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História Sociopathy - Capítulo 7


Escrita por: Beecolors e OnlyLoveFH

Notas do Autor


Olá pessoas lindas!!
Jessy aqui!!
Não vou nem dizer que demoramos porque demoramos até demais né... Desculpa
Como foi o carnaval de vocês? Espero que tenha sido bom!!
Comentem o que estão achando, adoramos os comentários de vocês!!
xD

Capítulo 8 - Capítulo 7


Fanfic / Fanfiction Sociopathy - Capítulo 7

Pov Normani

 

Não existe na vida, em minha opinião, coisa mais irritante do que você estar no ápice do sono. Aquele momento que seu corpo relaxa completamente e você começa a viajar por todos os mundos com sua mente, vê lá longe o flash do seu primeiro sonho e...algum barulho irritante, porque nesses momentos qualquer barulho é irritante, te acorda. Pode ser um barulho no vizinho, sua mãe ou seu despertador. Você pragueja tudo e todos por ter te tirado da hora mais sagrada do seu dia.

Meu celular tocava insistentemente na mesinha ao lado da minha cama, a minha vontade era de jogá-lo longe. Porém se ele estava tocando naquela hora apenas duas coisas poderiam ter acontecido: Alguém estava morrendo ou alguém já estava morto.

Passei a mão pelo móvel e sem abrir os olhos coloquei o aparelho na orelha atendendo com um murmuro.

 

- Preciso de você, agora! - A voz de Camila ressoou pelo outro lado da linha. Alguém estava morto.

- Tenho quantos minutos? - Perguntei entre um bocejo.

- Já era para você estar aqui. Temos um corpo estirado na cama, vários ferimentos e eu preciso da minha legista.

- Certo. 20 minutos. - Eu demoraria mais que isso, mas Camila falaria eternamente em meu ouvido e sinceramente eu não estava com saco para isso.

 

Levantei da cama e estiquei o corpo, 20 minutos, foi o tempo que fiquei deitada. Talvez eu não devesse esticar minhas noites tanto assim.

Abri meu guarda-roupa pegando a calça preta, que já era de praste e uma blusa três quartos branca. Entrei rapidamente no banheiro e deixei a água cair pelo meu corpo, fechei os meus olhos aproveitando aquele momento e me preparando para mais um dia puxado.

Meia hora depois e eu já estava na rua. Poucos carros dividindo a avenida tranquila, ainda eram as primeiras horas do dia e eu não enfrentei nenhum trânsito. Nada além dos meus pensamentos me preocupavam, minha cabeça andava a mil nos últimos dias, talvez devido ao estresse do trabalho. Para uma cidade tranquila dois assassinatos em pouco tempo era muita coisa, não que a morte não fosse algo normal. Ao meu ver a morte nem era tão ruim, depende de como você a enxerga.

Algumas pessoas acreditam em um outro plano, algumas pessoas acreditam em reencarnação, eu acredito em morte como um fim e ponto. Karma, conhecem? Você pode ter sido filho da puta e estar pagando, teve o seu fim e pessoas merecedoras tem uma continuidade ou você pode não ter dado valor a vida e achado que a morte era uma solução, teve o seu fim e pessoas que valorizam esse dom - maravilhoso o dom da vida não é? - permanecem nesse lugar caótico que chamamos de terra.
A questão é, não importa como você enxerga a morte. Uma hora ela vai chegar, de forma trágica ou não.

Estacionei o meu carro e vi curiosos até demais para aquela hora da manhã, atrás da faixa amarela alguns policiais e ao me aproximar ouvi um jovem que suplicava para entrar na casa alegando ser o namorado da vítima. O mesmo policial que tentava acalmar o jovem levantou a faixa para mim, passei por ela e respirei fundo antes de entrar na casa.

Camila estava em pé no canto da cozinha com Louis a sua frente, ela estava de cabeça baixa e o rapaz a observava. Em uma mesa, logo atrás dos dois um casal, ambos de idade já avançada. A mulher chorava inconsolável enquanto o homem a abraçava e parecia ainda está em choque. Louis levantou o olhar e assim que me viu tocou no ombro de Camila que seguiu o olhar do moreno.

 

- Você disse 20 minutos, Normani! - Camila disse praticamente sussurrando enquanto se aproximava.

