História Soldier Side VHope - Como se fosse a primeira vez

Se retira da sala, eu estava incrédulo, atónito, olhava fixamente para ele até que sua família entra na sala, sua mãe acaricia seu rosto e chora, a irmã pega sua mão e derrama algumas lágrimas o pai só observa, e os deixo ali e vou para outro lugar.

Eu vou para praça onde estávamos e vejo o banco onde sentamos pela última vez como casal, ele estava encoberto de folhas que caiam constantemente das árvores, o vento as vezes levava algumas embora, era um aspecto tão solitário que aquele banco emanava sem ninguém sentado nele, aquelas folhas pareciam meus sonhos e esperanças, sendo levadas pouco a pouco pelo vento, indo embora se esvaindo aos poucos, não aguento, meu corpo está pesado como uma pedra, não aguento o pesa da culpa e caio de joelhos no chão fico assim por alguns segundos e sinto meus olhos marejarem e em seguida as lágrimas emergirem do fundo da minha alma banhando meu rosto em pura tristesa e agonia.

°°°

Hoseok POV's

Acordei, saindo de uma escuridão sem fim, que aos poucos foi se toconfusoes em minha vista turva, minha cabeça latejava com a dor aguda que emanava de dentro do meu crânio, eu vi algumas pessoas à minha volta com carrancas tristes na face, tentei identificar uma por uma apesar de estar confuso.

Omma...

Unnie...

Appa...

- Hoseok, você está bem?

Esse é meu nome? É, é esse mesmo

- Filho! Graças a Deus!- Minha mãe vem e me abraça afagando meus cabelos em seguida beija minha testa

- O q...que aconteceu...?

- Nada meu filho o que importa é que você está bem e logo vai voltar para casa

- Olá senhor Hoseok- Diz um homem de jaleco entrando na sala- Sou o doutor Mengele, como o senhor está se sentindo?

- Confuso

- Tudo bem, o senhor sofreu um acidente grave e teve algumas lesões no cérebro, é normal se sentir assim, mas tenho boas notícias, logo poderá ir para casa

- Ir para casa? A guerra acabou?

- Ela acabou faz anos, meu amor- Fala carinhosamente minha mãe

- Anos...?

- Vou deixá-los à sós

Aquele homem se retira da sala e me deixa uma dúvida cruel: O que raios estava acontecendo? Lesão? Acidente? É tudo tão confuso, a última coisa de que me lembro é que estava em combate e... Mais nada.

°°°

Algumas horas depois fui liberado, me retiraram do hospital numa cadeira de rodas e minha mãe me ajudou a andar em direção ao carro. Durante o caminho passamos por uma praça que estava muito movimentada, tinham alguns cacos de vidro no chão e marcas de sangue seco, uma dor estridente invade minha cabeça neste instante, me curvo um pouco e coloco as mãos no local da ferida, quando olho pela janela novamente e vejo um rapaz jovem, cabelos castanhos, olhos cor de âmbar, lábios bem torneados, olhando para cena dos destroços, parecia triste, aflito, como se algo lhe faltasse e aquele acidente tivesse sido o motivo de tal perda, só posso lamentar por ele.

Chego ao meu apartamento, olhos todas as minhas coisas parecem tão familiares e tão estranhas ao mesmo tempo, agradeço aos meus pais pela carona e me despeço, vou olhando tudo tentando entender e vejo uma agenda, nela estavam anotadas aparentemente todas as tarefas e pensamentos que tive durante o ano, que bom isso vai me ajudar a me virar, noto um nome incomum nela "Tae... Taehyung" nunca conheci ninguém com esse nome, deve ser algum entregador ou coisa parecida, vamos ao que importa, rotina de trabalho.

Algumas semanas depois...

Ah que dia fatídico, aqueles recrutas eram um pé no saco, sem comentários. Agradeço por estar na hora de ir embora. Hoje decidir ir andando mesmo, até que não é tão longe de casa e eu vou conhecendo novas pessoas no caminho, amanhã é feriado mesmo.

