História Soldier and Doctor - Lembranças

Sehun narrando

Depois que nos despedimos dos garotos, chamei Luhan para sairmos o que foi aceito prontamente.

Resolvi levá-lo a um parque que tinha perto do hospital, eu precisava urgentemente conversar com Luhan, tinha coisas que ele precisava saber e eu estava extremamente nervoso para contar, não sabia qual seria sua reação.

- Porque me trouxe aqui? – perguntou o chinês ao meu lado.

- Queria te contar uma coisa – vi seu olhar confuso e expliquei – Sabe aquela noite que você dormiu lá em casa? – perguntei e o vi concordar com um acenar de cabeça – Lembra que você me disse que já nos conhecíamos?

- Lembro – disse ainda confuso, e quando percebeu aonde eu queria chegar com aquilo ele arregalou os olhos – Você se lembrou?

- É eu lembrei – falei sorrindo.

Flashback on

Lá estava um garotinho de no máximo oito anos de idade chorando em um canto escondido daquele enorme lugar onde várias pessoas deixavam seu ultimo adeus a um homem importante para o menor.

Ou pelo menos ele pensava estar bem escondido se outro garoto não tivesse escutado seu choro e ido em direção ao som. O outro era um garotinho chinês, aparentemente mais velho que o menor alguns anos, ele também estava chorando, mas quando viu o menor tentou parecer forte, queria passar confiança ao que parecia tão abatido e triste.

Estendendo a mão para o menor ele se apresentou:

- Olá, meu nome é Luhan, como se chama?

Porém o menor não respondeu se encolheu ainda mais naquele pequeno espaço que estava e o chinês ficou envergonhado, abaixou a mão estendida e olhou em volta de onde estavam para constatar que as pessoas estavam longe de mais para vê-los. Voltou seu olhar para o outro e então se sentou ao seu lado, fazendo o pequeno Sehun o olhar assustado, mas não se afastou.

Os dois ficaram ali, quietos e com pensamentos distintos até que o mais velho tomou coragem novamente para tentar se comunicar.

- Não precisa ter medo de mim – disse fazendo o menor levantar seu olhar para encontrar com o dele – Não vou te machucar, quero apenas ajuda-lo.

Sehun olhou desconfiado para o garoto ao seu lado, ele realmente não parecia uma pessoa má. Limpando suas lágrimas com as pequenas mãozinhas e respirando profundamente algumas vezes ele finalmente falou, fazendo um enorme sorriso aparecer no rosto do menino chinês, por ter conseguido tal coisa.

- Meu nome é Sehun.

Ainda com um enorme sorriso o chinês bagunçou os cabelos de Sehun fazendo esse soltar um pequeno riso.

- O que aconteceu com você? Porque está aqui sozinho – agora ele não sorria mais, parecia realmente preocupado.

- É o enterro do meu pai. – respondeu.

- Então não deveria estar com seus parentes, despedindo-se dele?

- Estão todos chorando, dizendo várias coisas sobre como ele era um homem bom, eu já sei disso tudo então porque deveria ficar lá? Não quero ver todos eles chorando, principalmente minha mãe, não aguento ver todos sofrendo.

- Mas sua mãe deve estar querendo o filho dela presente nesse momento difícil, não? – perguntou erguendo as sobrancelhas.

E então Sehun desviou o olhar, e pensou. Realmente sua mãe deveria estar sentindo falta de sua presença, mas não queria vê-la sofrendo tanto, por isso decidira sair daquele lugar e ficar sozinho.

Ele olhou para baixo quando sentiu que alguém pegava em sua mão, e viu a mão do chinês se entrelaçar com a sua deixando-o um pouco envergonhado, mas não desfez o toque.

- Eu vou com você até lá, se quiser. – disse sorrindo.

Uma coisa que o pequeno ali notara era que o maior tinha um sorriso muito bonito, e que também sorria a qualquer momento, com qualquer coisa.

Sem conseguir dizer, o menor apenas assentiu com a cabeça e então se levantaram dali, Sehun liderou o caminho sem desfazer o toque das mãos e quando chegaram ao local viu sua mãe conversando outra mulher da qual não conhecia.

- É minha mãe – disse o garoto ao seu lado – Ela deve estar me procurando.

Sehun assentiu e continuaram o caminho, agora em direção as duas mulheres que pareciam preocupadas e quando chegaram mais perto conseguiram escutar o que diziam.

- Você realmente não o viu? – perguntou a mais velha, mãe de Luhan.

- Não, desculpe – olhou em volta e percebeu que seu filho também não estava no local – Meu filho também não está aqui – disse começando a ficar preocupada.

- Será que os dois não estão juntos? – sugeriu a mais velha.

- Pode ser, mas porque estão aqui?

- Ah... Meu marido morreu, em um acidente de carro – respondeu-lhe e a mãe de Sehun viu as lágrimas se formarem nos olhos da outra, as duas compartilhavam da mesma dor, e abraçou-a.