- Você sabia que eu não levaria esse tempo. - Respondi a garota e puxei duas luvas do meu bolso traseiro e as coloquei nas mãos. - Tomlinson. - Cumprimentei o rapaz que apenas acenou de volta.

- Eu mofei aqui, Normani. Tive que impedir várias pessoas de entrar naquele quarto porq…

- Ótimo, você fez o seu trabalho. Agora deixe-me fazer o meu. - Interrompi a garota que começaria com um sessão de bronca e eu ..bem, já disse que to sem paciência. - Tomlinson, onde fica o quarto da vítima? - O garoto saiu andando a minha frente e eu o segui.

 

Vários policiais estavam no corredor e no quarto da garota. O corpo estava do mesmo jeito que o pai havia encontrado.

Passei meus olhos pelo quarto, não estava em estado crítico. O chão estava molhado, cacos de vidro espalhados. Um rastro de pegadas até a janela, outro até a ponta da cama. Uma cadeira de rodas estava dobrada e jogada no chão, a vítima deitada na cama, seu corpo tinha vários hematomas. O rosto estava inchado, um corte grande no supercílio esquerdo e o lado direito da cabeça parecia ter sido afundada. Com certeza tinha sido atingida com força.

 

- Ela foi claramente espancada. - Falei enquanto colocava minha maleta no chão. Camila se aproximou de mim e ficou parada ao meu lado, distante o suficiente para não me atrapalhar. - Alguém estava com muita raiva quando a encontrou, hum. - Coloquei minha luva e toquei seu rosto, analisando os ferimentos.

 

- Você acha que podem ter sido as mesmas pessoas do outro caso?

- São dois cenários diferentes, não acha? A outra garota não estava tão machucada, estava?

- Não, mas enquanto eu te esperava os outros peritos faziam seus trabalhos, e Harry tirou uma foto bem próxima do rosto dela. Estava te esperando para olhar o que tem ai.

- Bem, não tenho como saber se são as mesmas pessoas, Cabello. Isso é você quem faz, o que posso afirmar é que com certeza quem fez isso tinha muita raiva dentro de si. Observe: - Camila chegou mais perto enquanto eu mostrava as áreas inchadas do rosto da garota e tentava explicar da maneira mais calma e lenta possível. Estava doida para terminar tudo e ir embora. Eu sabia que mais casos como aquele apareceriam e Camila não me deixaria ficar de fora, o que era ótimo. - Esse lado do rosto parece ter sido o mais atingido, percebe a deformação do crânio?

- Quem não perceberia? - Camila perguntou entre espantada e impaciente. Claramente ela também não queria muito estar ali. A encarei séria

- Era uma pergunta retórica, não precisava me interromper. - Camila revirou os olhos. - Continuando...Por pouco não tivemos miolos espalhados pelo quarto. Apostaria em uma pessoa destra, a força do canhoto se concentraria mais do outro lado.

Camila olhava atenta, tomando notas e aguardando meu rápido exame.

Não tinha muito o que fazer ali, meu procedimento era padrão mas dificilmente encontraria algo que pudesse ajudá-la. Não que eu não quisesse ou não estivesse me esforçando para isso, mas estava tudo devidamente limpo. Quem quer que fosse não havia deixado pistas.

Continuei examinando o corpo da vítima, seu pulsos não tinham marca de cordas. não tinha sido amarrada. Inúmeros roxos mas nada além do que havia sido provocado pelas pancadas. Voltei minha atenção para o rosto e apalpar sua cabeça mais uma vez senti algo diferente. Me aproximei mais um pouco e lá estava a nossa pista. Mais um recadinho, isso parecia um jogo bem interessante.

O (a) assassina havia se aproveitado do grande estrago feito pelas pancadas e fez uma dissecção muito bem feita.

 

- Sensacional - Exclamei enquanto observava o corte. Feito exatamente como deveria, o corte em linha reta, as camadas bem separadas e lá estava ele o pequeno plástico.

- E era disso que eu estava falando. - Camila disse impaciente. Ela pegou um par de luvas na minha maleta e estendeu a mão - Deixa eu ver.

- Com certeza foi alguém profissional. - Eu tinha um sorriso nos lábios. Estranho, eu sei...Eu estava impressionada e orgulhosa da pessoa que tinha feito aquilo. Estendi o plástico para a morena e a observei analisar.

