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História Sobreviventes - O que aconteceu... - Parte 1 (Ágata)


Escrita por: HappyLys

Notas do Autor


HEEY!! VOLTEI!! Alguém aí sentiu saudade???
Explicações rápidas antes do capítulo:
1 - Vou continuar postando de quarta (hoje é uma excessão), mas não garanto que possa postar toda semana.
2 - Demorei para continuar porque meu estoque de capítulos tinha acabado e eu estava nas provas finais... Então só voltei a escrever agora que entrei de férias e já descansei um pouco.
3 - Ter que refazer o estoque é o motivo pras minhas futuras possíveis demoras em postar.

Era só isso!! Aproveitem o capítulo ^^

Capítulo 32 - O que aconteceu... - Parte 1 (Ágata)


Axel sentou-se ao lado da garota virado para ela, como sempre fazia.

- É estranho - disse Ágata, ainda esfregando a pedra com força em sua lâmina.

- O que?

- Não sei o que vou fazer depois que fugir.

- Vai continuar roubando junto com a gente, mas vamos usar tudo para comprar comida.

Ágata abriu um sorriso, lhe parecia uma hipótese tentadora:

- Vamos sobreviver assim para sempre? - disse achando aquilo muito divertido.

- É necessário - disse Axel. Seu tom era frustrado e confuso, mas Ágata não deixou aquilo a distrair de sua tarefa.

- Parece divertido - admitiu.

Axel demorou um pouco para falar depois disso e as palavras saíram pausadas de sua boca, como se estivesse concentrado em outra coisa:

- Você acha divertido?

- Sim - Ágata esfregou a pedra contra a lâmina com força, gerando uma faísca e um som estridente - Eu gosto.

Da boca de Axel saiu um "hm" e a conversa morreu ali. De repente, sentiu o garoto segurar sua cabeça firmemente.

- O que está fazendo?!

Axel não respondeu e em resposta a isso, Ágata afastou-se para se soltar. O garoto olhou para ela frustrado, seus olhos mostravam toda a irritação que sentia.

Ele se levantou e colocou-se em frente a ela.

- Axel!

O garoto mantinha a expressão e não dizia nada, apenas tentou agarrá-la novamente. Ágata fez o que pôde para fugir, espantada pela atitude estranha e repentina do garoto. A ruiva virou-se rapidamente, numa tentativa de se levantar, mas Axel foi mais rápido. Segurou seu pulso com força, obrigando-a a ficar no lugar.

Ágata o olhou, perplexa:

- O que está fazendo, Axel?!

O menino, novamente, ignorou a pergunta. Em vez de dizer algo, inclinou-se e alcançou o elástico que prendia seus cabelos em uma frouxa e suave trança. Ao ser arrancado, todos os cachos se soltaram e voltaram as suas posições originais. Caiam sobre e envolta do rosto de Ágata, rebeldes, emoldurando sua face com belas ondas laranjas.

Axel soltou a garota e sentou-se novamente, olhando nos olhos confusos da menina que não conseguia dizer nada diante daquela situação tão estranha:

- Estava me irritando - falou abrindo seu sorriso despreocupado, sedutor e, de certa forma, arrogante.

Ágata continuava imóvel, fora surpreendida com tudo aquilo.

Axel, no entanto, estava feliz. Tratou logo de escolher uma mecha e prendê-la entre os dedos indicador e médio, focando toda sua atenção nela e brincando com o cacho como costumava fazer, deixando escapar um sorriso vitorioso.

......

Ágata abriu os olhos devagar e piscou algumas vezes, recobrando aos poucos a consciência. Examinando o seu redor, percebeu que não sabia onde estava. Era um lugar escuro, pequeno e quadrado, todo feito de tabuas de madeira velhas que exalavam cheiro de humidade. Apenas uma meia dúzia de velas faziam a iluminação precária do ambiente. A garota tentou mover-se, tomada por um cansaço em ficar parada. Assim que inclinou o corpo para cima, no entanto, sentiu uma mão posar suave sobre seu peito.

- Não se mexa.

O rosto de quem lhe falava inclinou-se sobre o dela e a ruiva reconheceu Axel, tão perto que a ponta de seus fios castanho-escuros roçavam sua bochecha, causando cosquinhas. Ágata não estava acostumada àquela proximidade, mas quanto mais demonstrava incomodar-se, mais Axel o fazia. Gostava de provocá-la.

- O quê? – perguntou, a voz saiu num sussurro, com se a garota tivesse medo de quebrar a delicadeza daquele silêncio.

- Fica parada.

Ágata obedeceu e concentrou-se em focar no olho impenetrável de Axel. Acabara de sonhar com o garoto, com uma cena que ocorrera alguns dias atrás.

- Por que? – falou, recusando-se a desviar o olhar de Axel, em parte por causa do torpor que sentia e em parte por causa da leveza do momento.

- Você está machucada.