Sehun olhou para Luhan, tinha se esquecido de que estavam em uma casa aonde aconteciam vários velórios e mesmo assim nem se lembrou de perguntar ao maior o motivo de estar ali. Vendo que o outro também começara a chorar ele o abraçou, sendo retribuído. Assim que notou que o outro estava mais calmo se separou, constrangido.

- Elas estão preocupadas, é melhor aparecermos logo – disse e Luhan assentiu.

Quando as duas mães notaram seus filhos chegarem juntos, um suspiro de alivio foi escutado pelos dois meninos que correram em direção as suas respectivas mães e as abraçaram.

- Estava preocupada com você Luhan, aonde se escondeu – perguntou abaixando-se para ficar da altura do filho, que apesar de ter seus 12 anos ainda era meio baixinho.

- Estava com Sehun, o escutei chorando e fui ver o que tinha acontecido.

- Estava chorando? – a outra mulher ali perguntou e se virou para seu filho – Porque não veio ficar com a mamãe se estava tão triste? – perguntou.

- A senhora também estava chorando, achei que se me visse daquele jeito ficaria ainda mais. – disse com a cabeça baixa.

Sentiu quando a mãe o abraçou e apertou forte ela dos seus pequenos braços.

- Obrigada por cuidar do meu pequeno – disse se virando para Luhan sorrindo e pegando a mão do menor.

- Tudo bem senhora – disse devolvendo o sorriso.

- Obrigada por achar meu filho – a mãe de Luhan disse ao pequeno Sehun que sorriu e assentiu com a cabeça, mesmo sabendo que quem tinha encontrado quem era Luhan.

Mais tarde naquele mesmo dia, os dois meninos que se tornaram amigos prometeram um ao outro que se encontrariam novamente outro dia, e que não se separariam nunca mais.

Flashback off

- Cumprimos nossa promessa – Sehun disse rindo enquanto estava encostado em uma árvore do parque com Luhan entre suas pernas, de costas para ele.

Luhan se arrepiou ao sentir a risada do menor em seu pescoço, mas não sentiu vergonha, gostava de demonstrar ao outro como ele o deixava. Pegando a mão do seu namorado/ficante ele sorriu.

- Eu disse que cumpriria. – disse num tom convencido fazendo Sehun soltar uma gargalhada alta.

- Como meu namorado é convencido – disse depois de recuperar o fôlego.

- Não somos namorados – disse desafazendo-se do abraço para virar de frente e encarar Sehun – Você não vez nenhum pedido.

- Eu preciso fazer o pedido? – perguntou o outro fazendo careta.

Luhan bufou irritado, ele era muito clichê quando se tratava desse tipo de assunto, então obviamente iria querer um pedido de namoro. Levantou-se de onde estava e começou a andar de volta ao hospital, fazendo Sehun gritar chamando-o e se virou.

E arregalou os olhos quando viu alguns metros atrás um Sehun ajoelhado com uma caixinha em mãos, sentiu seu coração acelerar e olhou em volta vendo que várias pessoas acompanhavam a cena.

Luhan foi andando devagar, desconfiado, onde estava Sehun e quando chegou perto do outro, constatou que não era brincadeira já que dentro da caixinha havia mesmo duas alianças prateadas.

- Eu não sou bom com palavras e você sabe disso – o menor começou e Luhan já queria deixar as lágrimas caírem, mas se segurou, não poderia chorar logo na primeira frase.

“Eu apenas posso dizer que desde a primeira vez que eu te vi, eu senti meu coração bater mais rápido, me senti bem e seguro perto de você quando ainda erámos crianças. Por uma escolha do destino, nos encontramos pela primeira vez em uma situação complicada para ambos, e acho que é nosso meio de encontro, já que agora, anos depois nos encontramos de novo quando meu amigo estava nos hospital. Mas eu não me importo com isso, até porque aquele Zé ruela está bem agora” – disse fazendo todos rirem e prosseguiu.

- O que eu quero dizer com tudo isso Luhan, é que eu não quero ter que me encontrar com você apenas em situações difíceis, quero vivê-las com você e quero estar com você nos momentos alegres e divertidos também, não quero mais me separar de você e te reencontrar daqui a alguns anos de novo, quero você ao meu lado para sempre e não deixar você sumir – agora Luhan já chorava, e se pudesse parar de olhar para os olhos do garoto que tanto amava poderia ver que várias pessoas e não somente ele, estavam emocionadas com as palavras de Sehun.

- Eu quero que todas essas pessoas aqui – disse olhando em volta e depois voltando seu olhar para Luhan novamente – testemunhem o que estou dizendo e o que vou perguntar a você. – respirou fundo antes de pronunciar as palavras – Quer namorar comigo Luhanie?

- Quero – respondeu sorrindo – É claro que quero – gritou fazendo todos em volta dos dois aplaudirem.

Sehun se levantou chegando perto do chinês, pegou uma das alianças e colocou no dedo de Luhan, logo este fazendo o mesmo no dedo do outro e se beijaram, escutaram assovios e mais aplausos. Sehun brincando com a situação se afastou de Luhan e se curvou aos “telespectadores” arrancando risadas desses e de seu agora namorado, para logo beijá-lo de novo.