- Harry, preciso de você aqui! - Camila chamou nosso fotógrafo que prontamente entrou no quarto e tirou a foto da evidência. Camila abriu cuidadosamente o plástico e desenrolou o papel com tanta calma que parecia que ele iria se desintegrar se ela andasse mais rápido. - Caramba!

- Mesma pessoa? Mesma mensagem? Você estava certa né? - De repente eu estava animada. Um caso enorme em San Diego, era pra isso que eu tinha me formado. Era disso que eu gostava. Sangue, massacre, mistério e muito trabalho.

- É claro que eu estava certa, baby - Camila sorriu e piscou para mim. Se tinha uma coisa que Camila Cabello gostava era de estar certa. - A mensagem não é exatamente a mesma, mas segue o mesmo padrão. - Harry tirou uma nova foto e Camila tornou a olhar ao nosso redor.

- Interessante…- Firmei meus olhos no papel e voei para outra dimensão por alguns segundos. Um lugar longe dali, perdido dentro da minha mente. - Bem, ainda precisa de mim? Já recolhi amostras.

- Não, mas preciso do relatório antes do meio dia. Temos um grande caso aqui e o Delegado Stevens com toda certeza não vai nos deixar em paz. Logo esse assassinato estará nos jornais e toda San Diego vai ficar em cima da gente para uma resposta rápida.

- Não me apresse, Camila. - Bocejei antes de guardar as coisas na mala e começar a sair do quarto. - Eu preciso tirar um cochilo antes e assim que conseguir te entrego o relatório. Levem logo esse corpo para o meu santuário. - Gritei enquanto saía.

- Meio dia, Hamilton - Ouvi Camila gritar em resposta - Ou você sabe o que acontece. - Levantei o dedo do meio discretamente e saí rindo.

- Vici sibi iqui icontici - Murmurei baixinho. - Que chata! Como se eu já não soubesse o que aconteceu com esse corpo. Não subestimem Normani Hamilton e sua sabedoria. - Abri a porta do carro e joguei a mala lá dentro.

 

Enquanto dirigia aumentei o volume do carro no máximo e a voz de M. Jagger invadia meus ouvidos.

One night I was dancin' with a lady in black, Wearin' black silk gloves and a black silk hat.She looked at me longin' with black velvet eyes… - Eu cantava animada. Conferi as horas em meu relógio de pulso 8 horas da manhã, eu precisava dormir. Havia passado a noite inteira em claro, tinha quase certeza que o álcool ingerido ainda estava em meu corpo. Invejava minha amiga que provavelmente já estava em seu vigésimo sono enquanto eu trabalhava. Nota mental: Programar minhas atividades para o dia.

 

Estacionei o carro na minha vaga e subi para meu apartamento, pensando em como iria me jogar na cama e dormir o resto da manhã, mas meus planos tiveram que ser adiados. No momento em que coloquei a chave para destrancar a porta ouvi a voz de Dinah levemente alterada e em seguida a voz de Ally, as duas estavam discutindo. Dinah se virou assim que entrei, pronta para gritar comigo mas parou me analisando.

- Estava trabalhando?

- Sim, tive que ir lá às pressas. Porque estão discutindo? - Perguntei sem muito interesse, tudo o que queria era chegar no meu quarto.

- Porque levou Ally em suas festinhas ontem? - Dinah devolveu com uma pergunta.

- Eu o que?

- Não se faça de desentendida, Normani! Eu vi quando você chegou, pouco depois Ally chegou também. O tempo suficiente para disfarçar e fingir que não estavam juntas. Senti o cheiro de álcool invadindo o corredor. Vocês estavam bêbadas. Sabe que Ally acabou de sair da clínica e já está ajudando ela a continuar no vício?

- Eu já disse que não estava bebendo e não fale de mim como se eu não estivesse aqui! - Ally gritou e minha cabeça quase explodiu. Soltei um murmúrio que não passou despercebido por Dinah.

- Tá com dor de cabeça é? Porque não bebe mais? - Dinah estava irritada, muito mais que o normal e eu já estava sem paciência antes, imagine agora.

- Olha aqui Hansen, eu já disse que não tenho nada a ver com a saída de Ally, eu nem sabia que ela tinha saído. Caso você não percebeu ela já é maior de idade e sabe se cuidar sozinha. Se ela bebeu ou deixou de beber não é da minha conta, agora sai da minha frente que eu vou para o meu quarto, dormir. - Empurrei Dinah com o ombro e entrei no corredor deixando a sala em silêncio. Antes de entrar no meu quarto ouvi Ally rindo e falando algo para Dinah que eu não entendi bem e então ela também foi para o quarto dela.

