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História Solitudine - Redenção É Um Pecado - A Missão


Escrita por: remmielupin

Capítulo 3 - A Missão


I miss who we were, in the town we could call our own.

Naquele momento todos estavam calados e sentados em volta da grande mesa de madeira, onde Dumbledore tomou o lugar da cabeceira. Minutos depois Alastor Moody chegou carregando alguns papeis e completou aquela pequena reunião acompanhado de Aberforth Dumbledore. O restante dos membros estavam ocupados em suas missões, alguns fora a meses, enquanto outros voltavam semanalmente para a Ordem, mas a sede era um lugar de rotatividade e não era possível prever quando um ou outro se faria presente.

Feitos os cumprimentos tradicionais de boa tarde, Albus Dumbledore fez um movimento de varinha e alguns papeis apareceram na mesa. Juntamente com os papeis que Moody entregou a ele, selecionou três e fez uma pilha com os outros. Todos os olhos estavam voltados àquele senhor que encarava todos serenamente por trás dos óculos meia-lua.

O silêncio imperava na cozinha da Ordem e nem mesmo Sirius com suas piadinhas intermináveis ousava abrir a boca. Remus olhou discretamente o que estava escrito em um dos papeis e pode ver que eram como uma relação de nomes e o que encabeçava a lista era justamente Severus Snape. Os presentes se entreolharam quando Dumbledore selecionou um dos três papéis e respirou profundamente.

— Perdoem-me por assustá-los convocando essa reunião em caráter urgente. – Começou calmamente o senhor de cabelos grisalhos. – Mas graças aos esforços de vocês... – Disse sorrindo levemente, com seu olhar passou em cada um dos rostos. – Conseguimos uma relação com a maior parte dos Comensais da Morte e suas respectivas missões, além da neutralização de muitas das ações. Isso frustrou substancialmente Voldemort. – O tom dele beirou ao de uma brincadeira, pois imediatamente Dorcas soltou uma risadinha que levou a todos olharem para ela. – Aprecio o seu senso de humor, senhorita Meadowes. – Fez uma pausa e recomeçou. - Alastor e Alberforth nos trouxeram a localização de uma das sedes de Voldemort, por isso agora nossos planos mudaram.

Os olhos dos presentes ainda estavam grudados no homem, porém agora existia uma certa excitação. Era notável no rosto de Dorcas e de Sirius que eles ficaram muitíssimo animados com a perspectiva de matar Voldemort. Não que alguém dissera que eles iriam matá-lo, mas Remus pode perceber aquele brilho de uma excitação quase maquiavélica em ambos.

— Preciso que vocês se organizem e sigam para descobrir se há e onde são as outras sedes de Voldemort, o mais rapidamente possível. – Dumbledore disse sério, pegando agora a pilha de papéis e dispondo-os na mesa. Eram uma série de mapas.

– Sabemos que há uma movimentação estranha nesses locais. E durante um interrogatório com Liam Helquist descobrimos que Lord Voldemort pretende realizar um massacre de nascidos trouxas e de trouxas propriamente ditos. – Foi a vez de Moody falar e começou a apontar para algumas localidades dentro da região norte da Inglaterra.

— O grande problema é que estão havendo pequenos assassinatos espalhados por diversos locais. – Disse Alberforth. – Há também rumores sobre a região sul que sugerem ser inconclusivos, mas que devem ser investigados.

— Por isso queremos que vocês se dividam e partam o quanto antes para essas missões. – Dumbledore começou a passar os mapas para os presentes com pequenas cruzes verdes sinalizando mortes de trouxas por magia das trevas. Havia milhares de cruzes espalhadas pelo Reino Unido e um crescente número passando pela França, Suíça e Itália.

— Voldemort está ampliando seu espaço de atuação. – Observou Remus com os pensamentos distantes.

— Exatamente, senhor Lupin, por isso temos de interceptá-los, antes que ele tenha controle de tudo. – Concordou Dumbledore.

— Há tanta gente inocente morrendo, por conta de um delírio de um homem... – Comentou Alice tristonha, observando de perto o mapa da Inglaterra.

Todos assentiram e, então, houve um momento de silêncio entre os presentes. Uma nuvem de tristeza pairou no ar. Milhares de pessoas inocentes estavam morrendo sem motivo. De fato, o que estava acontecendo no mundo bruxo – e refletindo no mundo trouxa – era uma loucura. Alice tinha razão, todo aquele sofrimento não passava de um delírio de um homem sanguinário. Afinal, nem o próprio Lord Voldemort possuía o tão necessário sangue puro.

— Sirius, creio que você e Peter devessem investigar juntos a região norte. – Disse Dumbledore quebrando o silêncio.

— Claro! Partiremos imediatamente. – Concordou Black prontamente. E Peter acenou com a cabeça.

