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História Sold My Soul. - Frank (Parte II)


Escrita por: mryiero

Notas do Autor


Oizinho, pessoas! Demorei um pouco, mas estou de volta!
Sei que faz tempo que não posto e gostaria de pedir desculpas, ando com problemas pessoais, meio pra baixo e tudo mais, e isso me impede de ser um pouco sociável e apreciar as coisas que eu gosto de fazer, por mais que eu me orgulhe de fazê-las. Então, ás vezes, eu preciso manter a distância e ficar quietinha, largar tudo e depois voltar com calma. Eu espero que isso não ocorra tão cedo, pois eu estou amando escrever isso aqui e postar toda essa história para vocês, ainda mais com o rumo que ela está tomando.
Vamos falar rapidamente sobre o capítulo de hoje!
É um pouco menor, eu sei, mas é essencial, pois, daqui pra frente, as coisas NÃO PARAM. E, SE PARAM, NÃO PARAM. UHASHUSAHU Eu juro que isso fez sentido na minha cabeça, espero que tenham compreendido.
Temos um pouquinho de coisas sombrias aqui, principalmente no final, então esperem por um tiro atrás do outro nos próximos capítulos. Eu ainda estou moldando cenas meio perturbadoras, então deixo avisado, antes de mais nada, que quando chegarmos no ATO II essas coisas vão aparecer e nem todo mundo tem estômago para elas. Espero que compreendam, afinal, essa é uma história um pouco mais pesada. :(
No capítulo de hoje vamos concluir algumas coisas e intensificar outras, e, principalmente, dar margem para os capítulos que se seguem. Então, mais uma vez, se preparem.

Obrigada às manas que comentam e estimulam isso tudo aqui, vocês são lindas demais ♥

Boa leitura, demoninhos! ♥

Capítulo 14 - Frank (Parte II)


Fanfic / Fanfiction Sold My Soul. - Frank (Parte II)

Capítulo Nove – Frank (Parte II)

 

"Your angel cannot protect you against that which neither god nor the devil had made."

– Cassandra Clare

 

 

 Gerard estava me trazendo de volta.

 E acreditei que também retornaria, quando a porta se abriu em um solavanco, quase me fazendo saltar da cama e talvez pular em cima dele, como essa donzela desesperada que você naturalmente é e esconde de todo mundo, ainda bem que eu tenho um pouco de controle ás vezes. Outro Way surgiu pela porta, com olheiras enormes e expressão irritada, clamando que o irmão era um inútil e que, na verdade, ele havia entrado naquele quarto para me convocar e não para jogar todas aquelas verdades na minha cara tão repentinamente. Não questionei, muito menos mencionei que sobre o que eu e Gerard havíamos (afinal, Michael parecia não saber o porquê de sua demora) e permiti que Mikey me ajudasse a me levantar dali. No final das contas, mesmo machucado e fodido da cabeça, Frank Iero parecia o único ser humano (ou quase humano) útil naquele grupo.

 Mikey me ofereceu uma camisa, quase a arremessando em mim, ao meu ajudar a sentar, com uma desculpa qualquer de que a havia achado nas coisas do irmão e que nitidamente não servia em nenhum dos dois. Quando eu a vesti, a camisa xadrez cabendo perfeitamente em meu corpo, eu precisei controlar uma série ínfima de xingamentos que ecoavam em minha cabeça, de ambas as partes que me habitavam, quando percebi que era a mesma camisa que casualmente me interessei durante aquele passeio no qual Gerard e eu percebemos muita coisa, o que talvez fosse o início de algo que já acontecia há certo tempo. Aquilo queria dizer que Gerard a havia comprado... E que muito menos havia sido para si ou para o irmão de ossos compridos e que jamais caberiam naquela camisa. Ela era minha.

 E eu não sabia exatamente como reagir a isso.

 Estou exausto, transtornado e puto da vida. Lembre-se disso da próxima vez que eu assumir o controle.

 Já sendo ancorado por Michael, segui para fora do quarto, conseguindo suportar a dor da ferida, algo que nitidamente não era fruto de alguns analgésicos ou meu repouso, ele estava cooperando, dando-me uma amostra mínima de sua compaixão, quase existente. Nessas horas, ele optava não falar, não expor que se preocupava além da conta com um baixinho estranho que o hospedava há certo tempo... Então não impliquei e mentalmente agradeci por traçar aquele trajeto até a sala cada vez menos dependendo de Michael para caminhar. E eu estava pronto para me questionar onde é que meu melhor amigo estava com todo seu escândalo exacerbado, quando me deparei com a bela e estranha pintura viva que era aquela sala.

