História Soldier and Doctor - Tentando resolver as coisas - Final

Baekhyun narrando

- Há alguns anos atrás, aconteceu uma coisa não muito legal comigo – comecei a contar para Chanyeol e imagens do passado que quero esquecer voltaram a minha cabeça.

Estava na escola à tarde, tinha que fazer um trabalho que o professor de geografia tinha mandado e estava esperando Jack, um garoto um pouco mais alto que eu de cabelos pretos e que eu tinha uma leve queda, para começarmos a fazer o bendito trabalho.

Estava esperando o mesmo na biblioteca, caçando alguns livros que poderiam nos ajudar a fazer o trabalho quando sinto alguém tocar em meu ombro, me viro e dou de cara com Jack, sorrindo, retribuo o sorriso e seguimos em direção a uma das mesas que tinham na biblioteca, pegando nossos cadernos e vendo em alguns livros o que poderia ser útil para colocar no trabalho.

Depois de um tempo, Jack se levanta falando que precisava ir ao banheiro e assinto com a cabeça, o mesmo sai da biblioteca e continuo a pesquisar nos livros. Minutos depois olho para o relógio vendo que já fazia tempo que ele tinha saído e resolvo ir ver o que aconteceu. Saindo da biblioteca vou em direção ao banheiro masculino e enquanto faço o trajeto, noto a escola totalmente vazia. Chegando no banheiro entro chamando por Jack e não escuto nada, quando percebo que não há ninguém no banheiro sou surpreso por alguém tampando meus olhos, mais logo escuto a voz de Jack, e me viro assustado.

- Você me assustou - digo enquanto coloco a mão em meu peito para demostrar o que digo e o mesmo solta uma risada.

- Pensei que não iria vir me procurar Baek, já estava perdendo as esperanças – disse passando sua mão em meu rosto, me fazendo ficar assustado.

- O-oque você esta fazendo? – perguntei assustado e tentando me afastar do mesmo o que não deu certo já que o mesmo me puxou para mais perto pela cintura.

Eu comecei a ficar assustado com aquilo, ele segurava minha cintura com uma de suas mãos e a outra continuava a acariciar minha bochecha.

- Eu sei que você gosta de mim Baek. – ele disse aproximando ainda mais seu corpo do meu e eu comecei a ficar ainda mais assustado.

Tentei faze-lo me soltar mais o mesmo me apertou mais forte fazendo com que um gemido de dor saísse de minha boca.

- Isso mesmo Baek, você vai gemer muito hoje, só que não de dor, mais sim meu nome.

Comecei a ter ânsia só de ouvi-lo falar daquele jeito nojento comigo. Mais uma vez tentei me soltar dessa vez dando uma joelhada em suas partes intimas e ele me soltou se curvando pela dor que sentia e corri em direção a porta do banheiro, mais ao tentar abri-la, percebi que a mesma estava trancada e a chave não estava na tranca, isso fez com que eu ficasse ainda mais nervoso e assustado.

- Procurando isso Baek? – Jack perguntou e me virei em sua direção, o mesmo segurava a chave do banheiro nas mãos, e quando viu que eu tentaria pega-la colocou no bolso de trás da calça.

Quando ele viu que não me aproximaria para tentar pegar a chave (por medo do que o mesmo poderia fazer comigo), ele começou a se aproximar de novo e eu me afastei para perto dos banheiros, e antes que conseguisse entrar em um deles, Jack me puxou fazendo com que caíssemos, ele em cima de mim, e comecei a ficar ainda mais desesperado, tentava me desvencilhar dele mais o mesmo era mais forte.

Dava tapas em sua barriga e tentava mais uma vez chutar suas partes íntimas, mais o mesmo impediu, colocando suas pernas em cima da minha a deixando imobilizadas, pegou minhas mãos e as colocou acima de minha cabeça, segurando-as com apenas uma de suas mãos e com a outra, começando explorar o meu corpo.

Comecei a gritar desesperado pedindo ajuda, mais eu sabia que era inútil, pois enquanto estava indo para o banheiro, notei não haver mais ninguém na escola e então comecei a chorar.

- Fique quieto Baek, quero acabar com isso logo e tenho certeza que você também – disse dando um tapa em meu rosto que com certeza ficaria a marca depois.

Continuei chorando e de longe daria para escutar meus soluços, enquanto Jack passava suas mãos sujas em mim, isso se tivesse alguém naquela maldita escola.

Jack então começou a levantar minha camisa, beijando minha barriga enquanto eu, desesperadamente, tentava soltar minhas mãos, mais ele as apertou ainda mais fazendo com que eu gritasse de dor.

- Eu preciso que você fique quieto Baekhyun.

- Para com isso Jack, por favor – pedi com a voz abafada por causa do choro.

- Porque Baek? – perguntou me direcionando um olhar malicioso enquanto falava – não é isso que você quer?

