1. Spirit Fanfics >
  2. Solitária realeza. Travessuras marotas >
  3. Capítulo 10

História Solitária realeza. Travessuras marotas - Capítulo 10


Escrita por: Sirukyps

Capítulo 10 - Capítulo 10


Fanfic / Fanfiction Solitária realeza. Travessuras marotas - Capítulo 10

Os olhos desmotivados permaneciam cabisbaixos durante o passeio por Hogsmeade naquele primeiro dia de inverno.

A neve caía lentamente.

As altas gargalhadas conforme as botas afundavam no branco véu, piadas e desafios, acompanhava o retorno dos marotos dentre as congeladas faias, altas castanheiras e velhas figueiras. Ainda assim, Lupin forçava o sorriso, após alguns segundos, quando alguma infeliz pergunta recaía sobre si.

Distraído. Desnorteado. Perdido.

- Não está bom, Moony?  - Preocupou-se Sirius. Apesar de calmo, o amigo não era do tipo quieto. Ignorado pelo desatento, aquele silêncio torturava. Talvez, fosse melhor lhe dar espaço depois do acontecido, pois... Não! Definitivamente, não permitiria que Remus ficasse amuado, submerso no cinema da depressão existente, unicamente, naquela paranoica cabeça. – Remus?

- Oi... – Piscando os acastanhados olhos desfocados diante o questionamento, a voz vagamente falhava. Fugindo da eminente desconfiança, voltou a contemplar os pequenos flocos recobrindo o solo. – Oh, sim...!

O alcaçuz azul permanecia esquecido em sua boca por uns 10 minutos. Caminhando quase roboticamente, não percebia como os lentos passos lhe afastava dos demais. “Talvez, fosse melhor ficar para trás...” Refletia inconscientemente consciente.

James falava alto, inventando absurdas teorias para impressionar a risonha ruiva. Algumas vezes apostavam corrida, sendo engraçado competir pela dificuldade em decorrência do gelo. Uma hora, uma das botas do animado grifinório ficou presa e ele, sem perceber, terminou caindo.

Ainda assim, os dois sorriam compartilhando chocolates e outros doces.  Olhando casualmente para trás, não compreendia o clima pairando entre os afastados. Sirius tinha as mãos no bolso, caminhando devagar e olhando de esguelha para o cabisbaixo licantropo afogado no próprio mundo.

- Eles vão se resolver. – Comentou Lily, temendo parecer invasiva entre o assunto deles. – Não sei... Acho que Remus gosta do Sirius...

- Eu tenho certeza sobre o contrário. – Riu, revirando os olhos, colocou a mão no bolso, voltando a caminhar em frente.

- Não, James. – A testa enrugada pela descrença. - Ontem mesmo Sirius estava beijando uma menina do quarto ano. Acho que Remus está enciumado por isto.

Potter, apesar de impressionado, nada disse. Tinha certeza acerca do motivo para o clima entre os dois, mas não era aquilo. Ou melhor, Remus nem deveria ter ideia sobre quem o audacioso maroto beijava, embora toda escola comentasse. Acertando uma tapa contra a própria testa, Remus nem deveria se importar pra falar a verdade. Ainda assim...

Espionando por cima dos ombros, a atmosfera desagradável permanecia. Inconformado, James modelou uma grande bola de neve entre as mãos enluvadas. Mirando com cautela, acertou a testa do desatento. Este cambaleou para trás, assustado pelo repentino arremesso, quase caindo se não tivesse sido segurado.

- É guerra de neve, idiotas!

- Pro inferno, Potter! – Vociferou irritado, trucidando o amigo pela “brincadeira”.

Percebendo os determinados dedos envoltos seus braços, Lupin deu um salto para trás, aterrorizado. Sirius piscou sem compreender. Ou melhor, até compreendia, só não queria acreditar.

- Moony... – Chamou carinhoso, estendendo a mão para tocá-lo.

- Desculpa, Sirius... – O remorso guiava o afastamento quase por instinto. Maleando a cabeça em negativo, explicava sem pressa. – Não quero machucá-lo outra vez... Desculpa...

- Eu não acredito.

- Desculpa... – Balbuciou por aqueles lábios caídos em tristeza. Fitando-o, os olhos marejados clamava perdão, afogando naquele tão conhecido desespero.

- Remus, pare...

– Eu não deveria estar aqui... Ninguém sabe o quanto posso ser perigoso e... – Não conseguiu terminar.

Puxado pelo braço, as costas chocaram contra o tronco desencapado da fria árvore. Sirius estava furioso. O impacto permitiu a neve das folhas congeladas decaírem sobre os dois. Baixando a cabeça diante os olhos cinzentos como a neblina ao horizonte, escutava a paciente explicação outra vez:

- Remus... - Aquelas lentas palavras. O bruxo utilizava cada breve pausa para libertar a raiva e, tentar, manter a calma - Não insista neste assunto... Estou perdendo a paciência e não, realmente, não quero ficar irritado com você. Não foi sua culpa... Ninguém sabe o que aconteceu naquela maldita noite ou que porcaria estava ocorrendo na floresta. Mas, eu sei que não foi você.

Fitando os pés, envergonhado, as lágrimas escapavam ao contrário das palavras entaladas na garganta, as quais sufocavam por tantos dias. Era indescritível o arrependimento lhe apertando o peito.

Sirius pressionou os lábios um contra o outro, incrédulo diante a crescente fúria dentro de si. Como faria Remus compreender? Suas palavras não funcionavam. Suspirando, fechou os olhos por alguns segundos. Buscava nas profundezas do seu ser, a inexistente tranquilidade. “Onde aquela porcaria estava mesmo?”. 

- TODO MUNDO PODE MACHUCAR ALGUÉM!

- NÃO É A MESMA COISA! – Revidou. – Você... Você ficou desacordado por quase uma semana... E...

- Certo. Então, se eu esmurrar sua cara até que fique desacordado, você pararia com esta besteira?

Inicialmente surpreso pela proposta, pensou um pouco e, logo consentiu.

 Dando um passo para trás, Sirius preparou o soco.

Limpando o rosto com o dorso da mão rapidamente, Lupin fez a cara mais corajosa que conseguiu. Um excelente contraste ao nariz vermelho e olhos inchados pelo choro.

Sirius não retrocedeu diante o aperto no coração. No último segundo, quando o jovem apertava os olhos apreensivos ao sentir o vento próximo, ele o abraçou bem forte.    

- Eu te amo, Remus... – Disse baixinho, descansando a cabeça contra seu ombro.

- Eu também te amo, Sirius... – A pequena felicidade. - Amo o Peter... Amo o James... Por isto, tenho medo de machucá-los... Medo de perdê-los...

- Não tenha medo... Eu nunca vou sair do seu lado. – Recostando a testa contra a franja molhada da contraparte, brincou. – Dos dois lados, pois não quero ninguém perto de você, Moony.

Remus riu baixinho. Daquele jeito tímido, tendo os pequenos dentes brancos alinhando entre os finos lábios que Sirius tanto desejava.

 - Não acho que sempre vamos estar juntos.

Abraçando carinhosamente para dissipar o pensamento que, provavelmente, destruiria aquela amizade, assegurou numa serena certeza:

- Eu desafio o destino. Sempre vou estar ao seu lado, Moony...


Notas Finais


Ai vem a Bellatrix e fala: Avada Kedavra! ... E eles foram felizes para sempre


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...