 Bert era o mais aleatório, ajoelhado no chão, próximo a um dos sofás, diante de livros, pequenos recipientes e desenhos simbólicos que eu sabia se tratar de todos os estudos de nossos pais reunidos, todos eles servindo como arma, ao que meu amigo resmungava encantamentos milenares com seu olhar fixo em certo ponto. O nosso refém estava acordado, sentado em uma poltrona de couro escuro, mãos e pernas amarrados firmemente por cordas espessas, cujas eu não sabia a origem, mas que aparentemente faziam um bom trabalho em mantê-lo imóvel. Ainda que eu tivesse quase certeza de que estava ali por conveniência, não por algum tipo de eficácia em nosso “tratamento” especial para hóspedes.

 Alicia estava parada diante do “irmão”, ás vezes tapando a minha visão, com o seu incessante movimentar, ainda com os trapos de algumas horas atrás, as roupas escuras rasgadas em alguns pontos, mas ainda sim tão bonita, que parte daquela beleza não era nem um pouco mascarada pela nítida raiva e falta de paciência que a tomava. Ela e o rapaz amarrado àquela cadeira discutiam em outra língua, aliás, em um enoquiano quase reconhecível em um primeiro momento, se não fosse por um forte sotaque e complexidade em palavras e fala. Nem com todos os manuscritos fielmente escondidos de meus pais sobre leitura e dialética daquela língua, eu conseguiria entender.

 Para completar, encontrei a última peça de tudo aquilo, escorado a um dos sofás, sua inseparável Bíblia em mãos e o cenho franzido, ao encontrar-me parado, uma das mãos agarrada ao braço de seu irmão. E, ao perceber o que eu vestia, antes que sua expressão denunciasse mais do que a surpresa inicial ao ver-me, voltou a ler o livro sagrado em suas mãos, submetendo-se a uma falsa concentração. Estava estimulado a fazer algum comentário irônico, quando Mikey me puxou e eu senti uma breve fisgada de dor, esta que me despertou e me fez aconchegar-me em um dos sofás (sim, justamente no qual Gerard estava apoiado) e focar-me no que estava acontecendo bem diante de meus olhos.

 

- Eu vou matar cada um de vocês e entregá-los ao meu pai como minha oferta de promoção. – Era como se soubesse que eu estava ali e completamente interessado em entender a atual situação das coisas, que deveriam parar em falar naquela língua quase extinta e colocar todas as fodidas cartas na mesa e cessar o drama familiar. Quando sugeri que o levássemos para um local, jamais imaginei que poderíamos aprisioná-lo em um apartamento alugado, sem qualquer suspeitas... Mas Alicia tinha seus métodos e eu não iria questioná-los. Afinal, eu tinha plena noção de que eles nos trariam frutos dali para frente. – E digo o mesmo sobre você, maninha... Você vai me garantir uma entrada direta ao reino caótico que está para ascender.

 

- Acho que vai ter um trabalho e tanto com isso, Tyler. – Alicia mencionou o nome do irmão em um tom raivoso, ainda de costas para o pequeno grupo que se formou naquele canto. Bert estava no chão, não muito longe, olhando-me com cuidado e com um livro gigantesco em mãos, enquanto Michael se unia a ele, em alguma espécie de equipe de pesquisa. Todos os quatro aglomerados, não conseguindo prestar atenção em mais nada, uma vez que Alicia se pôs a falar, punhos fechados e movimentos robóticos, ao que gradativamente parava de andar de um lado para o outro.  – Você viu o que o meu amigo pode fazer e todo o trabalho que podemos te dar... Você sabe que eu não tomei as rédeas de tudo à toa. Eu estou exausta! Completamente exausta e vou falar isso em todos os dialetos que forem compreensíveis a você! – Não havia semelhança alguma entre os dois. Tyler era baixo, com uma fisionomia comum e os cabelos castanhos escuros eram ralos, sinal de que havia os raspado recentemente, era mais velho que Alicia, mas carregava consigo uma imaturidade cruel... Do tipo que via-se em filmes sobre crianças com potencial psicopata. E era aquilo que Tyler possivelmente era: um psicopata criado por um pai igualmente desprovido de empatia. – Agora, você sabe que eu tenho a maior paciência do mundo, mas indico que você fale logo tudo de uma vez, antes que a gente decida brincar com você... E eu não sei você, mas Frank aparentemente é muito bom em se divertir com demônios... – Aquela questão fez Gerard rir, realmente rir, a Bíblia se fechando e sendo sutilmente arremessada no sofá, logo ao meu lado, enquanto eu só sabia erguer meu olhar em sua direção e preparar-me para confrontá-lo, quando Alicia prontamente emendou, menos raivosa e mais parecida com seu jeito espevitado de sempre. – Não na forma promíscua, enfim! Eu vou deixar que ele acabe com você em dois segundos! E eu não me importo nem um pouco em sermos parentes... Você deve ser meu quinquagésimo irmão, não sentirei falta... Pode ter certeza!