 

Luzes, flash incontroláveis, a batida de uma música ao fundo, uma pele macia, um perfume doce, essas coisas inundavam minha mente me causando certo torpor, trazendo lembranças no mínimo agradáveis, prazerosas, até que um irritante barulho começou a ser ouvido, inicialmente distante e logo ele foi crescendo à medida que eu tomava consciência do que era: meu celular.

Abrir os olhos foi ainda mais difícil que da primeira vez, talvez porque agora eu realmente tinha dormido. Peguei o aparelho e o levei ao ouvido sem nem mesmo conferir o visor.

- Normani Hamilton, eu já te dei duas horas a mais para poder dormir, erga essa bunda mole da cama e venha trabalhar, imediatamente! - A voz de Camila vibrou do outro lado do telefone me fazendo acordar. Duas horas a mais? Céus, era tarde, muito tarde.

- Camila…

- Sim, Camila. Você sabe que tem um corpo para realizar a autópsia não sabe? Ou preciso te lembrar de fazer o seu trabalho? - Camila continuava muito, muito brava do outro lado. Eu queria continuar com o mau humor que estava mais cedo e dar boas respostas nela, mas tudo o que eu conseguia fazer era forçar o meu cérebro a funcionar normalmente.

- Eu já estou indo. - Falei por fim. - E não precisa dar uma de histérica. - Ótimo, estava conseguindo pensar

- Histérica é a… - Camila começou, mas parou antes de terminar a infeliz frase - Venha logo. - E desligou.

Obrigada Cabello, ótimo me lembrar da minha mãe nesse momento. Levantei e rumei para o banheiro, eu precisava de outro banho para acordar e de um café quente e forte. Terminei de me arrumar e conferi as horas, eram quase três da tarde. Se o delegado resolvesse pedir o relatório do caso, eu tinha cerca de uma hora para entregar o relatório a Camila.

Peguei as chaves do carro e saí do quarto, o apartamento parecia vazio, as portas dos quartos estavam fechadas e nenhum sinal de vida em nenhum dos outros cômodos. Ótimo, não estou a fim de discutir por algo que eu não fiz.

Saí do prédio e tomei o caminho da delegacia, parei na lanchonete ao lado e comprei comida e café, céus, eu estava faminta. Cumprimentei alguns colegas e fui direto para minha sala. Em cima da mesa uma nota do meu assistente informando que o corpo da vítima estava em um dos compartimentos e que ele havia realizado a autópsia, dentro do envelope estavam as suas anotações..

Liguei o computador e comecei a comer, verifiquei alguns emails e me concentrei na página de papel timbrado em branco que aparecia agora na tela. Informei os dados básicos e iniciei o relatório que entregaria para Camila. Vinte minutos foi o tempo que levei para concluir o relatório, olhei para o relógio e faltavam vinte minutos para as quatro da tarde. Camila devia estar querendo me matar, mas droga, eu estava com sono e com fome. Okay, eu realmente exagerei essa noite.

Dei duas batidas na porta da sala de Camila e ouvi um fraco “pode entrar” vindo lá de dentro. Ela estava sozinha, curvada sobre a mesa analisando fotos, anotações, mapas. Ela não se deu ao trabalho de me olhar enquanto eu entrava e fechava a porta.

- Lembrou que tem um emprego?

- Terminei o relatório - Eu limitei a responder entregando o envelope a ela que só então me olhou, pegou o envelope e tirou de lá o relatório colocando-se a ler.

- Ótimo. Obrigada, Hamilton. Alguma observação a fazer?

- Eu estava mau humorada e de saco cheio? - Arrisquei a perguntar. O olhar que ela me deu quase me fuzilou.

- Sério, Mani? Mau humorada e de saco cheio? Essa é a droga da sua desculpa?

- Tá Camila eu exagerei na noite passada, eu assumo. - Camila ergueu as sobrancelhas em um claro sinal de que eu tinha exagerado muito. - Eu estou com a cabeça cheia, só isso.

- Quer uns dias de folga?

- Não! - Eu respondi imediatamente, assustando Camila - De jeito nenhum eu vou me afastar agora?

- E qual o problema?

