gosta muito dela, né?

- Não é hora para isso! – gritou, irritado – Responda!

- Levaram.

- Então eu vou – o loiro se levantou entre gemidos e, assim que estava de pé, tencionou os músculos na esperança de que a dor se aliviara novamente. Não funcionou.

Quando eu voltar a lutar, esqueço isso.

Usava uma força tremenda para manter-se em pé, mas não desistiria apesar de seu estado, lutaria até o final. Sentiu uma gota pingar de uma das mechas de seu cabelo um pouco comprido pelos meses no navio, escorreu pelo rosto e caiu, salgada, em seus lábios entreabertos que respiravam com dificuldade.

O Capitão Slave estava coberto de sangue, as roupas rasgadas, a respiração pouco descompassada de quem ainda terminava de se recuperar de fazer um grande esforço. O homem abriu um sorriso, o melhor que se podia dar naquela situações, mas Cameron sabia que ele estava feliz. Confiava que o loiro traria os marinheiros de volta, ou morreria tentando. 


Notas Finais


O que acharam desse capítulo?? Deixem ai suas críticas, opiniões, etc... O msm de sempre ^^
Bjss e até a próxima :3

[PESSOAS, ATENÇÃO AQUI, POR FAVOR!! Eu e minha distração pulamos um capítulo que viria logo depois desse ^^"" Culpa da vontade de postar um especial de dia das crianças... Então, pra você que está lendo este capítulo agora, o capítulo 23, PULE PARA O CAPÍTULO 27 E DEPOIS VOLTE PARA O 24 E CONTINUE LENDO NORMALMENTE!! Assim mantemos a ordem cronológica da história. Desculpem pela confusão ^^"]


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