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História Solitária realeza. Travessuras marotas - Capítulo 20


Escrita por: Sirukyps

Capítulo 20 - Capítulo 20


Fanfic / Fanfiction Solitária realeza. Travessuras marotas - Capítulo 20

O plano era simples.

Arquitetado nos mínimos detalhes pela audaciosa mente sonhadora de Lupin, o qual refreava as investidas incisivas de Sirius, tentando romantizá-las para desmanchar aquela indestrutível parede construída com tijolos de intrigas e cimentada pelo ressentimento.

As primeiras tentativas...  

O licantropo quase ficou cego, após ter as unhas transformadas em venenosas garras de dragão. Black foi amaldiçoado a Azkaban, depois de dias com vozes lhe atormentando por quase uma semana. Pettigrew ficou desacordado por dois dias. E James...

O maldito sorriso amarelo.

Flores estendidas após o intervalo da segunda aula. O rancor decaía como fel, sendo impossível interromper o sofrimento proveniente daquele punhal cravado e volvido tão profundamente.

No paladar, a dor...

Murmurando um encantamento, ardentes chamas irrompiam as pétalas roxas, subindo pela manga direita da negra capa como se almejassem reduzir a cinza o rapaz de cabelos desnorteados.

- Ele é um perigo com esta varinha. – Constatou Remus, modificando o plano apressadamente. Já não suportava o desespero de cada rejeição. – Mas, o que esperava? Um: “eu te amo, Potter”?

O horário combinado.

Nervoso, James relia as falas escritas, atrapalhando-se. A caixa com algumas plantas raras. Arrependia-se precocemente. Aquilo daria errado. Pensando em recuar, enfiou os papéis no bolso quando foi empurrado pelo melhor amigo para o jardim.

Severo escrevia concentrado num pequeno livreto, uma espécie de diário, fechando bruscamente ao notar o inimigo.

A mão tateando os bolsos, “Onde está minha varinha? ”. Atordoado pelo desaparecimento, preparava-se para levantar, quando James sentou ao seu lado:

- O que está fazendo?

Utilizando a capa de invisibilidade, os dois cúmplices permaneciam em frente ao casal, monitorando as ações de James, o qual não era alguém digno de confiança quando se tratava de expressar seus sentimentos.

- Nada.

- Eu perguntei... – Continuaria, mas Remus lhe pisou o pé esquerdo discretamente. Ele cerrou os dentes, irritando-se. “Aquilo não daria certo?”. Respirando fundo, – Quer dizer... Olá, como é seu nome?

Sirius deu uma tapa contra a própria face e Severo não respondeu. A testa enrugada em incredulidade não compreendia o garoto sentado ao seu lado. O que estaria acontecendo? Seria uma nova espécie de pegadinha? Certamente, relacionava-se ao repentino sumiço de sua varinha.  

- Contribua, Ranh... – A voz lhe rasgava a garganta. Tossindo um pouco. A forçada seriedade. -  Quer dizer: “Snape”. Eu estou me esforçando. – Estreitou os olhos, tendo o cenho franzindo.

Aguardava impaciente.

Tentou lhe tocar o braço, mas... Aqueles ombros petrificados pelo medo... “O que andava fazendo para...” Entortando a boca, desacreditado, julgava-se um completo babaca.

Snape fechava os punhos, ansioso por correr, embora tenebroso. A franja lhe ocultava o rosto e, talvez, aquela enorme quantidade de preto fosse uma tentativa de fundir com a escuridão e desaparecer eternamente.

- Não farei rodeios. Sei lá, cara. Eu gostaria de voltar no tempo para não lhe machucar. Gostaria de só lhe encontrar quando eu soubesse me expressar e, compreender este turbilhão de angústias... – Maleando a cabeça em negativo, refletia tristonho. Naquele momento, cuspia as aflições reprimidas por noites, logo se arrependendo diante o contínuo silêncio. – ... Talvez, apagar sua mente. 