- Qual é Camila, o maior caso que já pegamos na nossa carreira, acha mesmo que vou tirar uns dias de folga só porque estou com a cabeça cheia? De jeito nenhum, nada me afasta desse caso, quero estar de olho nele o tempo todo.

- Eu imaginei que diria isso - Camila respondeu com um leve sorriso que logo morreu e ela voltou sua atenção para as folhas em sua mesa.

- Está tudo bem, Mila?

- Está sim, é só…

- Algo com a Lauren não é? - Camila suspirou e tornou a me olhar

- Você me conhece né?

- Como a palma da minha mão

- Tenho que ter cuidado então, um dia de mau humor e você pode fechar a mão e me esmagar - Olhamos uma para a outra e sorrimos ao mesmo tempo. Camila era boba até quando estava triste, e suas piadas eram ainda piores nessas ocasiões.

- Muito engraçada, agora fala.- Camila suspirou e assentiu, como se tomasse coragem para falar.

- Nosso casamento não vai nada bem, Lauren tem chegado sempre tarde em casa, ela tem os plantões e quando não tem, ela chega tarde também. Ontem era dia dela ir a faculdade, não tinha plantão, sabe? Mas ao invés de só chegar tarde como sempre faz ela simplesmente não voltou, chegou hoje de manhã quando eu estava saindo para atender esse novo caso. Parecia que não tinha dormido nada, roupa amarrotada e um perfume diferente impregnado na roupa dela, um perfume de mulher.

- Acha que Lauren tem uma amante? - Perguntei encarando Camila, estava realmente interessada nesse assunto. Não podia acreditar que Lauren estava traindo Camila.

- Eu não sei Mani, eu não sei. Não quero acreditar nisso sabe, mas é estranho. E não é a primeira vez que sinto esse perfume. - Camila disse me olhando - Eu já percebi antes, nas roupas dela, sempre quando ela está de plantão…

- Mas ontem ela não estava.

- Não, ela não tinha plantão. Ela disse que teve uma emergência e precisou ir ao hospital e que ficou a noite lá, quando foi tirar a jaqueta, tinha uma mancha de sangue na blusa, respingos na verdade. Como se o sangue de alguém tivesse espirrado nela, não sei, ela pode estar falando a verdade, porque em uma emergência, dependendo do ferimento, você sabe bem…

- Camila, Camila, para. Você está começando a falar rápido demais e sem parar, respira. - Interrompi a garota a minha frente, estava começando a ficar preocupada. Camila não parava de falar quando estava nervosa. - Você perguntou a Lauren o porque da demora e do sangue?

- Perguntei - Mila respondeu e respirou tentando se controlar - Ela disse isso que falei, que teve que ir ao hospital para uma emergência e que como achou que seria rápido não me avisou, mas o caso se complicou.

- E o sangue?

- Um ferimento grave, foi só o que ela disse, só que não faz sentido ela… - Camila parou no meio da frase, olhando para algum ponto atrás de mim, o sinal claro de que algo tinha chamado sua atenção.

- O que foi, Mila?

Ao invés de me responder, Camila simplesmente pegou meu relatório e começou a ler rapidamente, depois tornou a olhar para o nada e então checou algumas fotos em cima da sua mesa murmurando “Não, não pode ser” diversas vezes.

- Mila, pode me dizer por favor, o que não pode ser?

- Não, nada. - Camila respondeu sacudindo a cabeça para espantar os pensamentos - Só preciso conversar com Lauren, se ela tem uma amante significa que nosso casamento está pior do que eu imaginava. - Eu olhava para Camila preocupada, não conseguia acreditar que Lauren tinha uma amante, não poderia ser, não ela.

- E se saíssemos todas juntas na sexta? Lauren não tem plantão, tem?

- Não, sexta ela só vai na faculdade, mas é um horário só.

- Ótimo, ela nos encontra depois. Vamos naquela boate que costumávamos ir, vai ser bom.

- Mani, mas a Ally…

- A Ally é adulta e sabe o que está fazendo, e vai ser bom. Se o tempo na clínica realmente ajudou, saberemos sexta. - Eu disse me levantando.

- Agora, com licença, preciso organizar umas coisas no meu santuário.

- Você é ridícula às vezes, e não pense que esqueci a forma que me tratou hoje de manhã. Seu mau humor não justifica sua falta de educação.

Olhei para Camila como se não soubesse do que ela estava falando e joguei um beijo de despedida antes de sair da sala.

 



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