1. Spirit Fanfics >
  2. Solitária realeza. Travessuras marotas >
  3. Capítulo 25

História Solitária realeza. Travessuras marotas - Capítulo 25


Escrita por: Sirukyps

Capítulo 25 - Capítulo 25


Adentrando o salão comunal da Grifinória, a sombria alma petrificava diante os demais.

Sim, Lily havia pedido ajuda com o projeto final de astronomia, insistindo energeticamente que fosse em sua casa, todavia não idealizava encontrar aqueles insuportáveis numa aparente comemoração dentre livros e bebidas.

Retrocedendo um passo, a tentativa de fuga fracassou quando teve a mão capturada pela contente amiga lhe conduzindo ao local com almofadas paralelo ao sofá onde os maldosos olhos lhe espreitavam.

Aqueles malditos olhos tão conhecidos...

A cerveja amanteigada marcava um bigode engraçado de espuma. Os cabelos bagunçados. Os primeiros botões da branca camisa entreabertos. Uma peculiar felicidade lhe enfeitava os lábios num impasse falacioso, obrigando o sonserino a dissimular o riso baixinho como se apaixonado pela bondade do pequeno lírio repetindo inúmeros agradecimentos pelo convite aceito.

Por acidente, os olhares se encontraram.

“Droga! ”. Amaldiçoava a insistência do audacioso leão.  Pegando um livro aleatório, levantou na altura dos olhos, objetivando ocultar o rosto sem jeito da evidente intimidação.

Não queria estar ali. Preferia estudar sozinho, pois mesmo estando em outras casas, Snape não tinha muitos amigos. E James, simplesmente, adorava o jeito desastrado para relacionamentos daquele tristonho rapaz. Afinal, porque ele precisaria de mais alguém?

- Oh, sim, Severus. – Aproveitando enquanto Sirius insistia preenchendo a caneca do aborrecido amigo, Pedro segredava discretamente, não passando despercebido pela vigilante armação dourada.

- O que houve, Pedro? – Intrometia-se James, num alto e desagradável sarcasmo. - Compartilhe conosco.

- Bobagem. – Desconversou. Voltando a atenção para o surrado caderno aberto sobre o tapete, as bochechas avermelhadas rasuravam nervosas anotações.

- Adoro bobagens.

- Soube que está namorando a Lily. Parabéns!

O sorriso radiante de Lily confirmando era um péssimo contraste para a visível insatisfação do grifinório. Aceitando a bebida, os dedos pressionavam forte demais a asa de vidro quase a fragmentando em inúmeros pedaços. Desejava esmagá-lá, não se importando se isto também lhe machucasse a mão. Quantas vezes suas atitudes não machucaram a ambos? Qual seria a diferença desta vez?

Um desconhecido sentimento lhe agoniava o peito. Isto seria felicidade ou... “Droga! ”.

Faria Severo falar. Sim. Com certeza faria.

- Eu também estou oficialmente, reparem o “oficialmente”, namorando com o Moony. – Sirius proclamava numa heroica pose, enfatizando a importante palavra veementemente. Percebendo as faíscas de repressão saltitando dos olhos dourados, largou a caneca de cerveja sobre a mesa para sentasse atrás do “namorado”, abraçando-o pelas costas de modo possessivo. – Ninguém pode...

- Pad... - Remus o afastava incomodado. Apesar de conhecer seu jeito expansivo, não deixava de sentir embaraço diante os demais. - Você está embriagado.

- Ué. – James abafou o soluço perante a caneca pela metade. Observando-os atentamente por alguns segundos, realmente, não compreendia. - Antes não era oficial?

- Bem... Eu sempre o amei, mas havia uma menina da Lufa-lufa que me pediu para entregar uma carta para ele. Eu disse que não poderia porque namorávamos. Algumas pessoas escutaram e confirmei. – Os olhos descrentes enfurecia-se. - É claro, Moony, eu te amo. – Justificava-se numa teatral indignação, logo voltando a atenção aos demais. - E assim, em pouco tempo, a escola toda sabia.

- Sirius!

- A Bellatrix só te beijou para me provocar. Mas pagou caro.

- Eu não acredito. – Maleando a cabeça em negativo, queria espancá-lo por tamanha cara de pau. Como havia se apaixonado por alguém assim?

- Eu não aceito que nada nos separe. – Recostando o queixo acima do ombro esquerdo, fingia interesse nas diversas letras da amarela folha, uma visível fuga da certeira bronca. – Vamos terminar este trabalho.

Snape sorriu olhando para os dois por um instante. O calor ali não provinha da calma lareira. Estranhamente acolhedor... Os sorrisos... Até parecia ter amigos... Ou talvez, apenas se sentia parte de algo...

Ou, ainda...