Então Sirius se levantou da mesa e seguido de Pettigrew, saíram da sala em busca de provisões para sua partida. E assim, Dumbledore foi designando dupla a dupla nas missões. Conforme recebiam seu destino, as pessoas não viam  necessidade de permanecer na cozinha. Dorcas e James, por exemplo, foram para outra sala a fim de planejar com mais calma, os detalhes de sua missão. Ao fim, restaram no ambiente apenas Remus Lupin e Emmeline Vance. O rapaz se perguntara o motivo de ter sido deixado por último.

— Existe algum lugar que você gostaria de estar, Remus? – Perguntou Albus, como se lesse a mente melancólica do lobisomem. Não é necessário comentar que Lupin ficou surpreso com a pergunta, haja visto que todos receberam ordens.

— Veneza. – Respondeu sem pensar muito.

— Ótimo. Imaginei que gostaria de voltar para lá. – Concordou Dumbledore e tocou-lhe o ombro. – Espero notícias em breve. Boa sorte!

— Obrigado, senhor.

Uma hora havia se passado desde a distribuição das missões, a maior parte dos membros já havia deixado a sede. Restavam apenas Marlene e Lily que concordaram em investigar na Mont-de-Marsan, na França. Podia-se ouvir a conversa das duas combinando o disfarce que usariam: Turistas irlandesas. A ruiva falava um pouco de francês e a família de McKinnon tinha uma casinha nos arredores da cidade. Enquanto isso, no escritório de Remus na sede, um silêncio pesado ocupava todo o ambiente. Emmeline estava sentada na poltrona, com as pernas cruzadas, enquanto o rapaz, absorto em seus pensamentos, juntava os papeis e os colocava numa pasta.

— Voltar à Itália, Remus? – Perguntou Emmeline, quebrando aquele silêncio tenso, um tanto intrigada.  

Do que Lupin conhecia a moça, sabia que ela estivera criando coragem para perguntar sobre as palavras de Dumbledore. A loira não era tão autêntica e engraçada quanto Dorcas, por exemplo, mas já que seriam parceiros, o mínimo que poderia fazer era quebrar o gelo. Não eram todos que sabiam onde o rapaz estivera durante sua missão. Aliás, além de Albus Dumbledore e Sirius, talvez Moody e Aberforth soubessem.

— Porque sou o único que sabe falar italiano. – Mentiu sorrindo, num dar de ombros fingido. Era uma meia verdade, pois ele, de fato, era o único que sabia falar italiano. – E, além disso, já iniciei minhas investigações por lá.

— Durante todo esse tempo que esteve fora... – Os olhos dela se arregalaram.

— Estive em uma cidade próxima a Veneza, Emme. – Respondeu calmamente.

— E o que você estava fazendo lá?

— O mesmo que todos vocês estiveram fazendo por aqui. – Mentiu novamente.  

O tom de Remus era forçadamente controlado e seco. Aquelas palavras encerraram qualquer possibilidade de continuar o interrogatório que, uma hora ou outra, esbarraria em Donna. Até uma criança de cinco anos perceberia isso. No entanto, a loira parecia demasiadamente convencida com o que o amigo acabara de lhe dizer, que não parecia se importar.

— Não sabia que você falava italiano.  – Comentou visivelmente interessada. – Fale alguma coisa para eu ouvir!

— Não! – Exclamou. Mas ao ver novamente os olhos azuis de Emmeline arregalarem, suspirou profundamente. – Tenho certeza de você me verá falando bastante italiano.

— Você poderia me ensinar, Remmie! – Replicou sorrindo docemente para ele. – Claro, se você quiser... 

Não houve resposta, apenas um acenar de cabeça que a moça não soube se queria dizer que ele a ensinaria, ou não. Novamente Lupin se calou e ela percebeu que estava fechado seus pensamentos.

— Precisamos de um disfarce... – Sua voz parecia tão distante quanto seus pensamentos. Nesse momento, ele acendeu um cigarro.

Emmeline concordou respondendo um ‘Uhum’, mas não ousou falar novamente. Remus finalmente observou o quanto estivera sendo seco com a moça. Não era segredo para ninguém que, desde os tempos de escola, o lobisomem fosse um rapaz reservado e quieto, mas desde a volta de sua missão secreta ele parecia falar ainda menos. Lembrou-se do fato de que passariam muito tempo juntos daqui pra frente e sorriu para ela.

— Podemos discutir isso quando chegarmos, o que acha? – O tom de Remus foi suave, o que fez a moça imediatamente sorrir. Finalmente ele fizera um esforço para quebrar aquele gelo.

— E para onde vamos, exatamente?

— Para minha casa!

O rapaz encostou-se na escrivaninha, não entendendo muito bem porquê do rosto de Emmeline corar violentamente.

— Será ótimo conhecer as belezas da Itália. – Ela disse meio sem graça.



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