História Soldier and Doctor - De onde te conheço?

Voltei para a cozinha lentamente, já que meu peito doía, quando cheguei olhei para Kyunsoo e o mesmo abaixou o olhar notando que eu o fitava.

- Você está bem Kai? – ouvi meu melhor amigo perguntar – Kyung nos disse que sua ferida abriu.

- Acho que era pra eu ter escutado o Doutor – disse balançando minha cabeça na direção de Kyunsoo, mas ele não olhou pra mim.

- Mas está tudo bem agora? – Baekhyun perguntou.

- Está – falei – mas acho melhor eu ir me deitar – disse irônico e ri sem graça.

- Da próxima vez escuta os médicos – Sehun disse vindo em minha direção – Vou te ajudar a ir pro quarto.

Sehun fez com que eu colocasse meu braço em volta de seus ombros e me ajudou a ir ao meu quarto. Antes desejei boa noite para os outros que falaram para que eu ficasse bem e de repouso, olhei para Kyunsoo mais uma vez, mas ele continuava com a cabeça baixa, o que de certa forma me deixou decepcionado, mas não queria forçar nada e dava para notar o tamanho do desconforto dele com minha presença, então apenas segui em direção do meu quarto.

Depois de Sehun me colocar na cama, ficou olhando para mim e sabia que ele perguntaria algo, mas não o deixei que o fizesse, estava cansado e confuso com meus atos, então simplesmente olhei em sua direção e neguei com a cabeça, o moreno confirmou com a cabeça entendendo que não era o melhor momento e saiu do quarto.

Fitei o teto, parecia ser a melhor coisa do mundo para se olhar, pensei e repensei no que aconteceu naqueles minutos e a cada vez que pensava mais confuso as coisas pareciam ficar. Eu não sabia do porque eu tentei beija-lo, não sabia do porque de me sentir triste por ele não ter aceitado o beijo, não sabia do porque fiquei tão triste quando ele a menos olhou pra mim, ou desejou boa recuperação como os outros.

Nunca em toda a minha vida acho que me senti tão confuso, e eu não gostava desse sentimento, não sei por que me agradou ficar tanto perto dele, nem o porquê de gostar tanto do contato que nossas peles vaziam.

Bufei irritado comigo, porque esse sentimento era tão ruim?

O que esse doutor tinha feito comigo?

Kyunsoo narrando

Voltei para a cozinha depois de ajudar Jongin, mas sinto como se EU precisasse de ajuda naquele momento. Não sabia o que tinha dado nele por tentar me beijar, e nem em mim por um momento pensar em deixa-lo fazer tal coisa.

Primeiro eu nem queria conhecer soldados, depois viro amigo de um e consequentemente esse me faz me aproximar de seu amigo, e agora, eu quase beijo Jongin, o cara que desde quando acordou, me irritou com seu jeito debochado.

Porque eu aceitei isso meu Deus? Porque virei amigo de Sehun? Porque ele estava querendo me aproximar de Jongin? Isso tudo iria acabar muito mau.

Chegando a cozinha, Chanyeol e Luhan me encheram de perguntas sobre o que tinha acontecido, deu um leve resumo do que tinha acontecido, deixando passar é claro, sobre o quase beijo que tive com Jongin, esse que não demorou muito a voltar para a cozinha. Percebi que olhava pra mim e abaixei minha cabeça.

- Você está bem Kai? – Sehun perguntou– Kyung nos disse que sua ferida abriu.

- Acho que era pra eu ter escutado o Doutor – Senti-lo olhando para mim, mas permaneci com a cabeça baixa.

- Mas está tudo bem agora? – Baekhyun perguntou.

- Está –falou – mas acho melhor eu ir me deitar – disse irônico e logo ouvi sua risada sem graça

- Da próxima vez escuta os médicos – Sehun disse – Vou te ajudar a ir pro quarto.

Sehun levou Jongin para o quarto e logo três rostos se viraram para mim.

- Aconteceu algo a mais lá não foi? – Chanyeol perguntou para que somente eu ouvisse.

Abaixei a cabeça envergonhado e falei que não queria conversar sobre aquilo, vi Chanyeol balançar a cabeça para os dois, num gesto que dizia para me deixarem em paz o que fizeram e agradeci mentalmente pelo meu amigo.

