Um dia, eu fui no dicionário, procurar o significado da palavra solidão e foi isso que eu achei:
“Significado de Solidão
1 Estado do que está só.
2 Lugar solitário.
3 Isolamento.
4 Lugar despovoado.”
Eu não conseguia entender, pra mim solidão não é nada disso, pra mim o único dessa lista que chega perto de ser o que eu acho que a solidão é, é o número um “Estado do que está só.”
Não estou dizendo que o meu tio não ligava ou não se importava comigo, mas eu me sentia extremamente solitário, desde que a minha mãe morreu eu me sinto assim. O Sakuya preencheu um pouco do vazio que eu sentia, mas mesmo com ele e com todos os amigos que eu fazia nada parecia preencher essa solidão. Então quando eu vi o Kuro na rua, todo estirado e sujo, pensei: “Porque não? Afinal é muito mais simples eu fazer isso agora, do que me arrepender depois.” E então eu o acolhi, nunca que passaria pela minha mente a série de eventos que ocorreriam depois que eu resolvi o acolher, mas eu não me arrependo. Porque foi graças ao Kuro que a minha solidão foi totalmente preenchida, eu sei que ele também se sentia solitário, eu sei que ele passou por situações bem mais sérias do que a minha, tenho consciência disso, mas mesmo assim fico realmente grato por o ter trazido pra casa
-Mahiru, estou com fome.- Kuro falou me tirando dos meus pensamentos
-Hm, ok. O que você quer comer?- Perguntei o olhando enquanto me sentava na cama, ele estava encostado na porta do meu quarto e me olhava com a sua típica expressão de sono
-Takoyaki.- Respondeu enquanto se deitava ao meu lado na cama
-Tá, vou fazer, só tenho que ver se tem os ingredientes necessários, aqui em casa…- Murmurei indo em direção a cozinha, checando os armários e a geladeira, está faltando polvo, pelo visto vou ter que sair, o problema vai ser convencer o Kuro
-Mahiru, quero chá.- Kuro falou me assustando -O que foi?- Ele perguntou ao me ver por a mão no coração
-Você me assustou!- Falei apontando para ele -Não entre desse jeito.- Reclamei -Estamos sem polvo, então vamos ter que sair para comprar- Disse já indo em direção a porta, com o Kuro reclamando enquanto subia no meu ombro. Eu estou feliz, muito feliz, não só por finalmente ter preenchido minha solidão, mas também por ter o Kuro ao meu lado. Pensei com um sorriso, enquanto via Kuro bocejar e reclamar que ia morrer graças ao sol.
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