- Não – respondi – não desse jeito, não com você.

- Até alguns minutos atrás você gostava de mim Baek, o que esta acontecendo? – perguntou passando dessa vez, a língua pela minha barriga.

Não respondi sua pergunta e apenas me deixei levar pelo choro, já que havia gritado e esperneado pedindo por ajuda e ninguém aparecera.

Senti Jack começar a abrir os botões da minha calça e voltei a gritar, pedindo, implorando para que ele parasse com aquilo, mas o mesmo não me escutou, e eu sabia que não tinha mais nada que eu poderia fazer. Estava cansado de tanto berrar para que alguém me escutasse e ninguém apareceu, só conseguia chorar e mais nada.

Jack começou a puxar minha calça para baixo e eu sabia que não daria para fazer nada, que já estava tudo perdido. A coisa mais importante da minha vida estava sendo tirada de mim, e não tinha nada que eu pudesse fazer para impedir.

- Depois daquele dia, eu vivo com medo das pessoas Chanyeol, mais exatamente dos homens. Sei que já se passaram anos desde aquele dia, mais eu ainda tenho medo. E quando Sebastian, mesmo inocente, me disse sobre seus sentimentos por mim, eu não consegui não me lembrar daquele dia, porque ele também dizia algumas vezes que gostava de mim, mas nunca passou pela minha cabeça que ele fosse fazer aquilo – contava a Chanyeol chorando sobre meu passado, ainda era difícil pra mim  viver com toda aquela historia.

- Baekhyun... Eu...

- Entende Chanyeol, aquele olhar não foi pra você – falei o interrompendo e tomando coragem de olhar em sua direção, já que em toda a historia permaneci de cabeça baixa – Aquele olhar foi porque me lembrei do que aconteceu, do nojo que senti de mim, sabe?

Chanyeol nada respondeu, apenas ficou parado olhando pro nada, eu fiquei ainda mais nervoso e temi que ele me mandasse embora naquele momento, pensei que ele não iria mais querer falar com um cara que já não tinha mais sua pureza. Mas, depois de um tempo, eu olhando para Chanyeol e o mesmo olhando para a parede, sem saber o que fazer, ele virou o rosto na minha direção, eu ainda chorava e estava com medo do que poderia dizer mais ele não disse nada, apenas se levantou da poltrona onde estava e se sentou perto de mim, logo depois me puxando para mais perto, meio receoso e me deixei ser abraçado.

Um abraço a qual eu queria ter recebia há muito tempo, um abraço que significava, pra mim, que ele entendia o que passei que eu não tive culpa. E ficamos assim, por qual se passaram vários minutos, mais eu não me importava, sentia que estava no melhor lugar no mundo e não queria mais sair. Mas nem tudo é o que queremos, já que Chanyeol se afastou, olhou pra mim e sorriu provavelmente o sorriso mais bonito que eu já tinha o visto dar.

Ele acariciou minha bochecha, limpando as ultimas lágrimas que caiam e eu abaixei a cabeça, envergonhado, o mesmo levantou minha cabeça, fazendo com que nos olhássemos nos olhos.

Não lembro quem foi que começou, mas quando vi, já estávamos nos beijando, da forma mais calma e romântica a qual eu já havia sido beijado, e durante o beijo, senti Chanyeol sorrir, o que me fez fazer o mesmo.

Kyunsoo narrando

Saía do cabelereiro, com meu cabelo cortado, mas ainda sim grande, decidi deixa-lo assim quando o moço que pintou meu cabelo falou que ficaria mais legal, e realmente ficou.

Abri a porta do salão e sem querer acabei trombando com alguém. Olhei e vi que era Sehun o amigo do cara que eu tinha feito a cirurgia no dia anterior.

- Oh... Desculpe Kyunsoo, não o vi – disse se reverenciando e fiz o mesmo.

-Não precisa se preocupar Sehun, eu que não prestei atenção.

- Seu cabelo... – disse apontando para o mesmo e inconscientemente levei minhas mãos para o mesmo o ajeitando – Gostei da cor, ficou legal em você.

Sorri em agradecimento e o mesmo me perguntou para onde estava indo, respondi que precisava passar no mercado e o mesmo se ofereceu para ir comigo, que logo aceitei e fomos em direção ao mercado que tinha ali perto.

- Então, como está Jongin? – perguntei fazendo o mesmo olhar para mim.

- Ah, está bem, mais não fez o que você mandou. – o olhei confuso e o mesmo continuou –  Ele não permaneceu em descanso, disse que isso é só uma coisa chata que os médicos pedem mais que não adiantam dada, eu tentei o fazer ficar deitado e descansando mais ele não me obedeceu – de defendeu levantando as mãos em forma de rendição quando o olhei de cara feia.

- Diga para ele que não é uma coisa boba que os médicos pedem, e sim porque se não as feridas podem abrir e ele vai ter que passar por outra cirurgia.