 

- Essa foi a ameaça mais fraca que eu já ouvi em toda a minha vida. – Tyler não olhava para a irmã, pelo contrário... Olhava para mim, tão fixo, tão instigante, que, mais uma vez, eu não me surpreendi: ele sabia da escuridão, a enxergava com seus olhos escuros tomados por uma igual pestilência que se alastrou em um sorriso maldoso. Como se previsse... Enxergasse um futuro não muito distante e do qual eu fugia. – Você... Você é bastante interessante. – E eu me levantei, nem um pouco oprimido sobre a dualidade de suas palavras, se eram alguma espécie de flerte ou provocação para fazer o que eu já me atentava a por em prática: levantar-me e trocar de lugar com Alicia, apesar das dores, apesar de provavelmente estar mais apático do que nunca. –  Obrigado pela eterna dor de cabeça que me causou... O que usou? Magia negra?

 

- Não é do seu interesse. – Fui pontual, ao que, lado a lado com Simmons, encarava Tyler, que olhava-me com insolência, o rosto pendendo e algumas quase risadas precisando ser contidas. Ele continuava a enxergar, a tentar identificar e não se questionava... E entrava naquele jogo de supostamente não saber. Autoritário, minhas mãos afundaram-se nos bolsos de minha calça, enquanto prossegui, sentindo todos os olhares da sala voltamos exclusivamente em minha direção. – Precisamos saber onde Samyaza está e porque Azazel está metido nisso. Quer dizer, o porquê todos vocês estão fazendo essa merda... É alguma onda suicida entre anjos? – Queria poder formular-me melhor, mas havia muito em jogo... Eu havia recém acordado, não sabia exatamente o quanto haviam avançado na “questão Tyler” (se é que haviam avançado) e... Ele estava quieto. Sem uma palavra sequer ecoando em minha cabeça, ao que eu tentava confrontar todo aquele mal. Um bloqueio surgiu, algo como uma tela azul, como se ocorresse uma sucessivas série de erros dentro de mim, incapazes de serem consertados... Era o sinal de que ele não havia desaparecido por completo, mas que me limitava e se poupava de algo também. – E não tente me convencer de que isso é uma reles rixa com a humanidade... Nós já vimos esse filme antes, escreveram um livro ficcional sagrado não muito divertido a respeito e ainda esqueceram os detalhes principais... – Meu tom poderia de ser quase zombaria, estrebuchando por dentro, a cada segundo de silêncio que se passava em minha mente... Então, uma teoria surgiu. Gritando dentro de mim, como ele não o fazia e me trazia o oposto da paz que eu cogitava sentir assim que partisse.

 

 Tyler e ele estavam conversando. Em suas cabeças, na atmosfera, em outro plano... Mas se comunicavam e não era preciso ser muito esperto para perceber, era só saber o que morava dentro de mim, para perceber que não só Tyler o compreendia, o conhecia, como também sabia despertar novos truques. Quis colocar em minha cabeça que a série breve de tonturas eram um disparate, uma boba implicância daquele que tinha toda atenção do irmão de Alicia. As palavras, as insinuações silenciosas, a atmosfera pesada e a falta de claridade naquele cômodo (que talvez só eu enxergasse, uma vez que todas as luzes estavam acessas) não era estrategicamente para mim. O alvo era ele.

 E, ao julgar pelo sorriso de Tyler em toda sua podridão interna, ele havia o atingido.