Começa a chover, por sorte meu bom senso me aconselhou a levar um guarda-chuva comigo vou rápido cortando caminho pelo parque, em meio ao trajeto passo ao lado do rapaz que vi há algumas semanas fitando aquele acidente, ele estava sentado no banco olhando para o chão sem expressão, não sei se estava chorando devido as gotas de chuva que molhavam seus cabelos e escorriam pelo seu rosto, ao vê-lo decido indagar:

- Ei o que está fazendo ai??- Não obtenho resposta- Se ficar nessa chuva vai acabar resfriado

- Eu não ligo- Diz em tom baixo

- Mas eu ligo! Venha comigo, vou te ajudar a se esquentar, não pense besteiras

- Tsk

- Ei, olha para mim moço- Quando o faz arregala aqueles olhos ridiculamente castanhos e fica sem reação- Que foi viu um fantasma? Bem vai ficar ai e morrer de frio e resfriado ou vem comigo?- estendo-lhe o braço, ele aceita o convite e vamos correndo para minha casa um pouco agarradinhos por causa do tamanho do guarda-chuva.

Chegamos, deixo o guarda-chuva num canto e vou em busca de uma toalha e cobertor, coloco ao redor do garoto e peço para que sente no sofá pois eu ia fazer um chá para nós dois. Sento ao seu lado e entrego-lhe a bebida, estava intrigado por aquele menino, dessa forma decidi fazer-lhe um questionário:

- O que estava fazendo la naquele banco sozinho?

- Recordando

- Você perdeu alguém naquele acidente?

- Sim, não... Mais ou menos...

- Como assim?

- Eu não sei se perdi essa pessoa exatamente, ela só não é mais a mesma...

- Entendo, ela era importante para você?

- Sim e muito... Eu amava ele...

- Kim Taehyung...- Ele me encara com incredulidade no olhar- Esse é seu nome?

- Você...?

- Eu li esse nome numa agenda, parecia importante- Não sei por qual motivo aquele garoto tinha lágrimas nos olhos e também não sei o motivo pelo qual avançou até mim e me beijou subitamente

- Ah me d- Não sei por que mas o toque doce de seus lábios despertou uma coisa em mim, uma coisa boa, não me contive e e tive que puxa-lo para o ato novamente. Quando nos separamos ele escorou a cabeça no meu peito e se desfez em lágrimas exclamando:

- Me desculpa! Me desculpa!

- Ei não precisa se desculpar querido, eu repeti o ato também a culpa é minha

- Nã-não é isso- Diz em meio aos soluços- Você não se lembra...

- Lembrar do quê?

Me contou uma história toda, desde que o dia em que ele julgava ter me conhecido e até o dia do acidente, eu estava pasmo, aquele garoto só podia estar brincando comigo, mas seu cheiro era tão familiar (não me julgue um cão) ele inundava o local perfumando tudo enlouquecendo meus sentidos, não continha aquelas lágrimas que insistiam em cair do seu rosto repentinamente, estava de cabeça baixa se lamentando, não aguentava o ver assim ergui seu olhar puxando seu queixo e sequei suas lágrimas, acariciei um pouco seu rosto e selei nossos lábios uma terceira vez.

- Olha, não me lembro de você nem sei se o que diz é verdade- Vejo seus olhos se encherem novamente- Mas se for... Gostaria de me dar a chance de... Recomeçar?- Seus olhos emanam um brilho intenso, seus lábios logo formam um sorriso gentil e meigo.

- Sim! Sim! É claro que sim!

Me abraça novamente iniciando um novo ósculo, quando nos separamos olho no fundo de seus olhos jurando poder ver no fundo de sua alma juvenil a pessoa do qual eu nunca ia querer me separar, a pessoa que eu escolheria para passar uma vida, a pessoa para ser meu ar, para dar sentido a minha existência, a pessoa que me proporcionaria um amor para recordar.