- Eu não quero perder minhas lembranças... – Disse, em baixo tom, bastante receoso sobre como prosseguir. Odiava Potter, mas... – Nem sobre você. – Antes que James pudesse falar algo, levemente desconcertado pela inesperada declaração, Snape prosseguiu. – Certo. Você é um babaca egocêntrico. Eu te odeio muito. – Espionando os olhos desacreditados, pela primeira vez, sentia espaço para se expressar. Voltando a fitar os sapatos negros e reluzentes, prosseguia quase gaguejando, apesar da certeza ao explanar suas ideias. – Eu me sinto a pior “coisa” do mundo quando... – As lágrimas lhe marejavam os olhos, sendo forte o bastante para reprimi-las. – Porém, Lily te ama. E eu a amo. Fico imaginando o Potter de suas histórias e... Alguém divertido, compreensível, animado... E por mais desprezível que você seja... Apenas por ela, eu... Eu...

Após um longo período calado, ele não encarava os amigos. Arrependia-se pelas ações impensadas, implicações sem sentido, por ter feito aquela pessoa sofrer quando nem entendia o motivo. Aliás, ele compreendia. Todavia, como aceitar?  

- Eu queria lhe pedir desculpas, mas não funciona. Não existem desculpas...

- Você... Poderia...

- Não lhe atormentar? Não rasgar seus cadernos ou arremessar animais dentro de suas vestes quando estivermos na aula? ... Não lhe tocar mais?

Timidamente, o sonserino maleou a cabisbaixa cabeça em positivo repetidas vezes.

- Mas eu acabei de comprar um ratinho engraçado que... – Lupin esmagava o pé do amigo, sem piedade. A careta dele mordendo o lábio buscando reprimir a dor, encurvou um pequeno sorriso no rosto choroso.

Por um instante, James sentia uma enorme felicidade por saber ser o ensejo por aquela pequena curva e, crescia em si, uma indescritível vontade de ser o motivo dos seus risos, ser o conforto para seu sofrimento, embora, até agora, tivesse se empenhando em ser a causa.

- Então, você vem para meu casamento com a Lily?

- Posso matá-lo, Remus? Por favor... Isto é mais imperdoável que um Avada... – Sussurrava o irritado Sirius, querendo agarrar no pescoço do amigo e... Todavia, permaneceu calado diante o pedido de silêncio da contraparte.

Snape ficou pensativo por alguns minutos.

Sim, eles se casariam.

Crianças, almoços, famílias. Certamente, isto a deixaria feliz. Deste modo, assentiu pesaroso.

James não sabia como prosseguir. Nem adiantaria espionar o script, pois já não faria sentido. Olhando para o lado, procurando assunto, notou a caixa quadrada de madeira escura que havia trazido consigo. Entregando ao sonserino, o qual demonstrou receio sobre aceitar, explicou:

 - São itens raros de poções.

- Por que você me daria?

- Por que quero me empenhar em lhe ver sorrir, Severo. Cansei de colecionar suas lágrimas. Eu nunca queria fazê-lo chorar pra falar a verdade, mas só agora com Lupin e Sirius namorando que...

- Estamos namorando? – Lupin perguntou confuso, em baixa voz e, desta vez, foi Sirius que pediu silêncio.

- Obrigado... Eu acho.

O badalar do sino indicava a próxima aula.

Levantando-se um pouco sem jeito diante o acontecido, despedia-se, embaraçado.

Colocando o caderno sobre a caixa de madeira, apressadamente, seguia para sala.

Apesar do pequeno o passo, o grifinório sustentava um bobo sorriso no rosto. Os olhos acompanhavam o deduzido rival quase cambalear para distante. Desejava levantar, abraçá-lo e privá-lo do universo, enquanto brincaria com os desfeitos cabelos adormecido no meio da madrugada, mas...

Aquele pequeno sorriso.

Pinceladas de esperança parecia surgir ao horizonte, conforme indicava as agonizantes batidas contra o peito.

Talvez, somente talvez, Sirius e Remus estivessem certos. 


Notas Finais


Oi, gente. Não morri (eu acho), mas me mudei e estou sem net >: Desculpa. Assim que retornar, volto a postar. Prometo!


Eu tava atrapalhada pela mudança e terminei colocando finalizada, só que ainda tem uns 10 capítulos. Desculpa mesmo.


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