Traindo-se, o tristonho olhar sentia singela graça ao espionar James tão reflexivo fitando o dourado líquido, tratando a grande caneca cristalina como se uma xícara borrada de café tracejando o futuro ao vivo. No fim, haveria um futuro? E se... Ponderando as palavras, igualmente pensativo... “Potter, eu...”. 

Recostando o livro de lado, recolheu a agenda de capa esverdeada, escrevendo um pequeno recado na borda inferior da folha. Arrancando-o, dobrou em muitos pedaços, ponderando acerca da decisão. O cenho franzido indicava o evidente arrependimento, ainda assim, entregou discretamente para Pedro.

- Accio! – James interceptou a amassada folha para si.

O sonserino maleou a cabeça sobre não importar para o desesperado maroto, insistindo sobre manter a calma. Embora desapontado, permanecia na costumeira tranquilidade.

O curioso desfazia cada volta apressadamente. Uma pequena criança após acordar na manhã de natal e descer as escadas tropeçando pela felicidade embrulhada embaixo da árvore.

Folha em branco.

Possesso, amassava o papel na palma da mão vagarosamente. Ajeitando-se no sofá, retribuía o olhar em desafio para o intruso naquele salão. Enciumado, comentava maldosamente:

- Agora, Pedro e Severo estão de segredinhos.

Cessando a leitura, o casal previa o caos seguinte, todavia um pequeno sorriso animado delineava os lábios de Sirius. Empalidecendo, o interrogado não compreendia como Severus apenas recolhia outro livro e recomeçava a leitura, não reparando como os atentos olhos desviavam de esguelha para os demais, preparados para agir conforme o veredito.

- Acho que James tem medo que o seu garoto seja roubado. – Alfinetou Sirius, casualmente.- Ele sempre trata Pedro como um pequeno irmãozinho.

- Acho que os dois combinam. – Comentou a inocente Lily, buscando desfazer o silêncio hostil preparado para principiar uma sangrenta guerra bruxa naquele pequeno cômodo.

James praticamente cuspiu a cerveja que tomava, gargalhando.

- Não, Lily. Não tenho interesse em relacionamento no momento. – Desconversou Severus. Ficava cada vez mais insuportável permanecer ali.

- É diferente. – Limpando a cerveja escorrendo pelo canto da boca, interpôs. – Ninguém quer relacionamento com uma criatura desta. Ou melhor, ninguém merece.

  Calado, os olhos atentos as letras embaralhadas batalhavam para não demonstrar reação. Todavia, doía.

-  Desculpa, Pedro. – Lupin interrompia, explicando. – Mas um garoto do sexto ano da Corvinal me falou que queria convidar o Severo para o baile.

- Oh, sim!– Sirius prosseguia, achando sacana a atitude do amigo. - Aquele que sempre vai lá na sala após a aula, não é?

- Então aquela marca de beijo era... – Lily pegava a brincadeira no ar, sorrindo para Snape de modo sugestivo.

- Fala sério. O Ranhoso é um imbecil. Estamos no quinto ano e ele ainda tem um di... – O cabisbaixo rapaz petrificou perante a informação. O cenho franzido o implorava para não continuar. Era para ser um segredo. Nem mesmo Lily tinha conhecimento acerca disto, então como? Aflito, e se a sua única amiga... Vagamente hesitante, Potter prosseguia com incompreensível nojo sobre a retraída vítima. – Você quer ser o pequeno conde das artes das trevas? Ou melhor, como você mesmo se intitula, o príncip...

- Chega, James! – Lily, embravecida, recolhia o passional amigo pelo braço. – Vamos, Severo, James fica insuportável quando bebi. Não dá pra terminar o trabalho deste jeito.

Escutando a passagem fechar e os passos pesados cada vez mais distantes, Sirius falou como se parabenizasse o amigo babaca:

- E este é o maior apanhador da Grifinória dando outra bola fora. Parabéns, Potter. Não decepciona sua...

- Cala a porcaria da boca, Sirius! – Vociferou. Levantando-se, saltou sobre os livros. Recolhendo o suspeito pela camisa, imprensava-o contra o estofado, sufocando-o. – O que você disse para ele?

Nenhuma resposta.

- Como é aquele feitiço que invade mente mesmo?

- James. Fique calmo, ok? – Os outros dois os separavam.

Ofegante, observava as próprias mãos desacreditado. Por que novamente? Ou melhor, até quando? O evidente desespero enrugava a preocupada testa, enquanto ele voltava a sentar no antigo local. Penteando os cabelos entre os dedos ao apoiar o rosto entre as mãos, admitia angustiado:

- Estraguei tudo, né? 


Notas Finais


Menina da lufa lufa, vulgo Tonks


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...