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História Solitária realeza. Travessuras marotas - Capítulo 31


Escrita por: Sirukyps

Capítulo 31 - Capítulo 31


Fanfic / Fanfiction Solitária realeza. Travessuras marotas - Capítulo 31

Na alta torre de astronomia, Severus permanecia observando o Sol se esconder no horizonte alaranjado, contemplando o avançar do reinado noturno. As mortes aumentavam, o terror entre os alunos... Ainda assim, aquele era um dia feliz para a Grifinória pela vitória no quadribol.

Enlaçando o namorado distraído num abraço pelas costas, observava o decair daquela tarde como se o avançar da escuridão fosse eterno. Depositando um terno beijo atrás da orelha esquerda, o menino vacilou, forçando o sorriso tristonho.

Cabisbaixo, havia uma pequena caixa de madeira bem segura entre as duas mãos.

O inato receio.

Respirando fundo, retirou a tampa, demonstrando as belas trufas como recompensa pelo complicado jogo contra a Corvinal.

 - Oh, chocolate! – A voz embargada por um alto sarcasmo induziu o parceiro a sibilar apreensivo, dando um automático passo para trás.

Não! Deveria continuar. Não poderia arruinar tudo depois de tanto esforço, ainda mais quando faltava tão pouco.

Piscando algumas vezes, a vaga felicidade não comportava lugar naquele rosto depressivo. Até agradecia por não combinar. Do mesmo modo que noticiaria as horas para um desconhecido numa estação de trem, Severus disse calmamente:

- Parabéns pelo jogo, Potter.

- Obrigado, Severus! – Refutou, não se importando em disfarçar a crescente raiva. Dando um passo à frente, confrontava o cinismo mórbido. Até quando continuaria? Admirando os alinhados chocolates oferecido, demorou a escolher uma das trufas, logo recolhendo duas. – Eu sempre quis um beijo com sabor de chocolate, pois sabia se você compartilha...

- Não, Potter...! Não... – Assustou-se. Retroagindo dois passos para trás, a grande vidraça impedia de continuar.

- Prove, Sev. – Avançando também, levava aos seus lábios de modo sedutor. – Prefere sabor paixão ou esquecimento?

Os dedos tremulavam quase soltando o presente. Abaixando a cabeça desacreditado, optava pelo silêncio. Vencido. Desmascarado. “Maldito, Lupin!”.

- Você acha que sou idiota. Você acha que não achei estranho o Moony segredar com Sirius sobre você. Você acha que eu não estava na biblioteca naquele dia... – Estressado, praticamente vomitava a imensa cólera sobre o silencioso rapaz. – VOCÊ SÓ ACHA QUE EU NÃO SEI NO QUE VOCÊ ESTÁ METIDO, SNAPE!

- Potter, você precisa protegê-la...

- Eu me recuso a te esquecer, Snape. – Uma forte tapa no rosto.

- VOCÊ PODERIA NÃO SER BABACA SOMENTE UMA VEZ? Ela te ama. Ela precisa de você. E eu...

- Sim... E você? Você não estará aqui. – Impressionado pela tapa, articulava a boca buscando as próximas palavras inexistentes. Levando as mãos à cabeça, os dedos bagunçavam os próprios cabelos, quase insanamente. – Você não estará mais aqui... SÓ FICO ME PERGUNTANDO PORQUE VOCÊ FOI SE METER NESTA MERDA, SEVERUS? QUE TIPO DE PESSOA OTARIA VOCÊ É?

Sem respostas.

O punho cerrado em ódio preenchia os olhos em lágrimas. Não conseguia responder. Não tinha a obrigação de explicar. Havia afastado todos, até Lily, pois... Reprimindo o choro, não controlou a gotícula ingrata que percorreu a bochecha esquerda lentamente.

Aproximando-se, socava o dedo esquerdo contra o vidro, jurando fervorosamente. Gostaria de destruir o mundo por lhe proporcionar tanto ódio. Gostaria de aprisioná-lo, embora estivesse ciente como um pedido não mudaria o rumo daquela situação.  

- Eu vou protegê-la. Eu vou proteger, Lily. Mas, jamais vou lhe esquecer. Saiba que dedicarei a porcaria da minha vida para destruir este imbecil. E quando este dia chegar... – Um sorriso pela vingança conquistada. O Lorde das Trevas não perderia por esperar. – Quando você estiver novamente livre, não aceitarei nenhuma desculpa para que fuja outra vez de mim.

- James... – Tocando-lhe o rosto, travava uma batalha contra a inexistente coragem em fitá-lo.

O chamado das trevas ressoou estridente, esverdeando o céu já enegrecido.

- Eu te amo, Severus. – Disse, tocando-lhe num leve beijo. Snape permaneceu olhando os vívidos olhos, tocando-lhe os traços da face, memorizando.

Articulou os lábios para falar algo quando aparatou bruscamente.

Cabisbaixo durante a reunião de emergência, as palavras engasgaram na garganta quando desapareceu. Prosseguindo normal, espionava por cima dos ombros de vez em quando e já não havia nenhuma janela. Não havia nenhum Potter. Fechando o punho, repetia para si mesmo sobre ser melhor assim.

Lucius repousou a mão sobre o nervoso dorso do garoto ao seu lado, transmitindo calma. Não cabia a comensais ter sentimentos. Até porque, o amor costumava ser um empecilho comum na busca pelos ideais. Algo estúpido. Algo sem lugar naquele grupo.

Libertando o ar contido como se sugado por um dementador, os olhos vazios focavam nas palavras de Voldemort, o qual comemorava certo avanço e repassava as próximas estratégia aos demais.

James cumpriu sua promessa, fazendo parte da Ordem da Fênix, protegeu Lily e dedicou a vida para exterminar o mal.

Todavia, não foi o bastante.

Arrancando pétalas das flores na alta torre de astronomia da velha instituição, completava sete anos desde a última vez quando esteve ali. Observando a escola, Lily já não estava no jardim entre os brancos e puros lírios.

E ele?

Maleando a cabeça em negativo, agora que havia ido pegar um documento para iniciar um novo emprego, sentia falta daqueles dias que aparentavam não terminar.

Virando-se para sair, involuntárias lágrimas percorriam o rosto ao relembrar daqueles olhos tão determinados sobre si. Aquele abraço. Naquele caótico dia, havia memorizado cada curva do energético rosto. Cada palavra. Cada toque. Só que...

Não compreendia porque chorava. Por que parecia que aquelas palavras ainda permaneciam entaladas em sua garganta, atrapalhando a respiração. Queria continuar. Aliás, deveria. Aquilo terminaria daquela maneira de qualquer forma, não?

As costas escorregavam pelo vidro até chegar ao solo de madeira, recolhendo as próprias pernas contra si, escondia o rosto. Gostaria de abdicar as próprias lembranças. Elas machucavam tanto quanto...

“James”.

O murmúrio inaudível convocava alguém que jamais iria reaparecer. Precisava libertar aquela angústia lhe sufocando a laringe. Precisava esquecer. Limpando o rosto com o dorso da mão, embora cambaleando por um caminho solitário, precisava seguir. 


Notas Finais


Obrigado por você que acompanhou a fic até aqui. Fico muito feliz com cada comentário, eles me motivaram muito a continuar.

Talvez, no futuro (BEM FUTURO), estou pensando em fazer uma fic com eles adultos... Quem sabe? Por enquanto, to saturada com a pós-graduação e a residência.

Só que obrigado mesmo.

Beijos de todos os sabores e até mais!


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