Ágata sabia disso. Sentia a dor do corte que atravessava seu tronco, rasgando profundamente sua pele. Olhou para baixo: estava com o dorso nu, apenas o peito coberto por uma fina camada de tecido dobrada algumas vezes para não deixar que nada aparecesse. O sangue que escorrera de seus machucados agora estava coagulado, mas sua barriga que, antes de desmaiar, estava completamente vermelha, agora estava mais limpa ao redor dos machucados. Ainda usava seu shorts, mas havia um furo enorme na coxa, onde o loiro com quem lutara cravara seu canivete. Agora a lâmina não estava mais lá, mas a dor permanecia como lembrança.

- Eu sei – falou, a voz saindo suave, como se ainda se encontrasse dentro do sonho. Até mesmo sua visão estava levemente enevoada.

- Antes que você pergunte – Axel começou – Mila tirou sua roupa e cuidou dos ferimentos. Félix e eu não vimos nada.

- Tudo bem.

- Está se sentindo bem?

- Estou meio perdida.

Axel não disse nada, e Ágata decidiu saciar um pouco sua curiosidade:

- Onde estamos?

Antes de ser respondida, no entanto, sentiu um toque leve, gelado em sua barriga, perto da cintura.

- Você está roxa aqui – Axel falou – Parecem marcas de dedos.

De repente, o torpor de Ágata esvaiu-se e uma irritação começou a tomar forma dentro dela. Aquilo fora deixado ali por aquele garoto, Hayden. Ele a apertara com tanta força que deixara marcas. A imagem do beijo que lhe roubara e a indignação por ter sido marcada daquela forma, mais do que pelo corte, trouxeram a mente de Ágata lembranças ainda piores: Rick passando a língua pelos seus braços, distribuindo beijos por seu pescoço, mordendo sua barriga, seus seios, sussurrando coisas que Ágata gostaria de poder apagar. As lembranças que se impedia de ter, todas invadiram sua cabeça e fizeram com que seus olhos se enchessem de lágrimas. Ágata sentia-se, mais uma vez, indefesa, suja. E, saber da existência da marca que Hayden deixara, fazia seu peito se comprimir, a deixava em pânico. Sentia-se violada e nojenta.

Fechou os olhos com força, tentando livrar-se das sensações, das imagens e, sobretudo, das lágrimas. Mas isso só fez com que elas escorressem por seu rosto pálido e com que tudo ficasse ainda mais claro e perturbador. Quase conseguia sentir as mãos pegajosas de Rick em sua cintura, seus lábios por sua pele e o corpo dele invadindo o dela com gritos e espasmos perturbadores. Ágata queria gritar mas, em vez disso, tapava a boca com força e cerrava os olhos implorando para que tudo parasse.

Chega...

- Ágata...

Abriu os olhos devagar, e tudo o mais se esvaiu. Voltou a ser somente Axel sobre ela, lhe falando, lhe salvando de seus pesadelos.

Ágata dobrou o braço esquerdo e enxugou as lágrimas que atrapalhavam sua visão com o polegar.

- Estou bem – disse, ainda entre um pequeno soluço nervoso. A ruiva queria apenas esquecer tudo aquilo.

Axel sorriu, um sorriso de canto quase imperceptível, Ágata raramente via o garoto dar um desses. Era óbvio que ela não estava bem e era óbvio que o moreno sabia disso, mas ele fingiria que não porque Ágata não queria mais falar sobre nada.

- Você sabia que estava roxo? – a mão do garoto continuava levemente apoiada em sua cintura, o sorriso tampouco saia de seu rosto.

- Sua mão está gelada - limitou-se a dizer.

Sem dizer nada, o garoto começou a caminhar com a mão sobre a pele de Ágata, passeando, acariciando levemente, fazendo que o lugar por onde passava se arrepiasse e tomando cuidado apenas para não chegar perto demais do corte que atravessava seu abdômen. Ágata não queria sorrir, mas não conseguia evitar; o toque suave de Axel espalhava uma sensação boa por seu corpo.

Os olhos de Ágata continuavam cravados no rosto de Axel, mas ele estava concentrado na tarefa de explorar o corpo da garota, a mão subindo cada vez mais até chegar à borda do pano, a única peça que cobria os seios nus da ruiva. Os olhos dele se transferiram para os dela, como que pedindo permissão.

Não é uma boa ideia... – pensou, as bochechas ardendo e a respiração há muito descompassada.

- Preciso me sentar... – falou, desviando o olhar do dele.

Axel automaticamente tirou a mão de Ágata:

- Eu ajudo – disse – Segura o pano.

A ruiva segurou a única coisa que cobria a parte superior de seu corpo e, assim que Axel a ajudou a sentar-se e encostar-se a uma das paredes, amarrou o tecido nas costas para que não precisasse ficar segurando.

- Obrigada – murmurou.

Nesse mesmo instante, Mila irrompeu no lugar:

- Ágata! – gritou assim que pôs os olhos na ruiva – Você acordou!


Notas Finais


É isso, gente ^^ Acho que esse e o próximo capítulo são mt importantes para entendermos melhor a Ágata... Eu mesma me supreendi escrevendo.
Mas enfim.... Digam aí em baixo o que acharam, eu adoro os comentários :P
Bjss e até a próxima!!


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