Quando Sehun voltou, vi seu olhar se voltar para mim e apenas suspirei derrotado, não sabia o que fazer.

- Acho que vou pra casa – falei olhando para Sehun – Não estou me sentindo muito bem.

- Está tudo bem hyung? – Sehun perguntou.

- Está, é apenas uma dor de cabeça.

- Vou com você – Chanyeol disse, mas balancei a cabeça.

- Tudo bem Channie, fique com eles.

- Tem certeza?

- Sim, tenho.

Vi o mesmo concordar e sentou-se no novamente ao lado de Baekhyun que me olhava confuso.

Despedi-me dos garotos, falando a Sehun que outra hora nos falava, o que eu não sabia se iria realmente acontecer, mas sinto que se não falasse, Sehun não iria me deixar ir embora.

Sai do prédio, pegando um taxi já que deixei a chave do carro para que Chanyeol pudesse ir embora. Dei meu endereço ao motorista que logo deu partida no carro, enquanto ia embora, fiquei olhando para a janela do carro vendo o pouco movimento que havia na rua naquela hora, pensando no que tinha acontecido naquele banheiro, e só percebi que havia chegado a casa quando o motorista me avisou.

Depois de tê-lo pago, sai do carro e andei em direção ao meu prédio, entrei no elevador e quando o mesmo chegou a meu andar, sai indo em direção a porta e a destrancando, tirei meus sapatos e fui direto ao meu quarto chegando, fui ao banheiro e escovei os dentes, logo depois fui ao armário e peguei uma roupa confortável para dormir e deitei na cama. O dia tinha sido longo e eu não parava de pensar naquele maldito quase beijo de Jongin.

 O que esse soldado tinha feito comigo?

Sehun narrando

Depois que Kyunsoo fora para casa, eu e os outros garotos fomos para a sala, todos estranhando a tensão obvia que havia sobre Kai e o Kyunsoo.

- Fui só eu que notei a áurea estranha vindo daqueles dois? – Luhan perguntou apontando na direção do quarto de Kai e para a porta, na qual Kyung havia saído a poucos minutos.

 - Não Lu, não foi só você – Baek respondeu – O que aconteceu com aqueles dois lá dentro?

Baek perguntou quando nos sentamos do sofá, Chanyeol e Baek de um lado, abraçados e Luhan e eu do outro, o loiro mantinha certa distancia entre nós, mas não fiz nada.

- Será que eles acabaram brigando?

- Acho isso pouco provável Chan, mas também não descarto essa possibilidade.

Percebi que, assim que disse o apelido que dei a Chanyeol, Baekhyun e Luhan se ajeitaram mais no sofá, mesmo que não precisassem, visivelmente desconfortáveis e sorri, vendo Chanyeol fazer o mesmo e aconchegar ainda mais Baek em seus braços.

O carinho que os dois tinham um com o outro era completamente visível, e mesmo que durante o jantar os dois contaram que só finalmente ficaram juntos naquele mesmo dia, dava para notar que esse sentimento tinha mais tempo, de ambas as partes. Devo admitir que tive certa inveja dos dois, inveja boa juro.

- Se eles não brigaram o que fizeram para ficar daquele jeito? – Luhan perguntou.

- Não sei – falei – mas vou descobrir. Jongin não quis falar nada agora mas vai ter que falar amanhã.

- Também vou conversar com Kyung. – Chan disse.

- Porque não assistimos a um filme? – Baek sugeriu.

- Pode ser – concordamos – mas qual?

- Casa se cera – Chanyeol deu a ideia e concordei.

- Ah não, quero ver Transformer – Baek disse.

- Eu quero ver O Lar das Crianças Peculiares.

- Seria ótimo se já estivesse saído dos cinemas hyung – disse e vi o mesmo fazer um bico que me deu vontade de morder mais me contive.

Apesar de Luhan ser mais velho que eu, parecia uma criança birrenta, o que me fazia gostar ainda mais dele.

Lembrei-me de ontem, quando cheguei desesperado o hospital e ele me faz ficar calmo e gostar dele no mesmo instante. Não acredito muito nessas coisas de “amor à primeira vista”, talvez porque não tínhamos nos vistos pela primeira vez, porque parecia que já tinha o visto antes.