Falei e vi Sehun concordar com a cabeça, chegando ao mercado, peguei um carrinho e comecei a procurar pelas coisas que faltavam em casa, desde comida até coisas para limpar a casa.

- Você não foi muito com a cara dele não é? – Sehun perguntou depois de um tempo.

- Ele é meio debochado, não acha? – perguntei e ouvi Sehun soltar uma risada.

- Ele é sim, mais depois que você o conhece melhor, percebe que esse é só o jeito que ele tem de se camuflar.

- Camuflar de que? Das pessoas?

- Exatamente – o olhei sem intender e o mesmo me explicou.

- Como soldado, Kai passou por muitas coisas ruins – o interrompi.

- Sei pelo que os soldados passam Sehun, meu pai era um, então não tente me explicar, eu já sei disso – disse, e quando percebi o que contei arregalei os olhos e olhei para Sehun, que me olhava também e depois sorriu.

- Então você deve saber pelo que o Kai passa não é? Ele já perdeu vários amigos em missões e isso o fez ficar do jeito que é com pessoas que ele não conhece, mais se você tentar o conhecer percebe que é uma pessoa totalmente diferente.

Olhei para Sehun que me olhava confiante e suspirei, não entendendo aonde ele queria chegar me contando àquelas coisas. Passei pelo corredor aonde tinha od doces e peguei alguns que Chanyeol gostava, ele deveria estar bravo comigo pelo que aprontei então teria que o acalmar com doces.

- O que você quer dizer com isso Sehun? – perguntei voltando meu olhar para ele.

- Que você se aproxime do Kai – o olhei espantado – Olha Kyunsoo, Kai tem poucos amigos, chego a até pensar que sou o único amigo que ele tem e quero fazer isso mudar. Gostei de você, e acho que seria legal para Jongin conversar com outras pessoas que não sejam seu chefe e eu.

- Desculpe mais não posso fazer isso Sehun.

- Por quê? Qual o problema de tentar conversar com Jongin?

- Prometi a mim mesmo quando era mais jovem, que não me aproximaria de nada que envolvesse o exercito. Me appa morreu em uma dessas missões e não quero ter que perder mais alguém do mesmo jeito.

Sehun permaneceu em silencio, acho que finalmente entendeu meus motivos. Isso era o que eu achava, se o mesmo não voltasse a falar.

- Sabe Kyunsoo? Meu appa morreu de câncer – falou de repente e o olhei interrogativo- Ele também era um soldado, mas não morreu em uma missão, como o seu appa, o medico dele, na hora da cirurgia, não conseguiu retirar o câncer, isso porque aconteceu algum problema na hora da cirurgia  e meu appa acabou falecendo.

- Sinto muito Sehun – falei colocando minha mão no seu ombro.

- Tudo bem, já faz tempo, massa sabe de uma coisa?

- Não – respondi sinceramente e o mesmo riu.

- Não é por cauda disso que comecei a odiar todos os médicos, aconteceu uma falha na cirurgia e ele morreu o que posso fazer?  - continuei sem intender – O que quero dizer Kyunsoo, é que apesar de seu appa ter morrido em uma missão, você não pode simplesmente se fechar para pessoas que servem ao exercito coreano.

- Mas eu me lembro dele Sehun, mesmo tentando não lembrar eu lembro.

- São lembranças boas Kyunsoo, tenho certeza disso, porque também é assim comigo. Mas você tem que permitir Okay?

- Vou tentar Sehun.

- Que bom – respondeu abrindo um sorriso que logo retribui.

Chegando ao caixa, passei minhas compras e um ajudante colocou tudo em algumas sacolas, peguei algumas e Sehun pegou outra me ajudando a levar tudo ao meu carro. Quando finalmente coloquei tudo no porta malas, me despedi de Sehun.

- Somos amigos não é Kyunsoo?

- Sim, somos Sehun – respondi rindo se sua pergunta boba.

- Vai me ligar mais tarde?

- Sou seu amigo, não seu namorado – falei fazendo o mesmo soltar uma gargalhada alta e logo o acompanhei.

- Só quero ter certeza que vai se deixar abrir para soldados.

- Porque isso? – perguntei para o mesmo que ia se afastando enquanto eu abria a porta do carro para ir pra casa.

- Porque também sou um soldado – disse sorrindo e o olhei assustado – Vai me ligar né?

Sehun continuou andando e ia se afastando sem minha resposta, se virou e quando estava um pouco longe gritei.

- SEHUN? – o mesmo se virou pra mim e continuei – ESPERO QUE NÃO DEMORE A ATENDER, SE NÃO, NÃO TE LIGO MAIS.

Falei e vi o mesmo abrir seu sorriso mais uma vez e logo responder.

- VOU ESTAR ESPERANDO – disse e se virou, continuando seu caminho.

É...Talvez eu devesse começar a dar alguma chance aos soldados