Ao olhar para o espelho, perguntei a mim mesma aquilo no qual tanto fugi.
Quem eu sou?
E para responder, simplesmente fechei meus olhos e pensei em tudo em que um dia já fiz. Eu me lembrei do passado.
Eu me via sozinha, tendo durante a vida a família como minha única companhia. Na escola, fazia os trabalhos sozinha enquanto observava aquelas que considerava como amigas irem correndo atrás da nova aluna – que por sinal nem ligava para mim.
Não demorou muito para a solidão chegar e ficar tão densa a ponto de conseguir me penetrar por todos os orifícios possíveis, armando dentro de mim sua morada.
Vi-me suprindo as lágrimas pelos amigos perdidos e agarrei com força a mão da minha mais nova companheira, a solidão. A meu ver, a destinada a me acompanhar até o fim de minha lastimosa e melancólica vida. E, com um falso sorriso presente em meus lábios, eu trilhei meu caminho junto a ela, fingindo que estava tudo bem.
E é isso que sou e imagino que sempre serei,
a garota vazia por dentro e com um sorriso amistoso por fora,
aquela que terá a solidão como única amiga pelo resto de sua vida.
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