Vinte e quatro horas atrás

Andava desesperado pelo apartamento.

Tinha pouco mais de uma hora que havia chegado de uma missão urgente no interior de Seoul, eu e Jongin havíamos sido convocados para ajudar a alguns dias atrás. Depois de nossa chegada junto com nossos companheiros de batalha tudo aconteceu muito rápido e em menos de dois dias o ataque tinha cessado.

O problema é que com todos aqueles ataques, vi que tinha perdido Jongin em meio aquela gente se destruindo e até agora não sabia se ele estava bem, já que quando entrei no helicóptero para voltar para o centro ele não estava com os outros o que me deixou ainda mais desesperado, já que ele era meu melhor amigo e minha única família.

- Onde Jongin está? – perguntei a um de meus companheiros de batalha, mas o mesmo apenas balançou a cabeça e disse que não tinha o visto.

Perguntei a outros, e a cada não como resposta me deixava ainda mais desesperado, no caminho todo de volta para casa, fiquei quieto, torcendo para que quando chegasse em casa, ele estivesse lá.

Depois de algumas horas de voo chegamos, corri para pegar um taxi e ir para casa, mas quando cheguei a mesma, gritando o nome de Jongin, ele não estava em casa. E assim comecei a chorar.

Chorei como um bebê o dia todo e quando vi, já estava de dia novamente, procurei por toda a casa a procura de Jongin, provavelmente ele tinha chegado mais tarde, mas mais uma vez me vi sozinho naquele maldito apartamento e mais uma vez a dor me consumiu. Jongin era a única pessoa a qual eu poderia chamar de família e ele não estava ali. Minha única família tinha desaparecido.

Mais tarde naquele dia, enquanto eu encarava a parede, sem ter forças para fazer absolutamente nada por chorar o dia inteiro, ouvi meu celular tocar em meu bolso, peguei ele e vi que era um numero desconhecido.

Depois de escutar que meu amigo estava vivo, foi como se uma luz tivesse se acendido no fim do túnel e a única coisa que fiz foi desligar a chamada sem ao menos me despedir do médico, correndo para o hospital. Chegando, perguntei a algumas enfermeiras que não soube me responder, estava indo em direção à recepção para perguntar quando trombei com alguém.

- Ei, tome mais cuidado – olhei para quem falava e encontrei um homem, de cabelos loiros e rosto delicado.

- Desculpe – me curvei – É que eu estou procurando um amigo meu que está internado aqui.

- Posso saber seu nome mocinho?

- Olha eu não sou uma criança – fiz careta – Mas é Sehun, Oh Sehun.

- Prazer em conhecê-lo Senhor Oh, sou Luhan, Xiao Luhan.

- Prazer – falei apressado e iria continuar meu caminho, mas fui parado pelo tal Luhan.

- Você não quer ver o seu tal amigo?

- Quero, mas ninguém sabe me responder onde ele está.

- Como é o nome dele?

- Jongin, Kim Jongin.

- Ah, sei quem é o doutor responsável por ele, se você seguir naquela direção – disse apontando para um corredor à direita. – Você só precisa pedir onde está o doutor Kyunsoo e vão saber lhe responder.

- Obrigada, muito obrigada – disse me curvando.

- Não precisa agradecer só não saia mais trombando com nas pessoas – disse soltei uma risada sendo acompanhado por ele.

- Pode deixar – disse e segui na direção que o mesmo me falou, logo encontrei uma enfermeira e perguntei aonde poderia encontrar o doutor Kyunsoo, logo a mesma me apontou na direção de um cara baixinho de olhos grandes sendo acompanhado por outro maior e fui em sua direção.

Atualmente

- Sehun... Sehun... SEHUN DESGRAÇA – Acordei de meus devaneios quando Baekhyun gritou e o fitei sem intender. – Onde você estava cara?

Ouvi Luhan e Chanyeol rirem de minha confusão e logo o chinês ao meu lado explicou.

- Tem meia hora que estamos te chamando e você tá no mundo da lua – corei quando o mesmo me disse e olhei para baixo – no que estava pensando?

- Devia estar pensando em você Luge Hyung, estava com a maior cara de abestado – Baek disse e fiquei ainda mais envergonhado, dessa vez junto com Luhan.

