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História Solitária realeza. Travessuras marotas - Capítulo 23


Escrita por: Sirukyps

Capítulo 23 - Capítulo 23


Os pensamentos latejavam. Os passos em falsos lutavam para permanecer firmes, porém aquela marca ardia de modo imensurável. As diversas vozes combinavam instruções acerca das futuras reuniões. Os olhos avermelhados por noites sem dormir. Precisava falar com Lucius, todavia este estava ausente por causa de uma reunião em família.

Outro passo.

Suspirando profundamente para dissimular o sofrimento, precisava continuar. Outro passo quase em falso. Não sabia até onde conseguiria. Aos poucos, tornava-se até complicado respirar. Ainda assim... Tossindo, quase sem ar, aquilo poderia ser psicológico, mas... Braços firmes lhe abraçaram por trás.

Inicialmente, surpreso. Piscou algumas vezes para identificar a indesejada presença.  O queixo repousado sobre seu ombro, comentava casualidades, enquanto lhe guiava conforme sua vontade.

Imprensado contra a parede, os indesejados lábios. O imprescindível beijo.

“Não!”. Tocando-lhe os botões da camisa social, terminou empurrando-o, enquanto apertava os olhos como se a escuridão pudesse curá-lo daquela escolha tão confusa de consequências tão doloridas.

- Não me empurre. – O riso naquela contida voz. -  Ninguém vai nos ver.

- Eu estou te vendo, Potter. – Retrucou cansado. Precisava fugir. Precisava sumir. Mas... Segurando na branca camisa, recostou a testa, aspirando o detestável cheiro. Fechando os olhos, as aflições sucumbiam, talvez ciente sobre como aquele individuo seria pior do que todas aquelas terríveis sensações. No entanto, após a noite na biblioteca... A sensação de calma. Talvez, pudesse...

- Então está vendo tudo que precisa. – Estranhando, apesar de não desgostar, desconfiava da voz tão baixa. – Estou preocupado, Severus... Está tudo b...

- James? – Interrompeu uma ruiva menina da Grifinória que caminhava pelos corredores, parcialmente surpresa pela proximidade dos dois.

- Oh, meu amiguinho estava me passando... - Passando a mão no bolso da calça, retirava um amassado pedaço amarelo de pergaminho. Suspendendo na altura dos olhos, evidenciava. - .... Algumas informações.

- Esta coisa asquerosa passa alguma informação confiável?  

- Eu arrisco, ás vezes. Só encontramos informações sobre os acontecimentos ruins junto a escória do mundo bruxo. – O fraco sorriso diante o rapaz cabisbaixo. Não deveria continuar, mas... - Por que você nasceu mesmo, Severus? Ou melhor, por que você resolveu fugir da caixa de Pandora?

Baixando o rosto diante as palavras cuspidas, queria chorar, mas não faria. Não na frente daquele retardado. Não desta vez.

Empurrando-o bruscamente, questionava-se porque era tão iludido a ponto de segui-lo? Por que seu coração se alegrava? Por que acreditava em seu falso e dolorido carinho?

Prendendo a respiração, aventurava domar o crescente desgosto lhe agonizando a garganta. Os soluços desiludidos. O cenho franzido em desespero revelava uma pequena brecha sobre aquele coração dilacerado.

Culpabilizando a própria tolice, cambaleou para distante daquele ser que lhe causava tanto mal. Por que havia acreditado naquele confiante sorriso e palavras tolas que lhe alegravam a alma? Por quê?

- Oh, não! – Podia sentir o sibilar da varinha atrás de si. Rodopiando nos calcanhares, rebateu o feitiço quase por instinto. Um passo para trás, intrigado com o próprio reflexo, a mão trêmula segurando a varinha aparentava pronta para atacar. Logo, o segundo, terceiro, quarto feitiço, igualmente rebatidos.

Escutando o alvoroço dos alunos aglomerados pelas extremidades dos corredores, Peter apareceu. Arriscou sacar a varinha para o conhecido inimigo, mas foi estuporado antes mesmo de gesticular a primeira silaba.

Os alunos assustados, ainda assim, cada vez mais olhos arregalados, aterrorizados, animados, torcendo. Espectadores aguardando o próximo movimento.

Envergonhado, o príncipe mestiço abaixou a cabeça, fechando os olhos e tentando ignorar os maldosos comentários sobre si. Os murmúrios se elevavam, chegando a gritos e palavrões.

Levando os punhos cerrados aos ouvidos, a mente rodopiava... Não! Não! Queria fugir. Precisava sucumbir rapidamente.

A sádica alegria retornava aos lábios do rival ao perceber o garoto desnorteado. Empunhando a varinha, brandia, quando Snape o lançou contra a parede, gritando enfurecido:

- Septusempra!

Cerrando os punhos em fúria, ele maleou a cabeça, erguendo-se em seguida. A camisa branca marcada em vermelho. Uma enorme ferida lhe atravessava o abdômen exposto pelas vestes rasgadas. Uma vaga hemorragia.

O parcial arrependimento foi esquecido pelos olhos estreitados. Motivado pelo ódio, pela fúria, os doces lábios praguejavam cruéis feitiços, enquanto os passos calmos diminuíam a distância entre os dois.

Ele ofegava. O peito ardia. Aquele corte lhe dilacerava a alma. Socando as pedras que compunha o solo, insistia em levantar pela terceira vez, quando, após ser arremessado contra a parede, foi atingido por uma silenciosa maldição imperdoável.

Olhando de esguelha para os atentos estudantes estarrecidos, indiferente ao sofrimento sentido, a capa esvoaçava a cada passo mais próximo daquela criatura agonizando.

Todos corriam desesperados. A náusea. A repulsa. Como odiava aquele ser. Preparando a varinha outra vez, a vaga lembrança da amiga...

“Não!”.

Cessando o encantamento. Fechava os olhos. Acelerada respiração. O crescente desespero. O que havia feito? Abrindo os olhos novamente, poderia matá-lo. Aliás, queria matá-lo. Contudo, e Lily... Não queria ser o culpado por suas lágrimas. Queria apreciar a inocente alegria entre as flores. Queria vê-la feliz. Em contrapartida, precisava colocar um fim naquilo, pois já não suportava o desprezível quase falecido aos seus pés.

James tremia pela indescritível dor, todavia lutava para resistir corajosamente. Cada milímetro do corpo agonizava. Esforçando-se, conseguiu se colocar de joelhos quando teve o maxilar capturado pela ponta da varinha.

Snape obrigava a encará-lo.

- Poderia me deixar em paz? -  A voz embargada por indescritível aversão. – Eu te desprezo tanto, Potter.

Embora a visão tivesse embalsada pela falta de óculos, retribuía o olhar na mesma intensidade. Esboçando o mais audacioso sorriso, deixava claro que aquilo não terminaria ali. Aliás, não terminaria jamais.

- Snape, Potter! – Chamava os professores atordoados, desacreditados nas consequências daquela briga. – Os dois estão de castigo!

 



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