 

- Quem é você? – Em um primeiro momento, acreditei que uma fresta havia sido aberta e eu sutilmente tropecei para dentro do que quer que estivesse acontecendo em outro plano que não fosse o real. Até a substancialidade daquela pergunta ficar clara, uma vez que Tyler arqueou uma das sobrancelhas, impaciente... Ele finalmente se referia a mim, ao exorcista pequeno e pálido, quase faminto e ferido, bem diante de si, não à minha sombra. “Frank Iero, geralmente eu acabo com filhos da puta como você em um piscar de olhos, mas estou me controlando por causa da sua irmã... Sou um cara que respeita a entidade familiar.”, Bert riu da minha resposta, enquanto Alicia pareceu preparar-se para algo... Ao encará-la de soslaio, suas feições naturalmente preocupadas alarmaram-se, ao que uma das mãos sumia do meu campo de vista, escondendo-se atrás de seu tronco. Enquanto eu me achava engraçado e descolado por zombar do “inimigo”, ela via dois a três atos além da minha natural insolência... Ela via Tyler e sua malevolência. – Patético... Mas eu não estou aqui pra servir de isca de vocês... E sim, para vocês. – A correção me fez ver o mesmo que Alicia inferiu. Não sei se por intuição... Não sei se por...

 

 Vocês são os seres humanos mais estúpidos que eu já tive o desprazer de conhecer. A cilada não era aquela fodida Igreja... A cilada é o agora.

 Então você decidiu voltar... E com enigmas, equiparando-se a uma merda de uma esfinge numa hora dessas. A exaustão possuía muitos frutos, mas ele era a maior delas, retornando, fazendo-me recuar alguns passos, sob os olhos de Tyler. Estes que se estreitavam, que o visualizavam em mim, diretamente em meu rosto, apesar da fraqueza e do tormento interno que tendia a aflorar de meus poros, sem aviso.

 Ao que as peças se encaixavam, ele as entregando cuidadosamente, não para dar Tyler algum tipo de tempo, mas sim por já ser inexorável, eu senti cada batimento do meu coração vacilar. Não quando como Gerard me despia com os olhos e eu despia o que restava de minha alma sob sua presença, mas por recapitular os episódios das últimas horas. Desde a visão tão fundamentada de Alicia, até a ida à Igreja... Seria demais prognosticar que estávamos a um passo a frente, quando, assim como eu voltei a me afastar de Tyler, em um time quase perfeito, nós estávamos dois passos atrás.

 Dois malditos passos atrás de anjos endemoniados eram vidas e mais vidas perdidas. No caso, em tais circunstâncias, seria perfeito salientar que era uma alegoria para a nossa própria existência.

 

- O que quer dizer com...? – Bert largou o livro sobre o chão, um baque que imediatamente foi silenciado e ofuscado pela sucessão de atos que vieram a seguir. Primeiro, por meu amigo ser quase puxado por Gerard, em um reflexo claro de que Way estava mais atento a tudo do que eu, assim que o mais velho dos Way o agarrou pela gola da camisa escura e o puxou, incauto sobre enforcá-lo sem sequer perceber.

 

- Obrigado por me ajudar, querida irmã. – Os olhos de Tyler pareciam mais opacos, menos propensos a pertencerem de alguém que mataria pessoas premeditadamente... Carregava consigo a expressão de um homem que havia vencido uma árdua tarefa, o que era tão óbvio, que eu não refutaria o ser que me habitava em nos nomear como humanos tão estúpidos. Alicia estava novamente à frente, resmungando um enoquiano desenfreado, ao que ocupava sua mão de alguma coisa... Algo que imediatamente não identifiquei, assim que o irmão prosseguia com toda aquela ladainha. – Eu diria que papai manda lembranças... Mas vai ser muito mais interessante quando o fizer pessoalmente. – Uma pausa, um vislumbre de algo conhecido e um olhar que não era meu, nem de sua irmã, ou dos outros desgraçados companheiros que possuíamos. Ele era guiado para o além, novamente para algo que era muito maior do que eu poderia compreender. Mas era apenas aquilo, assim que eu entendi perfeitamente o que Tyler sussurrou em seguida, apesar de toda a distância que tomei de seu corpo e de toda a sua umbrosidade. – Gahe!

 

 E, novamente, no primeiro sinal de falha, um pobre coitado desses recorre a quem? Exatamente, ao pai. Minha alma débil e sombria quase não aguenta tamanha comoção.

 Uma nova série de eventualidades prosseguiu, dessa vez mais diligente do que nunca.

 Primeiramente, Michael saltou do chão, pisando em papéis sagrados, em uma displicência que ninguém se atreveu a comentar. Não havia comentários, não quando, em seguida, Gerard e Bert quase se arrastaram para trás de um dos sofás, em movimentos sincronizados e, antes de qualquer alusão ao quão medrosos eram, extremamente precavidos. Por fim e não menos importante, enquanto eu me mantinha estático, apenas escutando um gargalhar sem fim torturando minha cabeça, Alicia não demorou mais do que um segundo para puxar o gatilho.