- Pare Baek, está deixando-os envergonhados.

- Mais é a verdade Yeollie – disse fazendo um bico e logo foi desfeito por Chanyeol.

- Que tal a gente assistir ao filme? – perguntei.

 - É isso que estávamos tentando falar com você, mas você estava aí, pensando no Luhan.

- Depois você fala que é pra eu parar – Baek implicou com Chanyeol e o mesmo apenas deu um resmungo baixo.

- E qual vocês escolheram? – perguntei tentando mudar o assunto.

- A Casa de Cera – Chanyeol disse fazendo uma risada maléfica logo depois, o que o fez receber um tapa no peito pelo Byun e risadas minhas e de Luhan.

Coloquei o filme e logo voltei ao meu lugar. Senti algumas vezes, nas partes mais assustadoras, que Luhan vinha para mais perto de mim, mas apenas tive certeza disso quando o mesmo, em uma das partes mais assustadoras, pulou e escondeu o rosto em meu peito. Ri com a situação e acariciei seus cabelos falando no seu ouvido que a cena já tinha passado, fazendo isso notei que ele se arrepiou e sorri logo ele estava olhando de volta para a TV. Olhei para Chanyeol e Baek e o baixinho estava dormindo no colo do mais alto e esse também estava quase dormindo, levantei o fui à direção do casal.

- Chanyeol – o chamei baixo para não acordar o pequeno no seu colo e o mesmo me olhou sonolento. – Vai para o quarto de hospedes, leva o Byun e durma lá.

- Não quero incomodar cara – Chanyeol disse e ri.

- Não vai incomodar é o segundo á direita – disse e Chanyeol concordou, levantando devagar e levando Baekhyun para o quarto.

Voltei para meu lugar assistindo ao filme junto a Luhan.

Quando o filme estava quase no fim, senti algo encostar-se a meu ombro e quando virei, vi que Luhan estava com a cabeça encostada em meu ombro, dormindo. Ri com a cena, ele conseguia ser bonito ate dormindo, levantei devagar colocando sua cabeça no sofá de vagar para que não acordasse e desliguei a TV, peguei Luhan nos braços e caminhei com o mesmo em direção ao meu quarto, chegando abri a porta com dificuldade por estar segurando Luhan, levei-o a cama e o deitei.

Estava saindo do quarto, já que iria dormir no sofá quando escutei o chinês me chamando.

- Algum problema? – perguntei me virando para ele.

- Você vai dormir no sofá?

- Vou sim.

- Não vai se sentir desconfortável lá? – perguntou e eu ri.

- Está tudo bem Luhan.

- Se você quiser eu posso dormir lá.

- Não, de jeito nenhum – falei afobado.

- Só porque sou visita? – riu quando concordei – Sehun, eu já dormi sentado nas minhas noites de plantão no hospital, o sofá vai ser ótimo para mim.

- Você não está no hospital Luhan, fique aí.

Novamente fui em direção à porta abrindo-a, mas parei novamente quando Luhan segurou meu braço.

- Então dorme aqui comigo.

Olhei espantado para Luhan, mas ele apenas me puxou me fazendo ir para a cama e deitando nela.

- Luhan... Isso é meio estranho. – falei ainda assustado.

- O que? Dormir com um homem?

- Não, não dormir com um homem, mas você é mais velho e nem me conhece direito.

- Esta querendo dizer que você vai abusar do meu corpinho?

- Nã-não, Luhan – falei envergonhado e escondi meu rosto debaixo da coberta e ouvi sua risada – Pare de rir de mim, Luhan.

- Não consigo você fica fofo envergonhado. – disse e levantou a coberta, me fazendo olha-lo. – E eu não te conheço há pouco tempo.

- O que? – perguntei confuso, mas ele apenas balançou a cabeça negativamente.

- Vai ter que descobrir sozinho Hunnie – disse, e quando falou aquele apelido, me senti estranho, como se já tivesse escutado me chamar assim antes. – Boa noite.

Luhan se virou, fazendo com que ficasse de costas para mim. Fiquei olhando-o e quando percebi que já dormia me forcei a fazer o mesmo sem antes deixar uma pergunta rodando em minha cabeça.

Eu sabia que ele era familiar, mas de onde?