 Antes que o irmão se libertasse das cordas, antes que se levantasse e as coisas ficassem ainda tão vermelhas quanto os jatos de sangue que tingiram as cortinas logo atrás da poltrona onde estava sentado. Antes que Tyler pudesse sorrir e parecer ainda exibindo seus dentes em um desdenhar que me causou calafrios, por todas as fichas caírem ao vê-lo não desmanchar-se, mesmo com um tiro cravado em seu crânio... Em perceber que matar uma pessoa, à sangue frio e em meio a uma região movimentada e livre de crimes da velha Escócia, era o menor dos nossos problemas. Antes que Alicia perdesse a coragem, ela exibiu a arma bem firme em uma das mãos, sem sequer precisar de ajuda da esquerda, para dar ao irmão o final que merecia. E o que eu me questionava também.

 Aquilo era realmente preciso?

 Não que eu realmente seguisse os princípios de família ao pé da letra, principalmente quando os familiares de um dos meus “amigos” se tratava de um ser detestável e que era regido por forças endiabradas, mas... Eu havia aprendido, não por conta própria, que vidas eram tiradas por muito menos. E que decisões precipitadas eram o berço da humanidade, eram onde cada homem e mulher deitavam suas cabeças e adormeciam e despertavam, em um ciclo que era provado em atos como aquele. Não era a primeira vez que eu via alguém morrer diante de mim, muito longe disso... Mas o tiro, que não ecoou por sorte e astuta de Alicia ao usar um maldito silenciador, havia sido o despertar para mim.

 Bang. Ele não iria falar nada, só queria uma fodida atenção para ganhar tempo... Pobre coitado, apenas um zero à esquerda... Se essa mocinha não tivesse o feito, eu daria um jeito de fazer com que você fizesse isso, querido Frankie.

 

- Qual é a necessidade disso?! – Mikey gritou, trêmulo, olhos arregalados e óculos tortos em seu rosto magro. As mãos foram diretamente para a cabeça e eu não precisava de muito para perceber que, enquanto eu ainda tinha mãos nos bolsos da calça e encarava toda a cena impassível, ciente de que já havia visto (e feito) pior do que aquilo, Michael permeava entre ter que lidar com mais um assassinato, dessa vez intencional, e já arquitetava o que quer que fosse para livrar ele e o irmão de toda aquela sujeira.

 

 Encarei o corpo, a poucos metros diante de mim, ainda em uma posição semelhante, com resquícios de vida pairando no ar. Não sabia se Alicia podia ver os pontilhados brilhantes e escuros, algo que parecia retirado de um conto de fadas barato, mas eu enxergava... Não via o sangue ensopando e tornando o rosto de Tyler irreconhecível, muito menos me atentava ao buraco que a 380 de Alicia havia feito na testa do irmão. Eu via vida... E não conseguia simplesmente entender o quanto vocês humanos não a valorizam propriamente, as desperdiçam com banalidades, abominam as promiscuidades... Se escondem em uma pureza que nunca vão ter. Vocês foram feitos para o pecado, não há para onde fugir. E você vai terminar exatamente assim, pequeno Iero... Imerso em uma áurea tão escura, que pairará por dias. 

 

- Ele invocou Samyaza... E disse nossa localização. – Alicia interceptou qualquer tipo de resposta que eu poderia dar àquela afronta. Ainda encontrava-se parada, a arma em punho, finalmente revelando em mínimos detalhes a gravidade do que havia feito... E do porquê de fazê-lo. Ao assimilar suas palavras, entendi o porquê tremia, o porquê ofegava e, principalmente, tinha lágrimas nos olhos, enquanto o restante, nós quatro, prendíamos nossa respiração e nos enquadrávamos àquela realidade. Não era tristeza que tomava Alicia em seu átimo... Era o puro reconhecimento de uma aflição que só tendia a piorar. E que morte alguma, da criatura mais suja que fosse, poderia sanar. Era pessoal... Profundamente pessoal. – Meu pai está vindo atrás de mim... Aliás, de nós... Nós precisamos dar o fora daqui. E agora.

 

 

 

 

 


Notas Finais


--

TRAILER LINDINHO, ASSOMBROSO E MARAVILHOSO DE SOLD MY SOUL, GENTE.

https://www.youtube.com/watch?v=6g_G7Ioj7uU

Playlist de Sold My Soul : https://open.spotify.com/user/12146824956/playlist/0JEieaGAAfRir5sQawkngv


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